quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sofística 2

Uma Retórica sem fundamentos

Sofistas como Pródico, Protágoras de Abdera, Antifonte, Trasímaco, Górgias, Hípias, Isócrates e Crítias, de cultura relevante e polivalente, de mentalidade aberta, bastante renovada e liberta de preconceitos o quanto possível, que ignorava superstições religiosas e culturais, fugiam da violência local e regional, circulavam pelas cidades com grande fama de persuadores, gente argumentadora de bons conteúdos filosóficos, profissionais liberais, os primeiros advogados da história da Grécia Antiga, mestres da retórica inteligente, pedagogos surpreendentes e educadores de primeira, gigantes como professores ambulantes, enfim, os produtores de um modo de filosofar original, construíam o saber de modo surpreendente, inovando nas articulações de idéias e palavras, em uma atitude em que sua ética não possuía fundamentos seguros, tranqüilos e estáveis, todavia se firmava em um comportamento indeterminista e cético, incerto e duvidoso, onde o vazio das teorias defendidas e o nada de seus pontos de vista advogados pareciam carecer de uma ideologia substancial embora seus discursos se misturavam com os conhecimentos dos pré-socráticos e de Sócrates, mais tarde Platão e Aristóteles, e ainda os teóricos da filosofia oriental de povos antigos como o Egito e a Mesopotâmia, a Fenícia e os Hebreus, os Caldeus e os Babilônios, e outras nações da época, por volta dos séculos III, IV e V a.C. Como observamos, os Sofistas trabalhavam não só por interesse ou distração, mas igualmente por uma certa vocação para o filosofar, e com isso ganhavam dinheiro para suas necessidades, adquiriam créditos sem fim junto a governos e autoridades, sendo financiados por gente grande e gigante perante essas regiões circunvizinhas. Assim eram os Sofistas. Deste modo surgiu a Sofística e esse seu jeito novo e diferente de filosofar. Desde então, filosofia é algo fácil, leve e natural, cujas idéias e pensamentos brotam de maneira criativa e original, zelando pelo bom conteúdo filosófico, ainda que liberal na sua exposição, inovador na sua produtividade, diferente na sua abordagem e fundamental na sua fidelidade aos jeito lógico e coerente de os filósofos trabalharem a própria filosofia. Criou-se então a Sofística. Creio eu, o verdadeiro e autêntico filosofar, baseado em princípios fortes e valores firmes porém soltos pelo ar, livres pra voar, inocentes sustentadores das indefinições e indeterminações da racionalidade. Tal o modo transparente de fazer e produzir filosofia.

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