quarta-feira, 27 de março de 2013

A Subjetividade Objetiva

A Subjetividade Objetiva A Fenomenologia da Alma Em busca do Outro Eu sou o que não sou 1 Várias vezes durante o dia e a noite vejo-me em situações estranhas e esquisitas quando então assumo uma outra personalidade diferente de mim, um outro eu, com novos caracteres diversificados, uma outra identidade, uma outra alteridade, uma vivência alheia a mim próprio. Sou então uma alienação em pessoa. Tenho pensamentos fora de mim, sentimentos alheios ao meu eu, comportamentos que me revelam uma outra pessoa que está dentro de mim. São instantes que me mostram o meu estado de inconsciência, irrealidade e irracionalidade experimentados simultaneamente. Estou pois dentro e fora de mim ao mesmo tempo. Eu sou o que não sou. Sou sem ser. Estou sem estar. Vivo sem viver. Experimento sem experimentar. Sinto sem sentir. Eu de fato um verdadeiro alienado, com outra identidade e nova alteridade em mim mesmo, dentro e fora de mim. Penso sem pensar. Sou sem ser. Existo sem existir. Porque vivo uma outra vida diferente da minha. Fora do meu eu sou um outro, um outro ser, uma outra pessoa, um outro pensamento, uma outra consciência, uma outra existência, uma outra experiência de vida. Percebo facilmente isso quando estou violento, sou mau com as pessoas, entro em conflito com elas, perco a cabeça e as agrido, sendo cruel com elas, contrariando-as e contradizendo-as, espalhando divisão e mal-estar no ambiente onde eu vivo e me relaciono com as pessoas, excluindo-as e marginalizando-as. Nesses momentos, estou ausente de mim mesmo, sinto falta do meu eu. Vivo uma outra pessoa diferente, contrária e contraditória, negando-me a mim próprio. Vivo uma contradição em pessoa. Sou alienação. Todavia, quando retorno à prática do bem e da bondade e à vivência da paz e da concórdia, enfim, quando regresso a Deus, o Senhor, então eu me reencontro, volto a mim mesmo, acho o meu eu, antes perdido dentro e fora de mim mesmo. Passado o período de alienação do meu eu e de contradição de mim mesmo, volto ao meu ser, reencontro a minha essência, regresso a minha substância pessoal própria. Então, eu volto a ser eu. Tenho consciência do meu retorno a mim mesmo. Esse processo de conscientização de mim próprio é importante para a minha paz interior e para eu estar de bem com a vida. Obrigado, Senhor, porque eu voltei ao que era antes. 2 Esse fato de ser sem ser faz-me uma pessoa evoluida, que busca algo mais em suas vida, outras formas de viver e existir, se comportar e sentir, agir e pensar, novas maneiras de se relacionar no dia a dia com grupos e indivíduos variados, diferentes modos de ver a realidade e interpretar o tempo e os fatos históricos e os fenômenos do cotidiano. Assim cresço em virtudes elevadas, somando mais a mim mesmo, me multiplico diaria e noturnamente, sempre acrescentando alguma coisa ao meu ser que procura outro ser, que me supera, transcendente a mim, que ultrapassa meus limites sociais e psicológicos, minhas fronteiras físicas e mentais, meus determinismos materiais e espirituais, minhas definições psicossociais e emocionais, meus conceitos ultrapassados e tradicionais, quando agora desejo novidade e a surpresa da vida que surge em cada momento e a todo instante. Então evoluo. Sou progresso espiritual e existencial. Desenvolvo minhas características pessoais, meus dons e talentos e carismas, minha criatividade natural e original, minha vocação para a vida e a minha profissão geradora de capital e trabalho, sustentos e fundamentos do meu ser que se aliena e procura outro ser que me completa, faz-me somar e crescer em todos os sentidos da minha experiência cotidiana. Meu ser assim se aliena em busca da alteridade e de uma nova identidade. Sou mais do que eu. Eu sem mim. 3 Parece-nos que hoje em dia o ser humano não tem mais identidade. Sua identidade é sua alteridade. Eu não sou eu. Eu sou eu sem mim. Eu sou o outro. Eu sou uma outra pessoa. Vivo em mim um outro ser diferente de mim. Observa-se que o homem e a mulher, aqui e agora, têm uma outra consciência de si mesmos, ou várias consciências dentro de si próprios. Experimentam a sua própria alteridade. São outros, outros seres em si mesmos, outros pensamentos dentro de si próprios, outras existências alheias ao seu eu. Sim, eu sou o outro. Sou o outro quando o sirvo e ajudo. Sou o outro quando me ausento de mim mesmo, me alieno, me torno completa ou relativa alienação de mim próprio. De fato, eu sou hoje um alienado. Estou fora de mim mesmo. Quando sou mau e violento, então estou longe de mim, fora do meu ser, distante da minha natureza boa, criada por Deus. Quando uso de agressão e crueldade em meus relacionamentos, então eu sou ausência de mim, estou fora de mim, vivo a falta de mim mesmo. Quando contrario a minha natureza, que é sempre boa, desde as suas origens, gerada pelo Criador, Autor da Vida, então eu sou alienação, sou uma outra pessoa, não eu mesmo. Quando pratico a injustiça, uso de falsidade com as pessoas ao meu redor, sou uma mentira em pessoa, vivo um teatro ou uma novela em minha vida, então eu não estou vivendo, eu estou sim na verdade fingindo, representando, sendo ator, e não eu próprio. Se crio a divisão em torno de mim, excluo as pessoas da minha vida, rejeito-as, oprimo-as e marginalizo-as, então, eu sou eu sem mim. Vivo então hoje na maioria das vezes uma alteridade em minha vida, sou uma alienação em pessoa, estou fora de mim, ausente do meu ser, pensar e existir, dando falta de mim mesmo em minhas relações, condições e situações de vida e trabalho, experimentando assim de fato a negação do meu eu, minha contradição viva, minha rejeição e exclusão de mim mesmo. Eu então sou a minha própria negação, rejeição e exclusão. Eu próprio marginalizo a mim mesmo. Eu pois vivo o meu eu sem mim. Sou sim uma outra pessoa. Um outro ser diferente e ausente de mim mesmo. Sou sim a minha falta, a minha ausência, a minha carência, a minha miséria, a minha ignorância, a minha pobreza, a minha mendicância. Tudo isso porque contrario a minha natureza essencialmente boa, ordeira e pacífica. Porque então decidi ser violento. E mau. 4 Meu limite é viver sem limites. Superar meus limites, ultrapassar minhas barreiras e transcender meus obstáculos, ir além das fronteiras do conhecimento verdadeiramente possível, ainda que tenha que compreender e respeitar minhas limitações humanas e naturais, tal é o caminho da vida, seu movimento eterno, seu processo permanente de superação de si mesma, mergulhando então nas profundezas do oceano vivo e infinito, a fim de conhecer seus segredos e desvendar seus mistérios, descobrir suas verdades e desvelar suas certezas absolutas e relativas, tirar as roupas dos preconceitos e das superstições, ultrapassando seus mitos, ídolos e estigmas mentais, físicos e espirituais, e transcendendo igualmente as definições metafísicas e as determinações éticas, estéticas e religiosas, quando então atingirá o máximo de excelência humana, de perfeição natural e completa transfiguração cultural, realizando assim em si, de si e para si a mais correta metamorfose global e diferencial da existência real e atual, temporal e histórica, eterna e infinita, mesmo em suas dimensões locais e regionais. Esse o sentido do progresso, o caminho do desenvolvimento, a estrada da evolução e do crescimento construidor de uma nova mentalidade cultural para a humanidade, uma nova cultura do bem e da paz e um novo ambiente de amizade e generosidade, união, fraternidade e solidariedade. Sim, nosso caminho é sem fim. Nossa estrada é eterna. Nessa caminhada infinita e sem limites nem fronteiras, eis o sentido da nossa vida e a razão da nossa existência. Caminhamos ao encontro de Deus. 5 Sou o que ainda não fui e que ainda serei. Sou a minha superação, o meu ultrapassar de mim mesmo, a minha transcendência própria quando vou além dos meus limites e estou acima das minhas fronteiras psicológicas e ideológicas, mentais e emocionais, conscientes ou não, e assim mergulho no oceano de minhas infinitudes e me afogo nesse mar fundo, profundo e fecundo em que reencontro minhas raizes naturais, recupero meus fundamentos de uma natureza cuja essência é afogar-se no mergulho que nada para o nada, do nada e pelo nada, se reassume como vazio transcendental, o modo mais puro e eficaz de retornar a minha outra identidade e nova alteridade, pois agora sou sem ser, sou construção além de mim, sou projeto acima do meu eu, já que então transcendo minhas limitações para jogar-me no mundo absoluto que substancializa o meu ser, pensar e existir, e me faz ultrapassagem de mim e superação de minhas fronteiras de caráter e personalidade. Aí me torno uma outra pessoa que sou eu mesmo. Pois eu sou o outro. Eu sou o além de mim. Eu sou sem ser o que eu sou. Sou superação. Sou o amanhã de manhã. Sou hoje o futuro. 6 Quando evoluimos de tal maneira que conseguimos superar limites psicológicos e emocionais e ultrapassar barreiras de saúde física e mental, transcender a matéria e avançar em conteúdos e programas de espiritualidade natural, então permitimos ser mais do que somos, definir progresso em nossas vidas cotidianas, desenvolver novos jeitos de viver e existir, outras formas de pensar, sentir e agir, diferentes modos de trabalhar e se relacionar com a família em casa e os amigos na rua, enfim, obtemos qualidade de vida sustentável pois adquirimos princípios éticos e espirituais que fundamentam nosso ser interativo e interpessoal, e valores morais e religiosos que são a base principal de nossas atitudes sociais e nossas interferências na sociedade, construindo pois um mundo de possibilidades onde a liberdade é a diretriz de toda a experiência cotidiana, um campo de alternativas básicas, fonte de comportamentos sólidos, firmes e fortes, guia de atividades que nos fazem bem e provocam apenas o que é bom para nós, um universo de potencialidades geradoras de grandes opções de saúde e bem-estar coletivo e individual. Assim crescemos no ser que busca sua ultrapassagem. Evoluimos no pensamento que se supera. Progredimos nos sentimentos que vão além de si próprios. Tal o nosso jeito de se desenvolver com qualidade sustentável e dignidade de vida e trabalho. Ao encontrarmos a nossa outra realidade que nos supera, então somos progresso espiritual, somamos com os outros, nos multiplicamos em virtudes elevadas, nossa consciência se reconhece alta e elevada gerando uma liberdade saudável e agradável. Então crescemos, somos mais do que nós mesmos, evoluimos. 7 Eu sou o amanhã de manhã. Sou o futuro, além de mim mesmo, mais que mais, de conteúdos transcendentes onde procuro me ultrapassar a fim de superar minhas fronteiras psicológicas e sociais e meus limites naturais e ideológicos, e então mergulhar na minha falta, na ausência de mim próprio, alcançar mais plenitude de ser e viver, pensar e existir, sentir e conhecer, e assim viver mais abundantemente o sentido da minha vida e a razão de meu estar no mundo, e aprofundar-me no meu ego, fecundar ainda mais o fundo da minha alma, até encontrar-me nas raizes do meu espírito em que acho Deus. E jogo-me em Deus, o princípio da minha vida, a resposta aos meus anseios e indagações, a solução para meus conflitos internos e externos, dificuldades de natureza e problemas de consciência. E vou me soltando, cada vez mais livre, superando minhas limitações, e invadindo as profundezas da minha racionalidade e então nadar nas entranhas da minha inteligência quando descubro minhas origens, minha razão de estar aqui e agora e o sentido de eu viver mais para os outros do que para mim mesmo. E vou buscando meu outro e meus outros, minhas diferentes consciências e meus novos corpos de alma mergulhante que navega em direção ao oceano da eternidade, fonte das minhas buscas e sentido dos meus desejos, ali onde encontro a paz espiritual e a tranquilidade social e a segurança existencial. E assim vou me buscando e me achando, me descobrindo e me desvelando até me deparar com a verdade do meu ser, a transparência natural e vital que me identifica, minha vida autêntica, onde sou o que sou, e sou sem ser. E então continuo a constante descoberta das novidades do meu eu, descoberto por minhas procuras loucas e incessantes, teimosas e desejosas. E vivo já o meu futuro eterno. Amanhã será o meu dia. Amanhã de manhã. 8 Segundo os especialistas, muitos historiadores e diversos hermeneutas, os desejos humanos e as necessidades naturais e culturais mobilizam as sociedades, produzem o trabalho e as atividades do dia a dia, movimentam os humanos e os terrestres em busca de novas idéias, sentimentos, realidades e experiências, diferentes alternativas de relacionamento e atitudes, outras formas de interagir com as pessoas e com elas compartilhar conteúdos e matérias de saúde e bem-estar, mentalidades e culturas que nos abrem para uma nova visão da humanidade e nos renovam de mentalidade e nos libertam de distúrbios e transtornos da consciência e da liberdade. Como se observa os desejos e necessidades nos fazem procurar o outro, outras coisas e outras realidades que nos completam e enriquecem o nosso ser, pensar e agir, e aperfeiçoam o nosso modo de estar no mundo e conviver uns com os outros em sociedade. De fato, desejamos mais, temos necessidade de somar, crescer e multiplicar nossas ações e comportamentos, fazendo-nos nos conscientizar que somos progresso, caminhamos para a frente e o alto, gerando riquezas e grandes oportunidades de negócios, novas opções de trabalho e e emprego, diferentes possibilidades de produção de uma nova vida de bens permanentes e créditos constantes que alteram para melhor nossa procura por saúde de qualidade e um nível de vida de grau elevado de dignidade sublime onde os direitos devem ser buscados e os deveres e obrigações cumpridos com compromisso e responsabilidade. Assim crescemos em direção aos outros. Evoluimos na alteridade que na verdade é a nossa autêntica identidade. Somos o outro. Somos outros. 9 Ao buscarmos a nossa identidade original constatamos que somos múltiplos e diferenciados, somos alteridade, com várias cabeças ao mesmo tempo, tal a nossa estrutura consciente e sistema de racionalizações equilibradas onde a nossa mente trabalha polivalentemente, pois assumimos ora uma consciência política ou social, ora uma racionalidade ecológica ou cultural, ora uma inteligência científica ou ideológica, o que nos caracteriza como seres humanos alterados cuja identidade é a soma de diversas mentalizações e a multiplicidade de variadas culturas e ideologias que se adicionam à nossa consciência centralizadora definindo a racionalidade de nossas cabeças em busca de outras realidades, novas ideologias e mentalidades e diferentes culturas e inteligências. Portanto, ao procurarmos o nosso outro ser complementar, que sustenta nossa alteridade e nos identifica como pessoas humanas polivalentes, na verdade estamos assumindo a nossa verdadeira identidade porque na verdade nossa consciência é concêntrica pois concentra em si de si por si e para si outras, novas e diferentes consciências. O que nos identifica é a alteridade. 10 Como o pinto dentro do ovo fica escondido até que a vida aconteça para ele lá fora quando o ovo da galinha se quebra e ele brota para a existência e assim constituir sua realidade de coisas e situações boas e más, grandes e pequenas, violentas e equilibradas, saudáveis e desagradáveis. Assim também nós somos mais escuridão do que claridade, ou nossa realidade cotidiana é mais obscura do que luz, e nessas trevas e noites da existência humana vamos descobrindo as surpresas e as novidades de uma vida potencialmente maior e melhor do que si mesma. E nesse processo de descobrimentos diferentes e saudáveis e agradáveis vamos encontrando nossos outros, nossos amanhãs de manhã, nossos futuros do presente, achando além e acima de nós próprios a nossa identidade e alteridade, a resposta a tantas perguntas e a solução para inúmeros problemas, interrogações e questionamentos. Deste modo a vida acontece. Estamos na verdade mais escondidos do que esclarecidos. Somos mais noite do que dia. Somos mais trevas do que luz. E desta maneira crescemos e evoluimos, construimos novas realidades, contextos e ambientes de vida, e diferentes culturas, ideologias e mentalidades, produtoras de uma existência digna e de qualidade, rica em conteúdos culturais e excelente ética e espiritualmente. Nesse processo, encontramos Deus, nossa realidade maior e melhor. E assim vamos gerando a plenitude da vida, uma existência abundante carregada de virtudes e circunstâncias boas de vida, que geram paz e tranquilidade para nós. Nosso fim, com certeza, é o repouso do espírito e a calma da alma. Descansar em Deus. 11 Vivemos em busca do desconhecido, condicionando a nossa realidade cotidiana em função da procura pelo oculto, sob circunstâncias reais e atuais que nos revelam o quanto somos obscuros e refletimos mais as trevas do que a luz, ainda que o sol seja a nossa meta e seus reflexos luminosos os nossos objetivos finais, quando desejamos nos conhecer a nós mesmos, descobrir os nossos segredos vitais e encontrar as novidades que nos surpreendem cotidianamente, um reflexo de que a cultura da incógnita permeia a nossa existência, ao discutirmos as diferenças que nos fazem como a realidade das trevas para a luz, da guerra para a paz, da violência para a tranquilidade, das turbulências políticas e sociais para uma vida de repouso interior e ordem externa, do caos mental e emocional para a calma da consciência e o descanso de uma liberdade ansiosa por saúde coletiva e bem-estar interpessoal, transformando-nos em pescadores da alma e navegadores do espírito, pois procuramos nada mais nada menos do que as nossas profundezas, o fundo da existência, a essência da vida e a substância de nossas realidades transcendentais, já que nos surpreendemos transcendendo a nós próprios, superando nossos limites psicológicos e fronteiras ideológicas, ultrapassando a temporalidade física e mental, material e espiritual, e mergulhando em uma historicidade reveladora do quanto somos trevas mais que luz, somos mais noite do que dia, sim porque o universo do corpo e da alma vão mais além do que já sabemos e estão acima dos conhecimentos já adquiridos até aqui e agora. E vamos prosseguindo hoje e amanhã avançando na conquista de nós mesmos, descobrindo-nos a cada instante e a todo momento, nos desvelando no ser, nos pensamentos, e no sentir e agir. Assim caminhamos na vida. Vamos descobrindo o nosso mundo interior condição de uma vida de paz e tranquilidade para todos nós. Deste modo evoluimos. Somamos e crescemos. Eis o progresso espiritual, social e psicológico que nos torna mais humanos, de dignidade desenvolvida e qualidade de vida reconhecida por todos e cada um. Eis o que nos leva para a frente e o alto. O Obscuro nos move. As trevas nos movimentam e impulsionam. Somos mobilizados pela incógnita. 12 Ao abrirmos frutas como a melancia ou o melão, a laranja ou a tangerina, encontramos por dentro toda a riqueza do sabor do alimento, escondida por suas cascas, velada por suas roupas frutífuras, obscurecida por seus véus que tampam todo o conteúdo doce, açucarado e delicioso que toda fruta possui. Assim também na vida cotidiana encontramos o novo de nossos comportamentos e o diferente de nossas atitudes ao descobrirmos a realidade por trás dos fatos, abraçando seu material antes obscuro mas agora desvelado por nossas buscas por interioridade e autenticidade, quando refletimos em nós e de nós, por nós e para nós, o que ainda não somos, o que procuramos conquistar e abraçar como essência para a nossa vida, substância primeira para nossas aparências, o fundo de nós mesmos, cuja excelência de conteúdo rico em matéria inteligente nos dá a experiência da descoberta de nós mesmos, o encontro com o que somos de fato a partir do que ainda não foi desvelado por nós. Então avançamos na conquista de nós mesmos, nossa identidade aumenta e se dilata, abrimos a consciência para novas e diferentes realidades, para assim assumirmos o reflexo de nós mesmos, nossa busca por nosso ego, descoberta do que seremos amanhã. Deste modo vamos descobrindo a nós mesmos. Somando tempo e espaço em nossas novidades. Crescendo nas diferenças que nos fazem desenvolver outros hábitos e costumes, atos e atividades que só nos fazem bem e só produzem o que é bom para nós. Então evoluimos. Progredimos espiritualmente, no corpo e na mente, na alma e no espírito. Descobrindo-nos pouco a pouco desvelamos nosso ser, nossos pensamentos e a nossa existência de toda hora, minuto e segundo. E eis que um outro mundo se nos apresenta. Um universo novo. Uma realidade diferente. 13 Na verdade, vivemos o mistério em nossa realidade cotidiana onde as luzes revezam com as trevas, o conhecido com o oculto, a sabedoria com o silêncio, o saber com o vazio, o entendimento com o nada, a compreensão com o desconhecido, o dia com a noite, a claridade com o obscuro, refletindo o nosso ser sempre em busca por alguma coisa, à procura de sua essência mais fundamental, a substância radical que fundamenta o pensamento que se descobre e a existência que se desvela a cada momento e a todo instante, dentro de situações de família, rua e trabalho, e de circunstâncias positivas ou negativas, otimistas ou pessimistas, sensatas ou turbulentas, equilibradas ou violentas. Nesse processo de descoberta de nossas raizes primordiais, vamos fazendo nossa realidade material e espiritual, nosso cotidiano físico, mental e emocional, construindo então experiências de saúde e bem-estar, vivências de bem e de bondade, de concórdia e convergente com tudo o que é bom para nós e nos faz bem. Assim vamos produzindo nossa consciência e alargando a nossa liberdade, gerando outros conhecimentos, novos saberes e culturas, diferentes ideologias e mentalidades que vão integrar todo o nosso ser e nos fazer felizes certamente. Então, encontramos no fundo da alma a realidade da vida de Deus, as pessoas, grupos e indivíduos que colaboram para o nosso crescimento interior, evolução social, desenvolvimento cultural e progresso político e econômico. E eis que ficamos construidos positivamente por nossos desejos de encontrar o mais profundo do nosso espírito e o mais fecundo da nossa consciência. Então somos sem ser. Pois vamos caminhando construindo a nossa realidade aberta e liberta, renovada e descoberta por nossas procuras pelo fundamento do nosso ser, ansioso por se desvelar totalmente. Contudo essa conquista do nosso interior vai se realizando pouco a pouco, cada vez mais e melhor descobrindo novas realidades e diferentes consciências produtoras de uma realidade agradável e mais saudável para nós. E agora encontramos mais verdades a nosso respeito. Nossa vida vai se tornando um espelho de luz refletindo a realidade do nosso ser descoberto e liberto de seus segredos ocultos e definições obscuras e determinismos desconhecidos. Então somos luz. 14 Descobertas, mistérios que se abrem, incógnitas que se iluminam, segredos desvelados, novidades que vêm à luz, tudo isso, enfim, no mundo do conhecimento que se renova e se liberta, chamamos de Subjetividade Objetiva, que se caracteriza pela revelação de nossa interioridade, sua verdade essencial e transparência substancial, a autenticidade de sua linguagem, a grandeza de seus repertórios de saber, a beleza de seus sentimentos mais profundos, a originalidade de suas experiências fundamentais cujas raizes é um ser que pensa o seu pensamento agora descoberto, surpreso com gigantescas novidades, o que reflete seu universo interior cheio de alternativas e possibilidades, ilustrando cada vez mais e melhor seus princípios radicais e seus valores fundamentais, presentes em nossa consciência, bases de uma vida bem orientada identificada com sua fecunda definição ontológica e determinação metafísica. Deste modo encontramos na capacidade e potencialidade da Subjetividade Objetiva uma realidade de interioridades que se tornam agora claras, lúcidas e distintas, mostrando o que somos e o que temos, o que pensamos e sentimos, o que vivemos e o que existimos, caracteres refletidos de nossa ética comportamental e espiritualidade natural bem enraizadas. Desta maneira crescemos em saberes descobertos, evoluimos em uma inteligência criadora e progredimos dentro de uma racionalidade aberta e liberta e renovada, crescendo em conhecimentos novos e diferentes, descobrindo o nosso ser agora revelado. E assim vamos caminhando, processando o reflexo de nossa interioridade desvelada, seguindo a estrada de um conhecimento novo e diverso, diferente e variado, sentido de nossas buscas e razão de nossas procuras por identidade e autenticidade, verdade relativa e transparência moral. Processamos assim a descoberta de nossa interioridade. Essa a Subjetividade Objetiva. 15 É bem verdade que ao buscarmos o nosso Outro desconhecido, obscuro e misterioso, estamos evoluindo para novos conhecimentos, outras abordagens de saber, diferentes repertórios de cultura, gerando discursos originais, mentalidades conscientes e culturas avançadas, articulando uma grande liberdade de idéias que se constroem, de letras e palavras de linguagem inovadoras e surpreendentes, produzindo então contextos de ideologias bem dispostas, com temas diversos e títulos variados, com pontos de vista que muitas vezes se contradizem, contudo que manifestam uma idéia central, de visões claras e distintas, e interpretações da vida e da sociedade feitas com bastante criatividade. Assim vamos procurando o não-ser, indo ao encontro do Outro, progredindo na identidade de nosso Ego, crescendo em sabedoria e desenvolvendo gigantescos saberes agora compartilhados e interativos, dando origem a uma cultura evolutiva e de saberes gerados com progresso ideológico e psicológico. Então crescemos, somando mais ao nosso Eu. E assim o Eu se torna Nós. Nós o Outro de nós próprios. E eis que descobrimos que somos Outro, somos o que não somos. Então tudo é liberdade. Uma consciência livre, de muitas cabeças, de inteligências articuladas e racionalidades colaborativas. E eis que então somamos e nos multiplicamos. Somos mais. Estamos melhor. ANEXO I A Subjetividade Objetiva Quando a nossa realidade interior pede para ser descoberta em sua intimidade, desvelada em seus mistérios, incógnitas e obscuridades, iluminando seus segredos e revelando suas novidades psicológicas e ideológicas, e assim refletindo toda a sua interioridade boa e de bem com a vida, eis que estamos diante da Subjetividade Objetiva, aquela busca do sujeito humano por sua essência mais profunda e real e atual, o seu desejo por encontrar suas raizes fundamentais que dão consistência às manifestações do seu espírito, abrindo-o a todo universo de conceitos diferentes e definições novas, símbolos abstratos e imagens originais, sons e vídeos de uma consciência agora aberta e liberta e renovada em suas entranhas bem fecundas, de onde tiramos saúde de conhecimentos e saberes surpreendentes e o bem-estar de sentimentos que se descobrem a cada momento e circunstância vivida. Tais fenômenos constituem a Fenomenologia da Alma, seus reflexos positivos e otimistas na construção da boa interioridade e ao mesmo tempo a desconstrução da violência de mentalidades diversas e adversas e de culturas diferentes e contrárias. Assim desenvolvemos todo um contexto de interioridade do bem que respira paz em seu ambiente interno, tranquilidade e segurança em seu ser mais fundo e radical. Eis que então a estabilidade do sujeito vem à tona e eis que nos encontramos perante um gigantesco mundo interior, agora descoberto, desvelado e refletido quase que integralmente para nós. É o mundo fenomenológico. De fenômenos que se descobrem e se abrem para dar sentido à vida e razão de ser, pensar e existir ao sujeito descobridor de idéias, sentimentos e experiências novas. Um novo universo. Universo aberto. ANEXO II A Fenomenologia da Alma O que caracteriza substancialmente a Mente Humana e seus efeitos na realidade cotidiana é a sua capacidade de gerar fenômenos inteligentes que se articulam em símbolos criados e imagens compartilhadas, letras e números configuradores do dia a dia, sons e vídeos como arte de cinema e teatro, sua linguagem falada ou escrita, seu jeito de representar ações e experiências diárias e noturnas, seu modo de interpretar a realidade e visualizar o cotidiano, sua maneira consciente de definir princípios morais e valores espirituais, seu senso de equilíbrio perante um mundo violento e agressivo, seu determinismo em pensar positivo e realizar coisas e situações otimistas, o bem que faz e a bondade com que realiza todas as coisas, sua segurança mental e tranquilidade para operar os seres e construir toda uma realidade de saúde e bem-estar, seu anseio por estabilidade dentro e fora de si, enfim, toda uma conjuntura de fenômenos articulados entre si que constituem a Fenomenologia da Alma e sua arte de fazer descobertas, surpreender os conhecimentos e procurar novidades no ser que se constrói, no pensamento criado e na existência humana e naturalmente desenvolvida para buscar as origens e essências de um ser aberto e em permanente construção, desconstruindo a sua volta todos os fatores violentos em forma de distúrbios da mente e transtornos da inteligência, diminuindo com o tempo transcendental sua agressividade imanente, o que a faz transcender todas as coisas, superar problemas e dificuldades em seu processo e ultrapassar as barreiras do saber e os obstáculos do conhecimento que por acaso encontra no meio do caminho. E assim vai gerando todo um universo de surpresas transcendentais, de novidades ontológicas e descobertas psicossociais e espirituais, compreendendo-se assim como contexto de inovação psicológica e ambiente de criação espiritual. Deste modo se produz a Fenomenologia da Alma. ANEXO III Imanência e Transcendência Relações Transcendentais Em busca da essência de nosso espírito e da substância da nossa alma, processamos situações que se tornam imanentes à nossa consciência positiva, partindo desde então para circunstâncias mais profundas de nosso ser sempre aberto, pronto para se renovar interiormente e se libertar de prisões ideológicas e escravidões psicológicas que bloqueiam a abstração do conhecimento e a apreensão do saber, quando ora nos encontramos desejosos de mergulhar no fundo da alma e nas raizes do espírito, descobrindo-nos mais a nós mesmos, vivendo novas novidades e experimentando surpresas e diferenças que vão pouco a pouco formando e formalizando nossa pessoa, configurando nosso sujeito apreendedor de novas e diferentes instâncias de sentimentos românticos, de ideologias políticas, de repertórios culturais, de conteúdos sociais e matérias de plano econômico, todas constituidoras de realidades que emolduram nosso ser sem ser, nossa pessoa aberta a novas possibilidades e diferentes alternativas, causando-nos assim saúde para o corpo e a mente, e bem-estar material e espiritual. Deste modo transcendemos de definições epistemológicas para contextos cognitivos agora mais abertos, criativos, inovadores e diferenciais. Desta maneira vamos conquistando nosso Ego desvelando nossa interioridade e tornando nossa consciência mais nua, esvaziante e nadante. É o nosso jeito de adquirir o nosso território de saberes profundos, sentimentos abertos, realidades novas e diversas, e experiências que refletem os fundamentos do nosso ser sem ser. Assim caminhamos. Fazemos deste modo a abertura de nosso Ego para coisas maiores e momentos melhores de nossa interioridade e de nossa consciência agora mais otimista e mais equilibrada. ANEXO IV Em busca do Outro De fato, vivemos à procura do Mistério, buscamos a realidade oculta por trás de palavras interativas e letras compartilhadas, desejamos o desconhecido, temos anseios pela Incógnita em forma de saberes obscuros e conhecimentos em trevas, suspirando pela luz que nos traga o Outro, o nosso além de nós mesmos, acima de nós próprios, o contexto de um farol que nos aponte o caminho de uma consciência livre e feliz, saudável e agradável, que luta por desvendar seus segredos inefáveis, conquistar suas novidades essenciais, surpreender-se com o encontro com uma Outra realidade maior do que si mesma, melhor do que si própria, fazendo-nos identidade ontológica, ambiente de cultura cognoscível, discernidora do que somos e não somos, o que podemos ou não, rumo a uma realidade de transparências conscientes, verdades relativas, e definições autênticas, determinando então o que nos resta e o que já achamos, de modo que a realidade obscura é iluminada por lâmpadas acesas que são os nossos desejos já abertos, novos e diferentes, propriedades de nosso Ego em busca do seu Outro, ainda mais maior e melhor, fértil de conteúdos de conhecimento de qualidade, rico em matérias discerníveis, belo como as estrelas da noite que iluminam toda a madrugada, grande como os oceanos e suas águas sempre em movimento, gigante como as músicas suaves dos pássaros azuis, encantado como o perfume macio das rosas vermelhas, fascinante como as lindas mulheres do paraiso. Assim procuramos o nosso Outro. Esse ser desconhecido, que realiza nossos desejos humanos e satisfaz nossas necessidades naturais e culturais. Buscamos novos conteúdos e diferentes matérias de saber. Queremos crescer. Desejamos nos multiplicar. Lutamos por somar mais substâncias à nossa alma e mais essências ao nosso espírito. Nosso objetivo é evoluir. ANEXO V Somos Processo Eterno À medida em que vamos nos descobrindo a nós próprios, discernindo nossas diferenças e alcançando outras novidades, novas surpresas e diferentes repertórios de conhecimento, obtemos mais luz para os nossos vazios psicológicos e espirituais, enriquecendo-nos com saberes diversos e culturas variadas, definidas mentalidades e determinadas sabedorias, o que constitui nosso ser nadante, fazendo-nos mergulhar em grandes conquistas do nosso Ego, somando-nos a esse mundo cognoscível, discernível e abstraível, transformando-nos em pessoas abertas a novas diferenças, detalhes que geram um ser mais original e criativo, construtor de outras possibilidades, novas alternativas de aprendizagem e diferentes e gigantescas potencialidades de constituição de um Outro Eu, agora mais luminoso, descoberto, desvelado internamente, apreendedor das surpresas de uma realidade cotidiana fecunda e fértil, funda de pensamentos profundos que produzem uma cabeça mais rica em conteúdos de conhecimento, de sentimento e de experiência de qualidade cuja dignidade trabalha com a consecução de nossos direitos e cumprimento de nossos deveres e obrigações, compromissos e responsabilidades. Assim crescemos como sujeitos interventores da realidade. Progredimos interferindo para melhor nos destinos da humanidade. Evoluimos na consciência e na liberdade. Somos desenvolvimento eterno. Deste modo adquirimos o que somos e o que não somos. Aos poucos, iluminamos nossas obscuridades. Enxergamos o que outrora eram trevas. De repente, o sol renasceu mais uma vez. ANEXO VI O Mistério da Natureza Ao mergulharmos em um túnel em uma determinada estrada ou avenida de nossas ruas cotidianas, no campo ou na cidade, sabemos que ao final depois de uma rodada de trevas sem luz vem novamente o farol do dia quando então continuaremos nosso processo de vida, construindo outras experiências, conhecimentos e realidades, sentimentos profundos e uma ética de qualidade e uma espiritualidade que nos mostra e demonstra como a natureza humana é misteriosa, fértil como os saberes descobertos, fecunda como os amores gerados, funda como os repertórios de cultura abstraidos com o tempo e apreendidos porque somos mais o que não somos, e o que já captamos sobre nós mesmos é apenas uma etapa deste processo eterno de aprendizagem quando vamos pouco a pouco desvelando o que somos, como que saindo do túnel do tempo e conquistando novas luzes onde o dia é intenso e imenso cheio de diferentes possibilidades e novas alternativas de encontro com nossa identidade original. Somos um mistério. Nossa natureza é uma incógnita. Caminhamos nesse mundo de obscuridades que se despertam para um outro dia de novidades, surpresas e descobetas. E assim vamos fazendo nosso Ego produzindo nossa essência desvelada por construções de um Eu que quer cada vez mais e melhor saber quem sou, o que sou e o que serei. Somos a diferença. A Diferença nos marca e nos move. Deste modo construimos nosso mistério de vida e de realidade. Somos uma natureza a ser descoberta, uma consciência a ser surpreendida por saberes diversos e conhecimentos variados, sentimentos novos e experiências diferentes. Somos mais, sempre mais, muito mais que mais. Isso nos identifica e caracteriza. O Mistério nos rodeia. Somos misteriosos. ANEXO VII Somos mais, muito mais que mais... O Processo discernente, cognoscente e transcendental que nos faz superar tradições e preconceitos, fronteiras psicológicas e ideológicas, ultrapassar as barreiras do pensamento e transcender idéias e ideais já ultrapassados, é um movimento aberto de surpresas reais e atuais, de novidades fecundas que brotam de uma hora para outra, de descobertas constantes que revelam a profundidade do nosso Ego, o fundo do Oceamo Eterno de possibilidades de nossa consciência positiva de alternativas otimistas, de potencialidades equilibradas e realidades sensatas, indicando que podemos ir além de nós mesmos, mergulhar em um diferente mundo de conteúdos novos e matérias inovadoras, revelando o que somos e o que não somos, até onde chegamos e até onde podemos ir, o que reflete a eternidade de nossa consciência e sua realidade de princípios estáveis e sustentáveis, de valores absolutos e necessários, de raizes constantes e permanentes, a nos mostrar que somos maiores e melhores que nós próprios, podemos caminhar eternamente por um universo de gigantescas diferenças construtoras de outras realidades saudáveis e agradáveis, tranquilas e seguras, garantias de uma existência espiritual de saúde quase perfeita e bem-estar relativo. Contudo, observamos que estamos somando uns aos outros, crescendo em saberes e sentimentos novos e diferentes, desenvolvendo talentos e carismas, evoluindo para uma inteligência aberta e liberta, e renovada interna e externamente, progredindo então no corpo e na alma, gerando uma base espiritual que fundamenta o nosso estar no mundo, sustentando nossas ações e atividades em prol do bem comum, da produção de atitudes fraternas e solidárias, portas abertas para um grande campo de liberdade, fonte da verdadeira felicidade. Assim construimos o além do oculto, o que está por trás de nossas obscuridades, o que se encontra no fundo de nossas trevas. E então descobrimos um gigante mundo de luz. A Luz do conhecimento. A Luz da ética e da moralidade. A Luz da psicologia e da espiritualidade. E assim descobrimos Deus, a Novidade permanente, a Surpresa constante de nossos mergulhos no além e aquém de nós próprios. E eis que nos transformamos em pessoas novas e evoluidas. Crescemos mais um pouco.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Filosofática

Filosofática A Ciência do Pensamento Interpretativo A. Compreendendo a Filosofática... Filosofática é uma nova maneira de fazer filosofia. É a Ciência do Pensamento Interpretativo. É um outro e diferente olhar sobre a realidade que nos cerca, a partir do qual deseja explicar seus fundamentos, suas essências e aparências, seus princípios e suas manifestações racionais, simbólicas e imaginárias, conscientes e intencionais, de interesse daquela pessoa humana que realiza tal interpretação. É a Filosofia Interpretativa. É a visualização natural de como trabalha a racionalidade humana em contato com os fenômenos cotidianos e suas manifestações em forma de acontecimentos do dia a dia. Então, aqui e agora, filosofar é interpretar, raciocinar olhando os diversos aspéctos da realidade, refletir observando os detalhes dos fatos e as diferenças dos acontecimentos do dia a dia. Interpretando a realidade ao seu modo próprio, entende-se como a racionalidade humana tem um caráter individualizado, personalizado, característico de cada pessoa, ainda que suas reflexões, pensamentos e interpretações possam ser compartilhadas e interagir com outros grupos e indivíduos, diferentes comunidades e coletividades, tornando, enfim, a sociedade humana mais pluralizada, detalhada e diferenciada, sem perder é claro suas propriedades gerais, integradas e globalizadas. Assim a Filosofática deseja ajudar o homem e a mulher a descobrir uma das funções mais características da racionalidade humana: a de ser intérprete da vida e da realidade, possibilitando com suas reflexões cotidianas e seu olhar real, racional e consciente, uma vida melhor para a sociedade, com condições de progresso e desenvolvimento, crescimento e evolução que são possíveis de serem alcançados. Além disso, a Filosofática busca igualmente proporcionar ao ser humano em geral mais condições de exercer sua liberdade, meios mais fáceis, maiores e melhores de atingir a sua felicidade, a partir é óbvio dessa sua capacidade vocacional de interpretar os seres e as coisas, apontando pois tal caminho como o instrumento eficaz de libertação humana integral, com o qual fugirá de suas prisões ideológicas e escravidões psicológicas, excluirá de si e em si toda possibilidade de violência e agressão, maldade e divisão, opressão, exclusão e marginalização social. B. A Filosofia propriamente dita Contrariamente à tradição clássica aristotélica, segundo a qual a Metafísica ou Ontologia seria a própria filosofia, a Filosofática afirma ser a Eustática – Ciência dos Fundamentos da realidade – e a Insofismática – Ciência das Verdades relativas – a Filosofia propriamente dita. Ambas, ao lado da Filosofática, formam a trilogia filosófica com características essencialmente interpretativas, cujo trabalho hermenêutico é des-cobrir a substância dos acontecimentos, des-velar a essência dos fatos, fazer desabrochar os fenômenos da consciência real, racional e intencional, traduzidos em idéias e ideais, símbolos e imagens, intenções e interesses, valores, virtudes e vivências. Deste modo, trabalham a Filosofática, a Eustática e a Insofismática. São a própria Filosofia original, sabiamente concebida pelos gregos, antes refletida pelos chineses e indianos, e, ao longo da história da filosofia da humanidade, no Oriente e no Ocidente, desenvolvida sob múltiplas faces, em diferentes áreas do conhecimento, em diversas manifestações da existência cotidiana, tais como: a Ética, a Política, a Estética, a Ontologia, a Axiologia, a Epistemologia, a Teleologia, a Lógica, a Fenomenologia, a Hermenêutica, a História da Filosofia e etc. Todas essas revelações da Filosofia possuem caracteres reflexivos, investigativos e interpretativos. Constituem pois o Pensamento Filosófico enquanto tal. C. A Filosofia Científica A Filosofática – Ciência do Pensamento Interpretativo – ao lado da Eustática – Ciência dos Fundamentos da realidade – e da Insofismática – Ciência das Certezas relativas – são consideradas pelos especialistas, mestres e doutores de filosofia, como Ciências Filosóficas onde os dados da abstração e da apreensão são fornecidos pela racionalidade humana, os dados da sensação e da observação são obtidos dos sentidos e os dados da experiência são conseguidos da realidade prática cotidiana. Nesse sentido, o conhecimento verdadeiramente possível é alcançado quando a razão ou inteligência humana abstrai ou apreende da realidade concreta experimental, através das informações sensíveis e observáveis dos sentidos, tais matérias ou conteúdos de conhecimento de qualidade. Assim se processa o conhecimento. Deste modo se criam as idéias. Desta forma são gerados os conteúdos cognoscíveis. Portanto, para a produção do conhecimento verdadeiramente possível operam e trabalham juntas a racionalidade e a experiência, intermediadas pelos sentidos humanos. Eis pois a Filosofia Científica. Para tal, entram em ação a Filosofática – interpretando a realidade – e, ao seu lado, a Eustática – fundamentando a mesma realidade – e a Insofismática – autenticando tal conhecimento obtido desta realidade. Logo, a Filosofia agora é também Científica. 1. Realidade e Interpretação Observando o objeto real chamado cadeira, percebemos que podemos olhá-la de diferentes pontos-de-vista:de cima ou por baixo, da direita ou pela esquerda, pela frente ou por trás, e também pelo meio da cadeira. Assim é a nossa realidade. Assim são os nossos acontecimentos. Assim é a vida. É possível observar a realidade concreta sob diversos modos, de diferentes maneiras, de vários pontos-de-vista, a fim de compreendermos exatamente o que é a realidade, o seu conteúdo mais profundo. A Realidade é sempre a mesma. Muda, porém, o olhar sobre essa realidade: a sua compreensão, o seu conhecimento, o seu entendimento. Diferentes pontos-de-vista, vários olhares sobre o mesmo objeto real, o mesmo acontecimento histórico, favorecem uma visão global e parcial, maior e melhor, e, portanto, mais certa, correta e verdadeira, sobre tal realidade. Contudo, a realidade permanece inalterada, modificando-se apenas o olhar, a compreensão, o ponto-de-vista sobre essa realidade. Ex: o descobrimento do Brasil. A Realidade é a mesma: o descobrimento do Brasil. Todavia, a interpretação é diversa. Aliás, várias interpretações diferentes. Há quem diga que Pedro Álvares Cabral teve a intenção de descobrir o Brasil. Uma outra interpretação diz que o Navio de Cabral sofreu uma tempestade no mar, veio parar aqui no Brasil. Pode também o descobrimento do Brasil ser fruto do interesse de Portugal e Espanha, os grandes da época, séculos XV e XVI. Igualmente, pode ter sido consequência de uma guerra, um combate armado no mar, entre Portugal e Espanha, que resultou na descoberta do Brasil e da América. Quem sabe Cabral e Colombo se cruzaram pelo caminho; Estas são hipóteses, interpretações possíveis sobre uma mesma realidade: o descobrimento do Brasil. O que se viu para o objeto real(cadeira) também vale para o acontecimento histórico(o descobrimento do Brasil). Entretanto, a realidade em si é a mesma. Varia, porém, a interpretação desta mesma realidade. A Realidade é única, constante, absoluta. A Interpretação é variável, diversa, diferente, relativa. 1.a. Realidade e Interpretação Compreender a relação entre realidade e interpretação é fundamental para o entendimento da funcionalidade do processo de construção do conhecimento. A Realidade em si é estável, constante, permanente, enquanto que a interpretação da realidade é variável, flexível, relativa, dependendo sempre do olhar consciente e racional , interpretador da realidade natural, temporal, histórica, cultural, política, econômica e social. Deste modo, quando observamos uma cadeira, por exemplo, podemos visualizá-la a partir de diferentes pontos de observação: da direita ou da esquerda, de frente ou por trás, por cima ou por baixo, e, inclusive, do meio da cadeira. Veremos, sempre, uma realidade constante, com diversos pontos-de-vista, através dos quais olhamos a cadeira diferencialmente, relativamente, e, ao mesmo tempo, de maneira global. 1) Visão global e diferencial - 2) Visão subjetiva e objetiva 3) Visão relativa e absoluta. Quando observamos a cadeira (realidade), globalmente, temos uma visão completa, objetiva, integral, absoluta. Por outro lado, ao observarmos a realidade (cadeira) de modo pontual, relativo diferencial e subjetivo, teremos uma visão parcial e incompleta. Assim, a realidade é constante, e variável é a interpretação. 2. Ponto de Vista O Universo da Interpretação 1) Razão e desRazão No processo articulador do discurso hermenêutico ou interpretativo pode-se encontrar tanto informações reais, conscientes e racionais como também informações irreais e irracionais, ambas apresentando os 2 lados da mensagem e seu conteúdo linguístico então estudados e pesquisados. 2) Lógica e Dialética Por outro lado, o material que serve de estudo, análise e pesquisa hermenêutica ou interpretativa pode igualmente mostrar-se de forma lógica – quando há unidade e coerência no sentido da mensagem das palavras – ou de meneira dialética – quando o contexto linguístico surge com aparências contraditórias dentro si, havendo erros de conexão das palavras, falhas ortográficas, sintáticas e gramaticais, defeitos morfológicos, idéias contrárias e objetivos inalcançáveis. 3) Subjetivo e Objetivo A Mensagem trabalhada pode se achar evoluida de modo subjetivo ou objetivo. Sua subjetividade significa o reflexo do lado pessoal ou individual de quem produz seu conteúdo, sua criatividade, personalidade, individualidade, identidade, localidade, temporalidade, historicidade, cotidianeidade, espacialidade, contexrualidade, caráter, e seus pensamentos, sentimentos e comportamentos ali revelados. Sua objetividade traduz-se em nele descobrir elementos universais, objetivos, necessários, absolutos, globais, metódicos, estruturais, sistemáticos e metodológicos. 4) Identidade e Diferença A Pesquisa hermenêutica ou interpretativa ao analisar o conteúdo linguístico estudado identifica 2 modelos de abordagem literária: de um lado, a orgânica ou corporativa cujo desenvolvimento é linear, lógico, uno e unitário; por outro lado, a abordagem plural, distributiva, integral com uma evolução discursiva alternada, paralela, generalizada e globalizada. A primeira reconhece uma identidade no texto; a segunda apresenta um conteúdo diverso, diferente, ainda que não contrário ou contraditório. 5) Síntese e Análise Verifica-se também que o autor de uma obra focaliza-o ora de maneira sintética ora de modo analítico. No contexto sintético, a obra é visualizada em sua totalidade, de forma global e integral, universalmente distribuida. No contexto analítico, a obra possui um visual diferencial, articulado em seus detalhes e diferenças, onde as partes se diversificam e se distribuem somando um todo completo, ordenado e organizado. 6) Global e Diferencial Outrossim, a forma global e diferencial de se expressar enriquece a obra do autor, identificando suas características próprias e abrindo seu conteúdo com novas tendências e possibilidades que tornarão seu contexto literário mais perceptível, mais observável, mais abstraivel e mais propagável. 7) A Hermenêutica e suas possibilidades A Ciência Hermenêutica é aquela responsável pela interpretação do conteúdo linguístico e suas expressões textuais, sonoras e visuais, decifrando então seus caracteres originais, descobrindo seus dados e contexto históricos, analisando seu conteúdo discursivo e informativo, sintetizando seus elementos principais, abrindo suas possibilidades, superando seus limites, renovando suas tendências, desvelando sua originalidade, libertando-se de preconceitos e superstições, ultrapassando os obstáculos da palavra e da linguagem, transcendendo as barreiras bloqueadoras da nudez linguística. O Trabalho hermenêutico se faz dentro de um contexto linguístico para o qual contribuem eficazmente o repertório cultural do intérprete ou interpretador, sua educação familiar, seus valores morais e religiosos, seus conhecimentos científicos adquiridos, sua experiência vivida, sua prática cotidiana, sua realidade do dia-a-dia, seus contatos e relacionamentos diários, sua condições e relações de trabalho, a lógica do discurso e a dialética do debate, a crítica dos especialistas e sua opinião própria. Hermeneuticamente, é possível construir uma síntese global e uma análise diferencial do conteúdo estudado, realizando-se de fato um trabalho de pesquisa fundo e profundo, de caráter eustático e desenvolvimento insofismático, sem os quais a pesquisa hermenêutica interpretativa torna-se praticamente inútil. 3. Questão de Opinião Hoje em dia, opina-se sobre tudo e todos. É fácil dar a sua própria opinião. Comentar um fato, refletir sobre um acontecimento, explicar certas coisas, eis a mera opinião no cotidiano da nossa existência. Geralmente, a opinião não tem fundamento, não se apóia em certas bases da realidade ou da racionalidade, não assume um pensamento enraizado em certas fontes reais, racionais ou conscientes, embora possa ter o caráter de uma reflexão muitas vezes pensada, ser uma simples conjugação de palavras e frases sem estrutura lógica ou sistêmica, visto que seu objetivo é apenas manifestar o ponto de vista de uma pessoa ainda que sem raízes sistemáticas, sem bases fundamentais, sem princípios lógicos e ontológicos, sem fontes originadas na realidade ou no pensamento consciente e racional. De fato, ao manifestar a sua mesma opinião sobre os seres e as coisas, sobre os diferentes momentos da realidade, sobre as diversas circunstâncias da vida, sobre variadas situações do dia a dia, a pessoa humana deseja simplesmente apresentar a linguagem da interpretação positiva, embora tal interpretação ou opinião relativa não se sustente por si própria, não esteja alicerçada sobre os princípios da razão consciente, não reflita a racionalidade característica de um indivíduo de posse de sua mente reflexiva. Portanto, a opinião humana é efêmera, instável, relativa, inconstante, indefinida, indeterminada, incerta, incorreta, quase sempre duvidosa, muitas vezes parecida com o bom-senso natural, irrefletida em suas ocorrências linguísticas, não fundamentada na racionalidade, sem lógica e sem fontes consistentes. Outrossim, percebe-se que opinar é a linguagem corrente do dia a dia, o acontecer da interpretação relativa, a manifestação do pensamento sem fundamentos lógicos, racionais e conscientes. 4. Uma nova visão da realidade Todo indivíduo ou pessoa humana tem o direito natural de manifestar a sua visão da realidade, desde que em condições de respeito à liberdade alheia, sem ofender ou contrariar com abuso e violência os direitos dos outros, ou sua opinião ou sua diferente interpretação sobre os fatos. É a chamada liberdade de expressão. Liberdade com respeito e responsabilidade. Ou seja, o direito natural de expressar as suas idéias em público ou não, manifestar sua opinião própria acerca dos acontecimentos, interpretar a sua maneira os fatos, os seres e as coisas, visualizar os fenômenos da realidade abertamente, até os limites da liberdade dos outros, não ultrapassando as fronteiras do juizo e do bom-senso, mantendo então a dignidade humana, o respeito mútuo, e a responsabilidade recíproca, sem apelar para atitudes maldosas e violentas, excluidoras das pessoas, marginalizadoras dos indivíduos e repressoras da livre opinião ou expressão de pensamentos, sentimentos e comportamentos. Portanto, sob condições específicas pode-se apresentar a sua própria visão da realidade, a sua opinião pública e aberta, a sua outra, nova e diferente interpretação da vida e da sociedade. 5. Um outro olhar sobre os acontecimentos Uma das características da racionalidade humana mais importantes, além de sua capacidade interpretativa dos fatos da realidade, é sua possibilidade de interpretar diferentemente, de acordo com a consciência de cada um ou do grupo interpretador, o que na verdade proporciona diversas visões da realidade, novas visualizações dos acontecimentos, outros olhares sobre os fenômenos do dia a dia. Assim, de modo crítico e dialético podem coexistir várias opiniões ao mesmo tempo, mostrando pois as diversas faces da realidade, as diferentes racionalizações que podem ocorrer em um mesmo debate, conflitando então as idéias, realizando uma verdadeira tempestade cerebral, o que de fato resulta em crescimento social, político, econômico e cultural, progresso material e espiritual, evolução física e mental, desenvolvimento ordenado, disciplinado e organizado da sociedade como tal. Tais diferenças hermenêuticas ou mesmo suas contradições interpretativas na verdade possibilitam a clareza das idéias e a lucidez dos conhecimentos, coerência ética e fortalecimento espiritual. Essa iluminação interior causada pelo debate crítico e dialético de pensamentos e conhecimentos diferentes propicia certamente uma qualidade sem igual às discussões empreendidas, excelência ao diálogo apresentado e certa perfeição ao modo de visualizar as opiniões manifestadas. Todos crescem é verdade. 6. Uma diferente observação dos fatos Percebe-se no dia a dia das pessoas que convivem em sociedade que elas, embora sendo muitas, possuem cada qual sua diferente maneira de observar os fatos da realidade concreta, diferenciando-se umas das outras, cada uma com detalhes próprios e novos acerca dos acontecimentos diários, personalizando pois ao seu modo a visão que têm das experiências cotidianas, particularizando igualmente sua interpretação dos fenômenos de cada instante, singularizando seu olhar específico diante das situações da vida, perante as circunstâncias temporais e históricas, reais e atuais, ao lado e em torno das condições reais de cada momento, construindo assim para si e em benefício dos outros sua visualização construtora, positiva e otimista, visto que o ciclo natural das coisas da vida de cada dia segue um curso para a frente e para o alto, a partir de que se conclui que a cada hora da nossa existência humana estamos sempre crescendo, progredindo e evoluindo, desenvolvendo cada vez mais e melhor nossas atividades pensantes, discernentes e cognoscentes. Sim, somos diferentes. E crescemos nessa diferença de olhar sobre a realidade que manifestamos a cada momento. 7. Visualizar ao seu modo De fato, cada pessoa humana em particular tem seu modo próprio de perceber a realidade, interpretar os fatos de cada dia e olhar os acontecimentos, sempre fazendo a diferença entre seu mundo interior e a visão que os outros possuem, o que na verdade propicia-lhe um bom caráter comportamental, uma personalidade firme e forte, auto-estima elevada, alto-astral, mais otimismo em relação à vida, pensamento positivo diante da realidade que a cerca, maior senso de criatividade, responsabilidade pessoal, social e ambiental, grande capacidade de respeito interpessoal que mantém em referência aos outros, alto compromisso com as pessoas com quem vive e trabalha, satisfação vocacional e realização profissional bem apuradas, bom exercício de seus dons, carismas e talentos, mais entusiasmo com suas atividades cotidianas, mais animação em suas atitudes, mais motivação em seus empreendimentos e maior incentivo nos seus esforços por ajudar a construir um mundo mais humano, justo, pacífico, fraterno e solidário. 8. Interpretar a sua maneira O ato de interpretar tem um caráter mais pessoal do que coletivo ainda que se possa fazer interpretações em grupo, o que não invalida o lado individual dos seus componentes. Interpretar é apontar o seu ponto de vista sobre os fatos da realidade, ou acerca de quaisquer fenômenos subjetivos e objetivos. À primeira vista, interpretar está mais de acordo com a visão própria e pessoal que o indivíduo mantém em relação à experiência cotidiana, podendo igualmente tal olhar individual conjugar-se com outros olhares pessoais, o que aumenta de certa maneira o ângulo de visão que o grupo passa a ter diante da realidade. Logo, a ação interpretativa e interpretadora dos fatos pode ser individual ou coletiva, embora o lado pessoal, em ambos os casos, sobressaia com maior relevância e melhor consistência. Mesmo integrado a um grupo, o indivíduo não deixa de manifestar sua própria visão pessoal sobre as coisas e os seres que estão ao seu lado e ao seu redor, contribuindo é verdade de fato para uma maior interpretação dos acontecimentos, interpretação qualitativamente superior, visto que muitos integrantes do grupo contribuem para um olhar maior e melhor sobre a realidade. A Interpretação do grupo não deve ignorar a visão pessoal própria que cada um deve ter. 9. Ver as coisas e os seres a partir de uma perspectiva pessoal própria Dar a sua própria opinião sobre os acontecimentos do dia a dia deve enriquecer a visão que a sociedade tem sobre os fatos, ajudar no discernimento e diferenciação e detalhamento dos vários aspéctos que a experiência concreta possui, o que na verdade aumenta a nossa perspectiva global e diferencial olhando assim com mais clareza, lucidez e evidência a verdade que essencializa e fundamenta os fenômenos do cotidiano. Com efeito, emitir o seu próprio ponto de vista é o ponto de partida para um maior entendimento da realidade e compreensão de suas verdades mais fundamentais, somando-se então a outros olhares interpretativos e interpretadores, configurando assim uma maior visão do concreto e uma melhor experiência da realidade. É importante portanto salientar o grau de relevância que representa uma opinião bem fundamentada, um ponto de vista essencialmente bem concebido, uma visão da realidade bem orientada, substancialmente bem construida e aparentemente bem de acordo com o ambiente onde deve se inserir o seu conteúdo pessoal ou coletivo. Oferecer o seu ponto de vista sobre a realidade é fator de crescimento para todos, desenvolvimento da sociedade, evolução dos corpos e das mentes e progresso material e espiritual para toda a coletividade. 10. Enxergar os diversos ângulos da vida A Realidade é única mas são várias as interpretações que se podem obter dessa mesma realidade. A Vida real possui diversos ângulos de observação de onde se visualiza suas verdades e certezas de diferentes modos críticos, sintéticos e analíticos. Com efeito, embora a vida e a realidade sejam sempre as mesmas, com identidades próprias, a maneira pela qual podemos olhá-las é múltipla, polivalente e pluridimensional. Sim, realmente, a racionalidade é interpretativa e interpreta a realidade que nos cerca de diferentes modos, sob ângulos diversos de observação, o que na verdade nos ajuda a entender melhor tal realidade, compreender a vida que vivemos com mais autenticidade, globalidade e diferencialidade, com detalhes mais vivos e abertos, tornando nossa interpretação dos fatos mais verdadeira e transparente. Tal possibilidade aberta de interpretação plural da realidade vem de fato nos enriquecer mentalmente, engrandecer os nossos conhecimentos e qualificar de fato nossa capacidade de discernimento, o que nos dá condições certas e corretas de sempre fazer a verdadeira diferença entre as coisas, separar o bem do mal, o verdadeiro do falso, a paz da violência, a vida da morte, o amor do ódio, e assim por diante. Interpretar pois é saber fazer bem a diferença entre os seres e os objetos. 11. Os vários aspéctos do ser, pensar e existir A Vida é interpretação. Viver é interpretar. Interpretando a vida do ser, a realidade do pensar e o fenômeno da existência neles descobrimos detalhes que aumentam a nossa compreensão de suas características fundamentais, neles desvelamos suas verdades essenciais bem diferenciadas, neles abstraimos sua globalidade de situações diversas, neles apreendemos conhecimentos necessários para o bom entendimento de suas circunstâncias de vida autêntica, certa, correta e verdadeira. Assim nossa inteligência dos acontecimentos torna-se mais aberta e liberta, mais renovada a cada momento, já que nossa capacidade interpretadora dos fatos faz da novidade permanente a verdadeira realidade de nossa consciência, esta cada vez mais criativa, mais produtora de novas e diferentes possibilidades, geradora de condições de vida e trabalho mais condizentes com a realidade da existência humana. 12. Viver é Interpretar Observa-se cotidianamente que a pessoa humana, homem e mulher, passam a vida inteira interpretando... Interpretando os acontecimentos. Interpretando a realidade ao seu lado e a sua volta. Interpretando os seres e as coisas. Interpretando os fenômenos reais com os quais vive, convive, mantém contato e se relaciona diariamente. Interpretando a política e a economia. Interpretando a cultura e a sociedade. Interpretando a moral e a religião. Interpretando o tempo e a história. Interpretando a arte e a filosofia. Interpretando a ciência e a tecnologia. Interpretando aleatoriamente, sem definir seus objetos de pensamento, sem fundamentar sua opinião, sem refletir em bases sólidas da consciência ou da racionalidade, dentro ou fora da realidade em que se vive no dia a dia da sociedade dentro da qual estamos inseridos neste mundo em que vivemos. É próprio do ser humano em geral interpretar. Emitir sua opinião sobre as coisas, ter seu ponto de vista pessoal sobre os fatos da realidade, possuir sua visão personalizada dos acontecimentos do dia a dia, olhar a sua maneira os fenômenos reais ou racionais, conscientizar-se dos problemas cotidianos ao mesmo tempo em que tenta solucioná-los, encontrar uma resposta às suas perguntas permanentes, resolver suas questões mais interrogativas, buscando assim um novo modo de viver a vida, com mais sentido e maior razão de ser, mais dinâmica e mais coerente com os objetivos existenciais a que se propõe realizar durante a vida diária de cada momento temporal e circunstancial e de cada situação problemática assumida no decorrer de cada dia. Sim, realmente, vivemos interpretando... Somos em essência intérpretes da realidade que nos cerca. Somos interpretadores do cotidiano, de seus acontecimentos locais, regionais e globais, reais e atuais, temporais e históricos. Somos criadores assim da história, da nossa história de cada dia. Somos contadores de história e de estórias. Interpretar portanto é algo natural e cultural à existência humana como tal. De fato, nossos conhecimentos são resultado de reflexões interpretativas que empreendemos em relação à realidade cotidiana. Todo saber, pensar e conhecer, sentir e se comportar são consequências de uma atitude reflexiva interpretativa do sujeito humano perante a realidade que o envolve, com a qual se relaciona e mantém contato no dia a dia. Somos intérpretes. Tal a nossa essência natural. A razão do nosso existir e o sentido da nossa vida. 13. A Vida é Hermenêutica Nós, seres humanos vivos, dentro e fora da experiência real cotidiana, estamos sempre fazendo e vivendo da Hermenêutica, ou seja, concebemos a vida, o ser e a existência a partir de nossa própria interpretação dos fatos e acontecimentos do dia a dia, de acordo é claro com o nosso repertório cultural adquirido até aqui e agora, o nosso grau, nível, volume e qualidade de conhecimentos obtidos até então, a educação familiar que recebemos, os princípios de vida que abraçamos, os valores morais e as virtudes éticas que guardamos até hoje conosco, as vivências espirituais e as experiências existenciais de que nos apropriamos diariamente, o convívio social que estabelecemos com as pessoas cotidianamente, os nossos relacionamentos de cada dia e as nossas relações sociais, políticas e econômicas com as quais somos e pensamos, vivemos e existimos, sentimos e nos comportamos diante da sociedade da qual fazemos parte dentro deste mundo cotidiano onde nos encontramos hoje. Somos hermenêuticos. Somos interpretação em pessoa. Hermeneutizamos nossa vida de cada momento quando interpretamos os seres e as coisas a nossa maneira própria, deles tiramos algo bom para viver, neles visualizamos um outro, novo e diferente olhar sobre a realidade, com eles construimos uma ótima observação dos fenômenos diários, a partir deles criamos uma visão boa, legal e bacana sobre a vida, o ambiente em que estamos, o tempo e o lugar em que nos encontramos na situação presente, nas condições humanas, naturais e culturais nas quais nos realizamos e satisfazemos nossos desejos e necessidades, nas circunstâncias temporais e históricas, reais e atuais, locais, regionais e globais com que nos referenciamos dentro do Planeta Terra, estabelecendo então aqui e agora um ponto de contato, de relacionamento e de convivência com os grupos e indivíduos, comunidades e sociedades que se encontram ao nosso lado e ao nosso redor todos os dias e noites da nossa vida de cada hora, minuto e segundo. Hermeneutizar é próprio da pessoa humana em geral. Interpretar é o sentido da vida e a razão de existir. Para isso fomos feitos. 14. Fé, Razão e Interpretação É Natural o homem e a mulher terem fé. Uma fé natural em Alguém Superior, Ser Supremo, Pensamento Maior e Existência Melhor do que a nossa natureza humana pode suportar dentro de seus limites propriamente naturais. Igualmente, a pessoa humana em geral se utiliza dessa fé natural que ela possui para poder acreditar não apenas em Deus, o Senhor, o Criador, o Autor da Vida, mas também nas boas coisas da vida, no bem e na paz, na fraternidade e na solidariedade, em coisas que lhe atraem e em objetos que lhe são agradáveis e favoráveis, nos amigos que conhecem e nos familiares que lhe dão abrigo e o necessário para viver e existir, nas situações saudáveis que a vida tem e nas circunstâncias de amor e vida que o cotidiano lhe apresenta, nos momentos de alegria e de prazer, de saúde e bem-estar, de otimismo e felicidade, nas condições e relações de trabalho e de família que lhe oferecem alto-astral e uma auto-estima elevada, enfim, em tudo aquilo que é vida e que existe como reflexo e manifestação desse Alguém Supremo e Superior a tudo e a todos que chamamos de Senhor Deus, Princípio da Vida e Sentido da Existência. Do mesmo modo, essa fé natural serve de suporte ao nosso pensar, ser e existir. Ela de fato é o fundamento da nossa racionalidade. A partir dessa fé natural, articulamos nossos raciocínios, sustentamos nossos pensamentos, desenvolvemos nossos argumentos, empreendemos nossas retóricas, baseamos nossa lógica, originamos nossa dialética, defendemos nossa eustática de vida, advogamos a insofismática de nossas boas idéias e bons conhecimentos, garantimos a nossa boa ética comportamental e seguramos firme e fortemente a nossa boa espiritualidade natural. Sendo assim, a fé fundamenta não só a nossa racionalidade como ainda a nossa hermenêutica de vida e a nossa interpretação dos fenômenos cotidianos, dos fatos e acontecimentos do dia a dia. Logo, a fé é indispensável ao pensamento interpretador da realidade humana, natural e cultural, global e diferencial, integral e universal, tornando-se com efeito o grande princípio da razão, origem do processo inteligente de racionalização de nosso cérebro, com o qual construimos a cultura, a política e a economia, a sociedade e o cotidiano da nossa vida, o ser e o saber, o pensamento e a existência, o corpo material e a alma espiritual, a ética e o conhecimento, a moral e a espiritualidade, a ciência e a tecnologia, a arte e a filosofia, o tempo e o espaço, a história e a eternidade. Graças a essa fé natural do ser humano, dom de Deus às suas criaturas, é possível pensar e raciocinar com lógica e dialeticamente. Assim nasce a nossa interpretação pessoal acerca dos seres e das coisas reais e atuais. Acreditando pois produzimos nossos pensamentos de vida e realizamos nossas interpretações da realidade. 15. O Exame da Realidade Ao examinarmos uma determinada realidade local, regional ou global, histórica, temporal e atual, o fazemos de modo crítico ou dialético, eustático ou insofismático, investigando suas origens momentâneas, situacionais e circunstanciais, seu contexto social, político, econômico e cultural, sua língua própria e suas linguagens simbólicas, textuais, imaginárias, sonoras e visuais, sua formação colonial, imperial e republicana quando houverem, seu fluxo esportivo, artístico e recreativo, seu complexo filosófico, científico e tecnológico, seus valores morais e suas virtudes éticas e religiosas, seu progresso material e espiritual, sua evolução física e mental, seu crescimento como realidade ordenada, disciplinada e organizada, sua sociedade naturalmente constituida e culturalmente desenvolvida, seus moradores e trabalhadores com seus grupos, comunidades e coletividades, sindicatos e associações, seu povo civil e militar, sua gente infantil e adolescente, jovem e adulta, idosa e mais velha, de aposentados e pensionistas, de homens e mulheres, de pobres e crianças, igualmente suas atividades e opções sexuais, seu quadro de saúde alimentar, suas doenças, moléstias e enfermidades, o bem-estar de sua população e o bem-comum de seus indivíduos e pessoas, suas fontes energéticas(solar, eólica, térmica, elétrica, hídrica, petrolífera, gás natural, biocombustíveis e etanol a partir do milho e da cana de açúcar, da soja e da beterraba), seus sistemas de transportes e locomoção, seus canais de mídia e comunicação social, sua estrutura de internet e informática, de rádio e televisão, de jornais, livros e revistas, de telefone fixo e celular, sua infra-estrutura de água e esgoto e saneamento básico, de gás e luz, de fogão e geladeira, seu setor imobiliário em evolução, seu cotidiano de ruas e avenidas, farmácias e jornaleiros, botequins e padarias, quitandas e armazéns, shoppings e supermercados, enfim, toda a sua mecânica diária de desenvolvimento cuja visão total ou parcial certamente haverá de nos ajudar na interpretação hermenêutica dessa realidade de vida experimentada em nosso dia a dia. 16. O Foco da Intencionalidade O Sujeito que interpreta uma definida realidade o faz tendo como objetivo final uma certa intencionalidade, a qual dirige o caminho da interpretação focalizando o seu conteúdo conforme os fins ora almejados. Buscar esses fins é a meta da hermenêutica que usa os mais diversos mecanismos para alcançá-los, seja através de sínteses concisas ou de análises precisas. Na verdade, a boa intencionalidade empreendida e seus objetivos almejados trabalham construindo metas a serem alcançadas, em função das quais têm origem a matéria estudada, a realidade examinada, o conhecimento gerado, o conteúdo produzido e a racionalidade investigadora que, por meio de sínteses e análises bem feitas, é a responsável por todo esse repertório cultural inteligente criado justamente a partir da ciência dos fins desejados ou da boa intencionalidade querida. Desse modo, de acordo com as boas intenções observadas acontece o processo investigativo e interpretativo com o qual se vai construindo o seu conteúdo de conhecimento de qualidade. Por conseguinte, os objetivos definidos, ou as boas ou más intenções em jogo, determinarão a qualidade da interpretação e a excelência de seu conteúdo processado. Sim, realmente, a intencionalidade é o foco da interpretação do qual dependem a perfeição ou a imperfeição hermenêutica. 17. O Clima Hermenêutico e o Ambiente Interpretativo O Mundo da Interpretação é rico em diferentes possibilidades identificadas com os diversos pontos de vista que se pode construir, as várias opiniões que são aceitas, as novas visões de mundo e de sociedade que são geradas, os muitos olhares sobre a realidade que são produzidos, as outras observações que se visualizam, enfim, um universo investigativo tal que posturas contrárias se chocam e posições adversas entram em conflito, todas essas sintetizadas em novas teses que por sua vez adquirem outras tantas antíteses gerando os mais interessantes e importantes campos de interpretação, em um esforço de lógica do pensamento, de crítica do conhecimento e dialética das alternativas de discernimento conjugados em um quadro hermenêutico único que engloba em si todos os diferenciais interpretativos e investigativos da realidade observada. Tal ambiente de tendências múltiplas e possibilidades diversas, de opções variadas e alternativas semelhantes mas não iguais configura a região hermenêutica analisada onde a realidade observada e suas construções racionais integram o conteúdo de conhecimento abstraido e apreendido. Nesse meio de aberturas, novidades e liberdades se encontram as condições indispensáveis ao surgimento da boa interpretação, garantia de segurança para as racionalizações assumidas e consolidadas. Esse o meio-ambiente da Ciência do Pensamento Interpretativo. 18. A Ótica da Vida No modo de olhar sempre positivo, otimista e construtivo - e jamais destruidor – que as criaturas humanas mantêm em relação à vida de cada dia, dando-lhe pois um caráter evolutivo e progressivo, construtor de novas possibilidades e alternativas de sucesso, de crescimento interior e exterior, de desenvolvimento de suas capacidades e potencialidades, de sua criatividade original carregada de imensos dons, carismas e talentos, propiciando então sua satisfação vocacional e sua realização profissional, o que, de certa maneira, pensando positivamente e com sua auto-estima elevada, seu alto-astral e otimismo animador de comunidades, motivador de grupos e indivíduos, incentivador de pessoas que geram ambientes de amizades e generosidades, fraternidades e solidariedades, enfim, nesse comportamento cotidiano produtor de saúde pessoal e bem-estar coletivo, onde quase todos se sentem de bem com a vida, gozando assim das boas coisas que a vida tem, a partir é claro de uma experiência de fé em Deus em que fazem da oração seu remédio existencial e espiritual, confiando nesse Senhor e acreditando nesse Deus de forma absoluta, sem reservas e sem reticências, sem ignorância e sem irresponsabilidade, está portanto a Ótica da Vida que cada ser humano em geral traz dentro de si, criadora de liberdade e felicidade para todos e cada um dos que vivem e convivem em sociedade neste mundo em que vivemos. 19. O Detalhe e a Diferença fazem a Essência do Ponto de Vista O que mais caracteriza a interpretação de um grupo ou de um indivíduo é a sua vocação natural de ser diferente em cada sujeito humano, com detalhes próprios que a personalizam, com particularidades que a determinam, com singularidades que a definem no meio da sociedade deste mundo em que vivemos. Detalhar a opinião e diferenciar a interpretação, eis a essência fundamental do ponto de vista articulado por uma pessoa humana que tenta explicar uma situação vivida, ou deseja argumentar em favor das idéias que defende, ou procura mostrar como suas certezas e suas verdades têm princípios básicos que sustentam o seu discurso, ou quer apresentar as fontes originais de onde surgiram seus conhecimentos agora visualizados. Essencialmente, o ponto de vista é feito de detalhes que o diferenciam de outras opiniões. Substancialmente, a interpretação é constituida de diferenças que a fazem divergir ou convergir para outras visões da realidade. Todavia, nunca as opiniões são iguais embora aparentemente tenham o mesmo sentido. Assim, observa-se que os discursos humanos, na sua essência, são divergentes ainda que possam convergir na sua aparência retórica ou argumentativa. 20. Fundamentação da Opinião Para que uma definida opinião tenha bases científicas, ela precisa ser bem fundamentada tanto na sua parte teórica como no seu lado prático. Ou seja, em outras palavras, o ponto de vista de uma determinada pessoa quando enraizado em fontes conscientes em que são aprovadas pelo uso do bom-senso comum ratificado pela sociedade humana, ou confirmadas pela experiência da realidade cotidiana, apresentando pois origens sensíveis e inteligíveis, concretas e abstratas, objetivas e subjetivas, então, nesse instante, aqui e agora, pode ser admitido como possuindo um caráter científico, já que seus fundamentos podem ser considerados de fato universais, necessários, fundamentais, reais e atuais. Fundamentando nossas interpretações pessoais ou coletivas adquirimos nesse momento diante da comunidade humana lealdade, legalidade e legitimidade, verdadeira credibilidade perante o juizo da sociedade e o tribunal da humanidade, o que na verdade nos possibilita créditos perante as autoridades constituidas, aprovação automática da parte de seus representantes institucionais ou não, confiabilidade para a propagação de seu repertório cultural, sustentabilidade para a assimilação por parte de outros membros da coletividade, e produtividade pensante, discernente e cognoscente por parte daqueles que assumem um compromisso responsável com suas soluções então cabíveis, possíveis e viáveis. 21. A Genética da Interpretação Interpretar é um desejo humano e uma necessidade natural. Dentro da sociedade, na família ou no trabalho, na rua ou no supermercado, na escola ou no hospital, no botequim ou na padaria, na farmácia ou no jornaleiro, estamos sempre manifestando a nossa opinião, ou explicando o nosso ponto de vista, ou apresentando a nossa visão da realidade, ou mostrando como interpretamos os fenômenos sociais, políticos, econômicos e culturais, ou como olhamos os seres e as coisas com que convivemos e mantemos contato, ou como visualizamos nossas idéias e as idéias dos outros. O Fenômeno da interpretação é algo essencial à natureza humana, que, com sua reflexão pensante, discernente e cognoscente, ajuda o mundo a evoluir em suas bases reais e atuais, temporais e históricas, locais, regionais e globais, propicia progresso às consciências e desenvolvimento às suas experiências cotidianas, faz crescer a natureza e o universo, a sociedade e a humanidade, dando-lhes condições de obter maior e melhor saúde e bem-estar individual e coletivo. De fato, a reflexão interpretativa nos ajuda a resolver os nossos problemas e a solucionar as nossas interrogações existenciais, materiais e espirituais, a satisfazer os nossos desejos humanos e a realizar as nossas necessidades naturais. O Desejo interpreta e a necessidade explica o que é possível para a natureza humana. Eis as origens da interpretação. 22. As características de uma boa observação Fazer uma boa observação, analisar um determinado aspécto da realidade, interpretar um fato novo ou um acontecimento diferente dentro do contexto histórico em que vive atualmente, visualizar bem as diversas faces do momento real ou da situação presente em que se encontra, eis algumas das circunstâncias filosofáticas que, para serem bem articuladas e desenvolvidas, necessitam de alguns caracteres que tornam a realidade hermenêutica bem definida e bem fundamentada em sua construção interpretativa. Vejamos alguns desses caracteres: a) a interpretação deve basear-se em detalhes e diferenças, singularidades e particularidades descobertas pelo hermeneuta no interior da realidade analisada b) o conjunto do discurso interpretativo e suas partes conectadas umas às outras devem ter uma intencionalidade própria e ao mesmo tempo objetivos finais a serem alcançados c) o conteúdo de conhecimentos interpretativos segue interesses e intenções que o intérprete levanta para chegar aos resultados esperados de sua síntese e análise hermenêuticas d) o ambiente da interpretação deve ser orientado pelo discernimento entre boas e más idéias, pela construção otimista e positiva, ou negativa e pessimista, de quem realiza a observação da experiência real cotidiana, base fundamental de toda e qualquer boa e verdadeira interpretação e) a pesquisa hermenêutica e suas hipóteses e experiências interpretativas devem seguir o modelo ético comportamental do cientista filosofático, seus paradigmas de fé e espiritualidade natural, e sua transparência de bons conhecimentos, sentimentos e comportamentos f) A Realidade da experiência cotidiana é o fundamento da análise e pesquisa filosofática, de onde se constróem suas conclusões positivas e otimistas, as respostas aos grandes questionamentos, dúvidas e incertezas de caráter real e racional, e as soluções necessárias para a gigantesca problemática da vida humana, natural e cultural g) O Repertório de assuntos, conteúdos, idéias e conhecimentos a serem observados deve ser bastante variado e diverso, sempre novo e diferente, ainda que outras realidades e discursos tradicionais ou não possam ser examinados h) Todo e qualquer exame filosofático precisa ser bem fundamentado, repousar em bases sólidas de conhecimento e discernimento, com os quais os instrumentos da interpretação podem ser usados com sucesso, prosperidade e tranquilidade Eis pois algumas características da boa interpretação da realidade do dia a dia de nossas vidas humanas, que se sustentam verdadeiramente a partir da hermenêutica que empreendemos no contexto temporal e histórico, real e atual em que vivemos e existimos hoje aqui e agora em nosso presente e futuro. 23. Discernimento: a ferramenta da interpretação Ao se construir o conhecimento e seu conteúdo em forma de outras, novas e diferentes idéias, símbolos e valores, se utiliza da nossa capacidade de discernir os seres e as coisas e seus detalhes diversos e suas diferenças variadas para se obter a perfeita hermenêutica, uma boa qualidade de interpretação sobre a realidade dentro e fora de nós e uma excelente potencialidade de observação dos fenômenos da história cotidiana e seus fatos diários e acontecimentos sempre relativos à natureza humana e seu universo de realidades reais e racionais, conscientes e experienciais, e mesmo irracionais e inconscientes e irreais, frutos da imaginação descontrolada e sem domínio que articula pensamentos dialéticos sem lógica e coerência retórica e argumentativa. Discernindo as palavras e as ocorrências mentais e temporais, e analisando suas boas possibilidades de interpretação, relativiza-se o conhecimento e faz-se da verdade um processo em construção permanente e progressiva, gerando-se então certezas dinâmicas e processuais que culminam com a obtenção de uma ótima hermenêutica de qualidade e excelência reconhecidas. 24. Fazer bem a diferença Para que uma boa hermenêutica seja realizada e sua consequente interpretação das coisas tenha sucesso garantido é necessário um ótimo discernimento espiritual a partir de que se faça a devida diferença entre os seres que compõem o ambiente interpretativo. De posse desses dados, então, o ponto de vista surge bem equilibrado, com bastante conteúdo de conhecimento, sempre detalhando em si, de si e para si, o que é certo e correto, distinguindo-o do que é duvidoso e não aceitável naquele preciso momento onde o pensamento discernindo os fenômenos da consciência constrói a sua opinião bem fundamentada, efeito de um raciocínio bem detalhado e bem diferenciado no que concerne aos objetos da análise hermenêutica sustentada. Tal clima diferencial, que possibilita o processo interpretativo, constitui a fonte de detalhes responsáveis pelo bom discernimento de espírito. Nesse movimento detalhador de palavras e diferenciador de mensagens, acontece o discurso hermenêutico e sua dinâmica interpretativa, em função de que é gerado o conhecimento analisado, e se obtêm as raizes de seu repertório de conteúdos e as consequências de sua reflexão contextual de acordo com o tempo e o lugar onde ele se manifesta. Fazendo sempre a diferença certa, reta e correta é possivel um bom discernimento, razão de um ótimo conhecimento, fundamentos de uma razoável análise interpretativa, sentido da Ciência Hermenêutica. 25. A Verdade é Relativa Toda e qualquer verdade construida no interior da experiência real humana e cotidiana é sempre relativa a mim. Pois então não existe a verdade, mas a minha verdade. Observamos assim que os nossos conhecimentos obtidos no dia a dia da nossa vida, as idéias criadas e os valores concebidos, as imagens produzidos e os símbolos gerados, os interesses em jogo e as intenções propostas, as virtudes éticas e as vivências espirituais, existem sempre em função de mim mesmo. Até o Sol, astro celeste, que brilha e esquenta o tempo e os espaços em volta de si próprio, têm sua luz e calor voltados para a minha pessoa, porque sou eu, cada sujeito em particular, que percebe que o Sol ilumina a mim e para mim, me abrasa e me fortalece, e nessa percepção de cada eu e de todos nós tem sentido a Fogo do Sol, cuja energia de vida funciona para mim e para cada ego, transformados em nós, razão da luz do Sol e sentido do seu Fogo enérgico. Como também um determinado acontecimento social ou um definido fenômeno cotidiano, como por exemplo uma partida de futebol no Maracanã entre Flamengo e Vasco da Gama, no próximo domingo de tarde, somente existe ou tem razão de ser em referência ao meu eu, na relação que o jogo tem comigo, e generalizando a todos nós torcedores do Vasco e do Flamengo. De fato, a verdade é relativa. Ela é relativa a mim. Ela se relaciona comigo. Mentém sempre uma referência ao meu ego, a nós, aos nossos egos. Tal o sentido da verdade e suas certezas dependentes da visão que eu tenho delas, pois precisam da minha interpretação de seus “fatos conscientes” que se dão a mim e a nós, que necessitam do meu olhar sobre elas, a fim de que eu as examine e avalie e então as considere ou não realidades autênticas e transparentes. Logo, a verdade depende de mim. Da minha racionalidade interpretadora de suas ocorrências em minha mente. Da minha ótica interpretativa, portanto, depende a verdade da realidade e suas certezas fenomenais que se ligam a mim e de mim recebem a devida aprovação no que se refere a sua autenticidade real e transparência racional. Com efeito, o que na realidade existe é a ideologia de Karl Marx, o niilismo de Nietszche, a teoria da relatividade de Einstein, o existencialismo de Sartre, a fenomenologia de Heidegger, o governo de Lula, o presidencialismo de Getúlio Vargas, os massacres de Hittler, o incêndio de Nero, a psicanálise de Freud, a teoria do inconsciente de Young, a filosofia de Deleuze, o realismo de Aristóteles, o iluminismo de Rousseau, o musical de Bethoven, e assim por diante. De certo modo, as idéias antes são individualistas, personalizadas, e depois se tornam plurais, globais e universais. Como também surgem de debates e discussões críticas e dialéticas. Todavia, sobretudo são pessoais. Relativas a mim. Assim pois se constitui e sobrevive a verdade em nosso contexto social, político, econômico e cultural. Depende por conseguinte do nosso ponto de vista. Igualmente, Deus tem também a sua própria noção de verdade e visão da realidade. Existem as verdades de Deus. Relativas a Deus. Em referência ao Senhor. Desse modo, funcionam a vida, a natureza e o universo. 26. O que é a História ? A Consciência da Realidade e a Interpretação dos Fatos A Temporalidade e a sua historicidade se caracterizam por ser uma consciência humana acerca da realidade e a sua interpretação relativa aos fatos do dia a dia e aos acontecimentos cotidianos. Portanto, a história é real mas não é o real, e sim a interpretação do real, a consciência que o homem e a mulher têm de suas manifestações no ambiente que os cerca, afetando pois a sua mente ativa, inserida nesse contexto temporal, real e atual de aparências coisificadas. Sim, a história não é a realidade, porèm a consciência dessa realidade que se me manifesta como fatos concretos ou acontecimentos diários. A História logo é interpretação, é a racionalidade humana que se debruça sobre a realidae para interpretar a sua maneira os seus fenômenos aparentemente reais, atuais e cotidianos. Interpretando, pois, fazemos história. Então, tomamos consciência dos acontecimentos que tocam a nossa vida, que afetam o nosso ser, pensar e existir, que contagiam o nosso ambiente mental, físico e espiritual. Essa interpretação é relativa, varia de consciência para consciência, constituindo-se assim nas diferenças que a racionalidade abstrai da realidade e nos detalhes que essa mesma inteligência apreende desse cotidiano real e atual. A Consciência é interpretativa. E a história é a consciência dessa interpretação. 27. O Filosofar e suas raizes Talvez a função da Filosofia propriamente dita, como dissemos acima, seja a de interpretar os fenômenos da realidade cotidiana, de modo fundamentado, organizando seus conteúdos de experiência abstraidos de forma inteligente, disciplinando sua atitude metódica e sistêmica de maneira a apreender bem suas práticas transformadas em conhecimento, e ordenando discernidamente segundo a postura do filósofo as turbulências do pensamento, suas confusões mentais e complicações racionais ou não. Assim, o intérprete da realidade busca sustentar o seu discurso através de um comportamento onde os seus princípios definem o seu ponto de vista e os seus valores determinam sua visão do tempo e da história e suas interpretações das sociedades humanas em que se encontra inserido aqui e agora. Quem sabe pois o filosofar seja um questionamento dos fatos, onde as respostas se tornam novas e diferentes perguntas, e as interrogações culturais e sociais, políticas e econômicas se façam a base da construção da filosofia e a fonte de progresso da consciência que caminha para a sua liberdade, raiz de sua verdadeira felicidade. Com efeito, filosofar é isso. Procurar as raizes da interpretação, e gerá-la de acordo com a base sustentadora de seu discurso em que o olhar interpretador examina, avalia e investiga com fundamentação teórica e prática as letras que constituem as teorias, as palavras que formam e informam a linguagem, e o discurso criador de novas possibilidade hemenêuticas, diferentes tendências de aprendizagem, outras alternativas de saber e grandes oportunidades para se produzir conteúdos de filosofia de qualidade sustentável, refletindo pois o papel do filosofar em nossos dias atuais onde tudo é questão filosófica e todos são problemas para a filosofia. Desconstrói-se pois desta maneira o estigma ou o fantasma queafirma ser a filosofia uma doutrina de doutores e especialistas para então se tornar a escola de intérpretes do cotidiano, a casa personalizada de visões e interpretações da realidade diversas e adversas, diferentes e contrárias, novas e tradicionais. Por isso mesmo pode-se concluir que todos nós, desde o pequeno gari da rua até o presidente da república, podemos ser filósofos, desde que cumpramos as condições hermenêuticas acima descritas. Filosofar é interpretar. 28. Reflexão Crítica Método Dialético As Alternativas de uma Interpretação Diferenciada Como observamos acima, a Filosofática se caracteriza por interpretar com fundamento a realidade cotidiana, e essa sua abordagem filosófica é bastante variada, feita das diferenças de pontos de vista, de visões da realidade diversas e de uma ótica de vida ou observação cotidiana muito detalhada, de tal maneira que um único acontecimento da história ou um objeto qualquer da realidade diária pode ser visto de vários ângulos, de diferentes olhares, interpretações que se diferem umas das outras pelo conteúdo abordado, pelo método desenvolvido, pela intencionalidade alcançada e pelas raizes do discurso que fundamentam o seu contexto linguístico e o seu jeito novo e diferente de considerar a questão, ou apresentar a sua observação sobre o ser ou a coisa visualizada, evoluindo assim a sua conclusão para um jeito observador bem característico e próprio quando seu objetivo final é alcançado, revelando o seu objeto tal como ele é, apenas variando as diferenças de abordagem, a visão de cada um e o olhar específico de todo obervador. Assim, a reflexão sobre a coisa ou o fenômeno da realidade reflete a sua postura crítica e dialética diante de uma ambiente ou situação tremendamente diferenciada, cada qual uma altenativa de linguagem e de observação, uma possibilidade outra, nova e diferente de se construir a verdade, a sua identidade própria, a sua manifestação específica, segundo o contexto do observador da realidade que a interpreta de modos diversos, e até adversos. 29. Consciências Concêntricas Ao interpretarmos dados e informações de uma determinada realidade adquirimos uma consciência dessa mesma realidade, e à medida que compreendemos seus detalhes e diferenças vamos obtendo outras, novas e diferentes consciências de modo a constituirmos diversas mentalidades dentro de nós mesmos e formarmos variadas culturas em nosso interior, o que nos conscientiza de que temos um grande número de consciências inseridas em nossa consciência maior, razão de diferenciarmos bem as coisas, discernirmos a verdade de cada acontecimento, e produzirmos pensamentos de pensamentos, conhecimentos de conhecimentos, gerando em nós uma inteligência plural onde a concentração interna de racionalidades concêntricas possibilita em nós um universo de entendimento global e relativo, total e parcial, transformando as nossas idéias em fonte de conteúdos de qualidade, ricos em espiritualidade e de excelência etica e espiritual. Assim, pensando o pensamento vamos criando um mundo de matérias de conhecimento que nos tornam pessoas verdadeiras, livres e felizes. Conscientes dessa realidade, originamos um campo fértil de materiais cognoscíveis e discerníveis, base de uma consciência polivalente e multifuncional. Deste modo, vivemos uma conscientização mais clara e eficaz acerca dos fenômenos da realidade cotidiana. Então, se qualificam os nossos conhecimentos, interpretados de uma maneira transparente e sólida. 30. Pensando o Pensamento Quando começo a refletir sobre uma pessoa ou algum objeto ou coisa qualquer, ou definida situação da realidade ou circunstância momentânea do cotidiano da vida, idéias surgem na cabeça, formam-se conceitos e definições, brotam palavras e frases, sem querer, independente da minha vontade, dando início a uma meditação sobre esse tema ou assunto, quando então passa a trabalhar a racionalidade, articulando argumentações e produzindo ideologias ou determinadas teorias, de uma maneira lógica e ordenada, quando é claro utilizo o bom-senso das coisas e de modo equilibrado gero um texto mentalmente, leio-o e releio-o, consertando o conteúdo ativado e originando uma metodologia de pensamento onde o juizo racional concatena as letras, introduz a matéria consciente e finalmente concluo desenvolvendo minha autocrítica pessoal ao mesmo tempo que uso da dialética conceitual para criar conhecimento, fruto de um discernimento inteligente e que configuro como fazendo parte da minha contextura ideológica, conseguindo atingir o meu objetivo final que é a produção de uma idéia articulada e desenvolvida, a qual eu carrego de criatividade e de terminologias que qualificam o material pensado, enriquecem o conteúdo discernido, evoluindo então para a construção final e definitiva do fenômeno mental chamado idéia. Como se vê, pensar é interpretar. Raciocinando interpreto a siuação pensada, apresento o meu ponto de vista pessoal e a minha própria visão dessa coisa refletida. Assim, o pensamento se cria, as idéias se articulam, faço a diferença entre as coisas refletidas e produzo então um texto mental, bem orientado pela capacidade argumentativa de levar ao fim o desenvolvimento do conteúdo pensado. Então, o pensamento se volta para si mesmo, e reflete positivamente, cria outros, novos e diferentes conteúdos de conhecimento, para finalmente fazer existir na mina consciência reflexiva o material textual, consequência de minha atividade meditadora de letras, frases e idéias articuladas entre si, e desenvolvidas para enfim expressar um conteúdo temático cuja identidade une o pensamento com a experiência, a racionalidade com a prática cotidiana: eis então o conhecimento. Tal a beleza da reflexão humana que através de idéias e palavras articuladas produz um grande conteúdo de conhecimento de qualidade, efeito do trabalho inteligente da mente humana reflexiva. Deste modo, se gera o conhecimento. Constitui-se pois então a idéia e seus efeitos cognitivos e discernentes, a própria ideologia formada e informada pela sua articulação própria, para a qual contribuiram decisivamente a reflexão e o conteúdo textual. Desde agora o pensamento se faz conhecimento. Através de uma interpretação lógica e personalizada surge a teoria ou a ideologia pensada. A Razão é interpretativa e interpretadora dos dados da realidade da vida e do cotidiano. 31. Levados pela vida Somos pensados Com certeza, a realidade cotidiana define nossas atitudes diárias e noturnas e a vida de cada instante determina nossos comportamentos em sociedade, ainda que tenhamos em outras horas a iniciativa de comandar nossas ações em grupo ou individuais, controlar nossa mente e dirigir nossas atividades de todos os dias. Acontece porém que igualmente em diferentes momentos ocorre que somos levados pelo vento da vida, perfumados pelos odores do tempo e vividos pela sabedoria do cotidiano das ruas, da família e do trabalho. De fato, às vezes acontece que o mundo nos toma pela mão, nos abraça com força e nos conduz pelos caminhos da existência, definindo nossos passos e determinando as nossas opções fundamentais de cada hora, minuto e segundo. Talvez seja Deus, esse Alguém Superior que algumas vezes nos carrega pela vida e pelas avenidas do tempo e da história. Quem sabe uma Força Suprema ou o Poder da natureza nos encaminhe para o trabalho, crie as nossas idéias pensadas ou faça com que nossos hábitos e costumes tomem uma certa direção na realidade. O Fato é que possivelmente Alguém parece nos levar, fazer-nos seguir uma estrada nova e apontar-nos para um caminho nunca antes por nós trilhado. É possível que nossos pensamentos já foram pensados por outros; ou que nossas idéias já produzidas antes por alguma pessoa; ou nossas atividades sejam guiadas pelo cérebro de Alguém, controlador de nossas alternativas de vida e dominador de nssos conhecimentos ainda debilitados. Com efeito, somos pensados e desejados pelos pensamentos e desejos dos outros. Uma energia que nos é alheia, está fora de nós, e que faz a nossa cabeça em qualquer situação vivida e em outras circunstâncias compartilhadas. Sim, você já descobriu isso ? Que Alguém nos comanda mesmo que nos consideremos comandantes de nossas ações e destinos ? Alguém nos dirige a toda hora ? Alguém está fazendo nesse momento a nossa cabeça tentando conseguir de nós alguma coisa ? Acordemos para esse fato. São fenômenos do cotidiano que devem nos despertar, para que enfim sejamos nós mesmos, e não os outros, os guias corretos de nós esmos. Pense pois em pensar sem se deixar ser pensado, ou viver sem ser vivido, ou desejar sem ser desejado. Sigamos a nossa consciência, e não a consciência dos outros, Tenhamos o nosso próprio ponto de vista pessoal embora o debate seja importante e interessante ouvir as outras pessoas e opiniões alheias. Contudo, assumamos nós o comando de nós mesmos ainda que a vida e o cotidiano nos digam o conrário. 32. Em busca da verdade A Razão da nossa produção de conhecimentos ricos em qualidade de conteúdo e a geração de idéias de excelência ética e espiritual, é de fato a busca da verdade fundamental, que nos faz livres e felizes existencialmente. Runo ao verdadeiro, criamos as condições de possibilidade do conhecimento, fazemos a diferença entre as coisas e os seres que nos rodeiam, usamos o discernimento para abrir nossa cabeça ainda presa de preconceitos morais e superstições religiosas, renovamos nosso repertório cultural e nos libertamos de tradições antigas e de paradigmas já ultrapassados, para então abraçarmos modelos plurais, polivalentes e multifuncionais, garantidores de uma experiência de qualidade, onde nossos direitos e obrigações são cumpridos com lealdade, honestidade e sinceridade. O Anseio pela verdade nos move para cima e para frente, transformando-nos para melhor, conquistando outras esferas de ideais realizadores de nossas vocações e profissões, sustentadores de nossa vivência à procura de saúde individual e bem-estar coletivo. Desta maneira, nos realizamos na vida, satisfazendo nossos desejos e necessidades, aspirando por grandes sonhos e esperanças, e podendo então concretizar antigos ideais agora compreendidos com mais consciência e liberdade. É a felicidade que bate à nossa porta. Deus seja glorificado. 33. O bom observador Ao visualizar a realidade que o cerca, o intérprete dá a sua opinião sobre o fato, percebe seus detalhes mais interessantes e observa seus aspéctos mais importantes, analisa com rigor e fundamento seu cotidiano, e olha o seu contexto total e parcial, nele descobrindo ambientes de conteúdo inovador, libertos das prisões de ideologias escravizantes, e assim consegue revelar a sua identidade, desvelar os segredos do acontecimento e apreender as diferenças que o tornam abstraível à nossa inteligência. Assim, o bom observador capta detalhes, segredos e diferenças que fazem a ótima interpretação, constatando ao mesmo tempo a linguagem obtida, os recursos da realidade, as funções do olhar interpretador e a abstração conclusiva dessa racionalidade operante. Como se vê, a essência da interpretação é a observação. A partir dela se constrói o mundo da hermenêutica e seus efeitos linguísticos reais e atuais. Nesse olhar que interpreta, é preciso concentração interna e apreensão externa, a fim de que a análise interpretativa seja bem feita, com qualidade de conteúdo, riqueza de linguagewm e excelência de realidade. Ao final, uma conclusão positiva, aprovada pelo bom-senso, confirmada pela sensatez e ratificada pelo bom equilíbrio humano e natural. Enfim, uma grande interpretação. Tal a substância do filosofar. 34. O Discurso Competente Nas palavras, letras e frases do observador o sentido de sua interpretação, feita com fundamentação teórica e prática, com conteúdo carregado de profundidade abstrativa e qualidade de material, com planejamento estrutural e sistêmico, com linguagem clara, lógica e distinta, de modo que o seu discurso seja considerado competente, respeitado por seus leitores e ouvintes, venerado pela imprensa e meios de comunicação, integrado às mídias sociais e aprovado pela opinião pública e a sociedade em geral, o que confirma a solidez de sua matéria discursiva, a firmeza de seu caráter ético e espiritual e a fortaleza e luminosidade de seu linguajar natural, criativo e cheio de experiências linguísticas onde reinam a beleza da arte de interpretar, a grandeza de seu repertório cultural e a riqueza de seu manifesto popular ou não, o que configura seu discurso como de competência profissional, emitido por intérprete digno e qualificado, que merece a reverência da literatura técnica e o “sim” da cultura filosófica em que a interpretação é consumida, produzida e consolidada cotidianamente. Nesse processo de aprovação de seu conteúdo interdisciplinar imperam a boa consciência e a liberdade de questionar e se questionar, o ponto de vista próprio e sua ótima visão da realidade, tendo em vista o desenvolvimento do artista e sua arte de ler e escrever, criar e fazer evoluir o discurso tecnizante. Desse modo, faz-se a boa interpretação cujo contexto real e atual e cotidiano serve de chão para o progressivo gerar-se da filosofia propriamente dita. Assim nasce o grande intérprete e sua obra de qualidade e riqueza interpretativa e grandeza literária. Então, o autor se torna competente de fato. 35. A Verdade nos move Motor de nossas interpretações positivas, razão de nossas buscas por transparência e sentido de nossa autenticidade, a verdade do conhecimento descoberto e descobridora dos pensamentos que se abrem, se renovam e se libertam, conduz nossos pontos de vista pessoais e encaminha nossas visões da realidade, definindo nosso comportamento filosófico e determinando nossa postura científica, principiando nossas pesquisas e descobertas pensantes, cognoscentes e discernentes, originando o movimento de nossa racionalidade à procura da desvelação de nossa interioridade, quando então nos encontramos com a verdade de nosso ser, e nos achamos de fato quem somos de verdade, identificando-nos com o modo de interpretarmos a realidade e conceber a nossa ótica de representação mental da realidade cotidiana. Sim, a verdade nos mobiliza ao encontro da essência do nosso espírito e substância da nossa alma. Assim, nossa atitude filosófica e nossa atividade científica são movidas pela busca da transparência ética e espiritual, a verdade da nossa interioridade. A conquista do nosso interior nos empurra para a frente e o alto, nos direcionando para o mais fundo da nossa inteligência quando pois apreendemos o sentido da realidade e abstraimos o profundo do nosso pensamento em busca do verdadeiro conhecimento. Assim, constrói-se a nossa consciência, sempre iluminada pela racionalidade à procura de respostas para nossas dúvidas e questões existenciais. Na verdade, a verdade é a solução para os nossos problemas. A Verdade interpretativa. 36. Devemos nos posicionar Ter o nosso ponto de vista pessoal acerca dos temas e assuntos da realidade cotidiana, desenvolver a nossa visão dos acontecimentos e saber interpretar com fundamento os seres e as coisas que compõem a nossa sociedade, eis uma atitude sensata e uma ação equilibrada de nossa parte, pois deste modo nos posicionamos diante dos outros, assumimos um compromisso responsável com a boa opinião, interferindo desta maneira no rumo da nossa comunidade local, regional e global, intervindo ainda nos destinos de nosso povo, nossa família e trabalho, o que certamente nos ajudará a ajudar a tornar mais feliz o nosso país, o mundo em que vivemos, contribuindo portanto para o progresso das sociedades humanas nacionais e internacionais, a evolução dos povos e o crescimento sustentável das nações emergentes, desenvolvidas ou em vias de desenvolvimento. Talvez a neutralidade possa ocupar esse espaço de livre expressão nos abstendo de posturas afirmativas ou negativas, mas quem sabe o nosso “sim” ou “não” definirá a nossa compostura social e familiar, determinará o nosso comportamento coletivo ou individual, e contribuirá na boa saúde física e mental de nossa coletividade e bem-estar material e espiritual de toda a humanidade. Assim, construimos um mundo mais justo, humano e equilibrado, uma realidade mais bonita, alegre e otimista, e um tempo de mudanças para melhor rumo ao bem-comum de nossas sociedades plurais, polivalentes e multifuncionais. É bom e saudável nos posicionar. E fazê-lo bem. Que Deus nos ajude nesse sentido. 37. Saber conviver com as diferenças Muito importante para a nossa vivência cotidiana é saber que os outros existem, que estão presentes ao nosso lado e em torno de nós opiniões diferentes e até contrárias, pontos de vista diversos e até adversos, visões de mundo e de realidade divergentes e convergentes, interpretações da vida e da sociedade concordantes e discordantes. È sumamente precioso saber que o outro lado existe. Que muitos pensam não como nós ainda que algumas vezes as idéias se pareçam ou se tornem iguais ou semelhantes. Todavia, é vital dar oportunidade aos outros, saber conviver bem com as diferenças, reconhecer que existem posicionamentos que estão longe de nós, posturas de consciência que não se identificam com a nossa. Talvez isso evite preconceitos de nossa parte, ou uma mente oblíqua e supersticiosa, onde os detalhes de inteligência para inteligência quem sabe não se encontrem e exijam de nós e dos outros o bom convívio com as diferenças e os contrários, com a diversidade e a adversidade como disse acima. Isso é inteligente. Viver assim é racional. E causa-nos ordem mental e social. Passamos a viver equilibrados em que o bom-senso passa a imperar dentro dos fatos do dia a dia, no interior dos acontecimentos diários e noturnos, e junto aos fenômenos de uma sociedade cada vez mais plural, polivalente e multifuncional. Isso realmente nos traz a paz de que precisamos. Deus seja louvado. 38. Penso o que eu vivo Reflexo do reflexo, o pensamento humano traz em si a experiência cotidiana, e vai além ou aquém dessa realidade transformadora, dela abstraindo o que é inteligível ou dela apreendendo o que é sensível, operando então em si, de si e para si, e por si, uma metamorfose racionalizante onde as coisas se convertem em símbolos, sons ou imagens, e estes em idéias e representações mentais, fenômenos da mente que fazem trabalhar a nossa consciência em busca de sua liberdade, base de sua felicidade neste mundo em que vivemos em sociedade. Pensamos pois o que vivemos. A Vida acontece em nosso interior. Em nossa interioridade, o transcendente e o aparente, o inteligível e o sensível, a coisa em si e o ser para si, o efêmero e a essência, a substância e o acidente, tudo isso, enfim, refletindo interiormente a vida que acontece lá fora ou dentro de nós. Em nossa intimidade, vivemos a experiência do dia a dia, e esse nosso cotidiano está dentro ou fora de nós. Nossas vivências se fazem pensamentos vivos, reais e atuais, nos direcionando os comportamentos, definindo ações e atitudes e determinando nossas atividades diárias e noturnas. Nesse processo transformador do pensamento vivo e da vida da realidade, interpretamos o tempo e a história e articulamos um modo de pensar e sentir, agir e existir que se configuram em visão personalista da vida e da sociedade, onde obtemos opiniões diferentes e contrárias umas às outras, e pontos de vista diversos e adversos ao mesmo tempo. Assim se faz a história do pensamento humano. Deste modo, acontece a nossa consciência – reflexo do reflexo – que assume agora e aqui sua maneira de viver e existir a partir do pensamento e suas regras racionais, driblando pois seu fator imaginário e seu lado irreal e irracional, comprometendo-se portanto com princípios e valores que a orientam no bom caminho da vida. Eis a vida do pensamento e o pensamento que vive o que ocorre em si e fora de si. Somos o pensamento vivo que vive a vida cotidiana dentro e fora de nós. Somos vida. valores que a orientam no bom caminho da vida. Eis a vida do pensamento e o pensamento que vive o que ocorre em si e fora de si. Somos o pensamento vivo que vive a vida cotidiana dentro e fora de nós. Somos vida. 39. O Reflexo do reflexo O Ato de refletir é próprio da Cons-ciência humana, que então volta-se sobre si mesma, refaz seu caminho de pensamento, retoma e renova sua posição anterior, articula idéias encaixando umas com as outras, e assim produzindo o conhecimento, realizando a experiência do dia a dia, nela inserindo valores de vida moral e social, e princípios de ordem ética e espiritual, a partir de que temos uma boa orientação para a vida de cada dia, noite e madrugada, desenvolvendo trabalhos e atividades, ações e atitudes que certamente ajudarão a transformar para melhor a nossa realidade política e econômica, social e cultural. Deste modo, nos cons-cientizando desse reflexo da reflexão da inteligência passamos ora a assumir um compromisso responsável com uma vida direita e de respeito mútuo onde a bondade de nossos atos tendem a concordar com o bem de outras pessoas e convergir com o que de bom elas têm a oferecer. Desta maneira, criamos as condições indispensáveis para uma sociedade feliz, um mundo livre de preconceitos morais e superstições religiosas, introduzindo pois entre nós uma existência de qualidade, de riqueza de conteúdo social, moral e espiritual, e de excelência na ética e nos conhecimentos obtidos com o tempo, definindo assim nossa postura social diante dos outros e perante comunidades e instituições do convívio humano. Portanto, graças à reflexão da reflexão nos cons-cientizamos do que somos e temos, e passamos a viver com intensidade uma realidade onde a qualidade supera a quantidade, o bem transcende o mal e a violência, e a paz e a tranquilidade de nosso corpo, mente e alma ultrapassam os comportamentos agressivos e turbulentos, confusos e complicados de nossas sociedades. Temos assim uma vida de qualidade. 40. Cons-cientizando-se Voltar-se sobre si mesmo, re-inventar-se, refletir acerca da própria reflexão que se fez, renovar o pensamento, resgatar valores positivos, restaurar a consciência criando outros, novos e diferentes fenômenos mentais, regenerar princípios importantes que antes houvera esquecido, recuperar grandes imagens do pensamento e transformá-las em símbolos que se fazem palavras, colorindo a inteligência e despertando a racionalidade para gigantescas representações de seu repertórios cultural e de conhecimentos gerado a pouco, eis a realidade definidora de nossa cons-cientização de nós mesmos, quando interpretamos à nossa maneira os fatos do tempo e os acontecimentos da história, emitimos opiniões personalizadas sobre o que ocorre na sociedade e em nós mesmos, definindo pensamentos produtores de outros pensamentos, discernindo e fazendo a diferença entre idéias variadas, símbolos e valores de modo a re-fazer nossa mentalidade e re-construir nossa cultura sem a violência do discurso nem a agressividade das palavras. Assim, re-construimos nossas idéias que se convertem e se mudam em si mesmas com aspécto renovado ou em outras categorias inteligíveis da racionalidade pensante, agora possuida pela tarefa de re-produzir suas fenomenais idéias pensantes, discernentes e cognoscentes. Deste modo, nos cons-cientizamos de nós mesmos e abraçamos então o que é bom para nós e nos faz bem cotidianamente, na mente e na experiência de cada dia, noite e madrugada. Desta maneira, se faz e se re-faz a cons-ciência – porta aberta para outras alternativas ideais, novas possibilidades de re-construção da inteligência e diferentes potencialidades racionalizantes que criam as condições necessárias para o surgimento de idéias de qualidade, ricas de conteúdo cultural e de excelência ética e espiritual muito importante e fundamental. Somos geradores de nós próprios. 41. O Bom Observador A Realidade é observável Ao tentarmos examinar o cotidiano com fundamentos teóricos específicos, dele abstraindo os princípios que o regem e movimentam, as fontes de sua mobilidade social, política e econômica, as regras de sua conduta, relações que interagem e se compartilham culturalmente, nele apreendendo os fenômenos do dia a dia e suas causas e efeitos, estamos enfim na verdade observando e interpretando a vida diária e noturna de pessoas que constroem a humanidade e desconstroem a onda de violência e agressividade que integra nossos instantes individuais e coletivos de sociedade. Sim, devemos ser bons observadores pois da nossa observação sadia saem as respostas para tantos problemas estruturais e sistêmicos que molestam, afetam, incomodam e intervêm nos destinos de comunidades locais, regionais e globais. Com nossa crítica construtiva podemos interferir para melhor no processo de boa saúde e bem-estar para nossas sociedades. É bom observar bem. Interpretar com conteúdo saudável. Oferecer a todos e cada um o nosso ponto de vista acerca de soluções que podem ser apresentadas diante de tantas perguntas, inúmeras questões e gigantescas interrogações sociais. É bom observar bem. E interpretar com fundamentação. Deste modo, ajudaremos a todos a construir um mundo melhor de mais dignidade humana e qualidade de vida. Por natureza, somos intérpretes da realidade e bons observadores do cotidiano. 42. A Natureza do Discurso Já entendemos suficientemente que a realidade é interpretativa e nossa maneira de observar as coisas, todas as situações vividas e os acontecimentos do cotidiano é feita de um jeito bastante hermenêutico, o que caracteriza nossos conteúdos de saber e nossas matérias de conhecimento, nosso modo de sentir, pensar e agir, tornando possível a consciência de que a natureza de nosso discurso é definida como algo que sofre a intervenção da inteligência e a interferência da racionalidade que a qualificam como uma condição natural e cultural de se manifestar em termos de cultura alternativa, ideologia variada e mentalidade polivalente, com várias tendências de constituição e desenvolvimento da linguagem e das letras e palavras que compõem nossa atitude filosófica. Assim o discurso que optamos por fazer é interpretativo, requer uma visão específica da realidade e um modo outro, novo e diferente de produzir idéias e conteúdos de saber, ao mesmo tempo que se interfere nas experiências do dia a dia a fim de monitorar nossas ações sociais, nossas atitudes políticas e nossas atividades econômicas, de modo que o nosso produzir cultural seja caracterizado como uma alternativa da mente humana em busca de sua individualização no cotidiano e personalização dentro da realidade. Deste modo fazer filosofia é interpretar a vida a sua maneira, com seu jeito próprio de observar os fenômenos reais, atuais e sociais, e imprimir uma qualidade de intencionalidade cujo interesse se identifica com a possibilidade de se interferir pessoalmenmte no contexto da realidade e seu ambiente cotidiano. Tendemos pois para diferenciar a realidade e nela inserir detalhes que somente a interpretação positiva de uma inteligência fértil, fecunda e profunda pode produzir com conteúdo de qualidade e dignidade ética e espiritual. Como se observa, o discurso é interpretativo e diferencial. Filosofar é interpretar e fazer a diferença. Somos hermenêuticos. 43. Somos Intérpretes Na vida de cada momento e de todo instante, somos observadores da realidade e intérpretes do cotidiano, discernindo espiritual e psicologicamente os conteúdos do saber e as matérias do conhecimento, fazendo a diferença entre as coisas, detalhando cada situação vivida e as circunstâncias temporais que tornam relações e convívio uns com os outros mais vivos e reais, personalizando assim nossa experiência de toda hora, minuto e segundo, oferecendo uma característica peculiar à nossa inteligêncioa conteudista que é a sua capacidade de racionalizar as coisas, interpretar os fatos, diferenciar os fenômenos da história e do tempo e detalhar os acontecimentos de todos os dias, noites e madrugadas. Assim somos Intérpretes da vida, dando a nossa contribuição humana e positiva, pessoal e social, para intervirmos na realidade e mudarmos para melhor os rumos da história, interferirmos em seus fenômenos culturais e sociais, políticos e econômicos, e deste modo comungarmos com a humanidade e participarmos da construção otimista e equilibrada de uma vida boa para as comunidades locais e regionais que constituem as sociedades de todos os tempos e lugares. Desta maneira fazemos história, interpretando a vida e colocando nossa liberdade a serviço de uma outra, nova e diferente consciência positiva para todos os humanos e terrestres, cidadãos e cidadãs do tempo, geradores de trabalho e bons relacionamentos e ótimos comportamentos para todas as gerações que compõem a temporalidade de todos os dias e a historicidade de cada hora. Sim, somos intérpretes da realidade. Somos a diferença na sociedade. Somos os detalhes que fazem os acontecimentos mudarem a história de todos e cada um. Somos o movimento interpretador da vida, em nome de uma consciência unida a sua liberdade. Interpretando, somos humanos. 44. Crítica Positiva Ao expressarmos nossa opinião sobre as coisas e os fatos do cotidiano, debatermos idéias e pontos de vista diferentes, discutirmos conteúdos diversos e polivalentes, é bom que a nossa crítica da realidade seja construtiva, positiva, geradora de saúde social e bem-estar coletivo, produtora de atitudes de bem e comportamentos bons e razoáveis, sensatos e equilibrados, alegres e otimistas, o que terá como consequência normal e natural uma sociedade de bem e de respeito, solidária e fraterna, ordeira e pacífica, segura e tranquila, estável e sustentável, condicionadora de costumes saudáveis e hábitos agradáveis, definindo ações e atividades que irão favorecer a bondade das pessoas, a convergência de conhecimentos, sentimentos e experiências variadas, a concordância de saberes e poderes em prol do desenvolvimento das consciências, a evolução das liberdades, o progresso do corpo e da mente e o crescimento psicológico e espiritual. A Crítica positiva é geradora de saúde mental, bem-estar social e alegria espiritual. Que nossas críticas sejam sempre construtivas! 45. Intérpretes da vida e do cotidiano No dia a dia, usamos a racionalidade para abstrair conteúdos de pensamento e matérias de conhecimento de qualidade, apreendendo os fatos históricos e os acontecimentos temporais, e conjugando esses dados e informações para transformá-los em fenômenos da inteligência, aliada de uma consciência positiva de princípios éticos e espirituais que equilibram essas interpretações e de valores sociais e culturais que tornam sensatos nossos pontos de vista sobre a realidade que nos cerca e seu universo de violências e agressividades generalizadas ao lado de hábitos, costumes e experiências de bem e de bondade, concordantes e convergentes em quase todas as áreas da realidade humana cotidiana. Sim, somos Intérpretes da vida. Nossa visão de realidade examina os saberes do dia e da noite e depois inseridos nesses fenômenos sociais, políticos e econômicos, o que definimos como bom para nós e o que nos faz bem, determinando assim comportamentos saudáveis e atitudes agradáveis, que contribuem para o progresso das sociedades e a evolução da humanidade, desenvolvendo projetos de sustentabilidade natural e ambiental, articulando novas e diferentes tecnologias inclusivas, lutando por saúde e educação de qualidade para todos onde a dignidade de cada um seja a função mais excelente buscada por todas as comunidades humanas espalhadas pelo mundo inteiro, em termos locais, regionais e globais. Assim interpretamos os fenômenos diários e noturnos. Interferimos na sociedade para constituirmos uma vida melhor de qualidade e dignidade reconhecidas por todos e cada um. Somos os Interpretadores da história e de um tempo de inovações originais e criativas, de intervenções que devem melhorar sempre a vida do povo e seus trabalhos e famílias. Interpretando a vida e intervindo em favor de mudanças e transformações para melhor na vivência das sociedades, produzimos um ambiente de bem com a vida e cuja consciência tende a superar preconceitos, ultrapassar fronteiraas psicológicas e ideológicas, e transcender os limites da natureza à procura de vida boa para todos. Interpretamos para mudar. Mudar para melhor. 46. O que é Filosofar ? Articular idéias e interagir palavras interpretando com fundamentos a vida e a sociedade, mostrando sua visão de mundo e de realidade, refletindo sua maneira de ser e ver as coisas, seu modo de considerar o cotidiano e os fatos do tempo e os acontecimentos da história, seu jeito de olhar os fenômenos do dia a dia e optar por conteúdos que facilitem seu entendimento e tornem possível sua compreensão, eis o que chamamos de Filosofar, ou um desejo de visualizar fundamentalmente os seres da natureza e as manifestações do universo, aspirando por esclarecer o sentido das circunstâncias vividas e a razão das situações experimentadas, de tal modo que todos observem o bom-senso da inteligência e o juizo da consciência, a sensatez da racionalidade e o equilíbrio da mente, julgando então essa realidade discursiva digna de crédito e favorável a um bom julgamento. Esse o Filosofar de nossos dias atuais. Tal a Filosofática como é entendida aqui e agora. Um novo jeito de ver a filosofia e apreciar seus programas discursivos, seus conteúdos de reflexão, suas ideologias de conhecimento e sua expressão de pensamento. Isso é Filosofar. 47. Uma observação de qualidade bem fundamentada Ao se posicionar perante um determinado fenômeno da realidade cotidiana o Filosofático deve interpretá-lo com fundamentos sólidos, firmes e fortes, realizar um discernimento claro, lúcido e distinto, de forma lógica ainda que a dialética possa ser seu motor de argumentação ou a atitude cética o seu canal de retórica persuasiva quando o Intérprete torna seu ponto de vista pessoal aceitável perante a opinião pública pois se utiliza das razões de um bom-senso bem aplicado para definir respostas ponderadas e soluções consideradas básicas cujas fontes são princípios éticos e espirituais bem enraizados e valores de linguagem em que sobressaiam a idéia fundamental, os contornos seguros e tranquilos da demonstração e um aparato de reflexão que não permita dúvidas e incertezas em seus ouvintes, leitores e interlocutores. Assim a meditação encontra uma visão de mundo e de sociedade bem fundamentada e uma interpretação das coisas e dos seres reais e atuais bem condizente com sua atividade filosofática. Deste modo a Filosofática se transforma na Ciência da Interpretação segura, tranquila e estável. Sejamos pois bons intérpretes da realidade. Sejamos enfim grandes Filosofáticos.