domingo, 29 de novembro de 2009

Indeterminação

Fundamentos do Discurso Indeterminista

1. “Apeíron”,
o Princípio da Indeterminação

No séc.VI a.C. da Antiguidade Grega, um filósofo pré-socrático chamado Anaximandro da Escola de Mileto afirmou e defendeu a tese de que a ARKÉ, o princípio da vida e de tudo e de todos, era o ÁPEIRON, um elemento da natureza de configuração indefinida e realidade indeterminada, o responsável pela origem dos seres e das coisas no universo, gerador da realidade cotidiana, das vivências humanas e das experiências naturais e culturais, sociais e ambientais, políticas e econômicas praticadas pelos homens e pelas mulheres de seu tempo e momento histórico.
Tal entendimento produziu uma certa PAIDÉIA entre os gregos, que então tinham atitudes, idéias e valores comuns e se comportavam de acordo com essa teoria filosófica indeterminista que apologeticamente Anaximandro sustentava, fazendo muitos adeptos e seguidores de tal modo que diversos grupos de pessoas, assumindo a sua proposta idealista, transformavam suas vidas em “ÁPEIRON”, razão de suas ações e paixões e fonte de seus desejos, anseios e necessidades.
Aos poucos, cresceram os indivíduos simpatizantes com a idéia de Anaximandro, que se propagou pelo mundo inteiro até os dias atuais.
Hoje, o “ÁPEIRON” de Anaximandro deu origem à corrente indeterminista da história, a qual tem influenciado diferentes comportamentos políticos e sociais, culturais e econômicos em todo o Globo Terrestre.
Assim o Indeterminismo é uma ideologia hoje acompanhada por teorias como o niilismo, o ceticismo e o relativismo, assim como o ateísmo e o individualismo, construindo ora realidades tipicamente transitórias, inconstantes, céticas, relativas, indefinidas, instáveis, provisórias e indeterminadas capazes de modificar as consciências de algumas personalidades, transformar o pensamento público e popular e metamorfosear mentalidades diferentes e culturas novas e tradicionais.
Pensar indeterministicamente significa não possuir regras de conduta, não seguir dogmas estabelecidos nem assumir padrões absolutos ou ideais estáveis e constantes.
O Indeterminista quer ser livre, e faz dessa liberdade de alternativas e possibilidades a sua verdadeira felicidade.

2. O Princípio da Indeterminação
O Fluxo das coisas indefiníveis e o
complexo dos seres indetermináveis

Ideologias tais como o relativismo, o ceticismo, o niilismo, o indeterminismo, o individualismo e o ateísmo contribuem efetivamente para entender o universo da indeterminação, visto que influenciam com seus discursos carregados de matéria aberrante para a sua propagação entre os meios sociais, políticos e econômicos do mundo inteiro.
De fato, o mundo da indeterminação envolve conceitos aparentemente alienantes, mas que identificam uma filosofia de vida própria assumida publicamente por seus adeptos e seguidores espalhados por todo o globo terrestre.
Assim, o nada e o vazio niilistas; a relativização dos seres e das coisas, ignorando idéias absolutas, de cunho relativista; a dúvida e a incerteza que caracterizam as definições ceticistas; as indefinições dos conceitos, das teorias e das práticas próprias do indeterminismo; o egoísmo de indivíduos e grupos, com seus momentos partidários, excludentes e divergentes, que identificam o individualismo; e a ausência de Deus, substituído por símbolos, ídolos, figuras e objetos, que possam garantir segurança em suas vidas, defendida pelo ateísmo – eis, com efeito, o império das coisas indefiníveis e dos seres indetermináveis, que, atualmente, tem derrubado teorias da estabilidade, modelos de autoridade competente, quadros permanentes de culturas e mentalidades aparentemente seguras e inabaláveis, situações de ocorrências constantes, com seus momentos até aqui bastante definidos e com suas circunstâncias até agora muito bem comportadas.
Verdadeiramente, o princípio da indeterminação aqui e agora no meio de nós está desenhando uma nova história da humanidade, uma nova visão da realidade, uma nova interpretação dos seres e das coisas, um novo olhar sobre as sociedades humanas, um novo modo de observar os fatos cotidianos e os acontecimentos do dia a dia.
Deste modo, a partir do conceito de indeterminação e em função de sua racionalidade bastante real pode-se configurar novos modelos de Deus, de homem e mulher, de cultura e sociedade, de tempo e história, de realidade e racionalidade, de teoria e prática, de consciência e experiência, de interesses e intencionalidades.
Indeterminados, somos eternos e infinitos, plurais e universais, globais e diferenciais, gerais, particulares e singulares.
Indefinidos, superamos as barreiras do conhecimento, ultrapassamos os obstáculos dos preconceitos e superstições, transcendemos os limites da aparência e da essência.
Somos então de fato substancialmente pessoas indefinidas e indeterminadas.
Tal é o nosso outro, novo e diferente momento real, racional e intencional da atualidade presente da humanidade de hoje.

3. A Crise dos Modelos
de Autoridade Competente

Em nossa sociedade moderna, temos assistido diariamente os conflitos e as discórdias aparentemente estabelecidos entre autoridades e seus subordinados, professores e alunos, médicos e pacientes, advogados e clientes, patrões e empregados, banqueiros e bancários, empresários e funcionários, comerciantes e comerciários, juizes e serventuários da justiça, pais e filhos, padres e fiéis, e outros, o que reflete e nos revela verdadeiramente a atual crise dos modelos de autoridade competente, fruto de pensamentos indeterministas e teorias relativistas, céticas e niilistas, que questionam tais paradigmas tradicionalmente absolutos, em nome de ideais como liberdade, individualismo, ateísmo, finitude temporal, instabilidade histórica, inconstância ética e religiosa, irreverência moral, inconsistência psicológica, desordem mental, indisciplina racional e desorganização dos conhecimentos até então adquiridos, transformando as garantias e seguranças desses modelos em algo efêmero, transitório, parcial, relativo, inconstante, sem estabilidade social, política, econômica e cultural, criando ao contrário por outro lado realidades cujos fundamentos não existem, bases sem bases, princípios ausentes em sua sustentabilidade, um mundo sem regras e sem dogmas, cuja essência é a eternidade de seus valores mutáveis, a mudança constitucional e institucional, o nomadismo de pensamentos e atitudes, a metamorfose ambulante, o movimento perene de construção de contrários, que se alternam permanentemente e se mobilizam infinitamente, e que tornam suas vivências e experiências cotidianas momentos de novas e diferentes possibilidades, abrindo o ser, o pensar e o existir para outras alternativas de liberdade e felicidade.
A Crise contemporânea desses modelos demonstra a necessidade que temos de certas mudanças para melhor, para o bem e a paz das sociedades humanas espalhadas pelo mundo inteiro.
Mostra-nos sobretudo que somos nômades.
Sim, estamos na era do movimento.
E tal movimento social e seu processo constante de mudanças destroem para sempre o desejo de modelos e autoridades permanentes, as teorias e ideologias absolutas e estáveis, dando origem pois a partir de agora aos pensamentos descartáveis, aos sentimentos relativos e aos comportamentos indeterminados.
É a indefinição da vida que se faz presente, visto que essa é a sua essência, o seu mundo de possibilidades e o seu universo de alternativas, sempre novas e diferentes.
Com efeito, a indeterminação é a nossa liberdade.
Indefinidos somos felizes.
Eis a nova visão das realidades vividas pela sociedade dos dias de hoje.

4. Na Berlinda da Existência,
os Autoritarismos de Estado, os Dogmatismos Filosóficos e os Absolutismos Científicos

Em função da ascensão do pensamento indeterminista atualmente em nossas sociedades locais, regionais e globais, aqui e agora, observa-se não só a crise das instituições como ainda a queda de regimes políticos antes sustentados pelo critério da estabilidade, o desprezo por filosofias e ideologias de cunho dogmático e a relativização das “verdades” científicas, outrora consideradas absolutas, intocáveis e seguras, todavia hoje perdem o seu significado eterno para se inserir no rol dos discursos verdadeiros mas relativos, transparentes porém transitórios, autênticos entretanto provisórios, sujeitos às instabilidades da experiência real cotidiana, aos limites da história e dos acontecimentos e às finitudes temporais cujas circunstâncias diárias e noturnas refletem a insegurança dos relacionamentos humanos e seu convívio sem garantias estáveis com problemas sociais e culturais, políticos e econômicos.
Desde então, na berlinda dos valores existenciais sem sustentabilidade segura e fundamentada, a vida social se vê questionada em seus momentos aparentemente carregados de garantias psicológicas e ideológicas, tornando assim o ambiente de relações e negociações algo descartável, mutável, irrisório, inconstante e muitas vezes irreal e irracional.
A Sociedade moderna está na berlinda da existência.
Vive hoje a sua própria metamorfose ambulante e circunstancial.
Suas transformações aparentes e essenciais a levam a um novo modelo de vida sustentado agora pela estrutura da instabilidade, provocando-lhe diferentes experiências voltadas ao bem que deve fazer e à paz que deve viver, se esse for o estado de existência ou o caminho que então abraçado certamente a ajudará a ser mais livre e feliz, ordeira e pacífica, fraterna e solidária.
As mudanças agora propagadas e que vem se consolidando no terreno social apontam para novos paradigmas de vida e outros e diversos modelos de existência cujas bases fundamentais são a eternidade dos pensamentos instáveis, a estabilidade das mutabilidades temporárias e a constância de ideologias e experiências sempre em movimento contínuo de superação de si mesmas, ultrapassando de acordo com a situação e o momento temporal e histórico os seus limites reais e transcendendo ao mesmo tempo as suas fronteiras e bloqueios de ordem social e cultural, política e econômica.
Urge buscar outros fundamentos baseados na idéia da instabilidade de valores, símbolos e vivências, todavia que seja sustentada e garantida por princípios racionais bem orientados cuja essência seja a sua durabilidade permanente.
Precisamos da instabilidade estável.

5. A Queda das Teorias
de Estabilidade

O Contexto histórico atual nos mostra que os modelos de instituições ou de estruturas e sistemas baseados na estabilidade estão caindo, isso porque as sociedades humanas modernas, em mudança permanente, vivem o contrário em seu cotidiano de vida: o caos das ruas, a instabilidade de idéias e valores, a insegurança existencial e espiritual, a falta de garantias econômicas e financeiras, o desemprego e a ausência de trabalho, a fome e a miséria, a turbulência urbana e rural, a crise moral e religiosa, o desvio de comportamento por causa de alterações no caráter ou aberrações na personalidade, a ignorância e o analfabetismo, a confusão mental, a desordem social e política, a ética sem transparências, a relativização das certezas absolutas, a indisciplina racional, a desorganização dos conhecimentos obtidos, a violência nos campos e nas cidades, os conflitos trabalhistas e familiares, os relacionamentos discordantes e antagônicos, as situações de indiferença e insensibilidade de uns em relação aos outros, a má conduta de grupos e indivíduos, a corrupção dos poderes, o vazio da vida e o nada da existência, o desrespeito às autoridades constituidas, a irresponsabilidade e as atitudes sem compromissos de muitas organizações corporativas, o amor carente de diversos casais, a ausência de fraternidade entre as pessoas e de solidariedade entre os povos, as amizades contraditórias e a generosidade hipócrita, enfim, um complexo de circunstâncias adversas que comprovam a insistência do indeterminismo coletivo em inúmeras populações e suas comunidades de moradores e trabalhadores, antes sustentadas por ideologias estáveis e teorias seguras que punham na estabilidade de paradigmas a sua força de permanência no meio da sociedade.
Hoje, os modelos de instabilidade já são uma realidade entre nós.

6. Sociedades Temporárias,
Culturas Transitórias e Mentalidades baseadas na Instabilidade

A Era das mudanças permanentes ou dos movimentos de metamorfoses constantes, que caracteriza o nosso instante atual, em todos os locais e regiões do Globo Terrestre, aqui e agora, vem construindo uma outra, nova e diferente cultura em nosso meio de vida e existência, como também uma diversa mentalidade baseada em alternativas e oportunidades que tendem a possibilitar valores, virtudes e vivências e experiências em torno da bondade e concórdia nos relacionamentos de cada dia, o que propicia para todos nós uma sociedade maior e melhor, certamente superior ao modelo de sociedade anterior, em que se viabilizam simultaneamente o progresso dos povos e o desenvolvimento das nações ricas e pobres, emergentes e em evolução temporária, o seu crescimento interior e exterior, físico e mental, material e espiritual, proporcionando assim aos seres humanos em geral mais saúde individual e coletiva, e mais bem-estar interpessoal, interdependente, onde a interatividade de pensamentos, sentimentos e comportamentos e seu compartilhamento de conteúdos de conhecimento de qualidade e excelência, geram maior dignidade humana e qualidade de vida comprovada no convivio social e cultural que estabelecem grupos e indivíduos diferentes e as novas e antigas comunidades de moradores e trabalhadores, que fazem as sociedades humanas caminharem nesse processo contínuo de transformações reais e atuais, temporais e históricas.
Esse quadro de instabilidade que hoje se verifica no meio de nós é o responsável pela construção de novos e diferentes olhares sobre a realidade, pela criação de diversos modelos de sociedade e paradigmas alternativos para o fluxo cultural que temos e o complexo de mentalidades cujo intercâmbio nos oferece oportunidades para produzir uma boa vida cotidiana e uma ótima existência fundamentada em bases psicológicas e espirituais bem consolidadas.
Hoje, o campo está fértil para o surgimento de categorias de vida e padrões de existência que encontrem no modelo de instabilidade a pedra fundamental para a construção de seu edifício físico, mental e espiritual, sustentado pelas garantias aparentemente seguras das sociedades móveis com suas mudanças estáveis e transformações mutáveis, que identificam o movimento moderno de metamorfoses ambulantes e seu processo de geração de condições de vida e trabalho, saúde e educação bem desenvolvidas.
Aqui e agora, abre-se o mundo para a renovação de suas estruturas de vida e a libertação de seus sistemas antes apegados ao absolutismo de suas representações mentais, institucionais e constitucionais.
Atualmente, um momento de abertura,
um instante de renovação interna e externa,
um cotidiano libertador de diferentes possibilidades e alternativas e oportunidades para todos e cada um.
Eis a Época da Instabilidade com seu indeterminismo cético e relativo, niilista e individualista.
Um tempo realmente de geração de novos modelos de Deus, de homem e mulher, de mundo e cultura, de sociedade e história, de natureza e universo, de vida e existência.

7. A Teoria Indeterminista

A Consciência dos Fenômenos
Indefinidos e a Realidade das
Experiências Indeterminadas

Sem teto e sem chão
Sem portas e sem janelas
Sem tempo e sem lugar

A Ordem do Caos
A Lógica do Concreto
A Eternidade das Realidades Infinitas

Um Mundo sem limites
Um Dia a dia sem fronteiras
Um Universo sem garantias
Uma Vida sem fundamentos
Um Cultura sem princípios
Uma Mentalidade sem origens
Uma Área sem seguranças
Uma Realidade sem bases
Uma Consciência sem fontes
Uma Natureza sem sustentáculos

8. A Cultura do Descartável

Em nossos tempos atuais, assistimos cotidianamente ao império de uma filosofia de vida cujo centro de atenções é o que é útil, agradável e interesseiro; à predominância de uma mentalidade onde o que é mais importante é a rapidez dos negócios, a velocidade das informações e a aceleração de atitudes e comportamentos; ao privilégio de uma cultura tipicamente descartável em que o que existe aqui e agora já não existirá amanhã ou em outro momento e lugar.
Então, o que vale é o instante, a situação momentânea, as circunstâncias aparentes e contingentes, a instabilidade do que é transitório e provisório, deixando-se de lado total ou parcialmente os valores permanentes, a constância das ações éticas e espirituais, a estabilidade dos trabalhos, o equilíbrio da mente e das emoções, o controle da consciência e o domínio de si mesmo.
É a cultura do descartável.
Na política, os deputados e senadores mudam de partido a todo instante caracterizando a chamada infidelidade partidária.
Na economia, o intercâmbio de capitais valoriza o dinheiro mais forte, aquele que tem mais poder, o que configura maior influência social, desprezando os baixos salários, o desemprego e as más condições do exercício do trabalho.
No casamento, passando pelo namoro e a paquera até chegar ao noivado, prevalece a mulher descartável, que o homem hoje arranja na rua e no dia seguinte está dentro de casa. E, dali a um mês, ambos já se encontram separados, partindo pois para novas uniões e novas separações, cada qual defendendo seus próprios interesses e privilégios, e garantindo o melhor lugar no mercado de amores e desejos, paixões e traições.
Nas Universidades, nas escolas de ensino médio e no ensino fundamental prioriza-se a didática da velocidade onde o tempo de ensino é dinheiro e a economia do conhecimento é a palavra mais forte na hora das avaliações dos alunos e alunas, sem falar nos testes de curto alcance e no baixo repertório de conteúdo proporcionado pelas provas presenciais e online, dentro e fora da sala de aula, nas pesquisas rotineiras e nos debates em que há mais gritaria do que raciocínio ou argumentação de idéias.
Na área de saúde, os médicos e enfermeiros e quase todos os agentes sanitários preferem vez ou outra o mercado da doença, o lucro que os remédios podem propiciar, o crédito oferecido pelos planos de saúde, a sua carreira profissional e a qualidade dos salários que podem usufruir, negligenciando o lado humanitário da enfermidade, a consideração que se deve possuir em relação ao doente ou paciente, o conteúdo de conhecimentos que a ciência, a tecnologia e a medicina em geral oferecem diante de tantas pragas e vírus, bactérias e moléstias as mais diversas e contraditórias, as condições ambientais dos hospitais, emergências e clínicas de saúde e ambulatórios, ignorando-se inclusive a prevenção profilática em nome de paliativos que não resolvem nem atingem a raiz dos problemas.
No campo da tecnologia, observa-se o constante troca-troca de telefones celulares, rádios e televisões, assim como a mudança permanente de automóveis novos e usados ou a compra e venda de imóveis, casas e apartamentos com uma rapidez e ousadia que nos impressiona e nos deixa surpresos.
No trânsito das cidades, ou até mesmo na aparente tranqüilidade dos campos e meios rurais, nota-se a urgência de atitudes, a emergência de comportamentos, a “falta de tempo” das pessoas, o descontrole dos horários e a falta de alternativas diante da hora curta e do pouco espaço de tempo e lugar, o desequilíbrio do tráfego com engarrafamentos e congestionamentos, acidentes de carros ou atropelamentos, a “hora do rush” quando tudo fica parado, trancado e engarrafado no vai e vem de ônibus, trens e barcas, autos e metrôs, navios e aviões.
Nas ruas e avenidas das Cidades, as pessoas não se olham mais, há uma correria exagerada para fazer as coisas, falta diálogo nas empresas e escritórios, os namorados esquecem-se até de beijar na hora da despedida, os transeuntes andam apressados superando o tempo escasso e o ambiente alienante e alienado onde se acham naquele momento.
Enfim, a cultura do descartável na mente das pessoas faz todos correrem, serem velozes e acelerados, driblando a disciplina necessária na hora dos compromissos ou ignorando a responsabilidade diante da indispensável maneira de assumir as coisas, os trabalhos e as tarefas do dia a dia.
Também no esporte – o comércio dos jogadores e atletas nacionais e internacionais – como na arte e na filosofia sobressaem a mentalidade de quem produz conteúdos descartáveis e o ambiente de negócios desqualificados, incompetentes e sem a transparência ética devida perante o mercado do que é útil e rápido, incoerente e instável, inconstante e veloz.
Sim, hoje o mundo é descartável.
Nesse universo, reinam os espertos e caem as pessoas direitas e de respeito.
Imperam os malandros.

9. Nomadismo

Sem tempo e sem lugar,
a experiência e a consciência
de atividades cotidianas
em permanente movimento

Mundo Polivalente,
Multifuncional e Pluridimensional

Observa-se hoje em dia, como fenômeno social emergente nas sociedades contemporâneas, aqui e agora, em áreas locais, regionais e globais, a presença de um novo comportamento vivencial, experiencial e existencial, temporal e histórico, real e atual, ao qual denominamos de Nomadismo, em que o homem e a mulher, na moderna era científica e tecnológica, crítica e dialética, informática e insofismática, dentro de sua experiência real cotidiana, age, vive, atua, trabalha e se movimenta constantemente, ultrapassando mesmo o tempo necessário para realizar suas atividades ao mesmo tempo em que ignora a fixação de lugares e a imobilidade de endereços fixos, então pensando idéias e ideais realistas, sentindo sentimentos sérios, autênticos e verdadeiros, comportando-se rapida e velozmente, otimista e positivamente, com bom alto-astral e auto-estima elevada, favorecendo diferentes tendências, abrindo-se a novas possibilidades, renovando-se interior e exteriormente, libertando-se de preconceitos e superstições, progredindo material e espiritualmente, evoluindo mental e fisicamente, crescendo economica e financeiramente emergindo social e coletivamente, emancipando-se politicamente, desenvolvendo-se natural, cultural e ambientalmente, superando limites, ultrapassando barreiras e transcendendo obstáculos, criando novas amizades, apaixonando-se por novos amores, crendo mais em Deus, confiando mais em si próprio, acreditando nas boas coisas da vida, na vitória do bem sobre o mal, da paz sobre a violência, da luz sobre as trevas, do amor sobre o ódio, da vida sobre a morte, abraçando pois a cultura do bem e da paz, e a mentalidade baseada na fraternidade, na solidariedade e na generosidade, agindo com mais juizo e bom-senso, buscando mais a sua saúde pessoal e o bem-estar dos outros, desejando mais a sua liberdade e a felicidade alheia, respeitando para ser respeitado, assumindo um compromisso responsável com sua ética comportamental, com sua espiritualidade natural, com sua nova mentalidade cultural cujos valores, normas e princípios fundamentam-se na prática da ordem e da justiça, do direito e da verdade.
Tudo isso, enfim, aponta para o Fundamento de todos os fundamentos, Ele, Deus e Senhor, o Criador, o Autor da Vida.
De fato, atualmente temos uma nova visão de Deus, um novo olhar sobre o homem e a mulher, uma nova interpretação da realidade.
Todo esse complexo humano, natural e cultural de limites, tendências e possibilidades caracterizam o Nomadismo, a nova humanidade dos tempos de hoje.

10. O Reino dos fluxos indefiníveis e o
Império dos complexos indetermináveis

A Filosofia indeterminista e seu mundo de ideologias sustentadoras de uma outra, nova e diferente realidade, identificada com o valor das indefinições e das representações indeterminadas, é responsável hoje pela crise de modelos de estabilidade, pela origem de opiniões céticas onde se acham a incerteza dos conhecimentos e as dúvidas sobre as verdades construídas, pelo niilismo existencial em que se verificam o nada da existência e o vazio espiritual, pela relativização dos fenômenos da experiência real cotidiana onde se privilegiam culturas descartáveis e mentalidades sem fundamentos concisos, a falta da essência na geração dos acontecimentos e dos relacionamentos e o cultivo das relações aparentes, sem substâncias filosóficas, que ignoram uma boa ética comportamental e uma ótima espiritualidade natural, assim como idéias sem sentido algum, raciocínios sem lógica nenhuma, símbolos confusos e imagens complicadas, valores sem consciência e consciências sem valores, atitudes sem respeito e irresponsáveis, juízos irreais e ausência de bom-senso nas atividades, a irracionalidade das ações e a inconsciência dos sentimentos vividos, pensamentos alienados e teorias alienadoras da realidade, distúrbios mentais e desequilíbrios emocionais, a violência e a agressividade nos intercâmbios entre as pessoas, a carência afetiva e o descontrole da cabeça com parcial domínio de si mesmo.
Esse reino de indefinições vividas revela a crise atual em que estamos.
Esse império de comportamentos indeterminados parece sugerir-nos a necessidade de buscarmos a partir de agora um novo modelo de sociedade e diferentes paradigmas de vida onde se gerem outras visões de Deus, de homem e de mulher, de tempo e de história, de mundo e de realidade, de natureza e de universo, de matéria e espírito, de corpo e de mente, de consciência e de experiência, de racionalidade e acontecimento.
De fato, o indeterminismo tem seu lado negativo porém nos apresenta um mundo de possibilidades e alternativas capazes de produzir diversas oportunidades para todos e cada um, além de nos propiciar esperanças de um mundo melhor e uma vida e existência mais pacíficas e fraternas, baseadas no bem pessoal e na solidariedade coletiva, condições de uma humanidade mais livre e feliz.
Assim, o momento presente é de expectativa para o que possa surgir de novo.
Quem sabe um novo céu e uma nova terra.
Talvez o paraíso que todos almejamos.
Possivelmente, um caminho aberto para a satisfação dos nossos desejos e anseios e realização dos nossos sonhos e necessidades.
Eis uma nova estrada de diferentes possibilidades.
Mergulhemos pois no novo.
Vivamos a diferença que agora está diante de nós.
Será a nossa liberdade que se aproxima ?
Pode ser.

11.a. Quando a realidade é cética/A

Na experiência indeterminista, a realidade é cética, carregada de dúvidas existenciais e de incertezas no conhecimento adquirido, tornando então a vida humana vazia e sem sentido, ou, na melhor das hipóteses, transformando a nossa tradicional visão da realidade e inserindo-nos pois em um olhar novo e diferente sobre esses fenômenos cotidianos e suas ocorrências reais e atuais, temporais e históricas, e seus acontecimentos transcendentais, imanentes e transcendentes.
Desse modo, a existência humana vira uma metamorfose situacional onde as circunstâncias reais e ambientais fazem-se relativas, aparentes e efêmeras, provisórias e transitórias, não admitindo idéias constantes e valores permanentes, virtudes estáveis e vivências seguras, todavia ao contrário instala entre nós a cultura da instabilidade e a mentalidade baseada nos movimentos descartáveis da natureza e na dinâmica operacional do universo que agora tem o seu entendimento aparentemente em crise, confuso e mentalmente complicado, sujeito às intemperanças da consciência e aos desequilíbrios da liberdade humana, ao descontrole de sua racionalidade e à ausência de domínio de sua inteligência.
Ocorre então que a teoria e a prática humana, natural e cultural, acham-se conturbadas, conflitantes e violentamente na berlinda de uma vida ora sem significado algum, ou então com uma compreensão parcialmente outra, nova e diferente sobre os diversos momentos e acontecimentos da realidade da experiência cotidiana.
Nesse processo de tentativas reais e abstratas de entendimento do que se passa então na vida da história e na história da vida integram-se para isso o ceticismo com suas dúvidas e incertezas, o niilismo com seu nada e vazio, o relativismo com suas indiferenças relativas e ignorâncias quanto à possibilidade do absoluto, o indeterminismo com suas indefinições temporais, o individualismo com seu isolamento exterior e sua solidão interna, e o ateísmo, que, na verdade, não ignora a idéia de Deus, mas ao contrário levanta a hipótese de um outro conceito de divindade, com novas formas de expressão e diferentes manifestações para a vida da humanidade.
Tal realidade cética aponta-nos para um novo mundo de possibilidades e alternativas variadas de compreensão dessa mesma realidade, que parece abrir-se para as diferenças da novidade permanente, capaz de nos gerar uma boa vida social, um grande engajamento político, um correto comportamento ético, um equilibrado nível de vida econômica e financeira, um conhecimento qualificado de nossas produções culturais, uma nova forma de fazer arte e ciência, uma outra visão da história das relações humanas, e quem sabe uma diferente maneira de visualizar a nossa espiritualidade natural, em que Deus tenha uma definição mais justa de quem Ele é aliada de uma reflexão mais positiva e otimista no meio da sociedade.
Logo, longe de amedrontar-nos ou nos intranqüilizar, devemos ver o ideal indeterminista como uma oportunidade verdadeira de constituição de uma realidade mais autêntica e transparente, uma possibilidade de saúde e bem-estar para nós no presente e futuro, e uma alternativa talvez de construção de melhores condições de vida e trabalho para as pessoas, com a sua conseqüente qualidade de vida e existência excelente finalmente postas em prática.
De fato, com a filosofia indeterminista se observa que uma nova realidade parece se nos apresentar.
Que ela surja com boas esperanças para a humanidade, trazendo-lhe pois de verdade maior liberdade de ação e manifestação, fundamento da verdadeira felicidade.

11.b. Quando a realidade é cética/B

Diversas vezes no dia a dia da nossa vida familiar, ou nas ocupações do trabalho e do emprego, ou nas preocupações com nossas necessidades cotidianas, ou nos nossos relacionamentos diários e noturnos em casa, na empresa, na rua, no supermercado, no jornaleiro e na farmácia, no botequim e na padaria, ou ouvindo as notícias do rádio, dos jornais e das revistas, ou assistindo à programação da televisão e do computador na internet, ou telefonando e nos comunicando com alguém, ou rezando na igreja ou visitando um amigo no hospital, ou estudando na escola e na faculdade, ou andando de trem, ônibus ou metrô, vemo-nos perturbados por dúvidas na mente e incertezas nos conhecimentos que adquirimos, incomodados com as divergências na família ou com colegas do trabalho, vivendo a instabilidade de conflitos que se criam e violências que se instalam nas localidades e ambientes por nós vividos, experimentando diálogos discordantes e conversas que contradizem nossos comportamentos comuns no dia a dia, convivendo com a contrariedade das pessoas que se dirigem a nós e as adversidades com quem nos encontramos momentaneamente,
enfim, sendo condicionados por um estado de vida constantemente em crise, incerto nas suas ações, imaginário nas suas realizações, duvidoso nas suas experiências mais decisivas e importantes, desequilibrado ainda que tentemos manter o controle da nossa vida e o domínio de nossas atitudes, quase sempre inconsciente, irreal e irracional, precisamos então reverter tal situação disciplinando a nossa razão, dominando os nossos desejos e paixões, controlando a nossa mente e as nossas emoções, equilibrando a nossa vida financeira, social e psíquica, colocando pois ordem em nosso interior, organizando as nossas idéias e valores, a fim de que tenhamos uma consciência boa e um comportamento bem razoável, com que será possível bem administrar a nossa existência, e oferecer-lhe condições de boa saúde e bem-estar, qualidade de vida elevada, felicidade no que se faz e realiza, liberdade de trabalho capaz de gerar novas alternativas de cumprimento de nossos deveres e obrigações e diferentes possibilidades de satisfação de nossos direitos e anseios e realização de nossa vida vocacional e profissional.
Com o ordenamento da nossa consciência, a disciplina de nossas atividades e a organização de nossos conteúdos de conhecimento, é possível superar essa realidade cética que procura nos envolver, ultrapassar os seus riscos e os seus medos, e transcender as suas dúvidas existenciais e incertezas espirituais, abraçando de verdade em nossa vida real e atual os fundamentos seguros que nos garantam a paz interior tão necessária, o bem que devemos fazer, a estabilidade de nossos atos diários e a consolidação dos nossos princípios de vida baseados certamente na fé em Deus que é preciso usufruir e na prática de coisas boas para o nosso instante de aqui e agora tais como construir boas amizades, ser amigo e fraterno com as pessoas, ser generoso e solidário em nossas relações humanas e sociais, e desenvolver uma política de amor em que sobressaiam o nosso otimismo, a nossa alegria e o sorriso no rosto e nos lábios, o que na realidade fará crescer a nossa auto-estima, sem a qual não teremos força suficiente para derrubarmos nossas realidades incertas, inseguras e duvidosas.
Portanto, aumentar o nosso astral é fundamental e vital para o sucesso cotidiano, condição de ordem e felicidade em nossas vidas de cada dia.

12.A Experiência Niilista

Após o auge do Romantismo do século XVIII, a crise de valores éticos e religiosos do século XIX e a ascensão do pensador alemão Nietzsche durante esse período, a revolução cultural, tecnológica e científica do século XX, o desenvolvimento da Informática, da Nanotecnologia, da Inteligência Artificial, da Robótica e dos Sistemas com circuitos integrados e sua técnica dos Chips, que nos atingem sobretudo hoje, em pleno século XXI, como uma espécie de reação natural e compensação psíquica e social, levantam-se atualmente diversas ideologias políticas, teorias científicas, filosofias existenciais e modelos espirituais de vida cujas características cotidianas se identificam com o nada da existência, o vazio do espírito, a falta de sentido para a vida, a ausência de razões para viver e existir, a idéia de que somos inúteis e não valemos nada, a carência afetiva, o isolamento exterior e a solidão interior, a alienação da realidade, os conflitos familiares e trabalhistas, os maus relacionamentos e os comportamentos descartáveis, os desvios de caráter e as aberrações da personalidade, a confusão mental e a desrazão irreal, a irracionalidade e a inconsciência dos valores, intenções e interesses da inteligência, a violência urbana e rural, a fome e a miséria, a pobreza e a ignorância, o analfabetismo, enfim, o estado crítico e dialético de vida e existência que suportamos hoje, causando-nos desequilíbrio mental e emocional, descontrole da consciência e falta de domínio de si mesmo, instabilidade social e familiar, inconstância moral e ética, insegurança espiritual, falta de garantias seguras de vida material, física e mental, tudo isso nos revela o quadro negro de uma realidade vazia e nada-nte, a qual constitui o nada e o que é inútil como fundamentos da existência humana, sem sentido algum, insignificante e absurda.
Lado a lado com o indeterminismo, a corrente niilista atravessa a história real e atual do mundo de hoje exigindo de nós uma retomada de atitude e uma revisão de comportamento que nos ofereçam condições suficientes para a superação dessa problemática presente que vem atingindo em cheio toda a conjuntura da humanidade.
Devemos rever nossas posições éticas e reavaliar nossos princípios de vida espiritual, de tal modo que possamos refundamentar as nossas realidades humanas, vivas, sociais e existenciais, a fim de que não caiamos em tal moléstia da alma com efeitos de crise patológica que vem adoecendo hoje o nosso espírito, infernizando o nosso corpo e tornando enfermas as nossas possibilidades e alternativas de ultrapassagem dessa berlinda doentia da existência que verificamos aqui e agora.
De posse desses fundamentos morais e espirituais bem orientados é possível transcendermos tal situação caótica e suas circunstâncias de morte cultural e prisão psicológica, além é claro das algemas mentais e das cadeias ideológicas que essa escravidão meta-neurótica e psicótica faz-nos viver no momento atual.
É preciso coragem!
Coragem para ir à luta, e vencermos essas contradições da vida contemporânea.
E muita fé em Deus, é óbvio.

13. Tudo é Relativo

A Corrente de vida e pensamento relativista, que prega a relatividade de todas as coisas, a ausência do absoluto, onde não existem centros definidos mas sim a indeterminação de todos os pontos de referência, fazendo dessas referências indefinidas novas centrais de relacionamento, de convergências de consciências e experiências diferentes, que concentram a diversidade de situações vividas e de circunstâncias praticadas, afirmando assim a variedade da realidade e sua rede de relações intercambiais, interativas e compartilhadas.
Sim, tudo é relativo.
Todos são partes de um todo em processo permanente de construção.
Todos comungamos e participamos de diferentes centros de debates e de discussões, de possibilidades variadas e alternativas diversas, convergentes ou divergentes, de acordo com a finalidade e o conteúdo das relações que se fazem e se realizam tendo em vista a mútua cooperação e a colaboração recíproca.
Somos relativos uns aos outros.
Dependemos.
Somos interdependentes.
Dependemos uns dos outros.
Dependemos do mesmo centro, ou de centros diferentes.
Somos pois diferença, diversidade, variedade, dependência, interatividade, compartilhamento, cooperação, colaboração, intercâmbio de culturas e mentalidades convergentes.
Não há a possibilidade de idéias ou realidades absolutas.
Somos aparências, temporalidade, historicidade, realidades transitórias e provisórias, relativas, sempre em referência a alguma coisa, momentos de instabilidade de vida e existência.
Nesse movimento relativista, a filosofia indeterminista encontra apoio e sustentabilidade, base de crescimento e fundamento para suas manifestações cotidianas na vida da sociedade.
Relativos e indeterminados, podemos construir um novo mundo de interatividades cujas possibilidades se assentam em diferentes núcleos de referência positiva, geradores de relações progressivas e evolutivas.
De fato, tudo é relativo.
Nossas idéias são relativas.
Nossas certezas são relativas.
Nossas verdades são relativas.
Nossos pontos de vista são relativos.
Ser relativo, eis o princípio da liberdade.

14. Mais indivíduos do que pessoas

Um dia desses, fui ao centro da cidade, no Rio de Janeiro, e passando pela avenida Rio Branco, observei aquela multidão indo e vindo pra lá e pra cá uns apressados e outros andando devagar, mais alguns caminhavam perdidos no meio do povo ora lendo o jornal do dia ou acessando o celular, ora preocupados com os afazeres cotidianos ou conversando aos passos rápidos com a namorada ou um amigo ou um conhecido do percurso ou um colega de trabalho, outros ainda dispersos no meio de tanta gente faziam anotações em suas agendas de papel ou eletrônicas, ou faziam um toque de batucada de samba na pasta de trabalho como que querendo animar o seu dia a dia tão conflitante e turbulento, confuso e complicado, ou pessoas executivas e trabalhadores de plantão de terno e gravata dirigindo-se a seus ambientes de emprego com uma velocidade superior ao tempo e com uma aceleração cuja rapidez ultrapassava a força do pensamento, tão céleres que se encontravam.
Eram indivíduos que passavam e não pessoas que viviam a vida.
Homens e mulheres perdidos no meio do caminho.
Empresários sem tempo para dialogar com outrem.
Executivos e advogados mais preocupados com o horário e o dinheiro, com seus trabalhos velozes e apressados, do que consigo mesmos.
Bancários e comerciantes que superavam a velocidade do pensamento e ultrapassavam a aceleração do tempo, sem oportunidades para si próprios, esquecidos e ignorados e sem identidade dentro daquele clima de transeuntes ocupados com seus problemas e aparentemente desesperados com a vida que levavam e a existência que carregavam como um peso pesado da realidade.
Ali, não havia sonhos nem esperanças.
Lá, era o lugar da bagunça mental e do caos social e ambiental da Cidade do Rio.
Pareciam máquinas.
Eram motores ligados e desregulados, perdidos e dispersos, alterados em suas emoções, desequilibrados por seus desejos, anseios e paixões, descontrolados dentro da massa e sem domínio algum da parte deles mesmos.
Era a massa, gente sem identidade, indivíduos sem personalidade, pessoas superficialmente sem caráter algum.
Sujeitos sem particularidades.
Egos sem eu.
Assim é o indeterminismo atual, que encontra no individualismo das pessoas a chance para se promover e a oportunidade para se instalar no interior da realidade cotidiana.
Indivíduos, mas não pessoas.
Porque pessoas indefinidas e indeterminadas.
Que fazem da turbulência mental e social o único caminho de existência nesta vida, uma vida sem identidade.


15. Somos de Deus,
embora ateus

O Ateísmo dos tempos modernos tem uma identidade diversa dos séculos passados onde predominava a idéia da ausência de Deus na realidade e na vida humana, ao contrário e diferente de hoje cujo entendimento é o de que precisamos de um outro modelo de Divindade, uma nova visão do Criador e uma diferente interpretação da realidade divina, eterna e infinita, transcendente e imortal, da vida sem fim e sem limites que vai além da morte física e temporal.
Pertencemos a Deus, mas tendo de Deus um olhar mais transparente, autêntico e verdadeiro.
Reconhecemo-nos criaturas do Senhor, todavia olhamos agora esse Senhor com mais consciência do que de fato Ele é e representa para nós, um Senhor amigo e amoroso, compreensivo e respeitoso, bom e pacífico, eterno e maravilhoso, poderoso e misericordioso, vivo e infinito, perfeito e excelente, fiel aos seus princípios e favorável a quem é bom e faz o bem, que oferece sempre os seus benefícios presentes a quem procura viver uma vida de direito e respeito, livre e responsável, equilibrada e sensata, tolerante e compreensiva, amiga e generosa, fraterna e solidária, justa e verdadeira.
A partir desses princípios naturais da vida e existência humanas, descobrimos um outro Deus, nos conscientizamos de que o Senhor também é natural, e não sobrenatural como afirmavam no passado.
Sim, Deus é natural.
O Senhor é humano.
O Criador compreende a gente.
É nosso amigo.
Em função dessa compreensão da atual realidade divina, o indeterminismo faz o seu jogo cotidiano tornando-se então mais racional e consciente de suas responsabilidades no interior da sociedade.
Como se observa, graças ao pensamento e à realidade indeterministas e sua visão da história e da humanidade podemos hoje nos alegrar com a possibilidade de uma outra idéia de Deus, sempre presente e insistente na realidade das sociedades humanas, porém hoje mais compreendida e pelos humanos feita mais consciente, liberta dos preconceitos de outrora e de suas superstições bloqueadoras de sua racionalidade.
Temos então o mesmo Deus de toda a história da humanidade entretanto com uma consciência maior e melhor por parte dos homens e mulheres contemporâneos, entendimento esse propiciado pelos questionamentos constantes e pela problemática existencial e espiritual erguida pela ideologia indeterminista.
Hoje somos mais conscientes de quem Deus é.
E assim mais comprometidos com Ele.
Mais fiéis a Ele.
Mais amigos dEle.
Eis o Deus da Vida como de fato Ele se dá para nós.
Eis o que Ele representa para nós hoje.


16. O Princípio da Incógnita

Aplica-se o Princípio da Incógnita em situações de conflito que precisam ser solucionadas, em casos de emergência onde se observa tensões entre os adversários e pressões entre os inimigos, em circunstâncias de perigo ou crise psicológica e espiritual, mental e existencial, vivencial e emocional, em momentos de aflição e angústia, tristeza e depressão, nos instantes mais graves da nossa vida de cada dia quando não encontramos respostas para as nossas perguntas, ou nos envolvemos em uma rua sem saída, ou não sabemos solucionar as nossas dúvidas e incertezas mais insistentes.
Nesses casos e em tais condições de vida e existência, o Princípio da Incógnita acalma os grupos e indivíduos, tranqüiliza os ambientes adversos, ameniza o clima contrário, atenua as contrariedades e as contradições internas e externas que ora encontramos em nossos relacionamentos de família e de trabalho, nas discussões sérias com conhecidos no meio da rua, nos debates nas universidades quando os raciocínios se tornam críticos e as retóricas se acham dialéticas, no bate-papo do dia a dia ao entrarmos em choque com pontos de vista diferentes, visões da realidade contrárias à nossa, interpretações antagônicas acerca dos seres e das coisas que envolvem os fenômenos da realidade, brigas e confusões entre colegas do trabalho ou vizinhos do mesmo condomínio, condições vivenciais que apontam para a maldade das pessoas e a violência contra a sociedade.
Digamos por exemplo que 2 namorados vivem discutindo noite e dia sobre a necessidade de fazer ou não sexo antes do casamento. Como resolver essa questão ? Apelando-se para o Princípio da Incógnita nota-se que passamos a encontrar um terceiro caminho de solução para essa crise de sexualidade entre um jovem moço e uma jovem garota.
Fazer sexo ou não antes do casamento ?
O Princípio da Incógnita nesse caso atuaria dizendo: “mais tarde falamos sobre isso”; ou “depois a gente conversa”; ou “não se preocupe com isso, ocupe-se sim com outras coisas”. Ou seja, o Princípio da Incógnita intenciona manter a dúvida sobre a questão, a incerteza na relação, o desconhecido como ponto de partida amenizador dos conflitos então gerados, proporcionando assim calma aos ânimos agitados e tranquilidade às pessoas briguentas, dando-lhes mais tempo para pensar sobre o assunto, mais condições de liberdade para tratar bem do problema, mais alternativas de solução para a problemática instalada, mais oportunidades para condicionar respostas e soluções para essas crises existenciais, tensões espirituais e pressões sociais e mentais, abrindo pois o caminho possibilitador de um ambiente mais agradável e favorável que realmente leve ao milagre da opção mais certa, racional e equilibrada para as circunstâncias turbulentas que ali se criaram.
O Princípio da Incógnita sempre acha uma terceira via solucionadora para os problemas existentes.
Ele, o Princípio da dúvida que acalma, da incerteza que tranqüiliza e do desconhecido que nos traz naquele momento uma paz relativa e provisória, a partir da qual se procurará a solução desejada para ambos, os agentes conflitantes.
Ele, uma alternativa razoável,
a opção talvez mais certa naquela hora,
a atitude madura de quem quer bem resolver o problema,
a certeza de que o equilíbrio tem que ser mais forte e o bom-senso a ação mais adequada em tais circunstâncias.
Ele, um caminho de solução,
uma resposta em meio a crises, pressões e tensões, doenças e enfermidades, desvios e aberrações, desesperos e aflições, inconstâncias e instabilidades, conflitos e discordâncias, contradições que propiciem comportamentos violentos e gestos agressivos.
Uma boa estrada nos instantes mais difíceis e nos momentos quase impossíveis da nossa vida cotidiana.
Um jeito diferente de resolver as coisas.


17. Às Margens do Vácuo

A Realidade da experiência humana cotidiana nos mostra que sempre estamos nesta vida entre as fronteiras da razão e da desrazão, do equilíbrio e da loucura, do sensato e ordenado e do imaginado e inconsciente, do real e do irreal, do racional e do irracional, do intencional e do acaso, ou seja, em outras palavras, às margens do vácuo, podendo ou não muitas vezes cairmos no vazio espiritual e no nada da existência ou ao contrário mantermos o controle da nossa mente e das nossas emoções, desejos e paixões, e o domínio sobre nós mesmos, equilibrando-nos no meio da realidade, agindo com juízo e bom-senso em nossas atividades diárias e noturnas e em nossos relacionamentos interpessoais e em nossos comportamentos interdependentes, refletindo assim a necessidade que temos uns dos outros, a exigência da nossa natureza por ações fraternas e solidárias e atitudes cooperativas e colaborativas.
Além dos limites da racionalidade e das fronteiras da realidade, seja no campo da ética ou do conhecimento, seja na dimensão natural ou sobrenatural, seja na condição mental ou espiritual, seja nas circunstâncias de família e trabalho ou nas situações de ordem política, econômica, social e cultural, está o mundo do vácuo, o universo do silêncio, a realidade do vazio e o ambiente do nada.
Parece mesmo que em nosso dia a dia vivemos entre o silêncio e o barulho, a vida e o nada, a existência e o vazio, o tudo e o vácuo.
Sim, viver é estar diante do abismo.
É arriscar-se a cair ou não na ausência do sentido e na falta de razões para viver e existir.
A Vida de fato é uma corda-bamba.
Nós, os equilibristas.
Se cairmos, vamos ao fundo do vazio e do abismo.
Se nos equilibrarmos bem, então teremos a vida, viveremos bem a nossa vida de cada dia.
Ora, o segredo pois de uma boa vida é o equilíbrio da mente e o bom-juizo da consciência.
Sem eles, tudo é o vazio da doença, o abismo da cultura da morte e da violência, o nada de uma existência sem sentido e razões para viver, o silêncio sem amor, a mentalidade de quem faz do vácuo a sua ideologia, a sua liberdade e felicidade.
Portanto, manter o equilíbrio e usar sempre o bom-senso em nossos comportamentos é com efeito garantir a nossa segurança existencial, fugindo dos laços da indefinição e das cadeias e prisões da indeterminação.
Conscientes de nossos limites humanos e naturais, sabemos que estamos sempre perante a realidade oca, o buraco negro da existência, o fundo sem chão de uma experiência indefinida, o mais profundo solo da indeterminação dos seres e das coisas.
Devemos pois ser equilibristas.
E tomar consciência do que està às margens da vida: o vácuo da existência, o vazio da espiritualidade, o silêncio do tempo e da eternidade, o nada de uma realidade irreal e irracional, o abismo da inconsciência imaginária total ou parcialmente alienada.
Fora de nós, por conseguinte, o fundo sem fundo.
Dentro de nós, o equilíbrio da racionalidade e o bom-senso de uma cabeça sadia e de bem com a vida.
Que Deus, o Senhor, nos ajude a ser nesta vida bons equilibristas.
Buscando sempre o bom-senso das coisas e fugindo permanentemente da loucura de uma imaginação doente que nos persegue a cada instante.
Sejamos da vida, pela vida e para a vida.
O Resto é o vazio.


18. O Ser e o Vazio

A Existência humana e sua realidade cotidiana nos apresentam os conteúdos do ser natural e universal, e os detalhes de sua essência globalizadora e as diferenças de sua substância totalizante.
À margem desses conteúdos pensantes, discernentes e cognoscentes está o vazio da vida indefinida e o nada dos ambientes indeterminados.
No vazio do ser, a irrealidade de um viver sem sentido e a irracionalidade de um existir sem razões suficientes para se constituir, se propagar, se consolidar e se estabilizar.
Ali, o nada é a presença, o vazio é a essência, o silêncio é a transparência, a ausência é a consciência, a falta é o todo, o abismo é o mais fundo da realidade e o mais profundo da eternidade.
Sim, entre as fronteiras do ser e suas manifestações simbólicas e imaginárias, eidéticas e eustáticas, intencionais e insofismáticas, vivenciais e experienciais, e os limites do nada que nada para o mergulho no oceano das coisas vazias e dos seres faltantes, das instâncias silenciosas e das aparências ausentes, se encontram as relações entre as pessoas, as suas conexões internas e externas, a sua interatividade com a realidade, o tempo e a história, o seu compartilhamento de tudo o que é bom e faz bem à vida humana, à natureza criada e ao universo gerado, a cooperação mútua entre grupos e indivíduos que comungam das mesmas idéias e conhecimentos e participam dos mesmos interesses em jogo, a colaboração recíproca entre comunidades distantes e sociedades locais, regionais e globais, o intercâmbio de atividades conscientes e de exercícios reais e racionais, temporais e históricos.
A Realidade da experiência cotidiana nos oferece essa possibilidade de vida e essa alternativa de trabalho: ser mediadores entre o ser e o vazio, intérpretes das concordâncias ou não entre a essência e o nada, visualizadores das discórdias ou não entre a substância vivente e o vácuo sem alma.
Somos pois na vida intercessores junto a Deus, realizando e construindo o ser, o pensar e o existir, e ignorando e destruindo os antagonismos da existência, as antinomias da humanidade, as contradições da vida, as adversidades da realidade e as contrariedades da consciência, da experiência e da existência, identificados com a cultura do mal, da morte e da violência e com uma mentalidade que despreza a saúde das pessoas e o bem-estar pessoal e social.
Nessas relações de vida, que fazem a conexão entre o ser e o vazio, se acha a energia vital, a dinâmica do mundo, o movimento da natureza e o processo de vida móvel do universo.
Somos relações vivas.
Vivemos em situações intercambiantes.
Existimos a partir de interatividades que se completam e em função de compartilhamentos que se enriquecem e aperfeiçoam na ajuda de uns aos outros.
Somos operações interdependentes.
Tal verdade real nos afasta de uma vida sem sentido.
Então, o vazio foge de nós e o ser se enche de conteúdo humano e natural.
Até as pedras se integram dentro dessa realidade interativa.
Tornam-se pedras vivas.
Ajudam na construção do edifício do bem e da paz, o principal conteúdo do ser.
Somos essas pedras vivas, produzindo no seio das sociedades humanas a fraternidade universal e a solidariedade entre os povos.
É como se Deus viesse habitar no meio de nós.
Ele, o Ser sem vazio.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Feliz Natal

Natal
Tempo de ser bom
Momento de ser amigo das pessoas

Nesta Noite,
tudo é lindo,
é bacana de se ver.
Como é bom contemplar o Menino
entoando grandes hinos a Deus.

Nesta hora de presentes,
todos se beijam e se abraçam,
louvando o Pequeno Salvador.
Como são belos os passos do mensageiro que anuncia a Paz de Belém.

Neste instante de fraternidade,
e de solidariedade inflamante,
as pessoas se fazem próximas umas das outras.
Como é grande o Garoto,
que nasce pobre na manjedoura,
mas é rico de amor por nós.

Neste momento de bondade,
amizade e felicidade,
todas as mãos se cumprimentam,
come-se e se bebe com alegria,
pois é o Novo Dia Eterno que se nos apresenta.

Neste Dia de Graças sem fim,
e de bênçãos duradouras,
todos cantam de pé as glórias de Maria
e as vitórias de Jesus.
Então, celebra-se a vida,
que vence o mal e a morte.

Neste tempo sem limites,
tudo é festa,
todos sorriem,
não há motivos para tristezas,
nem razões para a dor e o sofrimento.

Parece sim uma Noite Eterna,
onde brilha o Sol da Justiça
e a Luz mais forte que as trevas.
Todos se amam,
todos são amigos,
todos repartem entre si a paz dAquela Criança que surgiu para ser a nossa felicidade em pessoa.

E a estrela de Davi conseguiu nos dizer que naquela Gruta de Belém se encontrava o Redentor dos homens e Salvador da humanidade.
E foi aí que o Céu sorriu e se alegrou, e todos festejaram a chegada do Deus-Menino,
a Saúde do Mundo e o Bem-estar de todas as sociedades.

Por isso, hoje é Natal,
pois alguém ainda sorri e se alegra por causa dAquele Menino.
Alguém faz festa, beija e abraça a todos,
troca presentes e carinhos com outras pessoas, canta e glorifica a Deus por ainda existir felicidade entre nós.

Graças ao Menino,
podemos ser felizes,
sorrir e ser alegres.
Pois Ele,
como Dono da Festa,
o verdadeiro Aniversariante,
nos deu aquilo que mais precisávamos nesta vida:
a paz interior, nosso maior tesouro e nossa melhor riqueza neste mundo.

Um Natal de Paz para você!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Discurso do Silêncio

O Discurso do Silêncio

Madrugada de Sexta-feira.
Eram 3 horas.
Dia 17 de Outubro de 2007.
Bangu, entre Senador Camará e Padre Miguel.
Rio de Janeiro, Brasil.

Então, o silêncio falava mais alto que o vento furioso das folhas das árvores da Primavera, que rodavam a rua mais famosa de Bangu. Rua do Desenhista, na Vila Aliança. Gritos intensos de crianças brincando àquela hora. O Baile funk também se fazia presente naquele barulho silencioso da madrugada. O Caveirão da PM circulava pelas ruas e avenidas adjacentes procurando bandidos e traficantes da área. Estávamos entre a Vila Aliança e a Favela da Coréia de um tal de Robinho Pinga, que, antes de roubar e assaltar, enchia a cara de cana, goró e cachaça, pois achava que doidão sua malandragem se dava melhor, tinha bons resultados, alcançava ótimos frutos. Era ele grande amigo de Elias Maluco, do Morro do Alemão; de Fernandinho Beira-Mar, de Caxias; de Marcinho VP, Fernando Inácio, Paulinho Carioca e UÊ, já falecido.
Um clima de violência e um ambiente de maldade e ruindade rondavam as ruas do Rio de Janeiro.
De repente, um personagem surge na história atual de violência nas ruas, becos, praças e avenidas do Brasil.
Paulo Carioca, conhecido nos morros e favelas do Rio como o Caveirão da PM, o Paulão, o Canhão do Alemão, o Amante das Mulheres do Rio.
Paulão, um homem de bem e de paz, que não dava mole nem vacilava com PM ou bandido-traficante.
Era um criador de amigos,
um produtor de idéias,
um construtor do bem e da paz

Na Comunidade da Coréia

Nesta madrugada, 4 horas de sexta-feira, chegou à Favela da Coréia, e, encontrando um grupo de bandidos e traficantes no meio do caminho, que já o conheciam, disse-lhes sabiamente:
“ Colegas, a vida tem 2 caminhos. O Caminho do Bem e o Caminho do Mal. Se você semeia o bem, colherá a paz. Se você produz o mal, encontrará a violência. O Bem e a paz constróem amigos e bons amigos; o mal e a violência, ao contrário, destróem as boas amizades, as boas intenções, a boa consciência e as boas virtudes”.

Na Comunidade do Borel

Paulinho Carioca partiu dali e foi se encontrar com alguns amigos no Morro do Borel, na Tijuca.
Avistando a Rua São Miguel, no Borel, viu alguns meninos e meninas que brincavam na rua, naquela madrugada de sexta-feira, quase manhã. E explicou-lhes: “ A Vida é uma grande Bagunceira e uma verdadeira Casa Desarrumada. Cabe a nós, filhos da Vida, o esforço em arrumá-la, ordená-la, discipliná-la e organizá-la. Na verdade, ela sempre será uma Eterna Bagunceira, contudo ela gosta de ser bonita, ao ser arrumada; ela gosta do nosso empenho em perfumá-la e embelezá-la, dando-lhe ordem mental, saúde física, organização de seus conhecimentos e pensamentos;e igualmente bem-estar espiritual, quando, então, aproximando-se de seu Criador, Autor da Vida, ela fica em paz consigo mesma, fazendo o bem a todos e cada um, e praticando o amor, a fraternidade, a solidariedade e a generosidade, sua vocação natural, humana e cultural”.

Na Comunidade dos Macacos

Depois de agradecer a paciência e a boa-vontade em ouvi-lo, Paulo Carioca foi direto, de manhã, para o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, onde algumas pessoas o esperavam para uma reunião da associação de moradores e amigos do local.
Durante a reunião, vendo que o calor aumentava, a discussão esquentava e o grau de complexidade dos problemas e soluções cada vez mais se dilatava, agravando e pondo em risco o destino dos moradores e amigos do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Paulão pediu a palavra, e interveio corajosamente: “Tudo neste mundo, e aqui também entre nós, deve ser realizado visando o bem-comum de todos e cada um, seu bem-estar saudável, agradável e favorável, a saúde de todos e cada um, o seu progresso material e espiritual, o seu crescimento como pessoa humana e o seu desenvolvimento integral, interativo e compartilhado, ou seja, em outras palavras, dependemos uns dos outros, por isso devemos ajudar-nos sempre uns aos outros, superando os limites da individualidade e favorecendo a comunhão e participação de todos e cada um. Em função disso, creio eu, devemos tomar as nossas decisões, realizar as nossas tarefas e empenhar os nossos trabalhos. Todos devem se esforçar para isso”.

Na Comunidade do Querosene

O Povo dos Macacos, depois de aplaudir de pé Paulão, despediu-se, e cada um voltou para sua casa sabendo o que deveria fazer a partir daquele momento. E Paulo Carioca, depois de almoçar com eles, dirigiu-se para o Morro do Querosene, na Rua Campos da Paz, no Rio Comprido. Lá se encontraria com outros moradores e amigos, com quem discutiria a violência generalizada ali presente, insistente e constante, cujas balas perdidas, tráfico de drogas, pedofilia, turismo sexual de garotas da comunidade, a maconha e a cocaína propagando-se ali intensamente, o desemprego, os menores abandonados, os velhinhos e idosos da comunidade abandonados, as famílias carentes e desassistidas em grande número, entre outros problemas, necessitavam de respostas e soluções urgentes e emergentes, o que aliás eram uma problemática de risco grave que afetava e contagiava não só o Morro do Querosene como também todos os Morros e Favelas do Rio de Janeiro, e suas comunidades pobres internas, externas e adjacentes.
No Querosene, Paulão deu as seguintes instruções e sugestões, ele que era um líder comunitário, engajado e participante, de forte consciência política, com grande poder de influência em todas as comunidades de moradores e amigos cariocas. Falou então as seguintes palavras: “Respeito é bom e todo mundo gosta. Pois então iniciemos por nós mesmos. Respeito e responsabilidade são as palavras-cheve neste momento e neste lugar, a partir de agora. Com respeito, o bem e a paz podem ser construídos, Com responsabilidade, melhor buscaremos essa paz e melhor criaremos as condições indispensáveis para que o bem se instale, a cooperação entre todos e cada um seja realmente efetiva, a solidariedade contagie a todos, a fraternidade possa ser abraçada individual e coletivamente. Para isto, fé em Deus. E depois muito juizo e bom-senso. Deste modo resolveremos todos os nossos problemas. Sem esquecer, é claro, as pequeninas coisas tão importantes, os pequenos detalhes tão necessários, as diferenças que sempre se sobressaem, trabalhando devagar e com paciência para resolver todas essas perturbações, incômodos e preocupações até mesmo doentias. Acho eu que assim tudo irá bem de hoje em diante. O que vocês acham ?” E ficaram dialogando até a noite o melhor caminho para solucionar essas questões. Em seguida, Paulão saiu, despediu-se, e foi dormir no Morro da Viúva, no Flamengo.

Na Comunidade da Catedral

No dia seguinte, sábado de manhã, 9 horas, foi a um Encontro de Rua com a População de Rua das ruas do Rio de Janeiro, lá, no Centro da Cidade, na Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro. Neste Encontro Real e Rual, tinha de tudo: mendigos, pobres, miseráveis, bêbados, cachaceiros, homossexuais, gays, viados, bichas, bandidos, ladrões, traficantes, alcoólatras, maconheiros, cheiradores de cola de sapateiro, cheiradores de cocaína, heroína, morfina, LSD, prostitutas, meretrizes, mulheres de programa, garotos ou jovens de programa ativos e passivos, menores abandonados e outros mais. Reunidos então na Catedral discutuam como encontrar melhores condições de vida e trabalho diante de tantos problemas e conflitos, contradições, adversidades e contrariedades nas ruas, praças e avenidas do Rio de Janeiro. E, no auge da discussão, Paulão, o Caveirão da PM, o Canhão do Alemão, tomou a palavra, e disse: “ Fé em Deus que a vida vai melhorar. Cada um seja responsável por seus atos. Que haja respeito de uns pelos outros aqui no meio de nós. Porque somos dependentes. Dependemos uns dos outros.Precisamos nos ajudar.Não podemos nos dividir.Confiança em Deus, o Senhor, o Amigo dos pobres. Queremos melhorar a nossa situação ? Desejamos liberdade e mais felicidade ? Então, desde agora, devemos colocar na cabeça que dependemos uns dos outros. Ninguém é feliz sozinho. Somos pobres, mas não somos miseráveis. Somos dependentes. Dependemos de Deus. Dependemos dos outros. Dependemos uns dos outros. Nossa força é a união, a cooperação, a generosidade, a fraternidade, a solidariedade. Precisamos acreditar nisso. A luta continua”.

Na Comunidade de São Carlos

Terminada a reunião, Paulão, sempre muito ativo, dirigiu-se para o Morro de São Carlos, no Estácio. Lá, se encontraria com a Associação de Moradores e Amigos do São Carlos. Chegando então ao São Carlos, uma mulher do local pediu-lhe um conselho acerca de determinado problema. E ele, experiente no assunto, afirmou: “Olha, Margarida, seja uma mulher justa e direita. Seja sempre amiga da verdade. E Deus, o Senhor, estará com você. Tá certo que o mal e a violência estão em torno de você. Todavia, não se deixe atrair. Não se permita envolver nesse tipo de assunto. Viva a sua vida e deixe os outros viverem a vida deles. Seja você, mas não seja os outros. Tenha seu próprio ponto-de-vista. Tenha sua própria visão de mundo e de sociedade. Opte pelo bem e pela paz. Comprometa-se com o amor e a vida. Assuma um compromisso responsável com Deus, o Senhor do Bem e da Paz. E tudo irá bem na sua vida. Fique em Paz”.
Paulo Carioca passou o dia inteiro no São Carlos, resolvendo problemas e solucionando situações graves de risco. À noite, foi a outra reunião, desta vez no Complexo do Alemão, local que é caminho para quem vai para a Zona Norte e Oeste da Cidade.Dormiu por lá.
Paulão, líder comunitário, ganhava seu pão de cada dia ajudando as comunidades pobres e suas associações de moradores e amigos adjacentes, recebendo um salário mensal por suas atividades de mutirão, cooperação e aconselhamento social, psicológico e espiritual no interior destas comunidades de Morros e Favelas do Rio de Janeiro.
Muito trabalho, é verdade, mas ao lado de uma grande problemática social nas ruas, morros e favelas cariocas: a exclusão e marginalização social, a divisão de classes, exploração sexual de mulheres, garotas e meninas de programa, o homossexualismo,a pobreza e a miséria, a maldade e a violência, a cultura da morte, o choque constante entre polícia e bandidos, além do preconceito, a ignorância e a imcompreensão da sociedade.
No entanto, Paulinho Carioca, continuava a sua luta, ajudando os outros a lutar também.
Era domingo, dia do Senhor. E Paulão foi à missa conversar com Deus e rezar pelos amigos.

Na Comunidade da Formiga

Depois da missa na Igreja do Bom Jesus do Calvário, na Rua Conde Bonfim, n. 50, na Tijuca, Paulão foi direto para o Morro da Formiga almoçar com alguns colegas de trabalho. Na ocasião, fez o seguinte comentário: “A vida é dura para quem é mole.Saber viver todo mundo sabe. O mais importante é saber conviver, conviver com as pessoas que estão ao seu lado e perto de você, na família, na igreja, na escola, no hospital e no trabalho, ou em qualquer tempo e lugar em que nos encontrarmos. Conhecemos as pessoas quando vivemos e convivemos com elas Por isso, não devemos ficar julgando uns aos outros. Cada um tem a sua vida. Cada um faça o que quiser, mas também o que se deve. Porque não somos ilhas nem ninguém é ilha neste mundo em que vivemos. Vivemos em sociedade. Dentro dela temos cargos e funções, que, quando bem trabalhados, produzem um bem enorme à comunidade local, regional e global. Por tudo isso, vejam uma coisa: cada ato responsável que você fizer visando o bem e a paz da sua comunidade, tem uma repercussão grandiosa nos seus vizinhos, na Cidade, no Brasil e no mundo inteiro. Se errarmos, o mundo inteiro erra conosco. Mas se acertarmos, todo o Globo Terrestre acerta conosco. A partir dessa realidade, percebemos e observamos como é importante respeitar as pessoas e ter responsabilidade no meio de nós. Nossas boas atitudes fazem um enorme e grandioso bem à humanidade”.

Na Comunidade da Tijuca

Depois do almoço com seus amigos, Paulo Carioca caminhou até o Morro do Turano, no Rio Comprido, passando pelo Morro do Salgueiro, na Praça Saens Pena, e depois pelo Morro do Chacrinha, na Tijuca. No caminho, conversou com algumas pessoas que cruzaram com ele. Nesse diálogo, expressou a seguinte opinião: Movimente-se sempre. Ande e caminhe diariamente. Quanto mais devagar a caminhada, melhor para a saúde física, mental e espiritual. Siga sempre as leis da natureza. Seguindo a natureza e movimentando-se constantemente, você sairá da rotina facilmente, abraçará novas alternativas de trabalho, renovará suas atividades permanentes, abrir-se-á para um novo mundo de idéias e ideais e, ao mesmo tempo, se libertará de preconceitos e superstições que só estragam e destróem a sua vida. Cuide de sua saúde pessoal sim, mas não se esqueça também do bem-estar dos outros. Pense em você, mas pense nos outros também. E não se esqueça dAquele que é o Fundamento de tudo e de todos, Deus, o Senhor. Dialogue sempre com Ele. Ele gosta de nos ouvir, de saber a nossa opinião sobre determinadas coisas da realidade.Ele é o nosso Deus e Senhor”.

Na Comunidade da Maré

Após sua visita à Tijuca e ao Rio Comprido, Paulinho Carioca, um grande pensador no meio de nós, partiu para a Favela da Maré, Vila do João, perto da Ilha do Governador, junto à Avenida Brasil, acompanhado, desta vez, de suas 2 lindas namoradas, mulheres cariocas, Valéria e Madalena., de 26 e 28 anos respectivamente.
Na Vila do João, surgiu o seguinte debate de idéias, junto à comunidade local: “A gente precisa aprender a crescer, progredir e evoluir nesta vida”, disse Valéria, abrindo o diálogo. “E, igualmente, desenvolver nossas idéias e talentos, e realizar nossos sonhos e ideais”, completou Paulo Carioca..”Eu acho também que a gente tem que ter uma profissão neste mundo. Para isto, é preciso descobrir nossa vocação. Pra quê que a gente serve ? O que eu gosto de fazer ? Se o salário compensa nosso esforço de trabalho ?”, explicou um morador da Maré. “Eu, porém, acho o seguinte:Deus nos deu dons, graças e carismas, para que a gente seja livre e feliz nesta vida, e na vida que continua depois da morte.Quando a gente descobre isso, a vida melhora pra nós, e para os outros também. A comunidade cresce. Os vizinhos evoluem. E a sociedade e o mundo inteiro progride, desenvolvendo seu trabalho e suas atividades sociais, políticas, econômicas e culturais. Felicidade para todos e cada um, e pra mim também”, replicou Madalena. Insistindo no fluxo de idéias apresentadas, Paulo Carioca mais uma vez suplementou:”Deus ajuda a quem trabalha, a quem é bom e faz o bem nesta vida. Deus ajuda a quem gosta de ajudar o próximo. Deus ajuda a quem constrói a paz e vive em paz uns com os outros. Tudo isto são as consequências de tudo que falamos aqui e agora. Trabalhando, o mundo é mais feliz”.
Finalizada a reunião na Comunidade da Maré, todos foram de volta para suas casas.
Valéria, Paulo Carioca e Madalena, e mais alguns amigos, continuavam visitando as comunidades cariocas das ruas, morros e favelas do Rio de Janeiro.

Na Comunidade do Caju

De repente, uma guerra de quadrilhas de traficantes, seguida de tiroteio e balas perdidas, tiro na cabeça e bala na idéia, no Complexo de São Carlos, entre o Morro da Coroa e o Morro da Mineira, fizeram diversas vítimas, que morreram no meio do fogo cruzado. Alguns mortos eram conhecidos nossos. Seriam enterrados mais tarde no Cemitério do Caju. E fomos ao enterro.
No Velório em uma das capelas do Cemitério do Caju, fazíamos o acompanhamento dos mortos – eram 4 defuntos – quando umas das garotas, a Scheila Mattos, parente de uma das vítimas, já bastante resignada e tranquila, perguntou ao Paulinho Carioca: “Paulo, você acredita na Eternidade ? Na vida-além ? No futuro dos mortos ?” Paulão, olhou pra ela, refletiu um pouco, e disse-lhe, visualizando a todos:”A Eternidade é a Casa de Deus. Os mortos não morrem...continuam para sempre. Acho que lá, junto do Senhor Deus, a gente convive melhor com os nossos problemas e dificuldades. Convivemos em paz uns com outros. Convivemos fazendo o bem uns aos outros. Convivemos amando-nos uns aos outros, ajudando-nos uns aos outros. Na Eternidade, a palavra certa é Convívio. Convivemos com Deus, o Senhor, o Criador, o Autor da Vida, e com suas criaturas humanas e naturais. Convívio divino e humano. Convívio de amor e paz. Convívio de bem com a vida. Deste convívio eterno, participam aqueles homens e aquelas mulheres que fizeram o bem nesta vida, viveram em paz uns com os outros, abraçaram a cultura do amor e da vida neste mundo, e, vivendo e convivendo assim aqui no Planeta Terra, colocaram Deus, o Senhor, em primeiro lugar em suas vidas. Quem fez e faz assim, cá entre nós, quando morrer será livre e feliz eternamente. Pois junto de Deus há paz e tranquilidade, liberdade e felicidade, alegria e contentamento. Para sempre, eternamente, felizes, alegres e contentes, ao lado do Fundamento de tudo e de todos, Deus, o Senhor”..

Na Comunidade Universitária

Saimos dali, após o enterro de nossos amigos de comunidade, e partimos para Universidade Estácio de Sá, onde um grupo de estudantes nos aguardavam para um novo debate de idéias e questões sociais e políticas, econômicas e culturais, a partir da realidade das comunidades pobres das ruas, morros e favelas do Rio de Janeiro. Desta vez, o debate seria com os estudantes universitários dos cursos de história e sociologia.
Discutiríamos sobretudo o silêncio aparente das comunidades, dentro do qual tudo acontece, mas quase ninguém o sabe.
Um silêncio gritante, enlouquecedor, doentio, marginal, violento, o qual muitas vezes a sociedade procura ignorar, não escutar, não ouvir os seus apelos, o seu discurso inflamante, cruel e infernal. O Discurso do Silêncio. Até aqui e agora, ouvimos a loucura calorosa e a realidade silenciosa do inferno carioca: o real e o rual da realidade marginal e social das comunidades pobres das ruas, morros e favelas do Rio de Janeiro.
O Silêncio é o grito da realidade.
A Realidade é o grito do silêncio.
O Silêncio Real é a Marginalização Social.
Alguém precisa fazer alguma coisa .
Quais são as causas e as consequências de tanta maldade e violência ?
Por que a guerra entre traficantes ?
Por que o choque e o conflito permanentes entre polícia e o BOPE, e o Caveirão da PM, de um lado, e as quadrilhas de bandidos e traficantes de outro lado ?
Como ficam o Povo Trabalhador e suas famílias destas comunidades sociais e marginais ?
É possível andar tranquilo nas ruas do Rio de Janeiro ?
A Paz é possível ?
O Amor resolve ?
Vale a pena continuar fazendo o bem ?
E Deus, o Senhor, onde está ?
Deus, ó Deus,
Onde estás que não respondes ?
Tudo isto, relatado acima, foi o conteúdo do debate de idéias acerca dos fenômenos sociais e marginais discutido com os estudantes universitários da Universidade Estácio de Sá, no Rio Comprido, perto do Túnel Rebouças, nesta quarta-feira, à noite, 20 horas, dia 22 de Outubro de 2007.

Na Comunidade da Prefeitura

No dia seguinte, Valéria me telefonou dizendo que teve a idéia de nós levarmos nossas reivindicações à Prefeitura do Rio, diante do então Prefeito César Maia.
Todas as comunidades aprovaram a idéia.
E então no mês seguinte dia 14 de Novembro de 2007 fomos até o Prefeito César Maia e colocamos diante dele nossas justas reivindicações, que foram as seguintes:
Reivindicações dos Amigos, Moradores e Trabalhadores das Ruas, Morros e Favelas do Rio de Janeiro:
1) Queremos saúde, educação e transporte para todos
2) Queremos atividades de lazer, arte e esporte em nossas comunidades
3) Queremos trabalho e emprego para os necessitados
4) Queremos mais escolas e hospitais
5) Queremos de cada um segundo as suas possibilidades
e a cada um conforme as suas necessidades
6) Queremos respeito à nossa dignidade humana
7) Queremos paz em nossas comunidades
8) Queremos cumprir com os nossos deveres
9) Queremos compreensão com os nossos direitos
10) Queremos fazer o bem e viver em paz
11) Queremos amar a vida e praticar o amor
12) Queremos a Justiça a nosso favor
13) Queremos fraternidade e solidariedade
14) Queremos ajudar a sociedade
15) Queremos Deus, o Senhor
16) Queremos que todos sejam livres e felizes
17) Queremos saúde e bem-estar para todos
18) Queremos respeitar e ser respeitados
19) Queremos ser responsáveis por nossos atos
20) Queremos que o juizo e o bom-senso prevaleçam
em nossas atitudes, decisões e conversações
21) Queremos que as diferenças sejam entendidas e respeitadas
22) Queremos dizer “não” à maldade e violência
23) Queremos dizer”sim” à cultura do amor e da vida
24) Queremos viver em paz uns com os outros
25) Queremos fazer o bem uns aos outros
26) Queremos ajudar-nos uns aos outros
27) Queremos depender uns dos outros
28) Queremos fazer tudo direito,
trabalhar com alegria e
realizar bem todas as coisas
29) Queremos a glória, a honra e o louvor para o nosso Deus e Senhor,
por seus benefícios e maravilhas realizados até agora no meio de nós.

O Prefeito do Rio César Maia recebeu estas nossas 29 reivindicações e disse-nos que a partir de então iria tomar as devidas providências para que elas sejam realmente observadas no dia-a-dia da realidade cotidiana das comunidades pobres das ruas, morros e favelas do Rio de Janeiro.
Depois do nosso encontro com a Prefeitura do Rio, Valéria e Madalena começaram a nos explicar a função do Estado e da Prefeitura dentro da sociedade
onde estamos inseridos: “Prefeito, Governador e Presidente da República são Poderes Públicos de primeira instância, os mais importantes perante toda a sociedade, de natureza política, cujas características se identificam com a possibilidade de gerar ordem social, estabelecer uma hierarquia de valores, organizar politica, social, economica e culturalmente o conjunto da sociedade tendo em vista garantir-lhe paz existencial, equilíbrio emocional e estabilidade e crescimento físico, mental e espiritual. O Poder público é um cargo político cujas funções visam estabelecer a ordem das instituições sociais, a ordem do ambiente natural e humano, a ordem da sociedade em geral.O Prefeito e todo poder publico, politicamente estabelecido, tem que oferecer as condições indispensáveis para que a ordem social seja garantida, a ordem política seja mantida, a ordem econômica seja eficaz e a ordem cultural seja aceita, entendida e respeitada”.

Na Comunidade Católica

Tendo mostrado a importância do Poder Público politicamente estabelecido, saimos dali e demos uma caminhada até a sede da Igreja Católica do Rio, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, lá, na Glória, Palácio São Joaquim, onde o Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Oscar Sheid,
nos aguardava para uma entrevista com a presença de toda a imprensa carioca.
Na ocasião, João Guedes, que fazia parte da nossa equipe de trabalho, falou-nos da seguinte maneira: “A Igreja do Rio deseja cooperar, colaborar ativamente e participar generosamente do nosso enpenho e esforço em lutar por garantir realmente melhores condições de vida, saúde e trabalho para todas as comunidades pobres do Rio de Janeiro, presentes sobretudo nas ruas, morros e favelas cariocas, para isto juntando e unindo o Povo de Deus nesta luta diária, real e rual, cotidiana”.
E o Cardeal do Rio, Dom Eusébio, mostrou-se bastante interessado em nos ajudar.

Na Comunidade da PETROBRÁS

Em seguida, nós, os representantes do Povo de Deus pobre, carente e marginalizado das ruas, morros e favelas do Rio de Janeiro, nos dirigimos até a sede da PETROBRÁS, na Avenida Chile, Centro do Rio, onde seu Presidente Sérgio Gabrielli, desejava falar-nos sobre a real colaboração da PETROBRÁS junto às nossas atividades comunitárias. Neste momento, explicou-nos Joaquim Mendes de Almeida, uma das lideranças comunitárias ali presentes: “ A Energia brasileira vem em socorro de nossas comunidades carentes com o objetivo de favorecer sua inclusão social, sua emergência econômica e sua conscientização política, incentivando junto a elas ações esportivas e atividades artísticas, além de proporcionar, dentro de seus limites operacionais, tempo e espaço para o lazer, em que as crianças, jovens e idosos, e todas as famílias reunidas, abram-se a novas possibilidades de saúde e bem-estar, renovem-se interior e exteriormente e libertem-se das prisões físicas, psicológicas e comportamentais, criando-se deste modo um clima agradável, um meio saudável e um ambiente favorável cujas consequências naturais, humanas, reais e vitais são o progresso material e a evolução espiritual
deste povo tão sofrido, constantemente em luta, empenhando-se em seus labores diários, esforçando-se em seu trabalhos cotidianos, tentando-se assim usufruir dos favores, maravilhas e beneficios da Providência Divina, que trabalha sabiamente junto aos homens e mulheres de boa-vontade deste mundo que é o Brasil”.

Na Comunidade da OAB

Mais tarde, fomos para a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, para uma reunião de apoio e incentivo às nossas atividades trabalhistas.
Animados e motivados, ouvimos então de um advogado, ali representante da OAB: “O bom-senso é a luz do direito e a força da justiça.
Seguindo as regras do juizo reto e do bom-senso legal e legítimo, desejamos a partir de agora somar esforços e multiplicar empenhos, no sentido de trabalhar juridicamente em prol da garantia dos direitos e deveres, e suas justas reivindicações, das comunidades pobres e carentes das ruas, morros e favelas do Rio de Janeiro, sabendo desde já que é nossa obrigação ajudar os menos favorecidos, torná-los conscientes dos seus direitos e livres em seus deveres cujo cumprimento trará favores e benefícios a toda populaçao carioca, brasileira e do mundo inteiro”.

Na Comunidade da ABL

Depois, já de noite, fomos até a ABL – Academia Brasileira de Letras, reivindicar ajuda da ABL em favor do Povo de Deus identificado com as comunidades pobres e carentes do Rio de Janeiro. Foi então que um escritor da ABL refletiu no meio de nós: “Ser bom e fazer o bem é o sentido da vida humana, natural e cultural. A Bondade de Deus é uma luz no nosso caminho. Quando seguimos essa luz, imitando o Criador, o mundo fica mais bonito, a vida fica mais feliz e o homem e a mulher, juntos e unidos, atingem a liberdade maior.Praticar o amor e a caridade, a fraternidade e a solidariedade, torna-nos bem melhores do que já somos. Por isso, nós, aqui e agora, da Academia Brasileira de Letras animamos e valorizamos, motivamos e incentivamos a todos os que hoje, neste momento, representam as comunidades pobres do Rio de Janeiro, suas lideranças responsáveis, para que continuem até onde for possível este trabalho, esforço e empenho de ajudar a ajudar, ajudar na obtenção das condições favoráveis ao bem-comum e bem-estar, cada vez maior e melhor, de todo este Povo de Deus então por vocês liderados e representados. Deus os ajude e abençôe”.

Na Comunidade do BANCO DO BRASIL

Na manhã seguinte, fomos ao BANCO DO BRASIL.
Os Banqueiros, na voz do seu Presidente, nos disseram:”O Dinheiro é necessário para movimentarmos nossas vidas, cumprirmos nossos desejos e satisfazermos nossas necessidades, realizarmos nossos sonhos e sustentarmos nossas esperanças.
O Dinheiro é como a Política. Politizados, buscamos o bem de todos e cada um.
Com dinheiro, o bem-estar é mais acessível e o bem-comum é mais realizável. A Política do dinheiro é ajudar-nos em nossas necessidades. Deste modo, podemos crescer, progredir e evoluir, com estabilidade. Estabilidade e crescimento são imprescindíveis quando queremos controlar a inflação, sustentar a moeda e valorizar o câmbio. A moeda fortalecida propicia avanços financeiros e qualidade nos empreendimentos. O sonho da prosperidade torna-se real, o real tem seu valor fortificado. Assim, a política econômica do BANCO DO BRASIL trabalha favorecendo o fluxo valorativo do capital investido, a consciência ambiental e a responsabilidade social, somando esforços e multiplicando empenhos no sentido de proporcionar a todos e cada um que usufruem de seu capital e sua economia forte um verdadeiro desenvolvimento sustentável, onde as comunidades pobres e carentes das ruas, morros e favelas do Rio de Janeiro encontrarão o tempo, o momento certo e o espaço necessário para realizar seus desejos e satisfazer suas necessidades”

Na Comunidade da CAIXA

De tarde, nos dirigimos à CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, onde ouvimos o seguinte discurso: “O Dinheiro tem suas origens nas relações de troca de objetos comerciais entre os burgueses da Idade Média, que, desenvolvendo o comércio, causaram o Mercantilismo no início da Idade Moderna, que, por sua vez, com suas teorias de mais-valia, propriedade privada, livre iniciativa, empreendimentos e prosperidade, moeda comercial, economia de mercado, qualificação do trabalho profissional e pluralidade de matéria-prima, principiaram o que chamamos de Capitalismo Primitivo, depois o Capitalismo comercial e industrial, a seguir o Capitalismo Selvagem, o Capitalismo Financeiro e Cambial e, finalmente, o Capitalismo local, regional e internacional. Temos hoje também o Capitalismo Democrático. O que é importante ressaltar é que o Sistema Capitalista Mundial, atualmente, quer trabalhar fortemente com os trabalhadores, seus partidos e sindicatos, e com os grupos políticos e sociais das sociedades modernas em geral.Trabalhar igualmente com os pobres e carentes, e suas comunidades de ruas, morros e favelas. Deste modo, a demanda de mercado aumenta, o capital cresce, o progresso e o bem-estar evoluem, a economia progride e o país desenvolve-se sustentavelmente, com consciência ambiental e responsabilidade social. Por todos estes motivos, a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL apóia, motiva, anima e incentiva as lideranças e representantes das comunidades pobres do Rio de Janeiro, tendo em vista o crescimento e o desenvolvimento material e espiritual de todos e cada um dos envolvidos nestas comunidades. A CAIXA e o Brasil estão com vocês”.

Na Comunidade dos CORREIOS

No dia 20 de Dezembro de 2007, às 14 horas, estávamos dentro da sede dos CORREIOS, no Rio de Janeiro, diante de toda a Imprensa, Rádio e Televisão do país chamado Brasil, para uma entrevista de caráter nacional e internacional. Neste momento, Paulo Carioca, homem bom que só fazia o bem, representando nossas lideranças comunitárias, falou nos seguintes termos:”Agradeço a Deus, o Senhor, em primeiro lugar, e a vocês, meios de comunicação social aqui presentes, e também à sociedade carioca e brasileira, por nós termos chegado até aqui, em nossa mobilização diária de vários anos, movimento permanente de construção e abertura de tempo e espaço para as comunidades pobres do Rio de Janeiro. Com criatividade, paciência, auto-estima e alto-astral, movimentando-nos constantemente, com consciência política, respeito pessoal e responsabilidade social, fomos devagar sem pressa criando as condições necessárias para o atendimento e o compromisso com as nossas reivindicações comunitárias. De bem com a vida, construimos este momento. Que as autoridades competentes e suas instituições e organizações possam realmente nos ajudar a ajudar. O resultado é o bem-estar, a saúde e a paz para todos. Que Deus nos abençôe. Que o Senhor nos recompense a todos nós, beneficentes e beneficiados
por nossas lutas, empenhos, esforços e trabalhos. Que a glória do Senhor nosso Deus se manifeste a todos. Obrigado”.

Na Comunidade do Souza Aguiar

Dois dias depois, também à tarde, estávamos no Hospital Souza Aguiar, quando então seu Diretor falou-nos do seguinte modo: “Se a cabeça do homem vai bem, então tudo ao seu redor vai bem igualmente. Se a cabeça do homem vai mal, então tudo em torno de si vai mal também. A cabeça (o cérebro, a razão, a consciência) é o centro fundamental de controle de onde saem as atividades humanas bem ou mal ordenadas, disciplinadas e organizadas, para onde se dirigem as informações transformadas em conhecimento, ética e espiritualidade, onde se formam o devido respeito e a séria responsabilidade, a liberdade condicionada e a felicidade relativa, o juizo e o bom-senso, a saúde pessoal e o bem-estar dos outros. Boas idéias e boas imagens, boas intenções e bons sentimentos, bons pensamentos e bons comportamentos, significam uma cabeça bem formada e informada, saudável e agradável, forte e luminosa, livre e feliz. O contrário disto tem consequências que estamos cansados de ver, saber e viver. Por isso, cuidar da nossa saúde é zelar pela nossa boa cabeça, a fim de que seus frutos produzam o bem e a paz, o amor e a vida, o progresso e o bem-estar, o crescimento e o desenvolvimento dos povos e nações. Em função de tudo isto que foi dito, queremos nós diretor, coordenadores, chefes de setor e de serviço, médicos, pacientes e funcionários deste Hospital Souza Aguiar nos solidarizar e abraçar as lideranças representativas das comunidades pobres e carentes das ruas, morros e favelas do Rio de Janeiro, cujo movimento trabalhador e construtor de alternativas, oportunidades e possibilidades é o produto consequente de uma cabeça boa com ótimas idéias, intenções e ações, a qual certamente proporcionará no seu devido tempo e lugar os frutos formidáveis e admiráveis de uma sociedade baseada na justiça e na solidariedade. Tomara que nós, da nossa parte, possamos contribuir eficaz e responsavelmente com esse projeto comunitário para que os pobres sejam mais ricos, crescendo em qualidade social, política e econômica, como também em qualidade moral, cultural e espiritual. Paz a todos”.

Na Comunidade do Daltro Santos

Às 17 horas do dia 26 de Dezembro de 2007, estávamos nós no C.E.Daltro Santos, em Bangu, para mais um novo debate de idéias e vivências cotidianas sobre educação e sua relação necessária com as comunidades pobres do Rio de Janeiro. Então foi-nos dada a palavra, e falamos o que se segue:”Educar bem o povo é oferecer-lhe as condições indispensáveis para assumir um compromisso responsável com a obtenção e produção do conhecimento, da ética e da espiritualidade humana, em função de que deve construir sua vida, destruindo preconceitos e superstições, abrindo-se a uma permanente renovação interior e exterior, libertando-se de fato da cultura da violência e da morte, da maldade e da ruindade, afastando-se de vez de prisões ideológicas e escravidões físicas, mentais e espirituais. Deste modo, nossas comunidades pobres do Rio seguirão comprometidas social, politica e economicamente com melhores situações de vida e saúde, maior bem-estar individual e coletivo. Que Deus seja louvado e que o Senhor seja bendito”.

Na Comunidade do Metrô

No dia seguinte, fomos convidados pelo Sindicato dos Metroviários do Rio de Janeiro – Trabalhadores do Metrô – para uma entrevista coletiva onde seriam abordados assuntos de interesse de nossas comunidades e ligados precisamente às nossas reivindicações comunitárias. Na ocasião, foi dito o seguinte: “Vivemos atualmente no Rio de Janeiro, no Brasil e no mundo inteiro, um processo de enlouquecimento generalizado, produzido pela constante prática da violência e da maldade, matando-se e morrendo-se absurdamente. A loucura social e marginal invadem nossas casas e famílias, nossos trabalhos e escolas, nossas igrejas e hospitais, nossas instituições e organizações, nossas ruas e avenidas, nossos morros e favelas, nosso cotidiano, nossa realidade do dia-a-dia. A maldade enlouquece. A violência enlouquece. Os sonhos e a fuga da realidade também enlouquecem. Para onde vamos ? O que estamos fazendo aqui e agora ? Que caminho tomar ? Existem soluções para isso ? O Bem e o Mal lutam entre si, Deus e o diabo estão em guerra, a Paz e a violência se chocam, a luz e as trevas duelam um combate indefinível, o amor e o ódio travam a batalha final, a vida e a morte entram em um conflito duradouro. Quem vencerá ? Quem ganhará esta partida decisiva para a humanidade ? Que Deus, o Senhor, nos possibilite o juizo e o bom-senso nesta hora de decisão.
Devemos escolher o caminho do bem e da paz. Que o Senhor Deus nos ajude e nos abençôe”.
Até aqui este momento, a voz que começou no silêncio tem se manifestado, libertando nosso grito de justiça diante de uma realidade antes opressora e oprimida,
e agora mais solidária e mais fraterna. Crescemos bastante até agora. Desenvolvemos talentos e habilidades, dons e graças, carismas e competências. Articulamos um novo processo de abertura, renovação e libertação, em que evoluimos material e espiritualmente. Com o progresso até então adquirido, nossos sonhos têm se tornado realidade. O Silêncio e seu discurso parecem estar sendo ouvidos.
No início de 2008, fundamos a CASA DO POBRE, para o nosso trabalho e serviço de atendimento e ajuda social às comunidades pobres. Igualmente, criamos a ACOPO – Associação das Comunidades Pobres do Rio de Janeiro. E também estabelecemos os Direitos e Deveres do Cidadão Pobre Trabalhador, com o objetivo de facilitar, melhorar e aprimorar o atendimento das reivindicações das Comunidades Pobres das ruas, morros e favelas do Rio de Janeiro perante as Instituições e as Autoridades Competentes.

Na Comunidade da GLOBO

Quando, em Janeiro de 2008, fomos à Rede Globo de Televisão, no Jardim Botânico, divulgamos então para todos ali presentes os Direitos e Deveres do Cidadão Pobre Trabalhador do Rio de Janeiro. Ei-lo: 1) Direito à vida, de viver e existir; e Dever de ajudar os pobres e necessitados. 2) Direito de realizar e satisfazer seus desejos humanos e suas necessidades naturais; e Dever de ser responsável por seus atos. 3) Direito à saude e ao bem-estar; e Dever de respeitar aos outros, a si e a Deus, o Senhor. 4) Direito ao estudo, à pesquisa e à obtenção de novos conhecimentos; e Dever de agir com juizo e bom-senso. 5) Direito ao silêncio; e Dever de usar de paciência na hora das adversidades e contrariedades. 6) Direito a andar, caminhar, movimentar-se; e Dever de destruir seus vícios e construir suas virtudes. 7) Direito de usar a criatividade quando indispensável; e Dever de propagar, difundir e publicar as boas idéias e os bons pensamentos, os bons sentimentos e as boas ações, atitudes e comportamentos. 8) Direito de ser ajudado quando necessário; e Dever de ajudar a ajudar. Estes os Direitos e Deveres de um homem bom que só faz o bem que se identifica com o Cidadão Pobre Trabalhador de nossas comunidades de rua, morro e favela.

Na Comunidade de O DIA

Em Fevereiro de 2008, durante o Carnaval do Rio, a Editora do Jornal O Dia S.A. convidou-nos a publicar um livro cujo conteúdo seria o seguinte:
AUTOR: Paulo Carioca Gonçalves de Oliveira
TÍTULO: Um Homem bom que só faz o bem
CONTEÚDO: a) Ser bom e fazer o bem
b) Ser responsável
c) Respeitar e ser respeitado
d) Usar o juizo e o bom-senso
e) Ter saúde e bem-estar
f) Ser livre e feliz
g) Crescimento e estabilidade
h) Crescer, progredir e evoluir
i) Abrir-se, renovar-se e libertar-se
j) Limites, tendências e possibilidades
k) Zelar pelo corpo, a mente e o espírito
l) Andar, caminhar, movimentar-se
m) Cultivar o Silêncio
n) Ser paciente
o) Qualidade de vida alimentar
p) Consciência Ambiental
q) A Boa Educação
r) Amar a Deus, o Senhor
s) Trabalhar com alegria
t) Fazer bem todas as coisas
u) Propagar a fraternidade e a solidariedade
v) Ter uma cabeça saudável, agradável e favorável
w)Fugir da maldade e da violência que enlouquecem as pessoas que vivem e convivem em sociedade
Este o conteúdo do nosso primeiro livro a ser lançado em 2008.

Na Comunidade TUPI

Dois meses depois, em Abril de 2008, fomos convidados para mais uma rodada de debates e diálogos na Super Rádio Tupi do Rio de Janeiro. Os assuntos então abordados em síntese foram os seguintes: 1) A Fé em Deus, o Senhor, e sua relação com a luta dos pobres trabalhadores por melhores condições de vida 2) A Filosofia de vida da ACOPO e da CASA DO POBRE 3) O Poder político e econômico e sua influência sobre as comunidades 4) Emergência Social e luta dos pobres trabalhadores 5) União e participação popular entre as comunidades 6) Progresso e desenvolvimento comunitário.
E assim permaneceu durante muitos anos a luta de ascensão social de nossas comunidades pobres.
Crescemos e evoluimos bastante.
Estabilizamos a nossa jornada.
De agora em diante, vamos colher os bons frutos de nossa caminhada emergente.
Do silêncio da marginalidade
Pelo silêncio da justiça
Para o silêncio da estabilidade.
Hoje, a luta continua.
E a vida permanece.
E continuamos a fazer do silêncio a voz permanente da nossa caminhada.
A Justiça venceu.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvimento Sustentável

O Bem-estar do povo brasileiro no presente e no futuro da humanidade depende certamente de políticas públicas integradas onde se levem em conta a qualidade e a quantidade de alimentos produzidos, a melhoria das nossas relações com o meio-ambiente com a diminuição do excesso de carbono nos locais e regiões rurais e urbanas, a produção de novas e diferentes idéias e conhecimentos que possam abrir bem e mais a nossa consciência e a nossa visão da realidade e a nossa interpretação dos seres e das coisas, o bom uso das tecnologias atuais como a informática e a rede mundial de computadores, a internet, o aprimoramento dos meios de comunicação social elevando o grau de utilização do rádio e da televisão, do computador e do telefone celular, as excelentes condições de saúde de nossa gente, o alto nível educacional de nossos estudantes, a ótima oferta de emprego e trabalho para os cidadãos do Brasil, a emergência social e cultural das famílias dos trabalhadores, a emancipação ética e política de nossos líderes e governantes como também da base que sustenta a sociedade, o esforço de interação fraterna e compartilhamento solidário das pessoas que aqui e agora vivem e convivem entre si, o empenho em construir atividades artísticas, esportivas e recreativas que tornem reais a cooperação entre grupos e indivíduos dessas nossas regiões sul e sudeste, norte e nordeste, e centro-oeste, e a sua efetiva colaboração mútua na tentativa de aumentar a auto-estima de nossos habitantes, o seu jeito otimista e alegre de encarar a vida e a realidade, o seu modo equilibrado de pensar, sentir e agir tendo em vista pôr em prática o bom-senso da razão e as boas virtudes, valores e vivências da experiência cotidiana.
Tal quadro de desenvolvimento sustentável deve ser bem planejado e bem executado visando o progresso do país, o bem-comum da sociedade e a evolução positiva da humanidade.
Através de uma logística política bem articulada e bem sustentada é possível criar boas perspectivas e grandes oportunidades para a nação brasileira de hoje em diante.
Para isso, é necessário gerar os princípios morais, psicológicos e espirituais que irão fundamentar essas diversas situações de progresso sustentável, e consolidá-los no meio de nós, e estabilizá-los socialmente e se possível eternizá-los em todos os tempos e lugares do Planeta Global.
Feito isso, a felicidade baterá sempre à nossa porta, circulando cotidianamente no meio de nós.
E então teremos qualidade de vida, perfeitas condições e relações de saúde, trabalho e educação, e excelentes ambientes em que se respirem sempre o bem que fazemos entre nós e a paz que vivemos uns com os outros.
E assim reinarão entre nós a ordem e a justiça, o equilíbrio e o otimismo, a liberdade e a responsabilidade, o respeito e a felicidade, o bom-senso e a alegria, o alto astral e o bem-estar físico, mental e espiritual, a saúde do espírito e a boa convivência entre as pessoas, o bom estado material das coisas e o bem-comum da sociedade em que vivemos hoje e experimentaremos amanhã.
E Deus pois abençoará o nosso trabalho produtivo em prol da felicidade geral do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo inteiro.
Seremos felizes.