sexta-feira, 27 de julho de 2012

Psicologia

Consultório de Psicologia Gabinete de Saúde Mental Uma outra visão da realidade Uma nova interpretação dos fatos Uma diferente observação dos acontecimentos 1. Um Mundo de Desorientados Parece que o nosso Século XXI será o tempo da insensatez, dos desequilíbrios comportamentais, das indiferenças praticadas, dos desajustes morais e espirituais, das violências urbanas e rurais, das discórdias entre pessoas, dos transtornos mentais e psicológicos, dos distúrbios sociais, ambientais e culturais, das inconstâncias políticas e das mutabilidades econômicas e financeiras, das dependências patológicas, das doenças da mente, das incompetências profissionais e das inadimplências vocacionais, da falta de talentos e carismas e suas criatividades, das atitudes descartáveis, das ações sem fundamento, das ausências de princípios capazes de sustentar grupos e indivíduos, da carência de valores que poderiam garantir o presente e o futuro das sociedades, de um ambiente sem regras que ordenem e bem administrem a nossa vida de cada dia e de toda noite, de uma era de desorientados, que não têm normas que conduzam os seus caminhos, sem condições de viver uma existência de qualidade e com dignidade, sem possibilidades de experimentar o bem e a bondade que devemos fazer e a paz e a concórdia que precisamos consumar, com amores insustentáveis e uma ética sem definições, onde a espiritualidade humana sofre a decadência das interpretações de Deus e seus efeitos para a consciência do homem e da mulher. Sim, convivemos com desorientados. Crianças que não brincam mais, pois já vivem como adultos acessando a internet e se comunicando pelo telefone celular. Jovens sem princípios e valores que os encaminhem para a vida cotidiana. Pessoas violentas demais, que não enxergam quem está ao seu lado e ao seu redor, ou diante de si e perante o convívio em sociedade. Um clima de preocupações exageradas, de trabalhos incessantes e desgastantes, de famílias em conflito, de relacionamentos indiferentes, de vazios nas ruas, das dúvidas nos conhecimentos adquiridos, das incertezas das idéias e dos ideais a serem postos em realidade, do culto ao nada, da frieza dos sentimentos, da loucura dos pensamentos e das experiências irreais e irracionais. Estamos mesmo desorientados. O que nos falta ? De que precisamos para bem viver a nossa vida e existir, como disse acima, com qualidade e dignidade ? Faltam-nos princípios estáveis e valores bem consolidados. Precisamos de regras firmes e fortes que sustentem as nossas atitudes sensatas e equilibradas. Dependemos de normas que se baseiem no otimismo das boas virtudes, na alegria das boas relações e no sorriso de quem está de bem com a vida e em paz com a sua consciência. Dependemos de Deus. De uma nova e diferente interpretação da realidade temporal e transcendente, histórica e eterna. Dependemos de uma Força Superior a nós mesmos. Dependemos de uma Energia maior e melhor que nós próprios, capaz de elevar a nossa moral, enriquecer a nossa espiritualidade e aperfeiçoar os nossos sentimentos mais fundos e mais profundos. Assim, seremos transformadores desse mundo sem orientação ética e espiritual. Seremos agentes de um universo mais humano, justo e fraterno. Seremos mais solidários uns com os outros. Falta-nos essa outra interpretação de Deus, do mundo e da história, do homem e da mulher, e suas conseqüências sociais, políticas, econômicas e culturais na vida de todos e cada um que habitam esse Planeta aparentemente ameaçado pela nossa desorientação comportamental, que não respeita princípios e regras nem se responsabiliza pelo destino da humanidade. Vivemos a desrazão. Somos a insensatez em pessoa. Porque nos falta bom-senso nos compromissos assumidos e equilíbrio nas atitudes praticadas. Precisamos ser mais racionais. E mais cordiais. Talvez assim Deus encontre um motivo para se aproximar de nós. E resolver o nosso problema. Devemos nos orientar. 2. Supere o seu Estresse Perante o excesso de preocupações no dia a dia e a demasia de trabalhos e compromissos que envolvem a nossa rotina cotidiana, ou diante do barulho das Cidades e da poluição sonora e visual que acontece nas ruas e avenidas de nossos bairros, ou ainda em meio a doenças, transtornos mentais e distúrbios emocionais que aparecem na nossa família ou contagiam amigos e parentes mais próximos, ou mesmo quando a violência bate à nossa porta e a maldade minha ou dos outros invade a nossa casa, a nossa rua e as tarefas nossas de cada dia e de toda noite, enfim, se essas contradições de todas as horas, minutos e segundos da nossa vida social, política, econômica e cultural, e profissional, contaminam a nossa existência diária e noturna, nos deixando nervosos demais, alterados na consciência, transformados em nossas atitudes, causando-nos patologias diversas e várias enfermidades até, então, busque o silêncio dentro do ambiente em que você vive, procure a sua privacidade, zele pela sua intimidade pessoal, mantenha a ordem e a paz em torno de si, dentro do seu eu e fora no meio em que se encontra, ou descansando a cabeça e dormindo se possível, bebendo bastante água para repor as suas energias, reativar a sua circulação sanguínea, reanimar as batidas normais do seu coração, renovar a reprodução de suas células nervosas, os neurônios, e assim reintegrar-se interiormente, alcançando a calma da sua alma e o repouso do seu corpo e a tranqüilidade do seu espírito. Reze, faça uma oração a Deus se possível. Ponha Deus na sua vida. Dê voz e vez a Ele. E, então, as suas forças se reanimarão, as suas energias serão reativadas, o seu bom-humor se motivará, o seu astral elevar-se-á e a sua auto-estima subirá ao mais alto do céu, avivando pois a sua vida e entusiasmando novamente a sua existência. Seja criativo nesse momento. Saia da rotina nesse instante. Varie as suas ações cotidianas. Modifique o seu comportamento costumeiro. Renove-se interiormente. Procure coisas boas e diferentes que o façam ficar motivado para a realidade e incentivado para as tarefas que precisa fazer. Permaneça consciente. Use o bom-senso nessa hora. Ponha o juízo para funcionar. Não assuma atitudes estranhas ou vivências esquisitas que possam identificar uma certa patologia ou moléstia perturbadora da sua segurança interior. Seja racional. E cordial também. Depois, converse com os amigos e dialogue com a família. Deixe viva a sua experiência espiritual. Desse modo, portanto, você superará o seu estresse, que vem incomodando a sua vida interior e as suas relações externas. Então, os seus relacionamentos serão pacíficos. Você se sentirá tranqüilo com as pessoas ao seu lado. A calma invadirá o seu ser, pensar e existir. E todos se aproximarão de você, ao contrário do que ocorria antes. E a paz interior assumirá a sua vida de cada dia. E Deus o abençoará. 3. Zele pela sua privacidade Em meio a tantos problemas, conflitos e dificuldades que a realidade cotidiana nos apresenta, o que gera muitas vezes em nós confusão mental e turbulência comportamental, contrariedades as mais diversas, divergências com quem está ao nosso lado e em torno de nós, antagonismos sociais, culturais e ambientais, transtornos físicos e emocionais e distúrbios em nosso ambiente de família e trabalho, urge encontrar um tempo para nós mesmos, onde possamos cuidar bem das nossas coisas pessoais, organizar as nossas tarefas do dia a dia, disciplinar as nossas atitudes quase sempre atrapalhadas e embaraçosas, ordenar as nossas idéias e conhecimentos vez ou outra em choque com os pontos de vista alheios, enfim, encontrar um momento para nós próprios, um tempo para o nosso eu, capaz de lhe proporcionar nessa hora tranqüilidade interior e calma da alma, a paz ambiental de que temos urgente necessidade, a fim de que não desperdicemos a nossa saúde mental, corporal e espiritual, tornando-nos assim pessoas de bem com a vida e em paz com a consciência, alternando os nossos instantes de vida ora com o silêncio que pacifica e as atividades que nos orientem para uma existência equilibrada em que nos sintamos bem com os outros, com Deus e com nós mesmos. Tenha um tempo para você. Busque a sua paz interior. Encontre no seu dia a dia um lugar para você mesmo se encontrar, um tempo para a sua intimidade, um momento para a sua privacidade, um instante indispensável para você fazer as suas coisas, cuidar do seu ego, interessar-se pelas suas próprias atividades, e assim ajeitar a sua vida diária, estruturar bem os seus compromissos e responsabilidades do dia e da noite, consolidar os seus princípios de vida, estabilizar a sua maneira de viver e o seu modo de existir, e eternizar se possível o seu jeito equilibrado de lidar com as coisas e os seres do dia a dia. Sim, queira de vez em quando se encontrar consigo próprio. Procure um tempo para você. Busque a sua felicidade pessoal. Desenvolva a sua criatividade. Eleve a sua auto-estima. Aumente o seu astral. Cultive os seus dons, talentos e carismas. Respeite-se. Valorize-se. Realize a sua vocação nesta vida. Articule bem os seus pontos de vista e a sua visão da realidade. Favoreça o seu lado profissional. Dê valor ao seu corpo e a sua alma, a sua mente e ao seu espírito. Encontre-se. Deste modo, a vida lhe favorecerá, o mundo conspirará em seu benefício, Deus lhe abençoará e você terá todos os dias e todas as noites a paz que você tanto procura, a calma diante das contradições da vida e a tranqüilidade de quem sabe se controlar e dominar-se a si mesmo. Sim, acorde. Planeje um encontro com você mesmo diariamente de acordo com as suas possibilidades reais e atuais. Seja feliz. 4. As Bases da nossa Segurança interior Como os frutos do cajueiro precisam de tempo e maturidade para ficarem bons e ótimos para comer, assim igualmente a vida das pessoas que vivem em sociedade necessita de princípios que consolidem uma boa existência, de valores que dêem estrutura à nossa mente e ao nosso corpo, de regras sociais e ambientais que regularizem as nossas atitudes e as nossas atividades na família e no trabalho, na rua e no supermercado, e de normas que regulamentem a nossa conduta diante do convívio com os humanos e seus grupos e indivíduos, e ainda de boas idéias que possam qualificar os nossos relacionamentos diários e noturnos, e mesmo de símbolos e imagens que melhorem o nosso comportamento social, político, econômico e cultural, e outrossim de ideais que ordenem a nossa vivência vocacional e profissional, disciplinem a nossa criatividade, e organizem os nossos talentos e carismas, bem como os nossos sentimentos e conhecimentos, o que, enfim, constituem uma experiência de qualidade de vida e de excelente prática das boas coisas da vida e da obtenção da verdadeira paz de consciência, resultado do bom costume adquirido com o tempo de uma vida madura que deposita na bondade de suas ações, no equilíbrio de suas atitudes e no otimismo de suas vivências aquela mesma saúde adquirida pelos cajus, frutos de um cajueiro bem cuidado, bem educado e bem alimentado ao longo de seus dias. Assim somos nós. Somos como os cajus gostosos do cajueiro que só ficam bons como alimentos a partir do tempo de vida e a maturidade de suas vivências na árvore. Quero ser gostoso como o caju. Para isso, preciso de uma boa estabilidade de vida, crescimento interior, constância ética e religiosa, segurança interna e garantia de um cotidiano cheio de paixão pela vida cuja garantia de sustentabilidade certamente é a minha fé em Deus, a oração que faço todas as noites, o bem que realizo e a paz que eu vivo no meio das pessoas. Vivendo assim, serei um bom caju, gostoso por ser bom, delicioso por estar maduro, e saboroso porque o tempo o fez assim. Desse modo, estarei seguro nesta vida. Garantido por Deus. Em paz interiormente. De bem com a vida. Feliz ao lado de meus amigos. Satisfeito junto às minhas mulheres. O que eu quero mais neste mundo ? Quero só segurança para bem viver esta vida de cada dia e de toda noite. Quero ser como o caju. Bom para Deus. E gostoso para as mulheres. E amigo dos homens que plantaram as raízes do meu cajueiro. É assim que sou feliz. 5. Compensação Psicológica No dia a dia da nossa vida, quando certas pessoas ficam no prejuízo financeiro, ou acumulam dívidas e mais dívidas em suas existências carregadas de confusões mentais e complicações irracionais, distúrbios familiares e trabalhistas, aberrações materiais e espirituais, permanecendo constantemente em contradição consigo mesmas, e contrariando seu ambiente de relações e interações com as pessoas, inserindo-se cada vez mais e pior na lata do lixo da vida cotidiana, mergulhando profundamente em uma rua sem saída ou em um buraco sem fundo, e nadando pois em um vazio de vivências conturbadas e experiências conflitantes e violentas, constituindo portanto um quadro negro de vida onde seu estado de existência transformou-se em um caos psíco-social misturado com divergências com os amigos, conhecidos, parentes e familiares, situação crítica essa identificada com uma metamorfose de dialéticas insustentáveis e intoleráveis, enfim, tais circunstâncias de vida diária contraditórias e adversas a si próprias faz com que elas na tentativa de compensarem as suas derrotas ou “tranqüilizarem” as suas instabilidades, aborrecimentos, insatisfações e irrealizações, procurem um paliativo aparentemente remediador de suas quedas morais e existenciais ou um remédio que acalme suas inseguranças psicológicas e sua falta de garantias sociais, políticas, econômicas e culturais ou um calmante que apague mas não destrua, silencie todavia não estrague seus abismos mentais, físicos e espirituais, então, nesse momento, estamos diante de uma compensação psíquica, em que o sujeito prejudicado se alegra e tem prazer com seu prejuízo, se sente bem por ser desprezado e menosprezado socialmente, excluído de sua antes atraente roda de amigos, marginalizado em seus locais de trabalho ou na convivência com a família, dividido então internamente, vivendo contradições conscientes e inconscientes, reais e irreais, racionais e irracionais, ao ponto de assumir atitudes patológicas que revelam seu momento doentio atual indo quase à loucura comportamental fruto de ações, razões e intenções exacerbadas que culminam em um processo imaginário de demência mental. Tal compensação psicológica complica mais ainda a vida do indivíduo. Confunde-o exageradamente. Afunda-o quase que completamente no abismo de uma existência sem sentido e sem razões para viver. Curar-se da compensação psicológica é difícil, porém não impossível. Somente com o tempo e o convívio diurno e noturno com seus semelhantes é que a pessoa pode renascer de novo, recomeçando então uma vida de bem e de paz, de fé em Deus acima de tudo, comprometendo-se ainda com valores eticamente elevados como o respeito e a responsabilidade, com virtudes que mostrem e demonstrem o seu equilíbrio mental e emocional, o seu controle interno e o domínio de si mesmo, e com vivências e experiências fraternas e solidárias, ordeiras e pacíficas, amigas e generosas. Sozinho parece mesmo impossível o cidadão se recuperar. É necessário a ajuda de amigos e familiares, uma forte orientação psicológica e espiritual e sobretudo uma vida de oração e prática de boas obras que reflitam a sua confiança e segurança em Deus, o Senhor, o Criador, o Autor da Vida. Desse modo possivelmente as chances de reabilitação se tornarão óbvias, caminhando em um processo existencial de construção permanente e progressiva de saúde mental e bem-estar pessoal aliado ao bom convívio social e ótimo relacionamento com as pessoas ao seu lado e ao seu redor. Que Deus nos ajude nessa tomada de consciência de tão séria e grave problemática psico-social-espiritual. 6. Saber viver com os contrários Quando, no emprego, discutimos com o patrão e por ele somos mandados embora; ou na rua perdemos a cabeça e brigamos com uma pessoa; ou em casa entramos em conflito com a mulher e os filhos; ou no botequim nos desentendemos com algum conhecido; ou ao tomar banho nos falta o sabonete; ou na hora do almoço não temos dinheiro para comer e nos alimentar; ou quando a doença bate à porta de nossa família; ou no momento da morte de um amigo ou parente; ou em caso de necessidade, desemprego, medo, aflição ou desespero; ou em quaisquer situações de contradição na vida; ou em algumas circunstâncias críticas quando carecemos de ajuda ou não temos a quem recorrer; ou no instante do abandono, da solidão ou da tristeza, ou nos dias de vazio e de angústia onde não encontramos uma saída, ou uma resposta para as nossas perguntas, ou uma solução para os nossos problemas... Nessas ocasiões em que nos chocamos com os nossos contrários, ou sofremos a violência das contradições da existência, ou o negativismo da vida e o pessimismo das pessoas se tornam os nossos adversários de plantão ou os nossos inimigos de surpresa, então reconheçamos os nossos limites, tenhamos paciência e não entremos em desespero, usando então o bom-senso da consciência e o equilíbrio da mente para nos acalmar e manter a nossa tranqüilidade, controlando pois as nossas paixões e anseios, e dominando-nos a nós mesmos, superando assim as nossas vicissitudes, ultrapassando os nossos obstáculos mentais, físicos, espirituais e existenciais, e transcendendo as barreiras psicológicas e ideológicas cujas fronteiras são as nossas dores sentimentais, os nossos sofrimento no corpo, na mente e no espírito. Porque a vida é assim mesmo. Ela é feita de contrários. Os problemas são a essência da existência. Vivemos de contradições. O Bem e o mal estão constantemente lutando um com o outro. A Vida e a morte estão sempre em guerra permanente. A Paz batalha contra a violência. O Amor se choca com o ódio. Combatemos sempre os contrários da vida e as contradições da natureza, derrubando o mal e a violência ou sendo dominados por eles. Se somos do bem e da paz, do amor e da vida, Deus está a nosso favor, e luta conosco em benefício da justiça, em nome do direito e do respeito, a partir da nossa liberdade e responsabilidade, a fim de chegarmos à verdadeira felicidade, saúde e bem-estar. O importante é que nos conscientizemos dessa realidade: a vida é uma dialética, feita de contrários que se chocam e traduzida por contradições que se violentam umas às outras. Tomada essa consciência de que a vida é problemática e de que a realidade nos interroga e questiona a todo momento, não façamos contudo o jogo da maldade nem da violência, e sim tomemos o partido do bem e da bondade, da paz e da concórdia, do amor e da vida, e aí sim Deus, o Senhor, ficará do nosso lado e estará a nosso favor sempre. Compreendida a nossa realidade cotidiana, continuemos a vida lutando para a vitória do bem e da paz em nossas existências de cada dia e de cada noite. Apesar das contradições que a vida nos oferece, procuremos vencer optando pelo bem que fazemos e pela paz que vivemos. Deus nos abençoará. 7. Quem são os nossos Seguranças ? È natural que nós, seres humanos, precisemos de ajuda, ou nos apoiemos em alguém, ou busquemos garantias de sobrevivência para nós e nossos filhos, ou necessitemos de algum tipo de segurança que nos ofereça estabilidade social, paz de espírito, calma externa e tranqüilidade interior. É da natureza humana confiar em ídolos ou acreditar em deuses, abraçar princípios consolidados pelo tempo ou abarcar valores estáveis que sustentam a sociedade em que vivemos. Precisamos de Seguranças que nos guardem dos perigos da vida e nos defendam das instabilidades da existência. Necessitamos de Tábuas de Salvação, que nos afastem dos riscos das doenças e da morte, ou que nos tirem dos momentos de violência e agressividade, ou que nos excluam dos instantes de maldade humana onde os relacionamentos entram em conflito e as atitudes das pessoas se chocam, contrariando-se umas às outras. Desejamos Advogados de defesa que lutem por nós, e nos garantam os nossos interesses e nos segurem diante de ações contraditórias ou que afetam as nossas intencionalidades. Queremos proteção! Desde então, surgem os Mitos das Cavernas, ou os Ídolos da Juventude, ou os Mágicos do Saber, ou os astros e seus horóscopos, ou a reza de macumbeiros, ou a oração de pastores, ou o exorcismo de padres e sacerdotes, ou as orientações de um psicólogo ou psicanalista a quem recorremos em casos de urgência e necessidade, ou o médico da família que nos alivia de preocupações exageradas e em quem confiamos os nossos problemas do dia a dia, ou os remédios e as injeções que ingerimos de vez em quando, ou o cafezinho diário ou a cerveja do fim de semana, ou as mulheres de quem somos amantes, ou outras pessoas ou objetos ou situações nas quais nos apoiamos para garantir a nossa existência e sobrevivência. Eis pois que nos seguramos no dinheiro, ou na família, ou no trabalho, ou na internet, ou nas idéias que temos, ou nos ideais e valores que abraçamos, ou no poder que possuimos, ou no sexo que fazemos, ou no cargo político que desempenhamos, ou nas virtudes que praticamos, ou nos vícios que comumente exercitamos, ou na moral que sustentamos, ou na religião em que acreditamos, ou nos deuses em que temos fé e confiança... Mas sempre precisamos de alguma segurança em quaisquer situações, com quem quer que seja, nas mais diversas circunstâncias da vida cotidiana, nos momentos difíceis e quase impossíveis em que nos encontramos, nas brigas com conhecidos ou nos distúrbios de família e trabalho, nas contradições das nossas relações interpessoais, e nas adversidades diárias e noturnas. Sempre buscamos apoio quando estamos instáveis e inquietos. Sempre procuramos ajuda diante dos problemas, dificuldades e preocupações de cada dia. Sempre desejamos ser guardados e protegidos diante dos perigos da vida e perante os riscos da existência. Sempre queremos guarda e proteção! É natural. É próprio da natureza humana. Homens e mulheres não vivem sem Seguranças. E a nossa maior e melhor Segurança nesta vida é sem dúvida o nosso Deus e Senhor, Autor da Existência e Criador de tudo e de todos. Segurança é uma necessidade natural da pessoa humana. Estejamos seguros nos segurando em nossas Seguranças quaisquer que elas sejam, quem quer que se possa apresentar. Somos dependentes uns dos outros. Nossos Guarda-Costas são imprescindíveis. Precisamos de Anjos da Guarda. É Natural. É uma necessidade humana e cotidiana. Queremos ser protegidos. 8. Que a violência nunca parta de nós O Mal e a violência que nos rodeiam diariamente são como frutas azedas que não podemos consumir sob o risco de nos contaminar integralmente, ou como pedras espalhadas no meio do caminho que nos fazem tropeçar e cair causando-nos transtornos físicos e mentais e danos materiais e espirituais, ou como espinhos no meio das rosas que nos ferem e arranham originando-nos males corporais e distúrbios sociais e ambientais, ou como o lixo das ruas propagado pelas avenidas e calçadas determinando o nosso incômodo no caminhar e a nossa instabilidade no andar de ida e de volta, ou como os preconceitos mentais e as superstições morais e religiosas que originam o nosso mal-estar psicológico e as nossas aberrações ideológicas como desvios de comportamento, falta de caráter e personalidade insegura, pensamento patológico e imaginação doentia, o que atinge a qualidade dos nossos relacionamentos cotidianos e a boa compostura de nossas atitudes sensatas e racionais, inteligentes e equilibradas, definindo assim o bom estado ou não das nossas relações humanas e naturais, sociais e culturais, políticas e econômicas, morais e religiosas, artísticas e científicas, esportivas e recreativas, históricas e filosóficas dentro desta sociedade real e atual neste mundo em que vivemos. Assim é a violência. Maldade que se dilata rapidamente. Mal-estar que se propaga velozmente. Uma ação irregular. Ou um sentimento contraditório. Ou uma razão inconsciente. Ou uma atitude impensada. Ou um gesto obsceno e infeliz. Ou um palavrão dito na hora errada. Ou uma contrariedade individual e coletiva. Ou uma paixão adversa com conseqüências irreparadoras. Ou uma mentalidade de risco e de morte. Ou uma cultura desumana e sem piedade. Eis o estado doentio de uma pessoa ou de uma sociedade cujos efeitos desastrosos e catastróficos são a tristeza passional e a angústia de momentos de medo, a aflição em forma de desespero, e o pânico capaz de destruir consciências antes consideradas seguras e normais, tranqüilas e pacíficas, calmas e sossegadas. Todavia, que esse mal social não parta jamais de nós. Que não se inicie em nós a destruição do caráter e a eliminação de uma sociedade aparentemente de bem com a vida e em paz consigo mesma. Que nunca comece em nós a violência cujas situações de contradição culminem em tiroteio e balas perdidas, em briga e pancadaria, em quebra-quebra e sofrimento, em dor e morte. Devemos ao contrário preferir a bondade das ações tranqüilas, a ética dos comportamentos equilibrados, a espiritualidade das atitudes sensatas, a calma do jeito responsável de viver, do modo respeitoso de se relacionar e da maneira consciente de se comprometer com as coisas boas da vida que nos levam à paz social e ao bem-estar das comunidades que freqüentamos todos os dias e todas as noites. Sim, que o mal nunca parta de nós. De nós, apenas o bem e a paz, a fraternidade e a solidariedade, a ordem e a justiça, o direito e o respeito, a verdade e a transparência, o equilíbrio e o bom-senso, a alegria e o otimismo, o sorriso e o pensamento positivo. De nós, somente a bondade e a concórdia. E então Deus nos abençoará com longos dias. Seremos realmente felizes. 9. Prepare-se para o que der e vier Na vida, tudo pode acontecer. Esteja preparado. Quando vierem os sofrimentos, tenha paciência. Quando ocorrerem as doenças, mantenha-se equilibrado. Quando aparecerem as dificuldades, use o bom-senso. Quando acontecerem as contrariedades, tenha juízo. Não se desespere nem se aborreça por qualquer coisa. Não se aflija nem se reprima. Não sofra as dores sem que elas venham. Deixe a vida lhe levar. Seja realista. A Vida tem surpresas que muitas vezes não esperamos. De repente, um infortúnio, ou uma decepção, ou um desastre, ou uma queda, ou uma tragédia, ou uma tempestade... Esteja preparado. Conheça os seus limites e os limites dos outros. Assim você melhor suportará as contradições da vida e as adversidades da existência. Desse modo você conviverá bem com os seus problemas de todos os dias e todas as noites. Entenda a si mesmo. Compreenda as pessoas ao seu lado e ao seu redor. Tenha fé em Deus. Confie nEle. Acredite em suas intervenções cotidianas. Aceite os seus conselhos espirituais. Ele é a sua voz interior. Ele é o seu mundo interno. Ele é o grito da sua consciência. Ele é o bem que você faz e a paz que você vive. Ele é o amor que você pratica. Vivendo assim, você sempre terá uma solução para as suas interrogações diárias e uma resposta para as suas perguntas de cada minuto. Sim, favoreça a vida. Siga a natureza. Viva a experiência dos seus limites sempre. Dessa forma, você não será surpreendido pela realidade de cada momento e pelos acontecimentos de cada instante. Seja tolerante. Tolere-se. Compreenda-se. Avalie sempre a sua atual situação. Entenda sempre as circunstâncias reais da sua vida. Só assim você se achará preparado para o que der e vier. Basta saber esperar o melhor caminho a ser percorrido. Basta aceitar-se. E aceitar os outros. Com todo esse entendimento, você compreenderá os seus limites, você superará os seus problemas, você ultrapassará os seus erros, você transcenderá as fronteiras do tempo. Seu ambiente então lhe será favorável. A natureza conspirará a seu favor. A Realidade lhe dará a mão. A Vida lhe abraçará. E Deus, o Senhor, lhe abençoará porque você soube respeitar as leis da vida e as regras da natureza. Você soube aceitar os acontecimentos. Você soube permanecer nos seus limites. É aí que Deus lhe dará o beijo da vitória. 10. Olhe a realidade com outros olhos Na sua vida de cada hora e de cada momento, procure ter olhos além das aparências da realidade, nelas enxergando o bem das pessoas e o lado positivo das coisas que se movem diante de você, delas abstraindo o bom-senso da razão e o equilíbrio da consciência, com elas apreendendo o otimismo da existência e a alegria de viver e amar, colocando amor nas suas relações com grupos e indivíduos, construindo a paz a sua volta, iluminando os ambientes que lhe são contrários com o farol da justiça e a luz do direito com respeito, pondo ordem nas suas idéias, valores e vivências, disciplinando as suas virtudes éticas e espirituais e as suas experiências com os outros, relacionando-se com eles a partir de um comportamento onde brilhe o sol da verdade e a lâmpada da responsabilidade, comprometendo-se pois com a felicidade da sua comunidade e o bem-estar da sociedade em que está inserido cotidianamente, buscando sempre em todas as coisas e perante todos os seres da natureza e do universo a sua saúde pessoal e o bem-estar coletivo, desenvolvendo por onde passa ações solidárias e atividades fraternas, gerando amigos que se ajudem e articulando atitudes generosas em favor da sua família e dos seus colegas de rua e do trabalho, fazendo assim da sua alternativa de liberdade um instante produtor de situações felizes para as pessoas ao seu lado e em torno de si, sempre com o juízo devido da sua racionalidade natural e cultural criadora da abertura da realidade, renovadora da visão de mundo que você constrói no seu convívio diário e noturno, e libertadora das prisões ideológicas e das escravidões psicológicas carregadas de preconceitos morais e superstições religiosas que adoecem a convivência humana de cada dia e de cada noite, e cegam as boas intenções e os ótimos interesses de quem quer ver tudo bem em seu entorno, só visualizando então o que é bom para todos e cada um, o que faz a alma tranqüila e o que acalma e pacifica o corpo, a mente e o espírito. Procure olhar assim a realidade que o envolve hoje. É como se você estivesse enxergando a vida com os olhos de Deus. Vendo bondade em todas as coisas. Vendo unidade e concórdia em todos os seres. Ainda que o cotidiano seja contradição e os contrários da vida permaneçam em choque duradouro e em conflito em todo instante. Embora saiba que os problemas existem, não olhe a vida a partir deles, todavia ao contrário tenha uma visão otimista da história, acredite nas pessoas de bem e sobretudo confie com fé inabalável nAquele que é o Fundamento de tudo e de todos, Deus da realidade e Senhor do cotidiano. Deste modo, você será feliz, viverá de bem com a vida e em paz com a sua consciência. Só olhando o que é bom e faz bem às pessoas que o circulam diariamente. Assim, você à noite dormirá tranqüilo, em paz com a sua cabeça acomodada bem no travesseiro, calmo na cama que Deus lhe deu para você recuperar as suas energias gastas durante o dia e refazer as suas forças esgotadas a cada noite. Sim, suas fadigas desaparecerão, seu cansaço não mais o incomodará, seu estresse o abandonará, e suas neuroses cheias de medo e aflição o deixarão sossegado, e nunca mais os pânicos da realidade e os traumas e frustrações da vida passarão por você seja na rua, dentro de casa ou no supermercado fazendo as suas compras diárias. A Paz estará com você sempre a partir de então. E Deus lhe abençoará eternamente. 11. A Realidade Psicológica Nossos problemas são mais psicológicos do que reais O lado psicológico dos nossos problemas Pensar é perigoso. Muitos de nossos problemas cotidianos têm origem em nossos pensamentos, não acontecem pois na realidade. São problemas de ordem psicológica. Porque só ocorrem na nossa cabeça, não possuem chão nem existem na realidade. Quando, por exemplo, o marido acha que a sua mulher o está traindo com outro homem, e começa a se desentender com ela, a tratá-la com violência, sendo agressivo com ela, ao ponto de tal conflito atingir toda a família, os filhos, parentes e amigos, e, ao final, ele concluir com a ajuda de outras pessoas que toda essa confusão é coisa da sua cabeça, não aparece na realidade, fruto de seu pensamento doentio, conseqüência de sua imaginação louca, que sofre as patologias de uma doença mental comum a várias pessoas, perturbadas emocionalmente, parcialmente alienadas da realidade, perdidas em turbulências da consciência e complicações da racionalidade, até que enfim ele acorda para o real em sua vida e percebe que tudo não passou de uma loucura de seu pensamento, que deu vozes e poderes a sua imaginação fértil, criando então um mundo irreal e irracional, diante do qual os familiares têm medo, os vizinhos se assustam e os amigos entram em pânico. De fato, a loucura do pensamento ou o poder da imaginação doentia constrói realidades irreais, produz acontecimentos que não existem, cria histórias que na prática não possuem uma ocorrência real. O mesmo acontece quando o filho do vizinho ao lado é reprovado na escola onde estuda, e se cria a partir de então uma tremenda novela em torno do assunto, uns afirmando que foi culpa do aluno que não se esforçou nos estudos, ou conseqüência da má vontade da professora que vinha perseguindo o estudante há muito tempo, ou fruto da ausência de compromisso e acompanhamento da família que não cuidou nem zelou pela boa iniciativa da criança em desenvolver os seus conhecimentos, ou efeito de uma escola centralizadora e tradicionalista que não permite progressos pedagógicos ou evolução nas pesquisas sobre as matérias e disciplinas curriculares, e assim por diante. Como se observa, o pensamento inventa muitas respostas e cria grandes histórias sobre os nossos problemas do dia a dia. Mas na realidade o que aconteceu ? Por que se perder em malabarismos imaginários, ou se distrair com abstrações do pensamento, ou se deixar enganar pelas ilusões da nossa razão, ou se permitir envolver pelas loucuras da inteligência, ou se amedrontar com as demências da nossa consciência ? Se analisarmos a realidade, veremos que nossos problemas diários são mais psicológicos do que reais. Só existem na nossa cabeça. Só ocorrem na nossa consciência. Só acontecem no nosso pensamento. Sim, pensar é perigoso. Sobretudo quando pensamos mal, nos deixando levar pelos pessimismos da vida e as negatividades da existência. Sejamos realistas. Sejamos otimistas. Sejamos bons e amigos das pessoas. Ao invés de gerar violência em torno de nós. Ou de ser maus e ruins com as pessoas de nosso convívio cotidiano. Agindo assim, evitaremos muitas brigas, sairemos de várias confusões e fugiremos de diversos conflitos do dia a dia. É bom pensar, para resolvermos os nossos problemas. Todavia, não pensemos muito. Não exageremos com a imaginação. Não caiamos na ilusão de pensamentos que não levam a nada. Busquemos o que é bom e nos faz bem. Vamos ao encontro do que é vital e necessário para nós. Não percamos tempo com pensamentos imaginários. Deste modo, estaremos bem e teremos paz e tranqüilidade em nossas vidas. Isso é mais importante. Que Deus nos ajude. 12. O Excesso de preocupações: a doença do século A carência ou o exagero, segundo a medicina moderna, podem ser patológicos, dependendo da situação existente, do contexto biológico e social inerentes, e do ambiente humano, natural e cultural que envolve as pessoas. Sim, o excesso pode ser doentio. No caso das preocupações que assumimos no dia a dia da nossa vida, que perturbam a nossa mente, enfraquecem a nossa inteligência, desestabilizam a nossa racionalidade e quase sempre desequilibram a nossa consciência, também esse fato ocorre. Ficamos praticamente doentes quando exageramos nas preocupações diárias, nos compromissos da noite, nas responsabilidades da família e do trabalho, na tentativa de dar solução aos problemas cotidianos, ou ao se buscar a resolução de conflitos, dificuldades e contrariedades que muitas vezes nos atingem e tocam com gravidade psicológica e social. Então, consumidos por grandes preocupações nem sempre inscritas na nossa agenda eletrônica, ficamos paralisados pelo peso dos interesses em jogo, inoperantes diante da carga pesada que onera a nossa razão, enfraquecidos, sem jeito e sem ação perante as horas marcadas com os funcionários da empresa, ou o encontro com a namorada na esquina da nossa rua, ou na hora de fazer as compras do mês no supermercado, ou nos momentos reservados para o almoço no restaurante mais próximo ou a ida ao shopping do bairro para realizar o comércio de presentes, roupas e sapatos para ter em casa, ou a necessidade de pagar o aluguel do apartamento, o seu condomínio e IPTU, ou debitar automaticamente em sua conta corrente do ITAÚ as contas de luz, gás, telefone, água e esgoto, ou o IPVA do seu automóvel, ou fazer créditos indispensáveis em uma determinada financeira, ou realizar o intercâmbio de mercadorias e materiais de escola para seus filhos e filhas. Todas essas preocupações são precisas. Porém, quando levadas ao excesso, ou ao exagero da confusão mental e das complicações irreais e irracionais, podem se tornar enfermidades mentais, adquirindo então distúrbios físicos e biológicos e transtornos sociais e psicológicos. É possível que nesse estado sério, grave e crítico, percamos a cabeça sem mais nem menos, ignoremos a sensatez consciente e caiamos no desequilíbrio da mente e na falta de bom-senso racional, necessários para solucionarmos aqueles problemas. Nesse instante de crise aparente, urge pensar positivamente, ser otimista em todos os sentidos, manter a razão e o juízo, e garantir o bem que fazemos e a nossa paz interior indispensável nessas horas turbulentas, a calma da alma e a tranqüilidade do corpo e do espírito. Com essas condições pré-estabelecidas, até Deus se abre e se propõe a nos ajudar, tendo em vista sustentar o nosso equilíbrio mental e emocional, e nos afastar dessas idéias transformadas em moléstias, e desses valores e vivências agora sujeitos às anomalias da consciência e à instabilidade da nossa racionalidade. Precisamos sim de Deus nesses instantes instáveis, críticos e inseguros. E depois, recuperada a nossa disciplina mental, ordenada a nossa racionalidade inteligente e organizada a nossa consciência de bons valores, virtudes e vivências, podemos então descansar em paz e nos beneficiar dos favores e créditos de uma vida bem equilibrada, vivida com otimismo e alegria, sempre sorrindo para as pessoas. Desse modo, o excesso acaba e o exagero vai embora. As preocupações permanecem. Mas agora bem administradas pela garantia da nossa paz interior. E assim ficamos de bem com a vida. E voltamos à normalidade. E a nossa natureza se recompõe. Graças a Deus. 13. O Culto à Indiferença Na rua, diante de um mendigo que dorme na calçada, preferimos não olhar e seguir adiante. Não queremos ajudar, e sim ser ajudados. Em casa ou no trabalho, quando alguém nos pede uma informação, preferimos a má vontade, não ouvir o que tem a dizer, e se possível ser rápido e ligeiro para não nos perturbarmos com alguma coisa, fugindo desse colega ou do parente mais próximo. Preferimos não nos comprometer. No lar, se um amigo nos telefona, ignoramos a chamada, fazemos silêncio e não queremos saber do que se trata. Preferimos fugir do compromisso, estar ausentes, ignorar a responsabilidade, ser indiferentes. Se a namorada nos dá um conselho, preferimos não escutá-la, dizendo interiormente:”Eu já tenho as minhas convicções, não preciso de conselhos, sei me virar sozinho, não quero esquentar a minha cabeça”. Preferimos a ignorância e a indiferença. Se uma pessoa da família está doente, preferimos nos ausentar, que outro cuide e se preocupe com ela, que uma terceira pessoa ajude a ela, lhe dê os remédios de que precisa, e a sustente garantindo-lhes a realização dos seus desejos e a satisfação de suas necessidades. Preferimos a ausência, a falta de compromisso, o medo de estar ao lado de quem quer que seja, e ter que fazer o esforço de lhe ajudar e empenhar-se em colaborar com ela. Preferimos a cerveja com amigos no final de semana. Preferimos encher a cara no botequim da esquina. Preferimos fugir para as drogas ou xingar o juiz no jogo do Flamengo com o Vasco domingo no Maracanã. Preferimos a festa, a bagunça, a palhaçada, a ignorância, a indiferença... Preferimos a violência dos nossos pontos de vista. Não queremos esquentar a cabeça. Preferimos o nosso egoísmo, o nosso eu, o nosso individualismo. Não queremos compromissos. Preferimos o comodismo e a falsa tranqüilidade. Não queremos responsabilidades. Preferimos a ausência, a inadimplência, o silêncio culposo ou doloso. Não queremos seriedade. Preferimos a bagunça, o show, a festa, o espetáculo, ou quem sabe melhor ouvir uma música. Melhor a alienação. O Compromisso dói. Não queremos sofrer. A Responsabilidade machuca. Não queremos doer. A Seriedade nos compromete. Não queremos padecer. Preferimos o silêncio que ninguém vê. A Ausência que incomoda os outros. A Falta de coragem para nos engajar em assuntos sérios e atividades importantes. Falta-nos engajamento. Chega de indiferença! Não somos ilhas cercadas de compromissos por todos os lados e envolvidas por responsabilidades de todas as partes. Sim, não somos ilhas. Porque dependemos uns dos outros. Somos interatividade. Somos comunhão e participação. Somos compartilhamento. Somos cooperação. Devemos colaborar uns com os outros. Tal o sentido da nossa vida de cada dia. Eis a razão do nosso ser, pensar e existir. Não sejamos mais indiferentes. As pessoas precisam de nós. Temos que fazer alguma coisa por elas. Que Deus nos ajude nesse propósito. 14. O Controle alheio sobre nós mesmos Mudanças temporárias Transformações inconscientes Metamorfoses involuntárias Parece mesmo que a história da humanidade tem sido desde as suas origens mais remotas uma história de relações de poder, onde um sempre domina o outro, de tal maneira que o que eu penso é o pensamento alheio, os meus desejos já são desejados por outros, minha vontade já não é minha, pois sou manipulado por outras cabeças diferentes e até contrárias à minha, explorado pelos poderes de pessoas diversas que me hostilizam e querem sempre o meu prejuízo, monopolizado pelas adversidades e contrariedades do ambiente em que estou ou vivo a cada momento, dominado pelos pontos de vista de outrem, dependente dos interesses de outros seres que me olham com desdém, ignorando os meus direitos e a minha dignidade de pessoa humana, tornando-se então indiferente aos meus desejos e necessidades, e insensível às minhas dores e aos meus sofrimentos de cada dia, como que tentando roubar a minha alma e assaltar o meu corpo e o meu espírito, “chupando” como vampiros e sanguessugas o meu sangue inocente, destruindo pois a minha vida cheia de energia e estragando os meus talentos plenos de criatividade, capazes de me oferecer uma existência nova e liberta de tiranias de egos e de autoritarismos de poderes, que anseiam loucamente por me escravizar com todas as forças e me aprisionar com todas as covardias possíveis e injustiças cabíveis. Vejam a que nível pode chegar a maldade humana, a loucura das pessoas que têm algum poder e a ruindade de seus arbítrios inflamados de maus interesses e más intenções. De fato, o poder corrompe as pessoas. Nesse processo de dominação, que inconscientemente observo em mim e através do meu eu, vejo mudanças acontecerem ainda que provisórias ou temporárias, sinto transformações que me deixam transtornado, alienado, irracional e irreal, experimento uma espécie de metamorfose interior onde minha vontade não é mais respeitada, minha visão de mundo não é mais aceita, e a consciência dos meus atos não é mais compreendida nem permitida por quem faz de mim objeto de seus desejos egoístas, coisa manipulável, instrumento de exploração e ferramenta capaz de me usar tendo em vista as suas intenções violentas e maldosas e seus interesses obscuros, alienantes e mortíferos, porque ao final de toda essa exploração interpessoal e interdependente, encontro-me “morto”, com a vida acabada, sem chances de recomeçar, sem oportunidades que me possibilitem sair dessa situação escrava cujas circunstâncias prisioneiras e que me carregam de algemas ideológicas e cadeias psicológicas realizam em mim de fato uma verdadeira “lavagem cerebral”, a partir da qual eu não mais existo, não sou nada, não tenho absolutamente coisa alguma, não sou mais uma pessoa comum, como qualquer outra que vem a este mundo. Dependente dessa outra pessoa cujo poder me explora, manipula e monopoliza, modifico-me internamente, assumindo de ora em diante os conceitos e ideologias dessa pessoa poderosa, que faz a minha cabeça, dominando-me quase que totalmente, exercendo sobre mim com todo o arbítrio possível a força de me transformar em sua boneca de estimação ou em seu cachorrinho vira-latas, mudando desse modo o meu caráter e alterando assim a minha personalidade, a partir de agora sujeita a seus caprichos e interesses, arbítrios e intencionalidades, de tal modo que a minha consciência agora é a consciência do outro, assim como a minha vontade é a sua vontade e os meus desejos os seus desejos mais aviltantes e degradantes ao ponto de me colocar na “lata do lixo” da existência, no “buraco negro” de uma realidade triste e infeliz, e no “fundo sem fundo” do abismo do inferno. Eis a intervenção alheia na minha subjetividade. É a sua interferência arbitral, insensível e indiferente sobre o meu ego, a minha pessoa cuja dignidade e liberdade nos são dadas pelo Criador, o Autor da Vida, Deus e Senhor, que durante esse movimento de exploração alheia sobre mim vem observando os meus passos, na tentativa correta e direita de fazer justiça a meu favor oferecendo-me os benefícios de sua Divina Providência. Tal dinâmica de sujeição, prisão e escravidão de uma pessoa pela outra exige de nós uma atitude comprometida e responsável capaz de derrubar esses limites de dominação e suas fronteiras de exploração de um ego sobre o outro, defendendo os direitos da vida e advogando os seus anseios de liberdade e felicidade em nome do Deus da Vida e Senhor da Justiça. Que Deus nos ajude a ser justos diante dessa relação de poderosos e escravos, dando vitória à vida dos injustiçados, que como os outros merecem uma existência de dignidade e qualidade de vida cujo reconhecimento deve ser dado pela conjuntura da sociedade e o bom-senso das pessoas perante as quais essas realidades acontecem. Sejamos justos. Defendamos a vida. Exaltemos a liberdade. E que a vitória seja da felicidade. 15. Não se reprima! Quando as dificuldades da vida e o mau relacionamento com as pessoas invadirem o seu coração, não se violente a si mesmo. Ao se chocar com alguém, ou discutir com a mulher e os filhos dentro de casa, ou brigar e se arrebentar com alguns colegas do trabalho, não se negue a si mesmo. Diante dos problemas cotidianos, nos conflitos com a família, nas intrigas com os vizinhos, nas perturbações da mente, na turbulência interior e exterior, na confusão mental e emocional, não se contradiga a si mesmo. Perante a violência das ruas, o péssimo ambiente encontrado em seu comportamento diário e noturno, a guerra urbana pela melhor colocação no mercado, a corrupção dos amigos em quem mais confiava, a imprudência dos motoristas de trânsito, a intransigência do patrão ou dos empregados, a negligência dos conhecidos que trabalham em sua empresa, a instabilidade das relações humanas e sociais, não se envergonhe de si mesmo. Se no seu caminho de cada dia muitos se afligem e desesperam, outros se angustiam e se entristecem, alguns se deprimem e caem na solidão, diversos desanimam e desaparecem, vários somem de repente e evaporam diante de sua estrada difícil, adversa no dia a dia e contrária sem entusiasmo para viver e incentivo para existir, não seja negativo nem pessimista consigo mesmo. Na maldade de companheiros que o perseguem diariamente, na ruindade de quem não o suporta nem quer sentir o seu cheiro por perto, na incoerência das consciências que não gostam de você, nos gritos e palavrões que solta pelo ar, nas tensões ideológicas e nas pressões psicológicas, nos desvios de caráter e nas aberrações da personalidade, não seja depressivo nem deprimente consigo mesmo. Na hora da morte de parentes, nas situações de doença e enfermidade pelas quais você ou outros possam passar, nas circunstâncias controversas e antagônicas que o fazem cair na baixa estima e no baixo astral, nos momentos de negação da vida e de contradição da existência que talvez encontre na sua estrada de cada instante, não se retraia nem se reprima consigo mesmo. Porque Deus é bom e a vida é bonita. Porque o bem existe e a paz se conquista. Porque ainda há respeito em muita gente. Porque o direito também sobrevive no meio da sociedade. Porque a justiça sempre aparece na hora H. Porque a verdade sempre vence. Porque a luz é maior do que as trevas. Porque ainda existem pessoas boas que sempre fazem o bem. Porque construir é melhor que destruir Porque concordar sempre cria amigos, enquanto a discórdia pode gerar inimigos e adversários. Porque a bondade é superior à maldade de quem quer que seja. Porque o amor sempre constrói. Porque a vida vale mais que a morte. Porque ainda existem pessoas responsáveis. Porque a fraternidade é possível e a solidariedade é sempre fazer o bem e viver em paz. Sim, acalme a sua alma. Tranqüilize a sua consciência. Garanta a sua paz interior. Mantenha sempre o equilíbrio necessário. Controle a sua mente e as suas emoções. Domine-se a si mesmo. Tenha juízo em suas ações e comportamentos. Use o bom-senso em suas atitudes e relacionamentos. Tenha fé em Deus e acredite no Senhor. Faça da oração o sentido da sua vida. E seja sempre otimista na vida. E seja sempre alegre, contente e sorridente em seus ambientes de família e trabalho. E seja uma pessoa positiva em qualquer lugar, com quem quer que seja, em quaisquer circunstâncias, em todos os momentos, em cada instante. Porque o bem é maior e a paz é melhor. 16. Não faça o jogo do seu adversário Na realidade de cada momento e nas circunstâncias de cada dia, onde muitas vezes a violência é exacerbada e bate a nossa porta, as nossas relações são conflitantes e discordantes, os nossos problemas nos contrariam em demasia, as nossas dificuldades são maiores e mais intensas do que deveriam, as nossas atitudes se chocam com os pontos de vista dos outros, nossas dúvidas e questionamentos ultrapassam os limites da razão e as fronteiras da boa consciência, as adversidades diárias criam barreiras para os nossos bons relacionamentos, enfim, diante do mal que nos enfrenta e afronta, não devemos fazer o jogo do inimigo, ou favorecer as investidas da maldade e sua rede de discórdias e malefícios, ou dar corda aos desejos mal intencionados do adversário, ou aprovar os interesses maldosos, aberrantes e infelizes de quem só enxerga em nós o pretexto para nos incomodar, ou nos instabilizar, ou nos deixar perturbados em nossos afazeres familiares e do trabalho de todas as horas e cada instante da nossa vida. Não aceite a provocação. Que a violência nunca parta de nós. Não dê o troco. Não responda com palavrões ou de maneira que possa insultar o outro ou fazer-lhe conspirar contra você. Não dê chance à maldade. Destrua em si e nos outros as condições que provoquem a violência pessoal e social, os transtornos mentais e físicos e os distúrbios psicológicos e ideológicos. Não torne possíveis aquelas situações em que se criam partidos ou panelinhas, ou surjam oportunidades cujas ações entrem em contradição com a sua pessoa, ou as possibilidades dos contrários se tornem mais vivas, sérias e graves. Não diga “sim” à cultura da morte ou à mentalidade do mal e da violência. Faça ao contrário o jogo de Deus. O Jogo do bem e da paz, da bondade e da concórdia. O Jogo do amor, da fraternidade e da solidariedade. O Jogo do equilíbrio e do bom-senso. O Jogo do sorriso no rosto. ]O Jogo da alegria e do otimismo. O Jogo da sensatez e do pensamento positivo. Sim, seja bom e faça o bem. Viva em paz uns com os outros. Cultive a bondade. Crie bons amigos. Coloque as mulheres no seu caminho. Que o direito e o respeito o acompanhem. Desse modo, você será um vencedor. Pois essa é a política do bem. A Política de Deus. Onde o mal não entra e a violência não se impõe. É assim que somos vencedores. Abraçando o bem e beijando a paz a cada dia da nossa vida. Então, eis a vitória. 17. Gerencie as suas próprias contradições internas No seu trabalho diário ou nos contatos freqüentes com a sua família, nos bate-papos com os amigos ou nos debates com os conhecidos no interior dos botequins da vida e nas ruas e avenidas da realidade cotidiana, nas discussões dentro do jornaleiro da esquina ou no dia a dia da padaria mais próxima, fazendo compras no supermercado do bairro ou comercializando no shopping mais interessante da Cidade, nas suas relações com as pessoas e no seu ambiente de relacionamentos assíduos e constantes, na sua rede de compromissos e responsabilidades permanentes e nos diálogos com os vizinhos do edifício onde mora, estudando na universidade ou se locomovendo pelas praças e becos perto de sua casa, enfim, vivendo os problemas da vida de cada dia e de cada noite, suportando as dificuldades do convívio social, enfrentando os conflitos de todo momento e de cada instante, chocando-se com as contrariedades da vida e as adversidades da existência, deparando-se com as aberrações e desencontros de grupos e indivíduos que nem conhece, agüentando os transtornos das mentes alheias e os distúrbios de sua própria consciência, urge nessas horas refletir bastante e tomar com força as rédeas da sua vida, segurar os questionamentos e tomar a iniciativa de bem administrar as suas contradições internas que certamente vêm afetando o seu comportamento no emprego e dentro do seu lar, garantir o seu domínio sobre si mesmo, sustentar o controle que você deve ter de si próprio, fazendo isso com o equilíbrio indispensável de quem é senhor da sua vida interior e responsável por suas atitudes externas, com o bom-senso capaz de superar divergências e ultrapassar discórdias, e transcender as violências e o mal-estar que você impõe a si mesmo. Sim, seja você próprio o gerente da sua vida. Conduza com sabedoria e inteligência os destinos da sua existência. Peça a Deus para lhe ajudar. Porque todos nós temos problemas. Todavia, apenas poucos sabem equacionar as suas dúvidas de cada hora e as suas incertezas de toda circunstância encontrada. Poucos percebem o quão é importante você estar a frente de si mesmo, diante das suas interrogações observadas em quaisquer situações vividas ainda que em condições desumanas e antinaturais, porém mesmo aí ter a capacidade e a energia fundamentais para bem gerir a sua realidade interna e suas conseqüências na prática de cada dia. É preciso coragem para mandar em si próprio e paciência para comandar com excelência a sua vida de cada instante, convivendo com os seus problemas, entretanto tendo o discernimento perfeito de quem pode e deve guiar bem os efeitos e as causas desses problemas, se possível superando-os com racionalidade e com a riqueza de sua criatividade, e com a grandeza de seus dons, talentos e carismas. Só assim você será feliz no seu dia a dia. Fazendo isso com a calma da alma e a tranqüilidade do espírito. Certo de que a vitória será sua. Com a alegria de ganhar mais créditos em seu cotidiano, consolidar os seus princípios éticos e espirituais originais e estabilizar assim a sua própria realidade interior, condição para a saúde de suas atitudes e o bem-estar de seus relacionamentos. Então, você há de ser feliz. Uma felicidade duradoura. Porque abençoada por Deus. 18. Garanta a sua paz interior Na vida de cada dia, lute por manter a sua paz interior, garanta a sua calma interna e sustente a sua tranqüilidade mental e emocional, em meio aos contrários da existência, os maus relacionamentos , os conflitos familiares, as discussões no trabalho, as intrigas dos vizinhos, as controvérsias de conhecidos, a violência de inimigos e adversários, a maldade e a ruindade de certas pessoas, as contrariedades urbanas e rurais, as adversidades psicológicas e sociais, as contradições da vida e da existência, o ambiente hostil e dialético em torno de você, as brigas de parentes ao seu lado, a crítica de colegas do emprego, a gritaria das ruas, a confusão dos supermercados, a desordem da mente, a indisciplina racional, a desorganização dos conhecimentos, a falta de discernimento espiritual em algumas ocasiões, a ausência de sentido para o que se está fazendo no momento presente, os antagonismos cotidianos, o pessimismo de vários grupos e indivíduos, o negativismo de outros setores da sociedade, a carência afetiva, o vazio espiritual, o nada existencial, a dúvida e a incerteza de diferentes atividades, a tristeza e a angústia, a solidão e a depressão, o isolamento e a exclusão social, a divisão interpessoal e a marginalização das cidades, as complicações no dia a dia das escolas, a rejeição amorosa, a ignorância religiosa, as superstições e os preconceitos, os bloqueios da inteligência, a relatividade das coisas, o indeterminismo dos seres, a indefinição da racionalidade, a indeterminação de suas relações, o lado desumano dos poderosos, a hipocrisia política, a alienação psico-social, o desemprego e o comodismo, as dificuldades econômicas e financeiras, as dívidas e a inadimplência, a falsidade moral, a crise ética e espiritual, a bagunça das crianças e o desrespeito dos filhos, a traição do marido ou a infidelidade da esposa, o pagamento do aluguel e do condomínio, o conserto do automóvel e da televisão, os débitos do IPTU e do IPVA, os compromissos não-assumidos, as atitudes irresponsáveis, o respeito ignorado, o desequilíbrio da cabeça e o seu descontrole com a falta de domínio de si mesmo, o desejo insatisfeito e as promessas não cumpridas, as necessidades irrealizadas e os sonhos que não se cumprem, a vocação incompleta e a profissão sem idoneidade, a incompetência física e mental, a não-habilidade nos negócios, a ausência de criatividade quando indispensável, a dependência patológica, as doenças e as enfermidades em geral, as moléstias viróticas e bacterianas, o clima cruel e o ambiente cheio de indiferenças e insensibilidades a sua volta, a fixação ideológica, o quebra-quebra entre polícia e bandidos, a pancadaria e o tiroteio com balas perdidas entre os marginais, enfim, toda sorte de problemas e circunstâncias produtoras de inimizades e destruidoras de intimidades, privacidades e familiaridades, de origem material ou espiritual, genética ou ambiental, biológica ou psicológica, consciente ou inconsciente, racional ou social, real ou imaginária, ilusória ou experimental. Em tudo isso, defenda-se, batalhe por sua segurança pessoal, pela sua luz interior, por sua paz espiritual, combatendo sempre sem cessar os elementos estranhos e esquisitos que anseiam por estragar sua boa cabeça de bem com a vida, invadindo o seu ser, pensar e existir como querendo destruir seu repouso psicológico e sua bonança garantida por sua fé em Deus. Lute pelo bem de sua interioridade. Seja guerreiro. Um soldado do cotidiano. Um batalhador incansável. Um combatente ativo e sempre de pé, sempre fazendo o bem e vivendo a paz, tornando a sua bondade em ajudar as pessoas e a sua concórdia que mantém as boas interatividades, um caminho para o amor, fonte da vida. Sim, salve Deus na sua vida. Advogue os dons, talentos e carismas que Ele lhe deu. Liberte a sua criatividade. E abra-se para as novidades da existência. Faça de seus comportamentos diários e noturnos um complexo de possibilidades e de alternativas capazes de fundamentar a sua boa vida neste mundo e o seu ótimo bem-estar carregado de saúde mental, física e espiritual. Seja pacífico. E bom. 19. E as minhas ausências ? Quem vai ocupar ? Quem vai preencher ? Durante a trajetória de nossa vida cotidiana quase sempre sentimos a falta de uma pessoa em quem confiar nossos problemas, conflitos e dificuldades, ou de um amigo em quem acreditar e lhe revelar nossos segredos de existência, ou de alguém que nos dê carinho, amor e atenção, ou de algo que ocupe os nossos vazios espirituais e os nossos nadas existenciais, ou de um ser superior a nós que nos ofereça garantias de sobrevivência e segurança em nosso trabalho e família, ou de um mito em quem possamos nos apoiar para não cair como se fosse a tábua de salvação de nossa vida insegura, inquieta e instável, ou ainda de uma mulher que preencha as nossas ausências de amor e sexo e que assim ordene a nossa realidade interior, discipline as nossas atividades externas e organize os nossos comportamentos e relacionamentos com as pessoas ao nosso lado e em torno de nós. Sim, precisamos sempre de algo ou alguém que acabe com as nossas omissões cotidianas, ou que termine com o nosso silêncio covarde diante de situações injustas, ou que extermine de nós as nossas aparências sem coração e as nossas irrealidades sem razão, ou desapareça com a nossa insensatez e falta de equilíbrio, e ao mesmo tempo nos faça alegres e otimistas perante o dia a dia sempre com um sorriso no rosto para levantar os tristes, aflitos e deprimidos, animar os angustiados e desanimados, motivar os medrosos em meio a seus pânicos do dia e da noite, incentivar os fracos e sem alento, e entusiasmar quem precisa de uma força para a vida, de uma luz para bem caminhar e de uma energia capaz de empurrar as pessoas decaidas para frente e para o alto. Tais atitudes positivas preenchem as nossas ausências durante a vida. Essas ações saudáveis e agradáveis ocupam os nossos espaços vazios e os nossos nadas temporais e históricos, reais e atuais. São atividades que substituem os nossos comportamentos omissos, a nossa falta de compromisso com a sociedade e a nossa ausência de responsabilidade perante os destinos da humanidade. Não podemos ser pessoas ausentes no interior da realidade que nos envolve diariamente. Necessitamos de presença na vida de quem sofre, ou no cotidiano de quem precisa de nós. Devemos ser uma luz para os outros. Estar presentes na hora da tristeza e da alegria dos indivíduos, grupos e comunidades que passam por nosso caminho. Urge sermos presença. Presença de vida. Presença de amor. Presença de Deus causando felicidade em nossa volta. De fato, a nossa felicidade se constitui em ser presença boa, amiga e generosa na vida de quem convive conosco todos os dias e todas as noites. Somos responsáveis pelo bem que devemos fazer aos outros. Devemos nos comprometer com a paz social e ambiental, levar a todos o bem que salva e a bondade que liberta. Somente assim seremos felizes. Felizes por fazer os outros felizes. Tal é a nossa verdadeira felicidade. Ser bom e amigo das pessoas. Ajudar o mundo a ser mais justo, livre e feliz. Essa a nossa vocação natural. Sigamos portanto a nossa natureza. E depois glorifiquemos a Deus pelo bem que fazemos e pela paz que propagamos em torno de nós. Deus sorrirá para nós. E nós dormiremos sempre tranqüilos, em paz com a nossa consciência. Isso é felicidade. O Sentido da vida. A Razão da existência. 20. Se a cabeça está boa, então tudo vai bem A Boa saúde e o bem-estar de uma pessoa começa na cabeça, no seu juizo e bom-senso, no seu bom comportamento revelador de uma consciência positiva e de uma intenção otimista. Em função de sua boa consciência o indivíduo constrói a sua vida, fugindo da loucura de seus sonhos imaginários, escapando de sua possível irrealidade e irracionalidade, destruindo seus preconceitos e superstições, criando as condições indispensáveis para a vivência de uma vida direita e de respeito, com liberdade responsável, com consciência social e coletiva, buscando então a felicidade de si e dos outros, e amando, respeitando e valorizando a Deus, o Senhor, em sua realidade prática cotidiana. Consciente, racional e inteligente, o ser humano em geral desenvolve em seu dia-a-dia atividades, operações e exercícios mentais, corporais e espirituais que visam o bem que faz e a paz que procura viver, a prática do amor e o amor à vida, experimentando assim uma realidade comprometida com a fraternidade e a solidariedade, a sua saúde pessoal e o bem-estar coletivo, tudo isto, enfim, reflexo de uma cabeça boa e do bem cuja bondade manifesta o desejo e a necessodade de construir uma sociedade pacífica, ordeira, disciplinada e organizada onde todos e cada um vivam e pratiquem a cultura da vida, positiva e otimista, sempre alegre, feliz e contente. Se a cabeça é saudável, o seu ambiente é agradável e amigável. Se possui boas idéias e bons ideais, todos a sua volta crescem, progridem e evoluem. Se tem respeito pessoal e responsabilidade social e ambiental, então é uma luz no caminho de muitos que estão ao seu redor. Sua luz interior é uma força exterior, animando a alguns, motivando a muitos e incentivando a todos. Iluminando e fortalecendo seus companheiros de caminhada, produz as boas coisas da vida, o bem e a paz em primeiro lugar. De bem com a vida, glorifica a Deus, o Senhor, por seus favores, benefícios e maravilhas operadas no meio de nós. Logo, se a cabeça vai bem, então tudo vai bem. A Família vai bem. O Trabalho vai bem. A Escola vai bem. A Igreja vai bem. O Hospital vai bem. Ser bom e fazer o bem – eis o reflexo de Deus no meio de nós. 21. O Grande problema é não ter problemas Movimente-se, não fique parado. Ocupe-se, não fique preocupado. Pergunte, questione, interrogue. Faça de toda resposta uma nova pergunta. Faça de toda solução um novo problema. Porque o grande problema é não ter problemas. Crie os problemas. Invente-os. Questione a vida. Os problemas são necessários, vitais para o ser humano. Os problemas movimentam a vida, motivam as pessoas, animam a existência, incentivam o bom-humor, elevam a auto-estima, possibilitam o alto-astral. Os problemas nos fazem otimistas e positivos. Os problemas geram trabalho, esforço para conseguir as coisas, empenho para realizar nossas atividades. Os problemas exercitam nossa mente, nosso corpo e nosso espírito. Os problemas aumentam a nossa fé em Deus. Por isso, faça de cada coisa e cada serum novo problema. Problematizando a vida, você será realmente livre e feliz, terá verdadeiramente saúde e bem-estar, agirá com juizo e bom-senso, perceberá como é importanteser responsável pelos seus atos, como é legal e bonito respeitar os outros, buscar o direito em suas atitudes, procurar a verdade em seus relacionamentos e igualmente praticar a justiça quando necessário. Graças a Deus a vida é um problema. E viver é tentar encontrar a resposta correta para esse problema. Sim, abrace os problemas, não fuja deles, conviva com eles, mas não esqueça jamais de tentar dar-lhes uma resposta. 22. Viva a diferença! Se o seu dia a dia vai mal, então semeie o bem e seja bom com as pessoas. Seja diferente! Se no seu local de trabalho ou no seu ambiente de família, todos lhe são adversos ou contrariam você, ou discordam da sua maneira de viver e se comportar, então crie as condições necessárias para que a paz e a concórdia reinem ao seu lado e em torno de você. Seja diferente! Diante da tristeza e da angústia, seja alegre e contente. Seja diferente! Perante a maldade e a violência cotidianas, ilumine e fortaleça os outros. Seja diferente! Se o clima está pesado com a doença e a enfermidade em sua volta, então sorria para as pessoas, anime os desanimados, motive os deprimidos, incentive os aflitos e perturbados, console os desesperados e se aproxime de quem está aparentemente infeliz. Seja diferente! Se na sua frente só há destruição e tragédia, briga e confusão, então gere amor e amizade, construa o direito e a justiça, pratique o respeito e a responsabilidade, produza o equilíbrio, o juízo e o bom-senso. Seja diferente! Na falta de fé, acredite em Deus. Na dúvida e incerteza, confie no Senhor. Na insegurança e instabilidade, seja firme fazendo o bem e seja forte construindo a paz. Seja diferente! Se o mal-estar invade a sua alma e a sua casa, tenha calma e espalhe a tranqüilidade, gere um ambiente seguro e confiante em si e em seu círculo de amigos. Seja diferente! Construa ao invés de destruir. Em meio à divisão entre grupos e indivíduos, seja amigo e generoso, fraterno e solidário. Se o orgulho e o egoísmo prevalecem, prefira a o amor e a humildade. Se os complicados confundem, use a simplicidade para iluminar e a inteligência para fazer a diferença entre as coisas. Seja diferente! Seja luz onde existe a escuridão. Seja alegria onde invadir a tristeza. Seja entusiasmo onde houver a fraqueza. Seja corajoso onde insistir a covardia. Seja amor e vida onde imperam o ódio e a morte. Seja bom quando fazem o mal. Gere bem diante dos seus contrários e adversários. Faça o jogo do bem diante do mal. Utilize a malandragem do bem nessa hora. Seja diferente! Você não é obrigado a ser feio e ruim, por isso escolha ser bom e bonito. Troque o seu pessimismo pelo otimismo de quem está de bem com a vida, e o seu negativismo pelo pensamento positivo de quem curte com prazer e alegria as boas coisas que a vida tem. Eleve a sua auto-estima e elimine o seu baixo-astral. Seja diferente! Seja amigo da verdade e inimigo da mentira. Procure a liberdade onde só há escravidão. Busque a felicidade sempre e a guerra jamais. Construa saúde perante a doença que lhe ameaça. Arrisque no bem que você constrói e na paz que você vive, quando os conflitos forem fabricados e as contradições forem industrializadas. Que Deus o ajude quando a maldade lhe perseguir e a violência desejar estragar a sua vida. Deus existe. Mas o mal também. Seja diferente! 23. A Cultura do Descartável Em nossos tempos atuais, assistimos cotidianamente ao império de uma filosofia de vida cujo centro de atenções é o que é útil, agradável e interesseiro; à predominância de uma mentalidade onde o que é mais importante é a rapidez dos negócios, a velocidade das informações e a aceleração de atitudes e comportamentos; ao privilégio de uma cultura tipicamente descartável em que o que existe aqui e agora já não existirá amanhã ou em outro momento e lugar. Então, o que vale é o instante, a situação momentânea, as circunstâncias aparentes e contingentes, a instabilidade do que é transitório e provisório, deixando-se de lado total ou parcialmente os valores permanentes, a constância das ações éticas e espirituais, a estabilidade dos trabalhos, o equilíbrio da mente e das emoções, o controle da consciência e o domínio de si mesmo. É a cultura do descartável. Na política, os deputados e senadores mudam de partido a todo instante caracterizando a chamada infidelidade partidária. Na economia, o intercâmbio de capitais valoriza o dinheiro mais forte, aquele que tem mais poder, o que configura maior influência social, desprezando os baixos salários, o desemprego e as más condições do exercício do trabalho. No casamento, passando pelo namoro e a paquera até chegar ao noivado, prevalece a mulher descartável, que o homem hoje arranja na rua e no dia seguinte está dentro de casa. E, dali a um mês, ambos já se encontram separados, partindo pois para novas uniões e novas separações, cada qual defendendo seus próprios interesses e privilégios, e garantindo o melhor lugar no mercado de amores e desejos, paixões e traições. Nas Universidades, nas escolas de ensino médio e no ensino fundamental prioriza-se a didática da velocidade onde o tempo de ensino é dinheiro e a economia do conhecimento é a palavra mais forte na hora das avaliações dos alunos e alunas, sem falar nos testes de curto alcance e no baixo repertório de conteúdo proporcionado pelas provas presenciais e online, dentro e fora da sala de aula, nas pesquisas rotineiras e nos debates em que há mais gritaria do que raciocínio ou argumentação de idéias. Na área de saúde, os médicos e enfermeiros e quase todos os agentes sanitários preferem vez ou outra o mercado da doença, o lucro que os remédios podem propiciar, o crédito oferecido pelos planos de saúde, a sua carreira profissional e a qualidade dos salários que podem usufruir, negligenciando o lado humanitário da enfermidade, a consideração que se deve possuir em relação ao doente ou paciente, o conteúdo de conhecimentos que a ciência, a tecnologia e a medicina em geral oferecem diante de tantas pragas e vírus, bactérias e moléstias as mais diversas e contraditórias, as condições ambientais dos hospitais, emergências e clínicas de saúde e ambulatórios, ignorando-se inclusive a prevenção profilática em nome de paliativos que não resolvem nem atingem a raiz dos problemas. No campo da tecnologia, observa-se o constante troca-troca de telefones celulares, rádios e televisões, assim como a mudança permanente de automóveis novos e usados ou a compra e venda de imóveis, casas e apartamentos com uma rapidez e ousadia que nos impressiona e nos deixa surpresos. No trânsito das cidades, ou até mesmo na aparente tranqüilidade dos campos e meios rurais, nota-se a urgência de atitudes, a emergência de comportamentos, a “falta de tempo” das pessoas, o descontrole dos horários e a falta de alternativas diante da hora curta e do pouco espaço de tempo e lugar, o desequilíbrio do tráfego com engarrafamentos e congestionamentos, acidentes de carros ou atropelamentos, a “hora do rush” quando tudo fica parado, trancado e engarrafado no vai e vem de ônibus, trens e barcas, autos e metrôs, navios e aviões. Nas ruas e avenidas das Cidades, as pessoas não se olham mais, há uma correria exagerada para fazer as coisas, falta diálogo nas empresas e escritórios, os namorados esquecem-se até de beijar na hora da despedida, os transeuntes andam apressados superando o tempo escasso e o ambiente alienante e alienado onde se acham naquele momento. Enfim, a cultura do descartável na mente das pessoas faz todos correrem, serem velozes e acelerados, driblando a disciplina necessária na hora dos compromissos ou ignorando a responsabilidade diante da indispensável maneira de assumir as coisas, os trabalhos e as tarefas do dia a dia. Também no esporte – o comércio dos jogadores e atletas nacionais e internacionais – como na arte e na filosofia sobressaem a mentalidade de quem produz conteúdos descartáveis e o ambiente de negócios desqualificados, incompetentes e sem a transparência ética devida perante o mercado do que é útil e rápido, incoerente e instável, inconstante e veloz. Sim, hoje o mundo é descartável. Nesse universo, reinam os espertos e caem as pessoas direitas e de respeito. Imperam os malandros. 24. Pensamentos Diferentes Os outros não são o que eu penso que eles são. Eu e os outros: 2 realidades, 2 pensamentos, sempre diferentes, embora não contrários. Cada um com seu ponto de vista. Cada qual com sua própria visão da realidade. Ambos, interpretando diversamente os acontecimentos. Sempre juntos, mas nem sempre unidos. Conhecidos ou não, porém jamais amigos. Os dois divergem ainda que possam concordar em alguma coisa. Não totalmente, todavia parcialmente é possível que entendamos a pessoa do outro. O Outro sou eu sem mim. O Outro é o que eu sou sem ser exatamente o que eu possa ser. O Outro é o que eu sou o que não sou. Somos divergentes, nem sempre concordantes. Diferentes, mas não contraditórios. Diversos, entretanto não antagônicos. Somos a diferença, mesmo que parecidos ou semelhantes. Somos originais, e não cópias. Deus nos fez assim: Diferenças que se completam, diversidades que se suplementam, divergências que se replementam. Mas não pense que eu sou o outro ? Que eu sou igual a ele? Que temos o mesmo pensamento ou a mesma realidade dentro de nós mesmos? Que possuímos a mesma visão da realidade, ou que olhamos sempre na mesma direção ou perspectiva real ou imaginária, ou que interpretamos as coisas e os seres do cotidiano sempre do mesmo modo ? Sim, somos a diferença. A Diferença entre o pensamento e a realidade. A Divergência entre a razão e a imaginação. O Antagonismo entre a consciência e a experiência. De fato, somos diferentes. Nessa diferença, está a nossa liberdade respeitosa e responsável, a nossa felicidade temporal e eterna, a nossa verdade existencial e espiritual, a nossa criatividade de trabalhos sempre novos, a nossa interatividade de relacionamentos, o nosso intercâmbio de comportamentos, o nosso compartilhamento de conhecimentos. Vivemos em função da diferença. Diferentes, podemos criar, amar, viver, existir, estar em sociedade, nos movimentar, comercializar, cooperar, colaborar um com o outro, ser amigos ou inimigos, generosos e fraternos e solidários, ou até o contrário de tudo isso. Portanto, eu e você não temos a mesma identidade. Não somos iguais nem parecidos ou semelhantes. Somos precisamente isso: a diferença. A partir da diferença, desvelamos a nossa verdade autêntica e transparente, descobrimos um outro mundo novo, refletimos a diversidade, traduzimos em nós e nos outros a ação complementar, a relação interativa, a conexão compartilhada, o ambiente intercambial, possibilitando-nos o nosso enriquecimento e aperfeiçoamento, fazendo-nos processo em construção permanente, sempre caminhando para a frente e para o alto. E a grande descoberta: Deus é diferente de nós. Com efeito, somos detalhes, diferenças que devem sempre se completar, interagir e compartilhar. Por isso, a interatividade é a nossa marca registrada nesse mundo em que vivemos. Diferentes, podemos interagir. Criar novas possibilidades. Pensar outras alternativas. Gerar diferentes oportunidades. Da diferença, buscamos a nossa igualdade e identidade. Pela diferença, construímos direitos e realizamos deveres e obrigações. Para a diferença, nascem o direito e o respeito, acontecem a liberdade e a responsabilidade, exercem-se o juízo e o bom-senso, buscam-se a felicidade e a saúde, o otimismo e o bem-estar. Na diferença, podemos optar. Podemos ajudar. Podemos ser bons e fazer o bem. Podemos construir a paz e a concórdia. Podemos lutar contra a violência. Podemos debater e criticar, e ser dialéticos, dialogar e conversar, concordar e discordar, ser agressivos ou não. Na diferença, está o sentido da vida e a razão da nossa existência. Dela, surge a fé, faz-se a oração, e se louva, bendiz e glorifica a Deus, o Senhor das Diferenças. 25. Síndrome da Inconsciência Imaginária O Complexo da Desrazão Irreal O Estado Patológico de completa ou parcial alienação mental Muitas vezes em nosso cotidiano nos alienamos da realidade a nossa volta, nos distanciamos dos acontecimentos do dia a dia ou mesmo fugimos de compromissos e responsabilidades que envolvam nossos relacionamentos e convívio diário com as pessoas ao nosso lado e em torno de nós. Tal aberração adoece a nossa personalidade e corrompe o nosso caráter nos tornando sujeitos anônimos e passivos perante os problemas da Cidade, as interrogações da sociedade a que pertencemos e as questões mais graves e importantes das nossas comunidades de origem, localmente definidas e temporalmente determinadas. Essa anomalia pode se transformar em patologia a partir do instante em que os grupos ou indivíduos envolvidos se achem prisioneiros de tal situação alienante ou alienadora da experiência diária dos fenômenos sociais, políticos, econômicos e culturais, dos quais devemos participar e comungar responsável e comprometidamente, ou então se vejam escravizados por sua própria imaginação enlouquecida, incontrolável, instável e incontornável, o que faz com que por exemplo as crianças ou jovens no computador se esqueçam de seu meio social e familiar, ignorando os pais, a família e os conhecidos e amigos, visto que ora se tornaram escravos do computador; ou até os empregados de uma loja de comércio varejista não se lembrem de quem está ao seu redor, seja o seu patrão ou os fregueses que frequentam o espaço comercial; ou mesmo o professor em sala de aula inserido no contexto da escola onde leciona não perceba a presença de seus alunos e alunas em seu entorno, voando no tempo e lugar onde se encontra, e escapando sem querer do momento atual que está vivendo naquele instante; ou inclusive o médico cardiologista que ao receber o paciente em seu consultório começa a pensar na sua família ou no jantar de hoje à noite com os amigos e dasapercebidamente se aliena do seu espaço de trabalho deixando o doente surpreso e sem entender nada do que está acontecendo naquele ambiente de saúde; ou então ocorre que no julgamento de um conflito em questão o juiz ou a autoridade da justiça sem reparar se distrai e ignora o local do Tribunal em que acontece aquela instância de sentença ou decisão judicial; ou como acontece quase que diariamente em nossos lares, empregos ou hospitais os doentes e enfermos discutam uns com os outros, e iniciam então uma briga com quebra-quebra e pancadaria ao ponto de se ferirem e machucarem, causando distúrbios entre os pacientes, pânico na região do conflito e alienação completa ou parcial do que está se verificando naquela hora, não se sabendo então quem é quem naquelas circunstâncias de violência produzida e propagada em volta dos envolvidos na confusão; e assim por diante. Tal fenômeno de desvio psicológico, de aberração patológica e de alienação irreal e irracional caracteriza a Síndrome da Inconsciência Imaginária cuja profilaxia e tratamento necessitam de uma séria avaliação e investigação das autoridades médicas e dos profissionais ligados a essa área de saúde. Por isso é vital não ignorar na nossa vida a realidade da experiência cotidiana, fonte de cura para os nossos males e doenças mentais e emocionais mais sérias, mais graves e mais importantes. 26. CID Complexo da Imaginação Doentia São propriedades que caracterizam o CID – Complexo da Imaginação Doentia: a solidão e o isolamento das pessoas, confusão mental e complicações emocionais, fuga da realidade, ausência do cotidiano, carência afetiva, marginalização social, falta de convívio social e familiar, egocentrismo, alienação psíquica, inconsciência e demência, irrealidade e irracionalidade, descontrole e desorientação individual e coletiva, desequilíbrio, juízo alterado e bom-senso sem domínio, ignorância, alteridade mórbida, distúrbios no cérebro, desvios de caráter e aberrações na personalidade, comportamento instável, inconstância moral e crise religiosa, indeterminismo existencial, indefinições espirituais, niilismo filosófico, relativismo cultural, ceticismo de ações, perda de identidade e autoridade, depressão patológica, indiferença sentimental, insensibilidade ética, destruição de valores, virtudes e vivências aparentemente seguras, insegurança física, mental e espiritual, falta de sentido para a vida e sem razões para viver e existir, ausente do ambiente em que se encontra, loucura, doença mental, hábitos incoerentes e atitudes inconsistentes, raciocínio sem lógica na articulação das idéias, baixo astral, declínio da auto-estima, negativismo e pessimismo, postura violenta e conflitante, relações em choque e relacionamentos dialéticos, uma vida de sonhos e fantasias, imoralidade, ausência de verdade e autenticidade, desordem de pensamentos, indisciplina comportamental e desorganização dos conhecimentos adquiridos, bagunça existencial, caos espiritual, desarmonia social, falta de fé em Deus, experiência inconsciente, irreal e irracional. Esses caracteres identificam o CID – Complexo da Imaginação Doentia, onde o fator imaginário prevalece sobre a realidade de uma consciência racionalmente estruturada e bem comportada. É o estado de desrazão doentia. 27. PEME Padrão de Equilíbrio Mental e Emocional Um bom equilíbrio mental e emocional deve admitir atitudes de juízo e bom-senso, segurança espiritual e estabilidade psicológica, um bom comportamento ético onde os valores e as virtudes estejam em sintonia com uma boa consciência, ordem mental e disciplina racional, organização dos conhecimentos adquiridos, boas idéias criadas e ótimo discernimento em que se separe o bem do mal e se opte logicamente por uma vida de saúde e bem-estar individual e coletivo, uma vivência de paz e uma prática de bondade e de concórdia, desenvolvendo ao mesmo tempo um ambiente em torno de si de amizade e fraternidade, generosidade e solidariedade, fazendo pois das boas coisas que a vida nos oferece uma alternativa de construção de uma sociedade mais ordeira e pacífica, fraterna e solidária, de tal modo que o bem que fazemos e a paz que vivemos sejam os instrumentos de equilíbrio da nossa mente e das nossas emoções, as ferramentas de defesa e ataque que possam garantir o nosso estado de ordem física, mental e espiritual, sinônimo de paz interior e bem-estar social, o que resulta na criação das condições de possibilidade de uma humanidade mais livre e feliz, em paz consigo mesma e de bem com a vida. Contudo, é importante ressaltar que o PEME será sempre o resultado real, atual e eficaz de nossa preferência pelo bem e a bondade em nossas existências de cada dia, excluindo pois de nosso convívio social e familiar todas as opções pela maldade e a violência, a exclusão e a divisão entre pessoas, classes e comunidades, a marginalização social de grupos e indivíduos que queiram aspirar por dias melhores em suas vidas, onde seus direitos sejam respeitados, suas lutas e trabalhos diários sejam reconhecidos publicamente, e seus deveres e obrigações contribuam efetivamente para um mundo humano mais configurado com a qualidade de vida das pessoas, bom nível de rendimentos financeiros de seus familiares e amigos, excelente grau de conhecimento e ética comportamental reinante em seu ambiente de vida e trabalho, elevado índice de espiritualidade natural em que as idéias e os valores de Deus, o Senhor, o Autor da Vida e Princípio de tudo e de todos, sejam os fundamentos necessários de uma sociedade humana presente e futura, aqui e agora e além, feliz com o que é e tem, livre de violências organizadas, institucionalizadas e marginalizantes, excluidoras de uma vida boa e de paz que todo cidadão e cidadã deste Planeta Terra merece possuir tendo em vista o bem-estar geral e felicidade de toda a nação global, estaduais e municipais de todos os países que compõem a natureza criada e o universo aqui e além. Assim, o PEME é fonte de bem e paz para as pessoas, base de uma sociedade aberta, livre e feliz, origem da ordem social, mental e espiritual, princípio de uma saúde física, orgânica e funcional bem equilibrada, causa de ações e comportamentos em que grupos e indivíduos mostram e demonstram juízo em suas opções e bom-senso em suas decisões e alternativas de trabalho e atividades conscientemente comprometidas com o respeito mútuo e a responsabilidade recíproca que deve haver entre as pessoas que vivem e convivem em sociedade neste mundo em que vivemos. Que Deus abençoe o PEME. 28. PIA Princípio da Imaginação Alienante Outro dia, durante a tarde, fui a uma LAN HOUSE na Tijuca, e ao chegar lá, por volta das 17 horas, encontrei aquele clima turbulento em sua parte interna, onde o barulho de rádios online e músicas virtuais se chocavam com o bate-papo ensurdecedor dos internautas e a gritaria dos companheiros de internet, criando então um ambiente aparentemente alienante, ou fazendo daquela mesma realidade de confusão de palavras e complicações imaginárias uma verdadeira atividade alienadora do cotidiano comum das pessoas que vivem e convivem em sociedade neste mundo em que existimos. Havia cerca de 30 indivíduos no interior daquele estabelecimento de conexão com a internet. Além do quadro musical extravagante que achei, muitos ali, jovens e adolescentes, jogavam games, acessavam redes sociais como o Orkut, o MySpace, o Facebook e o Twitter, ou enviavam emails para os seus amigos, ou mergulhavam em sites e blogs, todos completamente conectados, ao ponto de não perceberem de fato na verdade quem estava do seu lado ou ao seu redor, parecendo inconscientes em meio a tantas conexões, quase que totalmente alienados do real pois seu mundo lá agora era justamente o irreal e o irracional, o fluxo imaginário de idéias e atitudes circunstancialmente fora de si, como se estivessem em uma “outra” realidade, desligados do dia a dia cá fora, imersos naquela situação de sonhos e fantasias misturados com relações cibernéticas e interatividades digitais, compartilhamentos eletrônicos e ambientes virtuais, o que de certo modo me fazia refletir dentro de mim próprio: “Esses caras, totalmente apagados da realidade, ausentes do cotidiano, fora de si, mergulhados em turbulências alienantes e ambientes alienadores, teriam de fato consciência do que estão fazendo nesse instante quase final da noite de um fim de semana frio aqui no Rio de Janeiro ? E suas famílias, e seus empregos na sociedade, e seus relacionamentos diários, e o seu dia a dia como estavam e como seriam ? Segundo as estatísticas recentes do IBGE, essas pessoas sofriam do PIA, Princípio da Imaginação Alienante, que caracteriza comumente uma situação patológica, em que a imaginação do sujeito em exercício ativo e conflitante se torna doentia, ao ponto de cair na loucura da alienação da realidade da experiência cotidiana, fazendo o indivíduo ou o grupo submetido às suas demências imaginárias “voar” e ignorar o atual e real ambiente em que vive, isolando-se da família, fugindo dos seus relacionamentos diurnos e noturnos, escapando do seu dia a dia, mergulhando pois dentro de si mesmo, e acabando por esquecer o que se passa no momento fora de si, alienado por completo pois das condições reais do mundo lá fora. O PIA atinge muita gente. Não somente nas LAN HOUSEs da vida, como também no dia a dia da sua família ou do seu trabalho, às vezes andando sozinho ou acompanhado pela rua, ao pegar o ônibus ou o metrô, ao assistir um programa de televisão ou escutar as notícias do rádio, ao trabalhar no computador ou acessar a internet, ou até conversando com colegas mas não dialogando com eles, ou junto com amigos todavia não unidos a eles, ou ao lado das pessoas porém sem conscientizar-se de que elas estão ali ao seu lado e ao seu redor, vivendo pois alienados de si mesmos, alienados da realidade em torno de si, alienados do mundo e da sociedade em que estão. Na maioria das vezes, o PIA se transforma em doença mental, em enfermidade física e até moléstia espiritual. Devemos acordar para essa realidade quase sempre patológica em nosso dia a dia existencial. Saber medir as coisas. Manter o equilíbrio necessário. Usar o bom-senso em meio a essas ocasiões. Controlar-se. Dominar-se a si mesmo. Sobretudo rezar e pedir a Deus que o ajude nessa hora grave e difícil. Voltar à realidade. Reviver o seu cotidiano. Redescobrir o seu dia a dia interior e exterior. Interar-se dos fatos concretos e dos acontecimentos de cada dia. Enfim, retornar à vida, e existir de verdade. Dessa maneira, fugiremos do PIA. Caiamos pois na real. 29. PIM Período de Instabilidade Mental “Roberto, você ainda está no PIM ?” Raquel, você já saiu do PIM ?” Reinaldo, como está o seu PIM ?” Perguntas como essas ouvimos todos os dias e todas as noites nas casas de família, em ambientes de trabalho, em nossos relacionamentos diários, em nosso convívio cotidiano, na rua e no supermercado, na padaria e no botequim, no jornaleiro e na farmácia, em programas e novelas da televisão, no repórter e nas notícias do rádio e da internet, nos consultórios de psicanálise, nas salas de psicologia, nas clínicas de psiquiatria, nas escolas e nos hospitais em que freqüentamos, no bate-papo com os nossos amigos e conhecidos, nos debates universitários dentro ou fora da faculdade, enfim, em todos os momentos em que constatamos algum problema psicológico em determinada pessoa, ou observamos um estado de desequilíbrio mental e emocional em diferentes grupos ou indivíduos, ou percebemos algum quadro de instabilidade psicológica que ocorre em comunidades adversas ou em conflito temporário, situações essas em que acontecem fenômenos sobretudo irreais e irracionais, identificados com doenças mentais, loucuras e demências, brigas e conflitos de idéias, confusões mentais e complicações inconscientes, distúrbios de caráter e aberrações de personalidade, contradições internas e externas, adversidades e contrariedades interiores e exteriores, depressão patológica, violência moral e social, maldade humana, marginalização de pessoas, exclusão social e divisão de classes, e assim por diante. Nesses casos onde as circunstâncias são instáveis e desequilibradas, ocorre o PIM. Nessas condições aberrantes onde os distúrbios são graves e os desvios de comportamento são sérios, acontece o PIM. O PIM ou o Período de Instabilidade Mental pode ser superado por práticas de bondade e de concórdia, em que fazemos o bem e vivemos em paz junto com as pessoas que nos cercam e estão ao nosso lado; pela nossa fé em Deus e pela nossa constante oração ao Senhor; pela vivência das boas obras que realizamos com atitudes de amizade e generosidade, fraternidade e solidariedade, amor e carinho com os que se encontram mais próximos de nós; por atitudes de justiça social e direito individual onde a verdade de nossas ações se igualam a um clima de juízo e bom-senso que desenvolvemos em torno de nós; por nossas boas idéias e conhecimentos que produzimos todos os dias; por nossos bons sentimentos de afeto, amor e carinho com os nossos semelhantes; pelo nosso bom comportamento ético e pela nossa boa espiritualidade natural, em que o equilíbrio da mente, o controle mental e o domínio de nossas paixões e emoções se acham em um estado perfeito de racionalidade vital e boa consciência real. Assim vencemos o PIM. 30. PEC Padrão de Estabilidade Comportamental Como está a sua vida ? Uma bagunça ? Confusão mental ? Desordem ? Um problema atrás do outro ? A partir de então, faça o seguinte: siga o PEC (Padrão de Estabilidade Comportamental), ou seja, o Modelo de vida estabilizador do seu corpo, da sua mente e do seu espirito. Baseia-se em uma hierarquia de valores onde a vida espiritual aparece em primeiro lugar, seguida pela vida mental, e, finalmente, pela vida corporal. Assim, primeiro o espírito, depois a mente, e, por último, o corpo. Este é o PEC. A partir do PEC, consequentemente, sua vida entrará em ordem, a paz invadirá o seu ser, organizar-se-ão as suas atividades, você trabalhará com alegria e fará bem todas as coisas e terá uma vida direita. Isso significa colocar Deus, o Senhor, em primeiro lugar na sua vida, e o resto acontecerá consequentemente. 31. O Fundamento do Equilíbrio Tendo como base fundamental a realidade da experiência cotidiana, a construção de nosso equilíbrio mental e emocional deve passar por um constante exercício de nossas virtudes e bons valores de nossa consciência, pela vivência permanente do bem que fazemos e da paz que vivemos, pela experiência de bondade e de concórdia em nossos relacionamentos diários, pelo bom convívio com nossos vizinhos, parentes, amigos e familiares, pelo comportamento amigo e generoso, fraterno e solidário que manifestamos a quem está do nosso lado e em torno de nós, pelo respeito mútuo e a recíproca responsabilidade em nossos trabalhos e relações humanas, pelo controle da mente e o domínio sobre si mesmo, pelo uso do bom-senso em nossos afazeres, pelo estado de juízo que mantemos em nossa convivência cotidiana, enfim, pela cultura de bem e de bondade e pela mentalidade de paz e de concórdia com que praticamos a nossa vida de cada dia. E, sobretudo, pela nossa fé em Deus, o Senhor. Esses são os fundamentos de um bom equilíbrio mental, físico e espiritual. 32. Fixação Psico-Ideológica Idéias fixas podem ser o reflexo de um distúrbio mental ou de um desvio de caráter ou ainda de uma aberração da personalidade. Elas podem se tornar patológicas quando o indivíduo ou grupo de pessoas se tornam dependentes delas, escravos de seus conceitos e prisioneiros de suas definições. Revelam-se muitas vezes como preconceitos ou superstições ou representações doentias de nossa racionalidade, que então se fecha em si mesma, se vê bloqueada por essas categorias da mente e travada por esses fenômenos da inteligência criadora. Tal fixação psicológica e ideológica manifesta-se igualmente em forma de símbolos e imagens, valores e vivências, que ora se transformam em fechaduras da consciência ou empecilhos da experiência, desvirtuando pois os nossos comportamentos físicos, mentais, éticos e espirituais, manchando atitudes sensatas e ações equilibradas, distorcendo o devido controle de nossa mente e de nossas emoções e instabilizando o correto domínio de nós mesmos. Nesse sentido, tal fixação torna-se uma doença psíquica de origem ideológica, podendo produzir concomitantemente posturas inconscientes de nossa parte ou experiências irreais e irracionais, frutos desse bloqueio mental e desse desvio psicológico propiciados por essa fixação doentia. Caracteriza-se comumente como doença mental, moléstia da razão e enfermidade psíquica, geradoras de problemas comportamentais, carências afetivas, sociais e familiares, isolamento e solidão, fuga da realidade e alienação da vida cotidiana, conflitos interpessoais e confusões e complicações interdependentes, identificadores de uma moléstia psicológica. Com uma boa orientação psicanalista, é possível contornar esse grave e crítico desvio de consciência. Fujamos portanto das fixações mentais. 33. A Prática Cotidiana das Vivências e Experiências Reais, Racionais e Conscientes da Existência Humana Ter consciência do que se é e do que se tem e agir em função dessa realidade, eis o caminho da felicidade humana aqui e agora no tempo e na eternidade. Conscientes somos mais felizes, vivemos melhor, nos respeitamos mais uns aos outros, somos mais responsáveis por nossos atos, nos comprometemos bem com nossos afazeres cotidianos, assumimos mais seriamente a vida e suas conseqüências sociais, políticas, econômicas e culturais, abraçamos com mais força, energia e alegria o nosso dia a dia cheio de outras, novas e diferentes possibilidades vocacionais e profissionais, abarcamos mais e melhor o que é bom e nos faz bem, o que contribui para a nossa paz interior, o que nos ordena mentalmente, disciplina racionalmente e organiza em termos de conteúdos de qualidade os conhecimentos até então adquiridos. Parece que o processo de conscientização da realidade é um movimento constante e progressivo de descoberta de si mesmo e dos outros, de olhar diversamente a experiência diária onde fazemos os nossos trabalhos, exercitamos as nossas atividades, nos esforçamos por uma vivência maior e melhor e nos empenhamos em construir – e não destruir – um mundo, uma sociedade e uma humanidade mais ordeira e pacífica, de bem com a vida, mais fraterna e solidária, mais livre e feliz, todos conscientes de suas responsabilidades uns em relação aos outros, o que nos leva a lutar incansavelmente, com otimismo e positivismo, por condições de saúde e trabalho, vida e educação melhor para todos e cada um dos que vivem e convivem nesta sociedade humana a que pertencemos neste mundo em que vivemos. Na verdade, o ambiente de rádio e televisão, telefone celular, computador e internet, ao mesmo tempo em que nossas relações atingem a rua, o trabalho e a família, a escola e o hospital, o jornaleiro e a farmácia, o botequim e a padaria, o supermercado e o shopping, o restaurante e a pastelaria, tudo isso, enfim, nos proporciona uma vida consciente regrada pelo bom juízo e o bom senso de nossas atitudes, pelo equilíbrio da mente e das emoções, pelo autocontrole que exercemos sobre nós mesmos e pelo domínio de si, configurando então em nós, de nós e para nós, uma existência cuja felicidade é a consciência de nossos deveres e obrigações, a consciência de nossos desejos, direitos e necessidades, a consciência de fazer sempre tudo direito e com a grande alegria que é estar na presença de Deus aqui na realidade atual da história das comunidades humanas. 34. A Boa Consciência: Tempo de Equilíbrio Mental e Lugar de Segurança Emocional Viver bem e existir com qualidade de vida exigem de nós uma boa consciência segura e equilibrada, onde o bom juízo que fazemos das pessoas e o bom-senso utilizado para refletir bem sobre a realidade do dia a dia sejam bem ordenados mentalmente, bem disciplinados racionalmente e bem organizados em termos de comportamento ético e espiritual, tornando assim o nosso cotidiano mais fácil de ser vivido, melhor administrado, com mais conteúdos de conhecimentos adquiridos, maior discernimento intelectual e ótima experiência material e espiritual, física e mental cujos resultados são uma boa vivência diária e um presente e um futuro bem gerenciados com conseqüências sociais, políticas e econômicas bem viáveis para todos e cada um dos membros que constituem a sociedade humana deste mundo em que vivemos. Ignorando pois a “maluquice” ou as demências mentais ou as aberrações físicas e materiais ou ainda as atitudes indiferentes e insensíveis uns em relação aos outros ou os desvios de consciência e de experiência comportamentais ou os sentimentos frios e gelados ou os pensamentos vazios sem idéias e sem conhecimentos ou mesmo a alienação da realidade e da racionalidade, excluindo enfim do meio de nós tais ações aberrantes podemos construir para nós e os outros uma vida feliz e livre, baseada em princípios éticos e espirituais bem firmes e bem fortes, além de uma base de repertório de boas idéias e bons conhecimentos que venham a consolidar os fundamentos existenciais da nossa vida, estabilizando as nossas raízes vivenciais e dando continuidade às nossas atitudes em favor do bem-comum da sociedade e em benefício da saúde pessoal e o bem-estar da coletividade da qual fazemos parte cotidianamente. Tal equilíbrio da mente e a segurança das nossas emoções garantidos sobretudo pela nossa fé em Deus, pelos bons sentimentos de bem e de paz, de bondade e de concórdia, são a condição indispensável para uma existência temporal e eterna de bem com a vida em que as boas coisas que Deus nos dá possam ser gozadas com qualidade de vida e excelente situação existencial cujos frutos e efeitos atingirão certamente toda a coletividade a nossa volta. Sejamos pois equilibrados. Tenhamos juízo em nossos relacionamentos. Usemos bem o nosso bom-senso cotidiano. Seguros em nossa boa racionalidade e conscientes de nossa responsabilidade social, cultural e ambiental vivamos bem a nossa vida de cada dia glorificando a Deus por não sermos “malucos da cabeça” nem doentes mentais ou dementes irreais ou irracionais. Ponhamos portanto ordem na nossa vida de cada dia. 35. A Gerência da Consciência A Arte do autoDomínio Por graça divina que lhe foi dada naturalmente, devem o homem e a mulher comandar as suas vidas, administrar as suas consciências e gerir bem as suas existências temporais e históricas, reais e atuais, locais e regionais, globais e universais, no interior da sociedade a que pertencem, no convívio diário com seus semelhantes, diante de grupos e indivíduos com os quais se relacionam cotidianamente, perante Deus e suas criaturas. Ou seja, em outras palavras, ter domínio sobre si mesmos, controlar suas mentes e emoções, ter equilíbrio necessário para bem viver e conviver em sociedade, agir com juízo sempre e usar o seu bom-senso para bem se comportar social, política e economicamente, mantendo em si permanentemente o comando de suas paixões e seus corações, seus desejos e necessidades, pensamentos e sentimentos, ações e atitudes comportamentais que manifestem publicamente o seu estado de equilíbrio, domínio e controle de si próprios. Vivendo assim serão ele e ela, homem e mulher, felizes sobre a Terra e mais tarde na Eternidade. Tal experiência deve sempre ser bem alimentada, consolidada por seus valores e virtudes éticas, e por suas vivências espirituais, físicas e mentais. Desse modo, os humanos serão felizes. 36. A Boa Intencionalidade Ter boas intenções na vida significa procurar fins ou objetivos que reflitam boa qualidade de vida para as pessoas que estão ao nosso lado e ao nosso redor, levando-lhes o bem que fazemos e a paz que vivemos, a vida que amamos e o amor que praticamos, de tal forma que suas existências de cada dia sejam construtivas, geradoras de saúde e bem-estar no ambiente em que vivem, produtoras de felicidade e otimismo individual e coletivo, criadoras de condições de respeito, liberdade e responsabilidade em comum, o que revela a boa consciência que temos e o bom comportamento que realizamos cotidianamente. Bem intencionados condicionamos o surgimento das boas coisas da vida, o bom relacionamento entre as pessoas, as atitudes honestas e sinceras, uma boa ética comportamental e uma boa espiritualidade natural. Intencionalmente bem orientados podemos construir um mundo novo e diferente, mais livre e mais feliz, mais ordeiro e mais pacífico, onde as pessoas vivam e convivam em harmonia e unidade umas com as outras, gerando fraternidade mútua e solidariedade recíproca, boas amizades e grande generosidade entre elas. Assim se constrói uma sociedade feliz. 37. A Consciência Emergente Quando em nosso dia a dia da experiência real cotidiana satisfazemos os nossos desejos humanos e realizamos as nossas necessidades naturais, subindo progressivamente os degraus da escadaria da vida, ascendendo social e politicamente, econômica e financeiramente, culturalmente, científica e tecnologicamente, artística e filosoficamente, moral e espiritualmente, então estamos diante de nossa consciência emergente, que busca na realidade diária, sem sonhos metafísicos nem fantasias imaginárias, o seu crescimento ético comportamental, a sua evolução mental, física e espiritual, o seu desenvolvimento real e atual, histórico e temporal, ao construir idéias e experiências que promovem a boa saúde e o bem-estar da existência humana individual e coletiva, propagando-as tendo em vista o bem que fazemos e a paz que vivemos, a vida que amamos e o amor que praticamos, consolidando-as em nossas realidades conscientes e em nossas práticas cotidianas, estabilizando-as em nossa existência material e espiritual de cada dia, e eternizando-as em nossas mentes e corações, corpos e almas, objetivando assim chegar à perfeita e excelente qualidade de vida cujo ponto mais alto é o nosso encontro eterno com Deus, o Senhor Criador, o Autor da Vida, a nossa emergência maior e melhor, o auge da nossa realização humana, natural e cultural, o sentido das nossas vidas existenciais e espirituais e a razão do nosso viver e existir cotidiano, dentro da sociedade a que pertencemos neste mundo em que vivemos, garantia pois da nossa segurança mental e do nosso equilíbrio emocional, força do nosso corpo e luz da nossa alma, sem O Qual não somos, não vivemos e não existimos. Emergir é necessário. É o sentido da vida humana. Precisamos sempre subir. Subir cotidianamente os degraus macios e ásperos da escadaria da vida. Deus nos acompanha nesse processo ascendente. Por isso, sejamos otimistas. Na vida, o que importa sempre é crescer, progredir e evoluir. Desenvolver nossos carismas e talentos. Realizar nossas vocações e profissões. Vencer sempre. 38. A Identidade do Pensamento A Carteira de identidade de nossos pensamentos são as idéias que criamos, o ponto de vista que temos sobre a realidade, os bons valores da nossa consciência, os símbolos e as imagens que aparecem em nossas mentes, os interesses e as intencionalidades de nossa racionalidade, os conhecimentos que produzimos, o discernimento com o qual fazemos a diferença entre as coisas, as ideologias que abraçamos, as virtudes éticas e as vivências espirituais que desenvolvemos, a nossa visão dos acontecimentos do cotidiano, a nossa interpretação dos seres e das coisas, o nosso olhar específico e original, novo e diferente sobre o mundo que nos rodeia, o tempo em que vivemos e a história dentro de que estamos inseridos, a sociedade da qual fazemos parte e a humanidade pela qual lutamos e para a qual construímos uma vida mais livre e feliz, fraterna e solidária, ordeira e pacífica, justa e direita, autêntica e verdadeira, mais iluminada e transparente. Esses fenômenos da nossa inteligência constituem a nossa identidade certa cujas características possuem detalhes ideológicos e psicológicos que se distinguem em todas as mentes, se diferenciam em cada consciência e são propriedades específicas de determinado pensamento. Cada um de nós tem a sua identidade pensante, discernente e cognoscente. Somos diferentes no pensamento. Somos originais na racionalidade. Somos específicos na inteligência. Não somos cópias uns dos outros. Temos uma identidade própria. Isso é um dos caracteres que definem a nossa natureza humana. Nesse sentido, somos diferentes, embora nem sempre divergentes. Podemos convergir em alguma coisa, todavia temos algo que nos é próprio em termos de fenômenos de nossas consciências. Sim, temos uma identidade. Tal realidade nos faz importantes no meio social, político, econômico e cultural. Esses valores de nossos pensamentos nos tornam respeitados diante de Deus, dos outros e de nós mesmos. 39. A Linguagem da Mente Um Fenômeno Consciente A Racionalidade humana se expressa através da linguagem intuitiva, indutiva e dedutiva, para a qual contribuem os fenômenos da consciência pensante identificados como idéias, símbolos e imagens, valores e virtudes, vivências e experiências, intenções e interesses, uma manifestação propriamente transcendental, que ocorre somente dentro da consciência do homem e da mulher, refletindo assim o discurso da mente inteligente do ser humano em geral, imanente muitas vezes e transcendente vez ou outra. Assim a voz da mente é transcendental. Seus fenômenos podem ou não nascer da realidade da experiência cotidiana, o que define seu caráter real ou irreal, racional ou irracional, consciente ou inconsciente. Logo, a mente humana se expressa transcendentalmente cujos fenômenos conscientes podem surgir de uma estrutura imanente da realidade ou ainda de uma base fundamentalmente transcendente dessa mesma realidade humana cotidiana. Por conseguinte, o discurso da razão é imaterial embora seja real. Acontece no interior da consciência humana, natural e cultural. Seus “fatos inteligentes” mostram a potencialidade criadora de nossa racionalidade ao mesmo tempo em que demonstra sua capacidade vocacional de gerar conteúdos de conhecimento de qualidade cujo discernimento aponta seu lado bom que a caracteriza como também seu momento ruim que a torna manchada em suas essências criadas. A Linguagem da mente pois é transcendental. 40. A Natureza Psicológica da Existência Humana A Vida do homem e da mulher, centrada na consciência subjetiva e objetiva ao mesmo tempo, onde os seus fenômenos racionais, mentais e inteligentes, tais como as idéias e os ideais, os símbolos e as imagens, as intenções e os interesses, os valores e as vivências internas e externas, atuam causando problemas e resolvendo dificuldades e contrariedades, solucionando dúvidas, incertezas e interrogações, determinando desvios irreais e irracionais e definindo aberrações ou depressões de ordem psicológica e social, mostrando e demonstrando assim que a fonte dos problemas do ser humano em geral está na sua cabeça consciente ou inconsciente, real ou irreal, racional ou irracional, a partir da qual nascem as doenças, moléstias e enfermidades, e simultaneamente sua cura terapêutica diante da problemática patológica que envolve grupos e indivíduos humanos no tempo e na história, real e atualmente, em seus ambientes locais, regionais e globais. Observa-se pois que na cabeça do homem e da mulher – sua natureza psicológica – se encontra a raiz da vida humana, seus problemas e soluções, suas perguntas e respostas, suas interrogações e resoluções, seus desvios e aberrações, suas dependências e depressões, suas patologias e terapias, sua cura e salvação, sua libertação integral, social, mental, emocional e espiritual. Logo, a questão psicológica da existência humana é a base fundamental de onde surgem toda espécie de alterações, desvios e aberrações que se passam na sua consciência racional inteligente ou na sua irracionalidade irreal inconsciente, origem de terapias e patologias, problemas e soluções, perguntas e respostas, como disse, da sua saúde e bem-estar como igualmente do seu estado doentio comportamental, refletindo portanto o que acontece na cabeça humana, naturalmente constituída e culturalmente desenvolvida. Por conseguinte, na cabeça do homem e da mulher surgem o bem e o mal, a paz e a guerra, o amor e o ódio, a vida e a morte, a luz e as trevas. Nela, a raiz de todos os problemas. Dela, se obtém a resposta para as nossas dificuldades, contrariedades e adversidades. Com ela, se constrói a bondade e a concórdia entre as pessoas. Sem ela, tudo é falta, ausência e turbulência. A partir dela, o vazio e o nada. Em função dela, a saúde e o bem-estar. Portanto, quando estou bem, tudo vai bem a minha volta. Quando estou mal, tudo vai mal também. Em mim, de mim e para mim, a chave do sucesso e o segredo da felicidade. Na cabeça humana pois o sentido da vida e a razão de viver da existência humana. 41. A Pluralidade da Racionalidade O uso da razão no exercício do pensamento, na atividade do discernimento e na produtividade do conhecimento mostra o seu contexto plural capaz de gerar ambientes fecundos feitos de fenômenos conscientes tais como as idéias e os ideais, os símbolos e as imagens, as intenções e os interesses, os valores e as vivências e as experiências transcendentais da estrutura mental do sujeito humano, possibilitadora da construção de bens pensantes, bens discernentes e bens cognoscentes, o sentido da racionalidade e seus efeitos lúcidos, claros e evidentes. Tal pluralidade de fenômenos transcendentais e seus motores geradores da energia racional e consciente são os verdadeiros responsáveis pela produção de uma boa vida de boas idéias e ótimos conhecimentos, a partir dos quais a pessoa humana constrói a sua existência natural e cultural, as suas práticas sociais, políticas e econômicas, as suas experiências científicas e tecnológicas, as suas vivências temporais e históricas, reais e atuais, os seus acontecimentos artísticos e filosóficos, morais e religiosos, esportivos e recreativos dentro de suas realidades locais, regionais e globais. Essas atividades racionais da consciência pensante, discernente e cognoscente desencadeiam o progresso material e espiritual da humanidade, a sua evolução física e mental, o seu crescimento econômico e financeiro, a sua emergência social, cultural e ambiental, a sua emancipação ética e política, a sua excelência de qualidade de vida, a perspectiva de grandeza do universo e riqueza da natureza, a cultura da beleza da criação cujo Criador e Autor da Vida, Deus e Senhor, é o Fundamento de todos os fundamentos inesgotáveis, indefiníveis e indetermináveis. Graças a essa pluralidade de fenômenos racionais e conscientes e seu sistema produtor de boas tendências e novas possibilidades, somos feitos de caracteres positivos e otimistas, construtores – e não destruidores – das boas coisas que a vida tem, da bondade das pessoas e da concórdia de indivíduos e grupos, de ambientes de bem e de paz, e de contextos culturais onde o amor e a vida são os princípios geradores das boas energias que a vida demonstra possuir. Somos plurais. 42. A Racionalidade humana e sua diversidade de consciências Conscientizar-se de alguma coisa, de um fato ou acontecimento, ou de qualquer fenômeno da realidade, eis um processo contínuo e crescente de descoberta dessa mesma realidade, o que nos mostra e demonstra a existência de uma variedade de consciências que se sobrepõem umas às outras, fazendo-nos desvelar pouco a pouco a verdade de tal realidade, assumindo-a efetivamente em nossa racionalidade, comprometendo-nos com ela responsavelmente ao ponto de abarcá-la total ou parcialmente em nosso mundo interior. Ocorre pois uma sucessão de consciências dentro de nossa racionalidade até a apreensão ou abstração completa desse universo real que se nos apresenta internamente. Tal superação de consciências dentro de nós mesmos faz-nos descobrir a verdade real e atual que se nos dá nesse momento. Nesse movimento de ultrapassagem de consciências vamos paulatinamente assumindo interiormente a essência dessa verdade da realidade, ou seja, abraçamos dentro de nós um processo de conscientização dessa verdade real e atual cada vez maior e melhor. Temos portanto em nós, de nós e para nós, uma diversidade de circunstâncias conscientes ou uma pluralidade de situações racionais que nos permitem descobrir a substância da realidade, ou o sentido da verdade, ou a essência do fenômeno apreendido ou abstraído por nós mesmos. Esse processo permanente e progressivo de conscientização da realidade realiza em nós praticamente a construção da verdade dessa realidade que é assumida por inteiro dentro de nossa racionalidade. Essa dinâmica operacional de transcendências conscientes que se superam e se ultrapassam evolutivamente no interior de nós mesmos reflete o nosso estado constante de auto-superação mental, física e espiritual, em que nossas vidas se tornam mais reais e verdadeiras e nossas existências mais autênticas e transparentes. Vivemos então dentro de nós próprios a nossa auto-superação interior, razão de nossa existir e sentido da nossa vida.