segunda-feira, 16 de junho de 2008

Jamelão, a alegria do samba

Na madrugada de sábado, dia 14 de junho de 2008, faleceu Jamelão, o sambista cantor, puxador e intérprete do G.R.E.S. Mangueira, escolla de samba do carnaval carioca da Marquês de Sapucaí.
Jamelão, no carnaval do Rio, o sorriso que curava as pessoas, a alegria que salvava os ensaios da Mangueira, o otimismo que contaminava, animava e alegrava a todos no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.
Jamelão, sinônimo de saúde pessoal e bem-estar coletivo.
Jamelão, reflexo puro, genuino e cristalino da alegria do carnaval.
Jamelão, espelho da pureza do samba, da categoria musical, da voz que fascinava e entusiasmava a todos e cada um dos que o ouviam, o sentiam e o experimentavam em todas as rodas de samba, em todos os ensaios carnavalescos, em todos os bailes de fantasia, em todas as brincadeiras de máscaras, em todas as bagunças saudáveis da alegria do carnaval do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo inteiro.
De fato, o que Jamelão sempre viveu e agora nos deixou como sua herança de sambista peladeiro do seu futebol de Piedade e de carnavalesco musical sem máscaras e sem bagunças da Marquês de Sapucaí, foi certamente o seu sorriso curador de tristezas, a sua alegria salvadora de angústias e o seu otimismo libertador das boas coisas da vida, do seu gênio feliz, alegre e contente cujas consequências na verdade são a fermentação da cultura do bem e da paz no meio de nós, esquentando assim os tamborins da avenida e as cuícas das ruas, desenvolvendo a mentalidade da alegria e da não-violência, expulsando então de nosso meio o pensamento negativo, a depressão, o mau-estar generalizado, as controvérsias entre grupos e indivíduos, os conflitos de interesse, as adversidades e contrariedades da vida, a exclusão e a marginalização social, a divisão e a opressão, a tristeza e a angústia, a dúvida e a incerteza, o vazio e o nada, e, enfim, a insegurança e a instabilidade da existência humana.
Creio ser esse o papel de Jamelão neste mundo em que vivemos.
Tal a sua função social, histórica e temporal no meio de nós.
Como disse Rosemery, grande cantora e sambista da Mangueira, há dias atrás: "Jamelão, com certeza, por tudo o que ele foi e fez entre nós, está nos braços de Deus, o Senhor, neste momento, dEle recebendo o Prêmio Eterno por divulgar a alegria na Terra, animar e incentivar seus companheiros de caminhada, motivar a todos com seu jeito de ser, fazendo contente a vida, levantando os tristes e desanimados, elevando a auto-estima de muitos que o encontravam ora nas esquinas do samba ora nas passarelas locais, regionais e globais do carnaval do mundo inteiro, sempre propagando o nome da Mangueira em todos os ambientes por que passava, sambava e cantava.
No sábado, Jamelão partiu, subiu ao Céu de Deus e mergulhou para sempre na Eternidade do Senhor.
Saudades de Jamelão, que nos alegrava com suas brincadeiras, nos encantava com seu futebol, nos fascinava com seu carnaval, nos animava com seu sorriso, nos motivava com sua alegria, nos incentivava com seu otimismo, nos entusiasmava com sua malandragem carioca dentro e fora da Mangueira, com seu jeito bonito e alegre sempre presente e insistente no Engenho Novo.
É verdade.
De tudo isso, Jamelão nos deixou uma lição:
Vale a pena viver.
A Vida é bonita.
As mulheres são lindas.
O Samba é bacana.
O Carnaval é de Deus.
Porque Deus é Alegria,
Deus é Sorriso,
Deus é Otimismo.
E isso basta!

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