sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Maluco é Foda

Maluco é Foda

No Hospício do Pinel

1. Os Malucos da Piscina

Em Jacarepaguá, no Hospital de Doidos, o Diretor deu as ordens e avisou: “Quero hoje todos os malucos tomando banho.” Dito e feito. Às 5 horas da tarde, faltou água no Hospital, e todos os doentes aguardavam a hora de se higienizar, e tomar aquele banho esperto, cheio de sacanagem, com sabonete lux, água quente se possível, desodorante para refrescar o sovaco, e um perfume legal para que todos ficassem bonitos diante do Diretor, vestissem cuecas de luxo, usassem calções de qualidade ricos em conteúdo próprio de hospício mesmo, calçassem umas sandálias havaianas – as melhores do mercado – e colocassem camisa de bacana, como todo louco gosta, prontos para quebrar tudo de madrugada, fazer aquela bagunça geral na Clínica de enfermos fora de si, alienados da realidade, desligados do cotidiano e desantenados de qualquer proposta de trabalho. O que eles queriam mesmo era uma vida boa, dormir o dia inteiro, ver televisão e quem sabe uma música malandra para nenhum maluco botar defeito. E sem saber, foram para a piscina. Era a hora marcada e planejada para que todos fizessem “uma limpa”, saíssem da rotina diária e refrescassem a cabeça e o corpo com um banho cheio de safadeza e sacanagem mesmo de verdade. E os malucos se dirigiram para a piscina. Então, Maguila, o Fantasma do Pinel, e Rasputin, o Crioulo Doido do Hospital, deram a ordem: “Vamos mergulhar”. E todos mergulharam na piscina. Só que não tinha água. Ora, foi uma porrada atrás da outra quando Maguila quebrou a cabeça, Rasputim, fraturou o braço e o dedão do pé esquerdo, Mandrake arrebentou a perna direita e “fudeu” de vez com sua cara estourada no chão da piscina, pois não havia água no Hospital, e todos se arrebentaram de uma vez, quebrando as costelas e fraturando as bacias de cada um deles. Foi uma foda geral. Aliás, a foda da foda, porque o Diretor, “puto da vida”, mandou fechar o Hospital, e internar todos os malucos no Souza Aguiar e no Miguel Couto. Resultado: o Tribunal de Justiça do Rio condenou o Diretor e o Hospital a 30 anos de cadeia, pois nessa história toda muitos malucos se “fuderam” e morreram, causando a maior bagunça e revolução em toda a história dos Hospitais de Malucos de Jacarepaguá. Pareceu a Terceira Guerra Mundial. Sobrou maluco pra tudo que é lado. E o restante dos malucos que não mergulharam, acabaram com tudo e quebraram o hospital todo, arrebentando com tudo e com todos. Foi o dia mais safado do ano. E a maior sacanagem da vida e história dos malucos da cabeça. Santo Deus. Cruz Credo.

2. Maluco, basta eu,
não aceito concorrência

Estava tudo preparado em Jacarepaguá, no Hospital do Pinel dos doidos mais bacanas do Brasil, malucos pra caralho, os loucões da zona oeste. Como disse, estava tudo preparado. Rasputin, o líder da máfia dos malucos, deu a ordem, depois de organizar o quebra-quebra, a porrada e a pancadaria dentro e fora do Hospital. Era hoje ou nunca. Tinha que ser hoje. Então, Rasputin convocou Ted Boy Marino, Fantasma, Verdugo Caolha e Brucutu para comandarem com ele a “limpa” que eles iam dar nos doentes, médicos e funcionários deste Hospital Pinel bem como os enfermeiros. Marcaram para as 4 horas da tarde o quebra-quebra geral. O Tempo passava e deu meio-dia, e todos almoçavam preocupados quando seu Jorge, um maluco-cachaceiro implicou com Fantasma, que não aceitou a provocação do cara e partiu pra porrada soltando um palavrão atrás do outro. De repente, o almoço parou, e os doentes em coro pediam pro pau quebrar mais ainda dizendo e gritando: “Arrebenta ele, Fantasma. Tu é maluco ou não é ?” E seu Jorge devolvia socos e pontapés pro Fantasma, tirando sangue do companheiro. Verdugo e Rasputim se achegaram pra separar a briga e a porrada, mas viram que tava bom o negócio, e puseram lenha na fogueira, incrementaram mais ainda a pancadaria, e quando olharam para trás o refeitório tava todo na porrada, os malucos quebrando a cara uns dos outros. Pararam o almoço. Ninguém comia mais, e médicos do local e enfermeiros do hospital e demais funcionários se aproximaram para ver o que estava acontecendo já que a gritaria era enorme, a confusão era tanta e todos se complicaram arrebentando uns aos outros inclusive os doutores e médicos das enfermarias do Hospital. Sem mais nem menos o quebra-quebra era geral. E Ted Boy Marino acertou uma gravata em seu Roberto, que lhe devolveu uma tesoura voadora, e de lá longe veio Brucutu e de bicicleta arrebentou a cara de seu Jorge, que puto da vida quebrou-lhe o nariz, deu-lhe um cascudo na cabeça e o agrediu seriamente com chutes e pontapés. A porrada era geral. O Hospício era mesmo de malucos. E depois de meia-hora tava todo mundo fudido, quebrado, estourado e arrebentado de tanta porrada que rolou em tão pouco tempo. Conclusão: Rasputin e seus parceiros de hospício perceberam que a hora do quebra-quebra sem querer se adiantou, e conseguiram o que queriam: queimar e quebrar um por um como tinham previsto. Foi o dia mais feliz de Rasputim, Fantasma e Brucutu, porque quebrados, ficaram mais de um mês de cama, sem fazer nada, na boa vida, comendo, bebendo e dormindo como os garotões do Pinel. Houve festa no hospício. Porque todos tavam quebrados. E a gargalhada era geral. E foi uma injeção atrás da outra, remédios e medicamentos para acalmar os ânimos e pôr tudo em ordem novamente. Foi o dia mais feliz de Rasputim, Quebrado, ria pra caralho.

3. Jorge, o Maluco do Peido
O Maluco do Silêncio,
fixo na parede

De olhos fixos na parede, Jorge não tinha iniciativa nenhuma, passava o tempo todo olhando para as paredes, com os olhos fixos, e todos que passavam no corredor por ele não entendiam nada, não sabiam o que fazer, e às vezes ficavam observando Jorge para ver o que era aquilo, aquele ET em pessoa, maluco pra cacete, que deixava todos atônitos e preocupados, sem compreender nada, sem saber a quem recorrer para tentar discernir e descobrir o que ocorria com Jorge. E Jorge acordava de manhã e ia direto pra parede do corredor do Hospital, e ali ficava o dia inteiro, sempre observando a parede, e as pessoas que cruzavam com ele no caminho davam bom dia pra ele, e Jorge calado não respondia, as pessoas o cumprimentavam, mas ele ficava em silêncio absoluto, provocando risos e gargalhadas nos malucos, enquanto outros permaneciam na curiosidade, e outros ainda na preocupação, e outros mais sem entender o que estava acontecendo naquele momento, telefonavam de seu celular para o vizinho, ou para a namorada, ou para a mãe lá em casa, tentando se distrair com aquela “coisa”: Jorge, de olhos fixos na parede. E deu meio-dia. E levaram Jorge para almoçar. Alguém lhe dava comida na boca, já que Jorge não tinha iniciativa nenhuma, enquanto Jorge ficava visualizando a parede do refeitório. Ninguém entendia nada. Nem médicos e enfermeiros conseguiam explicar aquele fenômeno transcendental, aquele olhar imaginário fixo nas paredes do Hospital. Depois do almoço, Jorge voltava para o corredor, e lá ficava até o lanche da tarde. E novamente conduziam Jorge para o lanche, e depois o deixavam outra vez no corredor da clínica de malucos. E Jorge prosseguia fixo na parede. E deu 7 horas da noite, a hora do jantar, e outra pessoa mais equilibrada levou Jorge para o jantar. E lá essa pessoa lhe dava os alimentos na boca, enquanto ele fixo olhava para as paredes. Ninguém entendia nada. Até que de repente Jorge soltou um peido na frente de todo mundo, e foi aquele barulho ensurdecedor semelhante a um trovão de alguma tempestade de inverno ou parecido com uma metralhadora de guerra. E Jorge aliviado tirou os olhos da parede. E disse em alta voz para todos ouvirem: “O peido que este senhor deu não foi ele, mas fui eu”. E depois daquele peido barulhento, Jorge mais tranquilo abraçava a todos e beijava as malucas do refeitório. Ninguém entendeu porra nenhuma. O que aconteceu. De repente, Jorge tirou os olhos da parede. E um maluco gritou: “Foi aquele peido”. E Jorge ria pra cacete. Então, todos entenderam que Jorge sempre olhava para as paredes, fixo, porque adorava soltar um pu e um peido pra rapaziada e fazer contente a moçada. E os médicos relacionaram o peido e o pu com os olhos fixos na parede. Jorge olhava fixo para as paredes porque estava tentando de qualquer maneira, a todo custo, indo mesmo à loucura, soltar um pu e um peido. Só depois de soltar o peido que Jorge tirava os olhos da parede. E assim no Hospício do Pinel Jorge ficou sendo conhecido por ser o “Maluco do Peido”.

4. No colo do Mandrake

Sexualista, sexólogo e sexualizador como o Mandrake não existia neste Planeta chamado universo. Porque Mandrake só gostava de mulher, adorava “trepar” com as loucas do hospício, que todos os dias, noites e madrugadas, invadiam seu quarto e sua cama para “transar” com ele de qualquer maneira, em qualquer posição sexual. Então, sentadinhas no seu colo, se abriam pra ele, que não perdia tempo, e as “comia” todas, metendo o ferro nelas, felizes com o pau bem duro de Mandrake, sua pica linda, sua bengala grande e seu canhão bem grosso, ao ponto de deixarem a calcinha de presente pra ele depois da relação sexual, onde do desejo se passava ao tesão, e do tesão ao orgasmo. Era um “trepa-trepa” geral, de ganhar fama no Pinel, quando de repente todos os malucos estavam “transando” com todas as loucas do hospital. Os médicos viram tanta sacanagem naquilo tudo que já não ligavam mais com o pretexto de dizer que “sexo faz bem à saúde”. Ora, a bagunça era total e a clínica de doentes mentais se transformou em um bacanal sexual, onde os malucos “comiam” as doidas até dizer chega, indo à loucura completa quando Mandrake, liderando a turma, ordenou sexo global em todos os hospícios do Rio de Janeiro. Assim era Mandrake. O Maluco do sexo que só gostava de mulher enquanto que a sua volta o homossexualismo reinava e a bissexualidade imperava. Mandrake no entanto era hétero. Era radical e fiel aos seus princípios. Mas enlouquecia as mulheres com sua pica gigante e pênis doido. As loucas então sentavam no seu colo.

5. O Beijo do Rasputin
O Beijoqueiro do Pinel

De repente, ouvia-se em toda a Jacarepaguá aquela canção musical vinda do Pinel:”sentava, coçava o cu e beijava”. E mais uma vez:”sentava, coçava o cu e beijava”. E novamente, repetidas vezes:”sentava, coçava o cu e beijava”. Então, se descobriu que os malucos cantavam e se referiam a Rasputin da barba vermelha, o russo doido, bicha e transsexual que sempre que acordava de manhã, dizia:”Primeiro ferro que pintar, vou sentar”. E assim foi. Rasputin encontrou Mongol e sem pedir licença foi sentando no colo de Mongol, e depois se levantava e coçava o cu, e então saia beijando todo mundo que encontrava pela frente, feliz que estava por sentar na banana bem dura de Mongol. A felicidade era tanta que Rasputin viu o Verdugo e também sentou na salsicha bem quente de Verdugo, que ao ver o colega sentar esticou o salsichão e encaixou certinho na bunda do Rasputin, que mais uma vez coçou o cu e saiu beijando todos os loucos e loucas do hospital, médicos e médicas, enfermeiros e funcionários que ali moravam e trabalhavam. Sim, Rasputin era só felicidade. E viu pois Fantasma com a banana bem grande louca pra meter quando então igualmente sentou na banana grossa do Fantasma, que agradeceu a Deus o benefício e meteu ferro no Rasputin, que outra vez contente e alegre coçou o cu de novo e saiu beijando novamente todas as pessoas do hospício do Pinel. E em coro, os malucos cantavam para Rasputin sempre que ele dava uma sentada em algum canhão de aço que encontrava no caminho: “Sentava, coçava o cu e beijava”. E Rasputin ganhou fama de beijoqueiro. E beijava e beijava e beijava de tanta felicidade pois afirmava: “Adorei a cenoura gigante do Kung-Fu. Como tava dura!” E então coçava o cu e mais outra vez saia beijando todo mundo. Essa era a felicidade total de Rasputin, o beijoqueiro do Pinel.

6. O Mistério do seu Cú

Seu Cú era um louco diferente, o contrário do comum do dia a dia, pois era um cara que ia à missa todas as manhãs na capela do hospital e rezava o terço todas as manhãs, tardes e noites, já que tinha medo do inferno e achava que Deus era maluco e mandava muita gente mesmo para o inferno. Dizia a todos que seu destino era o purgatório pois não tinha condições de ir para o céu ou mergulhar no paraiso tendo em vista ser um camarada mau e violento, que gostava de ser pegador ou colocador, porque transava com homens e comia as mulheres do hospício. Afirmavam que seu Cú era bissexual. Todavia, ninguém sabia a sua origem e a razão dele se chamar seu Cú, talvez quem sabe por ele também ser homossexual, coçador de rosca, fazendo da sua rosca um lugar de coceiras e torturas, dando o cú pra muita gente. Seu Cú tinha na sua rosca o seu cú. Provavelmente esse seria o mistério do seu Cú, pois ninguém sabia o que ele era, se homem ou mulher, gay ou sapatão, lésbica ou bicha, viado ou machão, pegador de peru ou colocador de bucetas pegando fogo no seu pau feito de aço puro, uma pica linda que as loucas adoravam e faziam questão de transar com ele ou ela, ninguém sabe, porque era um cara estranho, um sujeito esquisito, que não sabia o que queria, pra onde ia, o que estava fazendo neste mundo. Mas o sujeito adorava sexo, e fazer umas loucuras dentro e fora do Pinel como sentar na banana dos malucos, ficar coçando o cú em praça pública, ir à igreja rezar toda hora, comprar e tomar remédios e injeções sem parar, sem controle algum, um indivíduo talvez sem juizo, porém que tinha no seu cú a alma do negócio, o segredo do sucesso, a garantia da felicidade de si e dos outros. Por isso, o chamavam de seu Cú, pois este era o seu instrumento de arte e a sua ferramenta de trabalho. Através do Cú ele ganhava o seu pão de cada dia, sustentava sua família instável e negociava seus afazeres construindo uma vida de altos e baixos, sucesso e abismo, grandeza e baixaria. Entretanto, seu Cú prosseguia seu caminho de felicidade incerta, alegria incompleta, sorriso triste, alguém contente mas sem ser feliz totalmente com o que fazia em seu cotidiano de sexo, trabalho e carnaval. Gostava de carnaval. Então, se dava e se entregava, porque assim era seu modo de ser feliz. Não sabia fazer outra coisa. Talvez Deus o compreendesse com certeza. Mas ele tinha medo de Deus pois achava que o Senhor era ruim, castigava muito e mandava as bichas para o inferno. Todavia, seu Cú seguia o seu caminho. Buscava na consciência uma estrada segura de vida, uma opção sustentável e uma alternativa de vida capaz de lhe dar a felicidade neste mundo. Neste mundo sem Deus mas que ele construia para a glória e o louvor de Deus. Sim, seu Cú era um maluco diferente, que acreditava em Deus apesar de ser viado, e ser achincalhado pelos colegas, humilhado pelos doentes, desprezado pela sociedade e ignorado pelos médicos e enfermeiros do hospital. Seu Cú levava a vida de qualquer jeito. Ou melhor, deixava que a vida levasse ele. Seu Cú era um viado direito. Uma bicha santa. Só Deus o entendia.

7. Múmia adorava uma bengala

Sentar na banana era com ele mesmo. Múmia, trans e metro, adorava uma salsicha bem quente, em função da qual girava toda a sua vida, criava suas relações sociais e familiares, fazia seus empreendimentos e investimentos, realizava seus trabalhos e atividades, pois a cenoura era o sentido da sua vida e a razão de seu viver e existir. Múmia aprendeu com a vida que ser gay era a sua melhor opção, sua melhor alternativa de existência. Assim vivia diariamente. E agora no Pinel prosseguia desenvolvendo sua ação homossexual invadindo a privacidade dos doentes, molestando os enfermeiros e dando dor de cabeça aos médicos. Múmia só vivia de sacanagem e safadeza. Sua lei era o peru. Sua norma de vida uma pica bem dura. Sua regra de existência sentar sempre em um pau bem grosso e em um ferro bem grande. Tal era a realidade de Múmia no hospital Pinel. Diziam que ele era maluco porque gostava de banana. Ele era o macaco branco do Pinel.

8. A Porrada do Maguila

Cachaceiro de primeira, cheirador de cocaína e fumador de maconha, que adorava charuto cubano do Fidel e bebia whisky inglês, Maguila um certo dia sem querer, sem saber por quê, acertou uma bela porrada em Fantasma, que o deixou caido no chão por vários minutos sendo atendido por médicos e enfermeiros. Ninguém sabe até hoje porque Maguila quebrou a cara do Fantasma. Maguila, rei do tele-ket, tinha certas manias, que o caracterizavam como maníaco do Pinel, como por exemplo fumar demais, andar sem parar durante muitas horas, ficar rindo à toa sem qualquer motivo, e falar demais, a tal ponto que as pessoas saiam de perto dele porque não aguentavam aquela ladainha todas as manhãs, tardes e noites. E no dia seguinte era a mesma coisa. Maguila, muito violento, adorava meter porrada nos outros, sem motivo algum. Arrebentar era com ele. Até que um certo dia alguém resolveu dar o troco para o Maguila. Foi Rasputin. Que depois de receber um murro e um soco de Maguila, pegou um pedaço de pau de madeira e o quebrou nas costas do Maguila. De lá para cá Maguila ficou manso e não se metia com mais ninguém. Todavia, de vez em quando o pau quebrava, um arrebentava o outro, a pancadaria comia solta e o festival de porrada tomava conta de todos, ao ponto de por várias vezes a direção do hospital não saber mais o que fazer. Porém Maguila reacendeu e começou uma velha nova era de arrebentar os outros. Só que agora os outros quebravam ele também. Maguila, o rei da porrada. O chefe da pancadaria. O Imperador do quebra-quebra.

9. Quando Verdugo quebrou a cara de todo mundo

Pra quê que foram mexer com o Verdugo, o Rei do caratê e Imperador do Judô ? Deu o que deu. Eram 9 horas da noite, depois do jantar, sábado, Verdugo assistia televisão antes de ir dormir. Foi então que Kung-Fu chegou de mansinho e deu uma colada no rosto esquerdo de Verdugo e a seguir um colaço nas suas costas quebradas pelo caratê. Ah, meu camarada, Verdugo sentiu a dor e viu o vacilo do companheiro e o “furo” do parceiro e devolveu a porrada acertando em cheio a cara de Kung-Fu, que respondeu outra vez dando-lhe um chute na bunda. Foi aí que Verdugo perdeu a cabeça e a paciência e estourou a cara do Kung-Fu com um golpe que o deixou de face quebrada. No mesmo instante, médicos e enfermeiros, correndo pelos corredores do hospital, já traziam 2 mata-cavalo e 2 mata-leão, injeção de maluco que dorme 2 meses sem parar sem comer e beber e fazer mais nada. Foi assim que os doutores acalmaram os dois e tranquilizaram o ambiente do hospital. Após 2 meses, Verdugo se levantou da cama estourado e quebrado, fudido e queimado, arrebentado e vendo tudo preto pela frente. E disse:”Primeiro branco que pintar vou quebrar”. Só que ele saiu quebrando todos que estavam pela frente e por trás, à direita e à esquerda, por cima e por baixo. Foi uma pancadaria total e um quebra-quebra geral. Até que novamente os médicos chegaram e deram mata-cavalo e mata-leão pra todo mundo. Todos dormiram quase três meses e acordaram todos malucos. E mais uma vez a porrada comeu solta. Sem saber mais o que fazer, a ordem da diretoria foi dar um sumiço em todos os malucos, separá-los e transferi-los para outros hospitais. Mas lá fora a porrada continuou e o pau quebrou em todos os Pinéis do Rio de Janeiro. Foi uma sacanagem fudida.

10. Beatriz, gostosa e encaixada

Bia era uma doida feita toda de chocolate pois era gostosa, linda e maravilhosa, de olhos verdes e cabelos louros, de buceta peluda e corpo quente, pele macia e seios dourados, bela como a Princesa de Mônaco e elegante como a Rainha da Inglaterra. Todos a chamavam de Rainha do Sexo, a Encaixada, toda beijada pelos seus companheiros de vida e estrada e toda penetrada pelos seus parceiros de cama de sexo oral, vaginal e anal, porque Beatriz era especialista em sexo, e aceitava transar com qualquer um seja homem ou mulher desde que a fizesse feliz, a mais bonita das criaturas e a gigante sexual perante seus namorados eternos e suas paqueras de sempre. Em Jacarepaguá, Bia era toda sexualista, dava para qualquer um, metia pra caralho e fodia loucamente até deixar seus colaboradores(as) como ela dizia felizes como ela igualmente era feliz sexualmente. Beatriz bendizia a Deus por seus amigos e amigas de sexo, e sempre que podia ajudava no hospital em diversas funções seja na limpeza ou na cozinha, seja passando roupa ou lavando pratos e panelas. Bia gostava de ajudar. Todavia na hora do bacanal sexual quando ela transava com vários ao mesmo tempo ela até perdia a calcinha e se entregava amorosamente na felicidade completa do paraiso do Pinel. Ela inclusive foi quem criou a Lei do Encaixe tão famosa na sociedade carioca, segundo a qual “pau no canal, ferro no buraco, bengala na caverna e canhão no caixote, banana bem dura na caixa preta pegando fogo, salsicha bem quente estourando o útero da maluca e cenoura bem grande e bem grossa fodendo, metendo e estrupando essas bucetas malucas da cabeça loucas pra meter pra caralho. Assim era Beatriz. Toda encaixada, beijada e penetrada por seus homens, “os loucões do céu da minha perereca perigosa”, como afirmava ela. Beatriz, a doida feliz.

11. Téd, o maluco da banana dura, que gostava de uma salsicha quente e adorava uma cenoura de aço, sentava no pepino e só comia mandioca grande e grossa

Se a ordem era sentar, então Téd fazia questão de estar presente. Ele, criador da Parada Gay do Rio de Janeiro, líder dos homossexuais cariocas, adorava sentar em uma banana bem dura, viver transformando sua vida em uma realidade de bananas, pois diziam que ele era a bananeira do Pinel. Téd, maluco por banana, às vezes passava o dia inteiro no colo dos malucos, que de pau duro colocavam colocantemente nele, já que ele era pegador, e os malucos colocadores. Gostava de ser colocado, todo beijado, totalmente encaixado e penetrado amorosamente pelos malucos do Pinel, seus colocadores sexuais. Téd, feliz da vida, acordava de manhã já sonhando com uma banana grande e grossa. Era o maluco mais bacana do Pinel pois sua filosofia era a paz e o amor. Téd, o banana das bananas duras do Pinel. Cheio de maridos, Téd seguia feliz da vida.

12. Paulinho, o Risadinha

O Problema de Paulinho é que ele ria sem parar. A tal ponto que de repente tava todo mundo rindo no Pinel. Onde Paulinho ia, era só gargalhada. Paulinho ia à missa na capela e até o sacerdote ria com a presença do Paulinho. Não sei por quê. Mas Paulinho tinha algum parafuso fora do lugar. Porque ele só sabia rir. Sua vida era rir. Ia pra lá e pra cá rindo no hospital. Ninguém sabia o motivo. Só sei que a qualquer hora do dia, minuto e segundo, em quaisquer situações e circunstâncias, lá estava Paulinho rindo sem parar, dando uma gargalhada atrás da outra. Então, muitas vezes, os médicos lhe aplicavam remédios e injeções para ver se Paulinho descansava um pouco a cabeça. Paulinho era só risada, sorriso e gargalhada. Paulinho perdia o controle e não tinha domínio sobre si mesmo. Seja no refeitório comendo, almoçando ou jantando, seja na capela durante a missa de manhã, seja no recreio e brincadeira com amigos, seja nas visitas de parentes e familiares, seja nas consultas com os médicos, enfim, em todas as atividades do hospital lá estava Paulinho rindo, sorrindo e gargalhando. Paulinho, o Risadinha do Pinel.

13. Saquarema, o falar sem parar

Para Saquarema, o negócio era falar, construir monólogos, pois quando se batia um papo com Saquarema não havia condições para diálogo, porque Saquarema falava sozinho, não deixava falar ninguém, monologando o tempo todo, sem dar chance de o companheiro colocar um ponto de vista ou apresentar uma opinião interessante ou uma palavra importante. Saquarema dominava a conversa, explorava seu discurso, impunha sua idéia e não aceitava debate nem discussão porque ele era o comandante do diálogo, que não existia. Saquarema gostava de falar sozinho. Passava pelos doentes e malucos falando sem parar, conversando consigo mesmo, distraido e sem dar atenção a ninguém. Saquarema, o maluco da palavra.

14. Madureira, o Andarilho

Aquele que andava sem parar, o Madureira, caminhava “para sempre” dizia ele, se mobilizava, não por ginástica ou exercício físico, mas porque era inconstante, instável, vivia em metamorfose permanente, não parava, se locomovia constantemente, com um viver bastante descartável, sem princípios ou regras que lhe fizessem se controlar ou dominar-se a si mesmo. Ao contrário, Madureira não ficava parado de jeito nenhum. Andava sem parar, E todos pensavam que Madureira era ginasta ou gostava de fazer exercícios físicos. Não era isso. Madureira tinha uma vida transitória, não gostava de normas absolutas e eternas, e seus valores não tinham fundamento algum pois eram insustentáveis, e fazia do seu jeito provisório de existir a lei da sua vida de cada dia, noite e madrugada.
Madureira, o maluco que não para.

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