quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Idade Média

Período Medieval
Mil anos de História
Séc. IV d.C. – Séc. XIV d.C.
A Idade das Trevas ?

A Idade Média, na história da humanidade, não foi – como dizem alguns – a Época das Trevas, todavia o Tempo das Luzes, onde o Teocentrismo – Deus, o Centro da História - era a tendência da moda medieval, razão e fé, filosofia e teologia, buscavam uma certa interatividade, uma verdadeira conciliação entre seus espaços discursivos, seus discursos ora racionais ora fidedignos.
Basicamente , tal era a questão central desse período de luzes divinas e humanas.
Tendo em vista sustentar esses valores cristãos, a doutrina da Igreja Católica ora presente, os princípios dogmáticos e teológicos da Cristandade, surgiram então diversas EscolasTeológicas, que se diferenciavam umas das outras em termos de conteúdo, princípios e argumentação.
Em primeiro lugar, os Padres da Igreja, recém-contemporâneos das origens do Cristianismo, cujas idéias, doutrinas da época e apologias filosóficas e teológicas se encontravam bastante misturadas , não havendo então definições doutrinárias propriamente ditas, já que a primeira ocupação desses Evangelizadores e Missionários era se preocuparem com a Pastoral da Igreja, a conversão dos povos e a defesa da fé cristã, até ao ponto de seus advogados e defensores derramarem o próprio sangue por Cristo, como foi o caso dos primeiros mártires da Igreja, como São Pedro e São Paulo, São Jorge da Capadócia, São Sebastião, São Tarcísio, Santos Cosme e Damião, Santas Inês, Luzia e Cecília, e outros mártires da fé cristã.
Só mais tarde, por volta do Séc. V em diante, é que se iniciaram as primeiras definições da Doutrina Cristã da Igreja Católica Universal.
A. A Patrística de Santo Agostinho de Hipona e seus seguidores
Nessa Escola Agostiniana, os Padres da Igreja como o próprio Santo Agostinho defendiam o uso da fé e da razão , porém ainda isoladas uma da outra, a Doutrina da Graça, em que pregavam a necessidade da fé cristã na vida da sociedade humana de todos os tempos e lugares. Nas “Confissões”, Santo Agostinho mostrou muito bem como a graça divina fundamenta todas as atividades da existência humana e natural.
B. O Realismo de Santo Anselmo de Cantuária
Nessa Escola Anselmeriana, Deus poderia ser compreendido como presença real no cotidiano das pessoas, na natureza e no universo, não se admitindo a racionalização da Idéia de Deus, ou seja, Deus era real, e não compreensível pela Inteligência humana. Era um dado de fé, e não da razão.
C. A Escolástica de Santo Tomás de Aquino
Em pleno apogeu da Idade Medieval, propriamente o Séc. XIII, fundamentalmente, disse Santo Tomás que “ a razão deve compreender a fé, e a fé deve iluminar a razão”. Com esse argumento sólido, os Tomistas de então conciliaram definitivamente a fé cristã e a razão humana, como postulados interativos que poderiam realizar reciprocamente intercâmbios de ordem teológica e filosófica, dogmática e doutrinária, e conteúdos afins. Além disso, a Escola Tomista desenvolveu uma grave questão teológica, nesse período, inquietante na época, e que serviu de resposta positiva a quem ainda mantinha dúvidas e incertezas sobre a existência de Deus entre nós. Assim, os 5 argumentos Tomistas clássicos, ou as 5 vias da existência de Deus, que, na verdade, dáo margem a outros argumentos, segundo a “Suma Teológica”, a grande obra de São Tomás de Aquino, podem pois ser considerados da seguinte maneira:
1) O Primeiro Motor
Se existe movimento na realidade humana e natural, social e universal, então há um Primeiro Motor , Deus, que impulsiona e move todos os seres e todas as coisas dando-lhes mobilidade constante ou provisória.
2) O Necessário Vital
Se, na vida, ocorre a contingência das coisas, a intempérie dos acontecimentos e o lado descartável da realidade material, existe igualmente um Ser Necessário que dá vida e existência a esses fenômenos da realidade da matéria e do espírito, do corpo e da mente: Deus. Sem Ele, não existiria vida.
3) Causa Primeira
Os efeitos de nossas atividades diárias e as consequências de nosso trabalho cotidiano, possuem sempre uma causa anterior que os define naturalmente e os determina humanamente. E, ainda, a Causa das causas de tudo isso, a Causa Primeira, que chamamos Deus.
4) O Ato e a Potência
Santo Tomás outrossim articulou igualmente o argumento do Ato e da Potência, segundo o qual Deus é o Ato Puro. A passagem da potência ao ato presente e insistente nas coisas, matérias e fenômenos da realidade cotidiana, é definida por essa Força Vital ou Energia Natural cujo fundamento é o Ato Puro. Ele antecede e determina todas as coisas reais e atuais, históricas e temporais, naturais e ambientais. Ele é o responsável pela dinâmica da matéria-prima que se transforma em outras realidades físicas e materiais. Esse Agente Ativo, possibilitador desse movimento, é Deus, o Ato Puro.
5) A Beleza Divina ou a Perfeição Natural
Deus é Grande e Rico, Belo e Perfeito, o que demonstra a nossa busca pelo perfeccionismo, o desejo de fazer bem todas as coisas e realizar tudo direito, com beleza e perfeição, o que revela uma tendência própria da natureza humana criada por esse Ser Supremo e Superior. Assim, pelas criaturas, conseguimos a essência de Deus, sua existência manifestada em suas obras: a Beleza das coisas e a Perfeição dos seres, a Riqueza da Matéria e a Grandeza do Espírito.
D. A Realidade Referencial de Guilherme de Ockham
Esse religioso franciscano foi original na produção de suas idéias e conhecimentos pois “fez a barba de Aristóteles”, ou seja, criticou abertamente a lógica clássica aristotélica gerando na Ciência, Filosofia e Teologia da época uma verdadeira revolução de conteúdo ao afirmar que “qualquer ponto do universo pode ser o centro desse universo, pois a lógica do pensamento trabalha com referências e relatividades, o que confere à realidade e ao movimento das coisas e dos seres da natureza espaços que se encontram ou não a partir do referencial que cada pessoa postula para tal realidade. Guilherme na verdade produziu um novo modelo de Lógica, a Lógica das referências ou das relatividades – o real é indefinido e indeterminado -que, mais tarde, muito contagiou o Cientista moderno Einstein.
Também é importante considerar a esse respeito, uma outra argumentação acerca da existência de Deus, desenvolvida na Modernidade por um grande Cientista e Físico, Inventor da Teoria da Relatividade, Albert Einstein, de acordo com o qual Deus é a Razão do Universo, porque se o universo e a natureza existem, ou mesmo a criação natural, Alguém pensou, planejou e projetou tudo isso. Esse Pensador, esse Alguém Pensante, é Deus.

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