segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Crise no Senado

A Crise no Senado
Culpa de quem ?

Os atos secretos e suas decorrências administrativas identificadas com a manipulação de projetos de lei, a monopolização de processos legislativos, os desvios de dinheiro público, as aberrações na gestão das autoridades competentes, a irresponsabilidade de alguns senadores, o desrespeito aos bens e patrimônios da sociedade brasileira, as irregularidades na orientação das CPIs, as turbulências nos relacionamentos entre congressistas e funcionários, os choques de ordem com a imprensa e seus repórteres e jornalistas, o controle da opinião popular, as desordens no comportamento ético de quem deveria dar o exemplo de vida, a indisciplina dentro do Congresso Nacional e a desorganização dos trabalhos no interior do Senado Federal, mostram-nos e demonstram-nos que não há inocentes no Planalto de Brasília, porém réus de primeiros escalões, que juntos com seus correligionários de mesmo partido, seus assessores e secretários deveriam assumir a culpa por admitir tais atitudes aparentemente corruptas e desleais, ilegais e ilegítimas, configuradas pelo jeitinho brasileiro de sempre passar a mão por debaixo dos panos, esconder a realidade e obscurecer a transparência dos atos congressistas e legislativos.
Não devemos nos esquecer, no entanto, que o que está ocorrendo agora é resultado de um processo histórico de ações negras, reveladoras da instabilidade temporal deste Senado Federal brasileiro, da inconstância mental e moral de seus senadores ao longo dos últimos anos, da inconsistência de seus chefes de plantão até aqui imunes de suas iniqüidades, da desvalorização das leis brasileiras sobretudo da Constituição de 1988, o que reflete ainda a cultura do descartável em nossa política partidária, a berlinda dos valores sociais vividos por nossas comunidades locais e regionais, a indiferença da justiça em nosso país para com esses casos, a insensibilidade do governo brasileiro, que se mantém ausente do que vem acontecendo na capital do Brasil, apático quando deveria tomar as devidas iniciativas para moralizar o Congresso e o Senado, medroso quando deveria ter a coragem de denunciar as injustiças e as inverdades ali ocorrentes então, inútil quando precisaria assumir o compromisso de zelar pelas instituições nacionais que pertencem ao povo brasileiro.
Tal “crise secreta” desvela também a necessidade de reflexão diante desse grave problema institucional, que nos levaria certamente ao risco da mudança radical e à urgencia de se construir uma nova mentalidade política e cultural em nossas populações, como por exemplo se exigir a indispensável formação intelectual e universitária dos candidatos à Assembléia dos Deputados e ao Senado Federal, e não apenas ser eleitos pelo voto popular, além de fornecer-lhes a precisa educação ética e espiritual, tão emergente em nossos dias presentes.
Não se deve entretanto culpar somente o Senador José Sarney por essa “crise de obscuridades intencionalmente praticadas”, mas mergulhar fundo nessa problemática política e enviar aos Tribunais todos e cada um dos senadores, certamente comprometidos com essa imprudência parlamentar, negligência congressista e irresponsabilidade legislativa.
Que a justiça brasileira interfira já nessa situação crítica e dialética que representa a “crise atual da escuridão do principal parlamento da capital federal”.
Que essa intervenção do Direito brasileiro seja feita com a renovação política do Congresso e a restauração ética do Legislativo.
É o que todos desejamos e esperamos nesse instante.

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