sábado, 31 de janeiro de 2009

O Conflito entre Israel e Palestina

Minha cara amiga Doutora Cristina,

Acredito que a problemática israelense-palestina tenha uma solução que deve passar necessariamente pela mudança de mentalidade de ambas as partes, de uma renovação de cultura de ambos os lados, por atitudes de respeito mútuo, compreensão recíproca, tolerância compartilhada e entendimento interativo, sem os quais a paz, a ordem e a concórdia jamais se alcançarão, tanto do lado de Israel como da parte dos árabes.
Sinceramente, acho que a questão palestina não é territorial.
Não é repartindo-se as terras que se resolverá o problema.
O tempo e a história passados e presentes envolvendo esses dois povos mostram e nos apresentaram traços culturais, valores éticos e religiosos, formação filosófica e repertório relativo de conhecimentos e vivências que demonstram a irracionalidade de se querer dividir os territórios para ambos os lados, o que na verdade, nesse assunto, só trouxe mais ódios e conflitos entre ambas as populações, sangue e divisão cada vez mais acerbados entre essas gentes, contrariedades e adversidades crescentemente mais cruéis e violentas ao ponto de hoje aqui e agora árabes e israelenses obterem um convívio intolerável, rejeitando-se uns aos outros, excluindo-se obstinada e absolutamente em quaisquer situações políticas, sociais e econômicas, ou em circunstâncias de guerra que alcancem seus militares e seus aparentes territórios.
Vejo atualmente que a questão palestina não é territorial e sim psicológica onde a visão da realidade de ambos os povos e sua interpretação dos fatos e fenômenos cotidianos precisam ter uma outra ótica de vida, uma nova percepção e perspectiva de solução, uma diferente visualização de como se deve resolver as interrogações inerentes.
Dividir as terras, ou repartir os territórios, creio eu, não solucionará a divisão entre os dois povos nem eliminará permanente ou temporariamente os conflitos que se geram, as discórdias que se criam ou as contradições que cada qual produz como que tentando resolver na base da força e da violência da guerra uma questão em si psicológica em que mentalidades contrárias se chocam e culturas adversas se digladiam, ignorando pois a diplomacia do diálogo que deve existir entre os dois povos, a tolerância e o entendimento que certamente é a única saída para as duas nações.
Logo, o conflito territorial deve antes ser solucionado na cabeça de árabes e israelenses, uma solução portanto tipicamente psicológica, para a qual devem concorrer a mudança de mentalidades e culturas de ambas as partes, como disse acima, o respeito e a tolerância mútua, a compreensão e o entendimento recíprocos, incluindo o convite que os dois povos devem fazer de chamar Deus, o Senhor, para a mesa de negociações, articulando assim uma resposta viável às suas questões, solucionando suas dúvidas, incertezas, conflitos e interrogações com comportamentos e ações concretas que façam então convergir a dignidade humana, os direitos humanos, a fraternidade universal e a solidariedade entre os povos.
Enquanto não se tornarem amigos, árabes e israelenses e a questão palestina será sempre um sonho irrealizável, um conflito sem solução, uma divisão sem alternativas, uma recíproca exclusão sem opções adequadas.
Realmente, o problema é psicológico e não territorial.
A Questão não é a terra, mas sim a cabeça das pessoas.

Um beijo, doutora Cristina,
um abraço para o doutor Nagib,
um beijo na Natália e em toda a sua família, parentes e amigos.



CHICO DA GLÓRIA

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