quarta-feira, 12 de maio de 2010

Emergência

Emergência

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Naquela noite, em Copacabana, respirava-se turbulência, as ruas estavam confusas, as avenidas cheias de feridas, o comércio já fechava suas portas, os automóveis pareciam preocupados com o ambiente a sua volta, o cotidiano se encontrava inquieto e ocupado com suas complicadas transições temporais e reais, as pessoas circulavam pelos becos e pelas praças parcialmente agitadas, intranqüilas, misturando ao caótico dia a dia daquele bairro, impregnado da presença maciça de idosos, aposentados e pensionistas do INSS, jovens que trocavam idéias enquanto caminhavam, crianças ainda brincando naquele horário, trabalhadores que saiam e voltavam para casa em mais um dia de luta, mulheres que se apaixonavam no meio do caminho, pobres pedindo esmolas na porta das igrejas, mendigos carregados de cachaça fazendo bagunça e baderna por onde passavam, o chão sujo e quente pois fazia 39 graus naquele momento, as estrelas no céu anunciando profeticamente mais uma madrugada perigosa, violenta e de risco para os cariocas.
Era mais uma quarta-feira anoitecendo no Rio.
Perto das 22 horas, um grito de mulher sacudiu o ar doentio e o clima aparentemente calmo de Copa dos bacanas, a região dos namorados de todo fim de semana, o lugar dos bate-papos cotidianos.
Era Sheila.
Sheila Gonçalves Batista das Neves.
Uma jovem cidadã do Rio de Janeiro, de 29 anos, que então havia sido assaltada e assassinada naquele instante, em frente à Igreja na Rua Hilário de Gouveia, n. 36, diante da Praça dos Paraibas.
Levaram-lhe no assalto a bolsa cheia de dinheiro, documentos, cheques e cartões de crédito, e algumas faturas de banco que ela iria pagar no dia seguinte.
A PM foi avisada.
E conduziram-na já morta para o Instituto Médico Legal, ali no Estácio.
Seu enterro, na quinta-feira, no Cemitério do Caju, às 11 horas da manhã, teve grande contingente de participantes, amigos, familiares e parentes.

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Seu Gonçalves, pai de Sheila, via-se inconformado com o crime, não aceitava de jeito nenhum o fato ocorrido, estava tão transtornado com o triste episódio que a partir do velório de sua filha no Caju, deixou de se alimentar e não ia mais ao trabalho, passando esses últimos dias trancado em seu apartamento, convivendo com a angústia da família, o sofrimento de sua mulher, dona Clotilde, e de seus outros 3 filhos.
Pai de família, trabalhador assalariado, 57 anos, seu Gonçalves enfrentava então mais uma contradição na sua vida, a morte de Sheila, de quem era muito amigo e uma filha predileta aos olhos daquele homem direito e de respeito, bom com os vizinhos, solidário com todos, cidadão generoso e fraterno, amigo das pessoas, um camarada cujo caráter era equilibrado, controlador de suas paixões, desejos e emoções, que tinha completo domínio de si mesmo.
Tal adversidade na existência de seu Gonçalves exigia dele, um cara de fé e adorador de Deus, o Senhor, mais um esforço de superação, em que deveria ultrapassar o choque da tragédia e transcender os antagonismos e contrariedades que a partir daquela hora se instalaram no seu viver diário.
Precisava ele, mais uma vez, na sua jornada difícil e na sua trajetória quase impossível de ser vivida, emergir espiritualmente, elevar-se perante os abismos agora oferecidos pela realidade do dia a dia, subir outra vez os degraus duros, ásperos e azedos da escadaria do amor de Deus, que Lhe pedia insistentemente naquela situação presente: “Filho, recomece tudo outra vez”.

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Desde o início do século XXI, seu Gonçalves e seus familiares vêm meditando sobre a vida e seus conflitos e contradições diárias, a luta cotidiana, o desejo de realizar sonhos e a necessidade de viver uma existência mais calma e tranquila, em paz consigo mesma, buscando sempre superar as dificuldades do dia a dia, as contrariedades e adversidades encontradas à beira do caminho, o pessimismo e as negatividades dos maus relacionamentos e da péssima convivência de cada hora, aqui e agora, para isso se utilizando de uma filosofia de vida que traz consigo próprio há vários anos baseada fundamentalmente no otimismo e no pensamento positivo, na boa qualidade de vida que se deve ter, no alto astral e na auto-estima elevada, além de vivenciar com os seus todos os dias e noites uma experiência de equilíbrio mental e emocional, controle da mente e domínio de si mesmo, sem os quais sua vida não tem sentido nem razão de existir, o que ao lado do bem que faz e da paz que vive no meio de todos, lhe possibilita criar amizades por toda parte onde vai, desempenhar atividades humanas, naturais e culturais em que sobressaem a sua generosidade com as pessoas que encontra, a sua prática da fraternidade com seus semelhantes e o exercício da solidariedade com quem está próximo a si, ao seu lado ou em torno de si.
Tal atitude superadora de problemas os mais variados faz de seu Gonçalves um indivíduo querido na vizinhança, dentro e fora de casa, na família e no trabalho, com os amigos e conhecidos, tornando-o assim então um verdadeiro conselheiro espiritual para os demais que nele confiam suas interrogações existenciais e suas questões cotidianas, transformando-o em psicólogo do dia a dia, o explicador das coisas simples, o mestre da vida boa de se viver, o advogado dos “problemáticos”, o médico das almas, o orientador do povo, sempre quando se trata de assuntos do dia a dia.
Sua fé em Deus é o fundamento de sua alegria e bem-estar.

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Alguns anos mais tarde, aos 60 anos, seu Gonçalves se aposentou pelo INSS.
Dizia ele: “A partir de agora, vou preparar a minha eternidade, como já o faço há muito tempo durante a minha jornada de vida e trajetória de existência. Desde então, serei mais amigo das pessoas, mais fraterno com os amigos, mais solidário com os pobres e necessitados, mais generoso com quem precisa da minha ajuda, da minha palavra de conforto, do meu conselho espiritual, da minha orientação psicológica, do meu braço colaborador ou da minha mão apontadora do melhor caminho de bem viver essa vida de cada dia. Serei ainda mais positivo e otimista, gerando ambientes de crescimento econômico, progresso social e evolução política, e de desenvolvimento material e espiritual, físico e mental, cultural e ambiental. Quero ser mais bom, fazendo o bem a todos e cada um e vivendo em paz uns com os outros. Desejo construir sempre e destruir jamais. Farei da minha fé em Deus o fundamento de uma boa ética comportamental e de uma ótima espiritualidade natural. Anseio por subir todos os dias e todas as noites, a partir de hoje, os degraus macios, leves e suaves das escadarias do amor, do qual gerarei minha nova e diferente filosofia de vida, com o qual criarei outros relacionamentos mais autênticos, transparentes e verdadeiros, no qual depositarei meus créditos de mútua ajuda, de favores reciprocamente distribuídos e de benefícios em prol dos mais carentes e pobres, e menos favorecidos, e para o qual indicarei a solução dos problemas cotidianos e a resposta certa e correta a todas as questões de cada momento.
Em função do amor de Deus, viverei a minha vida, levantarei o edifício do progresso e do desenvolvimento, criarei condições de saúde e bem-estar para todos, aumentando sempre o astral de grupos e indivíduos e elevando a auto-estima de quem ainda é triste e angustiado, doente e desesperado, aflito e agonizante em tempos de violência nas ruas da Cidade e de maldade e ruindade na cabeça e na vontade de muitas pessoas. Assim, saberei que a minha vida e a de quem está ao meu lado e ao meu redor estarão sempre em ordem, disciplinadas em suas mentes e atitudes, e organizadas em seus conhecimentos adquiridos, nas idéias compartilhadas e nas interações de cada dia. Realmente, desse modo não crescerei sozinho todavia estarei consciente de que comigo outros estarão subindo também, emergindo para situações boas e transformadoras e circunstâncias de vida ótimas e libertadoras, renovadoras de nossos princípios existenciais, morais e espirituais, e consolidadoras de suas bases fundamentais mais sólidas e consistentes, de onde se erguirão vidas novas, vidas em progresso, vidas livres e felizes.
Sim, desde agora construirei a minha felicidade, a felicidade de fazer os outros felizes”.

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Uma greve de professores do Estado do Rio de Janeiro, promovida pelo SEPE - Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação – deixou nesta manhã de Segunda-feira, dia 4 de Maio de 2009, jovens do Ensino Médio sem aula, o que causou grande reboliço na Cidade e nas regiões circunvizinhas, turbulência nessas sociedades e comunidades de moradores, trabalhadores do ensino e estudantes em geral, confusão na cabeça das pessoas e complicação mental em muitos indivíduos e grupos que sofreram as conseqüências dessa paralisação de 48 horas dos mestres e demais agentes pedagógicos tais como diretores de escolas, professores e professoras estaduais do ensino público, coordenadores, inspetores e funcionários de todos esses colégios atingidos por esse caos educacional, desordem social, indisciplina de interessados em provocar instabilidade política e desorganização no sistema educacional do Estado, alunos e alunos e as demais comunidades adjacentes a essas instituições de ensino, todos transtornados com a decisão repentina dos docentes e seus colaboradores no meio do semestre, muitos inclusive preocupados com a saúde e o bem-estar dos jovens estudantes apanhados de surpresa por essa parada social dos profissionais de educação.
Seu Gonçalves, como todos já sabem, procurou agir rápido em tal situação instável instalada no Rio de Janeiro, não só ajudando a acalmar os ânimos e as tensões dos vizinhos, como também mantendo a tranqüilidade de seus 3 filhos, igualmente estudantes do ensino médio do Estado chocados com a bomba atômica que foi essa greve, como Michelle, de 16 anos, Eduardo, de 17 anos, e Roberto, de 18 anos, todos cursando as aulas, matérias e disciplinas do antigo científico aqui no nosso Estado.
Seu Gonçalves, experiente em circunstâncias como essa, sábio em seus aconselhamentos psicológicos e espirituais e compreensivo diante da reação estudantil, ordenou a seus garotos que refrescassem a cabeça, saíssem da rotina diária, dessem uma “paradinha de Pelé”, e fossem se distrair nesse período de greve ou indo à Praia de Copacabana ou Ipanema pela manhã, pois fazia sol nesses dias, tomar um banho de sol e mergulhar no mar, ou freqüentando os cinemas do bairro assistindo a um filme em cartaz nesses casas de entretenimento, ou mesmo fizessem outras coisas quaisquer diferentes da sala de aula como medida para aliviar as preocupações dessas horas inconstantes, as tensões exageradas e os conflitos internos que tais momentos provocam na vida de seus filhos e estudantes.
Deu certo.
Sua esposa, dona Clotilde, aproveitou o “feriado” ou o intervalo de paralisação do magistério para dar um passeio pelo Shopping da área, ou fazer umas compras então necessárias no Supermercado Mundial ali pertinho.
Resultado: “Emergimos outra vez”, concluiu seu Gonçalves.
Terminada a greve, a rotina voltou, os trabalhos recomeçaram e os estudos retornaram às suas atividades cotidianas.
Mais uma vitória na vida do seu Gonçalves.
A Greve na verdade fez bem a todos.

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Copacabana, hoje, perto de meio-dia, está aparentemente tranqüila, com seu comércio nas ruas, praças e avenidas parcialmente tomado pelos transeuntes, moradores e trabalhadores do bairro, amigos que se encontram para saber das últimas novidades, crianças que se chocam em brincadeiras de pic-esconde, jovens que dialogam sobre as matérias e disciplinas da faculdade e seus conteúdos de conhecimento de qualidade, mulheres que namoram e paqueram seus machos de sempre, idosos e mais velhos que discutem sobre as possibilidades da internet, do computador e da informática na terceira idade, pobres e mendigos sentados nas calçadas sob as marquises pedindo esmolas ou um trocado em reais para comprar uma comida no restaurante ou botequim mais próximo, comerciantes, enfim, que interagem entre si, fazendo intercâmbios de produtos e matérias-primas baratas ao preço do mercado e compartilhando ao mesmo tempo seus interesses em negócios e investimentos a curtos, médios e longos prazos, analisando as viabilidades das relações de produção e consumo.
Sim, realmente, há movimento na Copa dos bacanas.
Todos trabalham, passeiam e se divertem.
Muitos em casa e nos seus apartamentos de 2 e 3 quartos.
Alguns se distraem na praia, outros lancham e almoçam nas padarias e lanchonetes ali localizadas.
Foi quando, surpreendentemente, sem mais nem menos, um arrastão de moleques de rua, menores abandonados e garotos cheirando cola ou fumando maconha, explodiu na Avenida Atlântica de frente para a praia e roubou e assaltou diversos banhistas, camelôs, grupos reunidos e indivíduos à paisana, levando-lhes dinheiro, documentos, cheques especiais, celulares, cartões de crédito e débito e até computadores, nootbooks e laptops de quem trabalhava ali mesmo na areia diante do mar, visto que à beira-mar já tem internet pública, a rede mundial de computadores, livre e gratuita, para quem queira realizar trabalhos e atividades naquele lugar.
No mesmo instante, a confusão se formou.
Uma gritaria geral acordou as pessoas que por lá passavam, parou o trânsito e os carros na região, a polícia e a PM apareceram, os meninos assaltantantes então atravessaram a Avenida Praiana levando tudo pela frente, derrubando pessoas e barracas, chutando areias, objetos e aparelhos eletrônicos, destruindo comidas e bebidas e estragando a festa dos turistas e estrangeiros que ali então se encontravam.
Bagunça generalizada.
Que palhaçada!
A Desordem se instalou, a indisciplina aconteceu e a desorganização imperou agora naquele momento.
Passados dez minutos, estava tudo no chão, a sujeira se espalhou pelo calçadão, com roupas e sapatos, sandálias e utensílios domésticos estirados no solo quente de quase 2 horas da tarde.
Terminado o arrastão, aos poucos se voltou à rotina diária.
Alguns feridos, outros machucados seriamente e muitos desesperados com a situação gerada foram conduzidos aos hospitais de emergência da região como o Miguel Couto e o Rocha Maia.
Nas adjacências da Avenida Atlântica, comercializando suas camisas, roupas e vestuários, seu Gonçalves, surpreso, soube do episódio e correu em direção à Praia e ao local do conflito na tentativa de ajudar a contornar a situação, manter a ordem pública, acalmar os ânimos das pessoas e tranqüilizar o ambiente hostil que se criara, como que interferindo naquelas circunstâncias adversas como meio de apaziguar os sujeitos envolvidos, amenizar os problemas produzidos e diminuir as gravidades ora surgidas.
Em pouco tempo, a ordem se restabeleceu.
A Paz retornou.
E o cotidiano voltou.
Seu Gonçalves, mais aliviado, agradeceu a Deus a volta ao normal, e louvou o Senhor por mais uma vitória do bem sobre o mal.
Apesar dos transtornos causados e dos distúrbios violentos, a vida se superou, ultrapassou-se mais uma vez a cultura da morte e da maldade e transcenderam-se positivamente as barreiras e dificuldades e contrariedades provocadas por uma mentalidade ruim e marginal, negativa e pessimista, maldosa, empreendedora de divisões e cultuadora de exclusões, que ainda impera em alguns setores da nossa sociedade.
Emergimos mais uma vez.

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Vivenciando uma filosofia de vida baseada fundamentalmente na busca da fraternidade entre si e da solidariedade entre seus membros, na prática do bem e da paz e na construção de coisas boas para a sua comunidade, a partir é claro de uma visão otimista da realidade, ajudando-se portanto mutuamente, interagindo trabalhos, esforços e empenhos, e compartilhando tarefas e atividades cotidianas, fazendo intercâmbios sociais e culturais, políticos e econômicos, seu Gonçalves e um grupo de amigos, parentes e conhecidos partiram nesse final de semana, sábado, dia 9 de Maio de 2009, para um Mutirão em nome da AMACO – Associação de Moradores e Amigos de Copacabana – tendo em vista construir o SSS – Serviço Social Solidariedade – ali pertinho no final da Rua Tonelero, que seria um casarão grande onde se cuidaria de prestar auxílio, ajuda, colaboração e solidariedade à população de rua daquele bairro, de grande contingente de gente, tratando logo de sua saúde alimentar com medicina preventiva 24 horas por dia, além de garantir a infraestrutura de vida dessas pessoas como por exemplo cobertores e casacos para o frio durante o inverno que se aproxima, lanche e almoço periodicamente, remédios e médicos para suas enfermidades, cursos técnicos e de informática e de educação e cultura geral para quem se interessar, oferta de empregos quando preciso, auxílios transporte e moradia quando possível, desenvolvendo ainda exercícios físicos e de ginástica nas areias da Praia de Copacabana, aulas de mergulho e natação para quem quiser aprender o segredo das águas, programas de arte e lazer para quem pretende se distrair nesse tempo de violência nas ruas e avenidas de Copa, um bairro-Cidade, acolhendo, ajudando e promovendo assim os moradores e trabalhadores dessas regiões escuras e vazias da Cidade quase Maravilhosa do Rio de Janeiro.
Depois de 4 meses de intensos trabalhos, finalmente o casarão do SSS da AMACO ficou pronto, e dias mais tarde já passou a funcionar prestando como disse solidariedade às pessoas pobres e menos favorecidas que ali apareceriam, de preferência à população mais necessitada das ruas e becos, praças e avenidas de Copacabana.
Seu Gonçalves, feliz com a idéia, também ofereceu sua inteligência, seus braços e suas mãos, contribuindo para a construção de mais um espaço de emergência na sua localidade.

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Em mais uma Segunda-feira, dia 11 de Maio, de engarrafamento nas ruas e avenidas do Bairro, a Copa dos sacanas e dos bacanas do Rio de Janeiro amanheceu chorando, triste com a confusão em suas regiões e angustiada com os constantes conflitos em suas localidades, o que tornava o tempo feio, o ambiente da Cidade agonizante e o clima entre seus habitantes mais áspero e mais salgado, mais pesado e doentio, mais carregado de sonhos complicados que não se realizavam, pleno da possibilidade de controvérsias entre os seus vizinhos, de contrariedades nos relacionamentos e de adversidade nos negócios e empreendimentos, exagerando-se também no pessimismo que aparentemente atormentava quase a maioria e indo além dos limites no negativismo das relações humanas ou desumanas de cada dia, parecendo mesmo que a área municipal do Estado do Rio e sua capital estavam em estado de crise emocional, existencial e espiritual, viabilizando uma situação tal que os cariocas se encontravam na verdade em uma rua sem saída diante de tantos problemas mau resolvidos, de inúmeras dificuldades financeiras que envolviam grande parte de seus moradores e trabalhadores, distúrbios sociais como a violência urbana e a marginalização de grupos e indivíduos em seus morros e favelas, aberrações ambientais diariamente como o tiroteio de balas perdidas que assustavam os transeuntes em sua ida e volta ao trabalho, enfim, circunstâncias contrárias que se viviam cotidianamente como que se constantando e aprovando a vitória do bem sobre o mal, da guerra sobre a paz, do caos sobre a ordem, da indisciplina sobre a calma e a tranqüilidade, da desorganização política e econômica sobre os desejos de felicidade e os anseios de liberdade, levando a alegria do Rio ao chão, o sorriso do seu povo ao abismo e o otimismo de seus cidadãos à beira da loucura.
Aquele engarrafamento nessa manhã de Segunda-feira acordou mais uma vez a Cidade, conscientizando-a de vez de que não nascemos para a violência e a instabilidade social, não fomos feitos para a maldade, nossa origem não é nunca a desordem da consciência ou as brigas, os quebra-quebras e as pancadarias diurnas e noturnas das experiências e práticas rotineiras vividas quase que constantemente na vida real cotidiana, fechando pois assim as portas do bem que se deve fazer e da paz que se deve viver, do amor que se deve vivenciar e da vida que se deve amar e defender nessas horas difíceis da Cidade, ou nessas ocasiões turbulentas e caóticas experimentadas quase sempre pelos cariocas e brasileiros em geral, ou nesses instantes tristes e nesses momentos quase impossíveis que atravessamos diariamente no vai e vem de passeios e viagens, ginásticas e exercícios físicos, atividades de esporte e lazer e os esforços do trabalho e os empenhos de quem não quer jamais viver na lata do lixo da existência nem no inferno de uma vida baseada na cultura da morte e em uma mentalidade de maldade e violência que ainda imperam em Cidades como o Rio de Janeiro.
“Que Deus nos ajude”, pensou seu Gonçalves enquanto olhava da janela do seu apartamento o trânsito fechado, os passageiros nervosos e o ambiente hostil e adverso que se vivia naquele momento.
“Que o Senhor tenha pena de nós”, concluiu o pai de família, se dirigindo agora para as suas atividades comerciais nas ruas, praças e becos, e avenidas de Copacabana.

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Nesta quinta-feira, dia 14 de Maio, seu Gonçalves e a mulher, dona Clotilde, vão participar de um debate no Jornal O Globo, ali na Rua Irineu Marinho, n. 35, no Centro da Cidade, já que foram convidados pelos seus dirigentes, que são muito amigos do casal, desde o tempo em que o pai de família trabalhando nos Correios entregava as cartas no referido órgão de imprensa.
O Tema do debate é “A Sexualidade humana e a vida familiar, questões e soluções”, no qual serão ouvidos alguns casais e outros especialistas na área bem como sexólogos e professores de sexologia em faculdades da Cidade. No decorrer dos discursos e conferências que ali serão realizados, os participantes trocarão idéias, críticas e sugestões de interesse da coletividade, também convidada a integrar as discussões no auditório de mídia impressa desse importante instrumento de notícias e reportagens sobre o Rio, o Brasil e o mundo inteiro.
Antes de se dirigirem ao local, o homem de Deus e dona Clotilde se prepararam, estudando a temática, conversando sobre suas experiências interpessoais e anotando algumas perguntas de referência para serem observadas e analisadas nesse encontro de suma importância e de grande interesse tendo em vista a necessidade atual de se esclarecer a vida sexual de estudantes e famílias em geral, orientá-los no bom caminho do amor, conscientizá-los da gravidade das DST – doenças sexualmente transmissíveis – e a melhor maneira de evitá-las, ou o jeito mais certo de conviver com elas.
Segundo o casal de Copacabana, seu Gonçalves e esposa, o amor vem de Deus, e na existência de homens e mulheres que se amam, como namorados e noivas, casais e marido e mulher, a conseqüência desse amor é o sexo, que se inicia com o desejo humano e natural que ambos, macho e fêmea, manifestam entre si, indo depois para a prática dessa relação amorosa cujo efeito imediato é o prazer sexual que tem como ponto mais forte e mais alto, a perfeição da sexualidade, o orgasmo quando o homem e a mulher, plenos de amor um pelo outro, se entregam mutuamente atingindo então a plenitude desse relacionamento cheio de paixão.
Entendido dessa forma, seu Gonçalves e dona Clotilde, ainda refletiram naquela ocasião que o sexo com amor, portanto sem maldade e sem violência, não é pecado contra Deus, o Senhor da Sexualidade, porque é algo natural, elemento constituinte na natureza humana, e tudo o que é da natureza é criado pelo Autor da Vida, não se tornando por conseguinte uma ofensa ou falta contra o Criador.
Considerada essa visão ética e espiritual da sexualidade humana e natural, mostrou-se então também que desvios de caráter e aberrações da personalidade, que alcançam sobretudo os homossexuais masculinos e femininos, tornam-se algo contrário e mesmo inimigo da boa relação de amor e sexo que envolve o homem e a mulher, configurando assim uma adversidade em relação à natureza criada, a qual precisa ser combatida e rejeitada radicalmente em nome do amor dos casais que se amam, do bem das famílias, da boa ordem na sociedade, da saúde do homem e da mulher e do bem-estar da humanidade local, regional e global, temporal e histórica, real e atual.
Outrossim, observou-se que não só o homossexualismo, como também a pornografia e a pedofilia, a prostituição infantil, o comércio de jovens e adolescentes para o exterior, a exploração e o monopólio da mulher, as doenças sexuais entre elas a gonorréia, a sífilis, a hepatite B e sobretudo a AIDS, são estados de contradição social e humana, natural e cultural, adversários da boa moral e bons costumes e virtudes, dos bons valores da consciência e suas intenções bondosas e pacíficas, e das boas experiências e comportamentos de indivíduos e grupos humano no meio de suas comunidades.
Tal foi o processo de discussão e o resultado do debate no Jornal O Globo, do qual todos saíram satisfeitos diante das interrogações colocadas, a lucidez dos depoimentos, a evidência das declarações e a clareza com que foi conduzida esse tempestade cerebral cujas idéias e conhecimentos lá apresentados serviram para formalizar uma outra, nova e diferente visão da realidade sexual, na teoria e na prática, interpretando-se assim a partir de agora a sexualidade de modo aberto, renovado e libertador, visto que o que interessa a curto, médio e longo prazo é manter a saúde do casal e consolidar o bem-estar e o bom relacionamento familiar, fruto de uma sexualidade livre e feliz, ordeira e pacífica.

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Um semana depois, a AMACO – Associação de Moradores e Amigos de Copacabana – convidou o ilustre seu Roberto de Araújo Gonçalves para participar em nome da entidade de uma entrevista no Programa Clóvis Monteiro de todas as manhãs na Super Rádio Tupi do Rio de Janeiro, ali, no Bairro da Saúde, perto da Praça Mauá, cujo tema seria “Saúde e Qualidade de vida no cotidiano de uma família”.
Na entrevista da Rádio Tupi, seu Gonçalves destacou: “Saúde, meus ouvintes, começa na cabeça. Se a cabeça está boa, então tudo vai bem dentro de nós, e também fora ao nosso lado e a nossa volta. Porque dos bons pensamentos e das boas idéias que possuímos, dos sentimentos belos que temos e das experiências que realizamos diariamente, frutos, efeitos e conseqüências de uma vida de virtudes que vivemos todos os dias e todas as noites cuja essência são os bons valores da nossa consciência, tais como o respeito mútuo e a responsabilidade por nossos atos, o equilíbrio mental e emocional, o controle de nossos desejos, anseios e paixões e o domínio que exercemos sobre nós mesmos, o reto juízo e o bom-senso de nossas atitudes baseadas em pontos de vista razoáveis e inteligentes, em uma visão de mundo que tem como alicerce fundamental a nossa fé em Deus, sem O qual não há vida nem tem sentido e razão a existência, causa da nossa alegria de cada dia, do nosso otimismo em trabalhar e realizar as coisas e do nosso sorriso permanente, reflexo de Deus em nós, de uma vida sustentada pelo alto astral e auto-estima elevada de quem em seu cotidiano procura ser bom e fazer o bem a todos, viver em paz uns com os outros, ajudar a quem precisa, ser fraterno e solidário com as pessoas, sempre criando novos amigos e agindo com generosidade em todas as partes. É assim que entendo a boa saúde de um indivíduo ou de um grupo de companheiros que se unem e reúnem para fazer as suas atividades diurnas e noturnas. Isso é bem-estar para mim. Quem vive desse modo é uma pessoa livre e feliz.”
Terminada a entrevista, seu Gonçalves foi abraçado e cumprimentado por todos os presentes, que exaltaram a sua coragem de ser criativo e otimista diante de tanta violência e maldade que nos cercam, o seu pensamento positivo destacado pelo dono do programa de rádio o radialista Clóvis Monteiro, o seu sorriso sempre nos lábios e a sua alegria de quem faz da vida um carnaval constante, curador de tantos males, doenças e enfermidades.
“Isso é saúde pra mim”, insistiu seu Gonçalves, se despedindo de todos.

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Como aconteceu no passado, durante a ECO-2002 e o PAN-2007, ambos na Cidade do Rio de Janeiro, quando, a partir de Copacabana, toda a população carioca se mobilizou, trabalhou com consciência e responsabilidade, respeitando os turistas e estrangeiros que cá mergulhavam, ajudando na boa imagem do Brasil no exterior, colaborando com os interesses e necessidades de seus atletas e agentes, cooperando com a saúde coletiva e o bem-estar pessoal e social de todos e cada um dos envolvidos, transformando os 2 eventos em honra nacional, também hoje em todas as áreas e comunidades do Rio se processa a construção de um movimento permanente de mobilização popular, onde através de mutirões de solidariedade e campanhas de fraternidade se condicionam bem e paz para os cidadãos fluminenses, garantias de seus direitos e necessidades, ordem urbana e rural, segurança institucional contra a violência marginalizada, qualidade de vida e trabalho, saúde e educação, tudo isto, enfim, instrumentos de conscientização social e ferramentas de libertação integral do homem e da mulher, moradores e trabalhadores aqui entre nós, entre eles o seu Gonçalves, que faz a sua parte, lutando para que a nossa vida sempre melhore, empenhando-se em favor do progresso do país, esforçando-se pela excelência de sua gente, batalhando sempre para que cariocas e brasileiros gozem de uma vida boa e ótima existência identificadas com a paz de sua consciência e o bem de sua interioridade ainda que os elementos externos igualmente participem da boa expectativa de felicidade que todos nós merecemos, por sermos filhos e filhas de Deus.

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Nesse início de inverno, a AMACO e seu SSS, conforme vimos acima, está fazendo a campanha de casacos, agasalhos e cobertores a fim de providenciar o abrigo e a proteção da população de rua de Copacabana e todos os que se sentem carentes e necessitados, precisando da ajuda da associação e do seu serviço de solidariedade dos amigos de Copa, o que significa na verdade levar o calor de Deus e seu carinho de Criador para os pobres e menos favorecidos que vivem e perambulam pelas ruas e avenidas, becos e praças desse bairro dos bacanas, dos jovens sacanas, das crianças brincalhonas, das mulheres sempre bonitas e dos idosos e aposentados que com sua experiência e sabedoria de vida transformam o local em casa de acolhida e lugar de saúde e bem-estar para todos.
Também seu Gonçalves e sua família participam dessa campanha de solidariedade.
Juntos e unidos desejam revitalizar a região tornando os pobres mais ricos, os ricos mais fraternos e solidários, as comunidades mais felizes e pacíficas, o que na verdade contribui eficazmente para a diminuição da violência em suas adjacências visto que se aumentará a qualidade de vida dessas pessoas oferecendo-lhes ao mesmo tempo trabalho e emprego, capacitação técnica e profissional, cursos de ensino médio e fundamental, orientações psicológicas e sociais para a boa convivência, tratamento médico para os que se encontram com algum mal-estar ou enfermidade, enfim, a infraestrutura indispensável para uma vivência cotidiana digna de seres humanos e filhos e filhas de Deus que são.
A Campanha prossegue.

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Com o fenômeno da globalização, hoje, às nossas portas e presente em nossos ambientes de vida, também aqui e agora no Rio de Janeiro a população carioca está mais consciente de suas responsabilidades sociais e culturais, políticas e econômicas, interagindo uns com os outros com mais respeito entre as pessoas, maior entendimento mútuo e melhor compreensão em seus relacionamentos cotidianos diversos cujos comportamentos põem em prática a cultura do bem e da paz e uma mentalidade sem violência e agressividade, transformando portanto as relações humanas entre grupos e indivíduos em experiências mais saudáveis e agradáveis, onde compartilham os seus conhecimentos cheios de conteúdos de qualidade e as suas situações de fraternidade e solidariedade, capazes de sempre criar novos amigos e gerar atitudes boas e generosas, animadoras dos tristes, motivadoras dos deprimidos e aflitos, incentivadoras dos desanimados e desesperados, os que fazem do medo e do pânico a única realidade de suas vidas.
Igualmente em Copacabana, e com o exemplo de vida de seu Gonçalves, encontramos pessoas interativas, compartilhamento de boas idéias e valores positivos da consciência, trabalhos cooperativos com a colaboração permanente de seus moradores e trabalhadores sobretudo em atividades do dia a dia, bem práticas, como a ajuda aos pobres e menos favorecidos do Bairro, dando-lhes sempre que possível ótimas qualidades de vida e trabalho, saúde e educação, e grandes oportunidades de realização profissional e satisfação vocacional.
Com essas possibilidades reais e tais alternativas de liberdade e felicidade, cá na Copa dos bacanas, nos entusiasmamos de fato com a probabilidade de realizar em outros tempos e diferentes lugares desse Brasil o mesmo ideal de renovação interior e exterior das comunidades e sua libertação concreta nas áreas físicas, mentais e espirituais, de todos os cidadãos brasileiros, e quem sabe lá fora.

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Hoje de manhã, seu Gonçalves se dirigia para as suas atividades cotidianas no Bairro quando, passando pelo Posto de Gasolina na esquina da Rua Toneleros com a Rua República do Peru, avistou e se encontrou com um grupo de amigos que por ali circulavam, e iniciaram um debate polêmico sobre os assuntos e problemas do dia a dia da Cidade Maravilhosa, como por exemplo o Choque de Ordem da Prefeitura que procura limpar o Município de sujeiras e desordens de todo o tipo, de instabilidades nas ruas e nas praças e de desequilíbrios públicos e urbanos como o comércio dos camelôs, a presença de faixas e cartazes em demasia nos prédios do Centro e das Zonas Sul e Norte, os buracos de asfaltos e calçadas, os imóveis abandonados hoje cheios de mendigos e pobres da rua, o excesso de carros nas vias e avenidas de acesso ao trabalho e emprego, o mau estacionamento de automóveis, o congestionamento do trânsito, o tráfego exagerado de ônibus que perambulam por Copacabana, a insistência de casas antigas prestes a cair e desabar, o tráfico de drogas e entorpecentes nos morros e favelas, o comércio ilegal e a pirataria de produtos e mercadorias importadas, a corrupção sexual de menores e adolescentes, e outros sintomas caóticos presentes no dia a dia dos cariocas.
Seu Gonçalves observou uma coisa importante naquele encontro, que procurou refletir com esses seus colegas do Posto: “Amigos, emergência social é também fazer o que estamos realizando aqui e agora: discutir juntos e unidos os problemas da Cidade, refletindo sobre as suas causas e soluções, e debatendo as alternativas possíveis de enfrentamento de toda essa problemática cotidiana do Rio de Janeiro. Assim, emergimos, ou seja, crescemos politicamente, progredimos socialmente e evoluímos economicamente, desenvolvendo o nosso interior e exterior, produzindo pois mais qualidade de vida para a população carioca. Pois então, continuemos emergindo”, disse seu Gonçalves aos companheiros, encerrando o longo bate-papo travado ali naquele instante.

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Na tarde seguinte, a convite do Jornal O Globo, o comerciante aposentado seu Gonçalves ministrou a seguinte palestra no auditório desse importante órgão da imprensa carioca e brasileira, acerca da Terceira Idade e seu sentido para a vida da sociedade:

“ Experiência
A Escola da Vida

Na antiga sabedoria chinesa, muitos séculos a.C., Confúcio, fundador do Confucionismo, dizia em seus ensinamentos: “ A experiência é a escola da vida. Devemos aprender com os mais velhos. Devemos amar, respeitar e valorizar os mais velhos...”
Hoje, no cotidiano da nossa vida, quando eu me encontro e me deparo com os idosos, aposentados e pensionistas do INSS, velhinhos e velhinhas do dia-a-dia, me lembro da sabedoria de Confúcio e da sabedoria de minha mãe, Pensionista do INSS, dona Glória da Conceição Rodrigues Gomes, Mulher do Couto, Camponesa, Portuguesa com certeza..
Com efeito, dialogar com os mais velhos, durante 15 minutos, vale mais do que 3 horas dentro de uma faculdade, fazendo qualquer curso de graduação, ou pós-graduação, mestrado ou doutorado. É uma experiência humana, divina e maravilhosa.Você aprende tudo e de tudo, de tudo um pouco. O Idoso é uma verdadeira universidade em pessoa. Um bom conselheiro espiritual. Um mestre nas virtudes. Um solucionador de problemas. Um questionador da realidade. Um profeta de Deus. Grande administrador do dia-a-dia. Um bom professor do cotidiano das ruas. Ele está no botequim, no supermercado, na farmácia, no jornaleiro, na padaria, na rua, no ônibus, no metrô, na família, no trabalho, na escola, na rua, em qualquer lugar, em qualquer tempo ou momento da nossa vida.
Na saúde ou na educação, na família ou no trabalho, nas tristezas e angústias, nos problemas e dificuldades, nas controvérsias e contrariedades, no dia-a-dia da nossa vida, e sobretudo no final da vida, na hora da doença ou da morte, lembremo-nos dos mais velhos, senhores e senhoras de idade: eles e elas, presença de Deus na nossa vida. Por isso, justamente por isso, respeitemos os mais velhos, não os desprezemos nem façamos mal a eles ou elas, porque amanhã os mais velhos seremos nós. E nós gostamos de ser ouvidos, amados, respeitados e valorizados. Deus, o Senhor, abençoe os mais velhos.”

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A partir dessa conferência no Centro da Cidade, seu Gonçalves ficou famoso e popular, e tornou-se palestrante extremamente solicitado para debates e seminários sobre temas diversos, tendo em vista a sua grande sabedoria de homem sofrido e trabalhador, experiente nas coisas públicas e inovador nas artes do bom relacionamento e da boa convivência. E assim mais uma vez o grande homem de Copacabana fez mais esse discurso sobre como se dar bem com os vizinhos, na Escola Municipal Mário Cláudio, na Tijuca:

“O Convívio dos Vizinhos

É fácil viver sozinho.
Difícil é viver com os outros.
No lugar do quebra-quebra e da pancadaria: por que não viver em paz uns com outros, sendo bom e fazendo o bem, amando a vida e praticando o amor, a fraternidade, a solidariedade e a generosidade ???
No lugar da bagunça e da palhaçada: por que não cultivar a concórdia e a misericórdia, o perdão e a amizade, o bom convívio social e a calma e a tranquilidade individual ???
No lugar da confusão no edifício e a fofoca nos corredores, a violência nas escadarias e a complicação nos elevadores: por que não dialogar e conversar, tomar uma água e um cafezinho, refrescar a cabeça com uma música e aliviar o stress e as tensões, as emoções e o nervosismo com um bate-papo legal, um sonho de natal ou uma brincadeira de carnaval ???
É hora de acordar e se levantar, arrumar a casa desarrumada, tomar um banho de luz e arranjar alguma coisa para fazer, e enfim desejar sempre um bom-dia para os nossos funcionários que nos ajudam, auxiliam e zelam pela nossa segurança.
Encontrar soluções e sair dos problemas.
Procurar respostas e fugir das perguntas.
Buscar remédios para tantas interrogações.
Afinal, não somos mais crianças.
Devemos ser adultos responsáveis.
Compreender as pessoas.
Respeitar os vizinhos.
Dialogar com os amigos.
Agir com juizo e bom-senso.
Incentivar a liberdade.
Procurar a felicidade.
Afinal, somos felizes quando fazemos os outros felizes.”

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A próxima conferência de seu Gonçalves foi sobre a importância de se viver em sociedade, proferida nos compartimentos da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, no Bairro da Saúde, perto da Praça Mauá. Ei-la, que teve 2 partes:

“Inter-Dependente

Nestes mais de 56 anos de vida, agradeço a Deus, o Senhor, a graça de ser dependente.
Dependente de Deus, o Senhor, em primeiro lugar.
Dependente da minha mãe, dona Glória da Conceição Rodrigues Gomes.
Dependente da minha família.
Dependente dos meus amigos.
Durante a vida, aprendi a ser dependente,
aprendi a ser pobre,
aprendi a ser amado,
aprendi a ser ajudado.
Percebi, tomei consciência, aprendi como é importante ser dependente.
Depender dos outros.
E os outros dependerem de mim.
Ser inter-dependente.
Manter essa inter-dependência.
Permanecer inter-dependente.
Dependermos uns dos outros.
Ajudar-nos uns aos outros.
Amar-nos uns aos outros.
Acho que Deus é assim.
Amar e ser amado.
Ajudar e ser ajudado.
Eu depender dos outros e os outros dependerem de mim.
Acho que esse é o sentido da vida,
a razão de existir,
a essência da existência,
o fundamento da vida em sociedade.
Dependemos uns dos outros.
Somos pobres.
Graças a Deus.

Inter-Dependência
Razão Social, Consciência
Coletiva e Inteligência Comunitária

Dependemos uns dos outros.
Temos necessidade de interagir e compartilhar nossas idéias e ideais, intenções
e interesses, símbolos e valores, imagens e vivências.
Em nossa realidade prática cotidiana, nos movemos e nos comunicamos, construindo a vida e destruindo a morte, criando iniciativas e oportunidades de comunicação, abertura de possibilidades, renovação de trabalhos, atividades, operações e exercícios sociais, políticos, econômicos e culturais, libertação de preconceitos e superstições irreais e irracionais, anticulturais, impossibilitando a negação, os contrários e as contradições de uma experiência do bem que se faz e da paz que se vive, do amor que se pratica e da vida que se partilha, se comunica, interagindo com as pessoas, favorecendo uma sociedade comprometida com a fraternidade e a solidariedade cuja saúde social e bem-estar coletivo se identificam com comunidades seguras e estáveis garantidas pelo respeito pessoal e a responsabilidade social e ambiental que devem assumir tais experiências existenciais comunitárias.
Precisamos uns dos outros.
Desejamos uns aos outros.
Necessitamos repartir nossas riquezas culturais, nossa abertura social, nosso compromisso político, nosso crescimento econômico e nossa consciência ambiental.
Dependemos uns dos outros.
Somos dependentes.
Somos interdependentes.
Nossa dependência física, mental e espiritual propicia a geração de favores e benefícios cujos frutos e consequências vêm ajudar nossa pobreza e miséria existenciais, tornando possível uma nova experiência de vida onde não se admitem excluidos e marginalizados, nem presos nem escravos, nem cegos nem doentes, mas sim construtores de saúde social e bem-estar coletivo, criadores do bem que se distribui e da paz que se partilha, interagindo então com situações reais cotidianas em que todos e cada um encontram as alternativas de ser feliz, alegre e contente.
Com otimismo e positivismo, animando as pessoas ao redor, motivando sua auto-estima e alto-astral, incentivando seus trabalhos e atividades em prol da coletividade, sua emergência social e emancipação política, sua pluridade cultural e seu desenvolvimento econômico, podemos realizar projetos de vida voltados para a construção da cultura da vida, do bem e da paz, ignorando os valores e tendências da cultura da morte, da maldade e da violência.
Porque dependemos uns dos outros, é possível construir melhores condições, relações e situações de vida, trabalho, saúde e educação para todos nós, fugindo de experiências negativas contrárias à busca de nossa liberdade pessoal e felicidade coletiva.
Nossa interdependência faz-nos responsáveis uns pelos outros, favorecendo uma convivência social em que o respeito e o direito vividos são os motores do bem-comum social, do bem-estar coletivo e da paz e do bem comunitários.
Que Deus, o Senhor, nos ajude em nossos projetos sociais, nossos planos econômicos e nossos compromissos políticos, nossas atividades culturais e nossos exercícios éticos e morais, possibilitando um futuro-presente de paz e saúde para todos nós.

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Hoje, seu Gonçalves se dirigiu ao Colégio Paulo de Fronteim, na Tijuca, a fim de, através de uma palestra e um debate, responder à seguinte pergunta que lhe foi feita tempos atrás em uma das avenidas de Copacabana: “ A Vida, pro senhor, é fácil de viver ?”

“A Vida é um risco
O Risco de viver

No convívio diário com os perigos da cidade urbana ou das áreas rurais deste país onde muitas vezes reinam a maldade e a violência, as dores e os sofrimentos, as moléstias e as enfermidades, as doenças em geral, a exclusão e a marginalização social, a divisão e a luta de classes, a guerra dos sexos, o combate entre o bem e o mal, a batalha das ruas e dos campos, a opressão do poder, a depressão doentia, a repressão política, a dependência econômica, o caos ecológico e ambiental, a cultura da morte, a mentalidade da confusão e do conflito de relacionamentos, a crise da família, o confronto de ideologias diversas e interesses diferentes, a prisão psicológica e a escravidão ideológica, as adversidades da vida e as contrariedades existenciais, o negativismo ético e o pessimismo espiritual, a tristeza e a angústia, o esgotamento físico e mental, o cansaço do trabalho, a fadiga de tantos esforços e empenhos na realização de múltiplas atividades, as grandes e variadas tarefas cotidianas, o fluxo crescente de ocupações, o complexo cada vez maior de preocupações exageradas, a falta de limites dentro dos processos educacionais, a ausência de saúde e bem-estar individual e coletivo, o egoísmo solitário, a solidão patológica, o orgulho imoral, a vaidade das aparências destruidoras, a mentira em forma de pessoa, o olho grande que corrói, a inveja que mata, o ciúme que acaba com as boas relações, o desequilíbrio mental e emocional, a desordem real e rual, a indisciplina hierárquica, a desorganização dos pensamentos e conhecimentos, a carência de boas idéias construidoras, os traumas e as frustrações sentimentais, os comportamentos irreais e irracionais, a desrazão pessoal e a inconsciência grupal, a demência e a loucura de seres humanos – tudo isso, enfim, configura o risco de viver e existir, com o qual somos obrigados a conviver, nos relacionar cotidianamente. De fato, a vida é um risco, eis pois a condição humana a que estamos sujeitos desde que entramos neste mundo terrestre, assumimos um corpo e uma alma vivos e animados, dependentes que somos de seus determinismos e finitudes naturais e ambientais, temporais e históricas, sociais e culturais, reais e atuais, submetidos aos caprichos da vida e aos interesses de quem manda e tem mais poder, prisioneiros de partidos e ideologias que nos exploram e nos escravizam, escravos de uma cultura e de uma mentalidade que nos são hostis, que nos contrariam e contradizem. Sim, realmente, estamos diante de uma guerra diária entre o bem e o mal. Só nos resta pedir a Deus que nos ajude nessa batalha cotidiana. Sem esquecer é claro que devemos fazer também a nossa parte.”

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A Vida emergente de seu Gonçalves e de seu convívio de amigos, parentes e familiares se fundamenta com certeza
no sorriso sempre aberto para as pessoas ao seu lado e ao seu redor, na alegria contagiante que anima a todos e no otimismo cativante que motiva os mais velhos, incentiva os adultos e as crianças e entusiasma os mais jovens, fazendo o ambiente em seu entorno mais feliz de ser vivido, mais contente e alegre, onde os indivíduos e os grupos reunidos têm o desejo real de construir uma sociedade de bem com a vida e em paz consigo mesma.
Formam então a comunidade emergente de Copacabana cujo objetivo central é erguer os decaídos, tristes e desanimados; levantar os medrosos, aflitos e angustiados; dar uma força aos desequilibrados e desesperados; oferecer uma energia vital para fazer crescer os humanos, tornar possível o progresso dos cidadãos, transformar em evolução os seus trabalhos, empenhos e esforços, desenvolvendo desse modo as suas consciências em busca por boa saúde material e espiritual, e ótimo bem-estar físico e mental.
Assim, de fato, opera a comunidade emergente de Copacabana.
Dela, se produz boas, novas e diferentes idéias, conteúdos de conhecimento de qualidade, que visam construir o bem e a paz no bairro e em toda a Cidade Maravilhosa, destruindo pois a possibilidade da violência e da agressividade, sem lugar no meio desse grupo alegre e otimista, sempre sorridente, proporcionando a todos e a cada um momentos saudáveis de crescimento interior e exterior.
Tal a política de seu Gonçalves e seu grupo de trabalho, educador de todos.

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De fato, vem se observando em Copacabana e alguns bairros do Rio que os cariocas estão emergindo, saindo de uma vida de dificuldades, conflitos e aberrações para uma existência de boa qualidade espiritual, ótimas ações em prol da saúde pessoal e bem-estar coletivo dessas comunidades, excelentes atitudes favoráveis à interatividade das pessoas com que melhoram o seu ambiente de família e trabalho, aprimoram as suas atividades artísticas, esportivas e recreativas, e aperfeiçoam a consciência e a experiência de que juntos podem mais, unidos são mais fortes, solidários podem crescer bem se ajudando uns aos outros, o que certamente diminuirá os problemas da sociedade, eliminará as contradições da realidade cotidiana e acabará de uma vez por todas com as injustiças sociais por muitos ainda experimentadas nesses locais aqui e agora.
Deste modo, o trabalho emergente de seu Gonçalves e sua equipe interativa tem dado bons resultados para a coletividade, enfraquecendo a pobreza e a miséria material da grande maioria moradora nas favelas e morros adjacentes, desaparecendo com o pessimismo e o negativismo não só das autoridades responsáveis como também do povo que é acolhido e beneficiado por essa prática colaborativa, atingindo assim as metas buscadas por todos no momento presente: oferecer melhor qualidade de vida e trabalho, saúde e educação para os cidadãos dessas áreas, dar maior equilíbrio financeiro, psicológico e espiritual a essa população, realizar atividades que desenvolvam o lado otimista das pessoas, as façam alegres e felizes durante a sua caminhada terrena e consigam aumentar a auto-estima dessas criaturas que lutam por ser alguém na vida, cooperando pois com a aquisição de uma vida saudável e agradável que todos e cada precisam ter nesta realidade temporal hoje vivida por nós.

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Essa boa vida de dignidade humana elevada, de qualidade de trabalho, saúde e educação tornada excelente, e de quase perfeitas experiências de atividades que promovem o cidadão, tornando-o um agente social eficaz, um ativista político competente, um produtor cultural responsável e um criador de novas e diferentes oportunidades e alternativas econômicas e financeiras para si e seus companheiros de comunidade, faz com que seu Gonçalves e sua equipe de operações comunitárias realizem um trabalho de respeito, referência para outras ações semelhantes, e que fazem crescer o homem e a mulher e suas relações na família e na rua, no emprego e no supermercado, no restaurante e no shopping, possibilitando práticas emergentes em torno de si, geradoras de progresso nas comunidades e desenvolvimento na sociedade carioca, sempre evoluindo para dias melhores para seu povo trabalhador, bom e amigo, construtor de tendências de vida de qualidade dentro e fora de suas regiões, aqui e agora, o que é reconhecido por todos que vêm morar e trabalhar em suas fronteiras de mar, terra e ar.
Sim, estamos emergindo.

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Através dessas ações bem planejadas de cunho emergente, seu Gonçalves e seu grupo de trabalho possibilitam a todos e cada um dos indivíduos favorecidos maior crescimento material e espiritual, físico e mental, mais progresso social e cultural, político e econômico, mais condições de evolução na sua consciência de bons valores e na prática das boas virtudes da moralidade e da espiritualidade, mais desenvolvimento de suas aptidões, desejos e anseios, talentos e carismas, de sua criatividade pessoal capaz de beneficiar a sua experiência vocacional e a vivência de sua profissão dentro da sociedade carioca a partir de Copacabana. O Importante é que cada qual dos envolvidos nesses planos emergentes concretos se sintam bem consigo mesmos, de bem com a vida e em paz com suas consciências. Desse modo, não só as pessoas crescem, mas todas as comunidades emergem para situações de bem-estar pessoal e saúde coletiva, garantindo assim seus interesses em prol de uma humanidade mais justa, fraterna e solidária.
É assim que a vida deve caminhar.
Com todos evoluindo para melhores condições de vida e trabalho, saúde e educação.
Tal o sentido da emergência dos cidadãos comprometidos responsavelmente com essas práticas renovadoras das liberdades e libertadoras de prisões que amedrontam e de preconceitos que escravizam.
Que juntos e unidos possamos sustentar a emergência de todos e cada um.

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De tudo o que foi visto até aqui, podemos perceber que seu Gonçalves e sua equipe de trabalho em prol da emergência das pessoas na vida pessoal e social de suas comunidades de origem tornou-se uma referência de atividade produtiva que luta por melhores condições e situações e relações de vida e trabalho, saúde e educação para todos, fazendo crescer e se desenvolver entre eles o bem que devem fazer e a paz que devem praticar, promovendo assim grupos e indivíduos interessados em seu progresso material e espiritual, e em sua evolução física e mental, o que contribui eficazmente para uma sociedade humana de mais qualidade de vida e excelentes oportunidades e alternativas de emprego e trabalho, enriquecendo o conjunto da humanidade com pessoas cujos valores, virtudes e vivências se identificam com comportamentos que dão ênfase à dignidade humana, à ordem da natureza e ao bem-estar do universo e seus ambientes humanos e naturais. Tal o projeto emergente de seu Gonçalves e seus companheiros, que trabalham para a saúde de todos e o bem-estar de cada um, e o bem-comum de toda a sociedade carioca. Eis o processo de emergência social, moral e espiritual desenvolvido por esses trabalhadores e aposentados de Copacabana.
Que outros possam seguir também esse caminho.
Um caminho de paz social e de bem coletivo.
Eis o objetivo final dessa dinâmica de trabalho.
Queremos emergir.
Sempre.

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Hoje, seu Gonçalves e sua comunidade emergente de Copacabana receberam o Prêmio Emergência 2010 das mãos da Prefeitura do Rio cujo Prefeito Eduardo Paes salientou a importância desse trabalho social em favor da paz coletiva e do bem-estar das pessoas, trazendo-lhes grandes e inúmeros benefícios sociais, psicológicos e espirituais, promovendo então o progresso de grupos e indivíduos menos favorecidos econômica e socialmente, e estimulando por diversos instrumentos sócio-educativos e por variadas ferramentas político-culturais a sua qualidade de vida e trabalho, saúde e educação.
Parabéns, seu Gonçalves.
Líder de um grupo interessado no bem da comunidade, no caso Copacabana.
Tal trabalho emergente é atualmente referência nacional em termos de promoção social e ascese política, saúde econômica e bem-estar cultural.
Que igualmente um dia seu Gonçalves e seus sócios emergentes recebam também de Deus o Prêmio Eterno pelo bem que fizeram na Terra e pela paz que construíram temporalmente.
Que seu exemplo seja seguido por todos.
Eis uma lição de vida que jamais esqueceremos.
Obrigado, Senhor.
Obrigado, seu Gonçalves.

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